Dois monarcas europeus se tornaram símbolos máximos do absolutismo. O primeiro foi Henrique VIII da Inglaterra. O segundo foi Luís XIV da França. Esses reis governaram sem limites. Não havia divisão de poderes. A ordem desse tipo de monarca era a lei. E isso incluia seus caprichos, injustiças e violações de direitos humanos de toda ordem. E como não havia limites para seus poderes, toda a riqueza de suas nações lhes pertencia pessoalmente. Por isso também viviam em palácios luxuosos, com paredes folheadas a ouro, quadros pintados pelos maiores artistas. Luxo e riqueza absolutas, enquanto grande parte da população passava fome, pagando pesados impostos.
O filme "O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV" conta parte dessa história. Um belo filme assinado pelo talentoso cineasta Roberto Rossellini. No enredo Luís XIV, Rei absolutista da França, precisa lidar com as crises de seu governo, as intrigas palacianas e as paixões dentro da corte, enquanto organiza muito luxo e riqueza para ostentar de forma suntuosa nos corredores de seus palácios reluzentes. Não é para menos que o monarca passaria para a história conhecido como "O Rei Sol". É o cinema reconstruindo uma era de excessos, de exploração e também de muita injustiça. Uma palavra mal colocada na frente desse tipo de monarca poderia resultar em uma execução sumária.
O interessante é que o roteiro enfoca basicamente os primeiros anos do reinado do "Rei Sol", Luís XIV (1643-1715), o maior monarca absolutista da França. É sem dúvida um belo filme que se concentra nos detalhes de cotidiano da corte do afetado monarca francês. Apreciei a reconstituição histórica e a rica produção desse filme. Mostra acima de tudo que debaixo das perucas e dos babados, o Rei era um homem também extremamente inteligente e ciente do que ocorria em seu país e não apenas o alienado fútil e alheio ao mundo ao redor que geralmente emerge das páginas de alguns livros de história.
Outro aspecto que deve ser considerado é que no cinema europeu, de uma forma geral, temos um outro ritmo, um tipo diferente de dramaturgia. Nada de licenças poéticas e invencionices, tão comuns em filmes americanos. Roberto Rossellini procura ser o mais realista possível, sem arroubos insanos ou espaço para coisas desnecessárias. No final de tudo o que temos é de fato um filme realmente excepcional, muito recomendado e bem fiel aos fatos históricos reais. É uma lição histórica importante, mostrando inclusive o contexto em que iria surgir as primeiras obras iluministas, que iriam denunciar justamente as injustiças desse tipo de poder absoluto.
O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV (La Prise de Pouvoir Par Louis XIV, França, 1966) Estúdio: ORTF / Direção: Roberto Rossellini / Roteiro: Philippe Erlanger, Jean Gruault / Elenco: Jean-Marie Patte, Raymond Jourdan, Silvagni / Sinopse: O filme "O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV" é uma superprodução histórica do mestre Roberto Rossellini e conta a história do rei francês que se tornou símbolo de uma era em que a mera vontade dos monarcas não tinha limites, era a lei absoluta. Filme indicado no Cahiers du Cinéma como melhor filme do ano.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de setembro de 2025
Tarzan na Terra Selvagem
Título no Brasil: Tarzan na Terra Selvagem
Título Original: Tarzan's Peril
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Byron Haskin
Roteiro: Samuel Newman
Elenco: Lex Barker, Virginia Huston, George Macready, Douglas Fowley, Glenn Anders, Dorothy Dandridge
Sinopse:
O famoso personagem Tarzan, criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs, surge em uma nova aventura onde precisa enfrentar um grupo de traficantes de armas na África selvagem, enquanto busca pacificar tribos rivais da região, pois estão em uma guerra brutal e violenta.
Comentários:
O ator Lex Barker (1919 -1973) foi um dos muitos que tentaram seguir em frente com o personagem Tarzan após a aposentadoria de Johnny Weissmuller no papel, numa grande série de filmes de sucesso. Não foi uma tarefa fácil. Barker não era tão carismático e nem tinha tanto apoio assim dos fãs de Tarzan na época. Ele vinha de uma série de aventuras de pequeno orçamento, filmes B. Ele tinha atuado em coisas como "Dick Tracy Contra o Monstro". Seu primeiro filme como Tarzan foi "Tarzan e a Montanha Secreta", seguido de "Tarzan e a Escrava", "Tarzan e a Fúria Selvagem", terminando com "Tarzan e a Mulher Diabo" em 1953. Nenhum desses filmes chegou a ser um grande sucesso de bilheteria. Apenas mantinham o personagem Tarzan em cartaz nos cinemas. Como se pode perceber Lex Barker não ficou muitos anos interpretando o herói das selvas, mas até que fez bastante filmes nesse período. De uma forma ou outra esse filme aqui ficou bem na média das produções na época. O estúdio RKO já não tinha mais tanto dinheiro para financiar filmes de Tarzan, por isso as produções eram bem mais modestas. Porém no quesito diversão e aventura os filmes ainda mantinham um certo padrão de qualidade, para a felicidade da garotada dos anos 50.
Pablo Aluísio.
Título Original: Tarzan's Peril
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Byron Haskin
Roteiro: Samuel Newman
Elenco: Lex Barker, Virginia Huston, George Macready, Douglas Fowley, Glenn Anders, Dorothy Dandridge
Sinopse:
O famoso personagem Tarzan, criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs, surge em uma nova aventura onde precisa enfrentar um grupo de traficantes de armas na África selvagem, enquanto busca pacificar tribos rivais da região, pois estão em uma guerra brutal e violenta.
Comentários:
O ator Lex Barker (1919 -1973) foi um dos muitos que tentaram seguir em frente com o personagem Tarzan após a aposentadoria de Johnny Weissmuller no papel, numa grande série de filmes de sucesso. Não foi uma tarefa fácil. Barker não era tão carismático e nem tinha tanto apoio assim dos fãs de Tarzan na época. Ele vinha de uma série de aventuras de pequeno orçamento, filmes B. Ele tinha atuado em coisas como "Dick Tracy Contra o Monstro". Seu primeiro filme como Tarzan foi "Tarzan e a Montanha Secreta", seguido de "Tarzan e a Escrava", "Tarzan e a Fúria Selvagem", terminando com "Tarzan e a Mulher Diabo" em 1953. Nenhum desses filmes chegou a ser um grande sucesso de bilheteria. Apenas mantinham o personagem Tarzan em cartaz nos cinemas. Como se pode perceber Lex Barker não ficou muitos anos interpretando o herói das selvas, mas até que fez bastante filmes nesse período. De uma forma ou outra esse filme aqui ficou bem na média das produções na época. O estúdio RKO já não tinha mais tanto dinheiro para financiar filmes de Tarzan, por isso as produções eram bem mais modestas. Porém no quesito diversão e aventura os filmes ainda mantinham um certo padrão de qualidade, para a felicidade da garotada dos anos 50.
Pablo Aluísio.
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