O primeiro single realmente do grupo foi esse "Love Me Do / P.S. I Love You", gravado e lançado em 1962 pela EMI. Na época os Beatles eram apenas quatro jovens desconhecidos que tentavam um lugar ao sol no concorrido mundo da música. Duas pessoas foram bem importantes nesse lançamento pioneiro. Primeiro Brian Epstein que lutou muito para que uma gravadora aceitasse seus jovens músicos. Era o empresário da banda. O outro nome que jamais pode ser deixado de lado foi o do produtor George Martin. Quando ele encontrou os Beatles pela primeira vez o som do grupo ainda estava muito cru e amador. Foi Martin quem sentou com eles para melhorar aquelas canções.
O resultado dessa união de talentos todos sabemos. Reza a lenda que a primeira vez que os Beatles tocaram "Love Me Do" para Martin ele não gostou muito do que ouviu. Era uma composição muito simples, que precisava de muito trabalho para melhorar. E desse trabalho conjunto finalmente chegaram em um bom resultado. Muitos anos depois John Lennon iria explicar que a canção foi inspirada na obra de Roy Orbison. Realmente o sentimento é bem parecido, evocando aquele tipo de sentimento mais juvenil de um amor romântico, embora Paul e John também tenham inserido ali, de forma praticamente camuflada, um pouco de picardia juvenil. No geral é um excelente trabalho, tanto de composição como de performance. É a página 1, do capítulo 1 da história da discografia dos Beatles tal como a conhecemos.
The Beatles - I Want to Hold Your Hand - Em fevereiro de 1964, há exatamente 50 anos, os Beatles, uma banda inglesa que poucos conheciam nos Estados Unidos chegou ao primeiro lugar da principal parada de sucessos americana, a Billboard, com o single "I Want To Hold Your Hand". Desde então o mundo musical jamais seria o mesmo. Nos anos seguintes os Beatles e outros conjuntos britânicos como os Rolling Stones tomariam de assalto todas as listas de mais vendidos, começando uma nova era que seria conhecida anos depois como "A Invasão Britânica"
I Want To Hold Your Hand (Lennon - McCartney) - Oh, yeah, I'll tell you something / I think you'll understand / When I say that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / Oh, please, say to me / You'll let me be your man / And, please, say to me / You'll let me hold your hand / Now let me hold your hand / I wanna hold your hand / And when I touch you I feel happy inside / It's such a feeling that my love / I can't hide, I can't hide, I can't hide / Yeah, you've got that something / I think you'll understand / When I'll say that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / And when I touch you I feel happy inside / It's such a feeling that my love / I can't hide, I can't hide, I can't hide / Yeah, you've got that something / I think you'll understand / When I'll feel that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand.
O Beatle George - Relendo algumas antigas entrevistas de John Lennon eu pude constatar como ele, Lennon, via seu colega de banda, George Harrison. Para quem não sabe foi Paul que trouxe George para os Beatles. Eles moravam perto em Liverpool e o fato de que ambos gostavam muito de música os aproximou. Quando Paul entrou para o grupo de John esse lhe perguntou se ele não tinha ninguém para entrar na banda, já que os antigos membros tinham ido embora. Paul então levou George para conhecer John. A questão era que Harrison não passava de um adolescente ou nas palavras de John, "Um fedelho".
Harrison tinha pouco mais de quinze anos de idade e isso era demais para John que já havia terminado o ensino médio e estava frequentando uma escola de arte na cidade, onde obviamente todos eram bem mais velhos, fumavam, bebiam e se envolviam em confusões pelos bares da cidade. John de certo modo teria vergonha de ser visto ao lado de um garoto como George, que mal havia saído debaixo das saias da mãe. No primeiro encontro, por essas e outras razões, John recusou George no que viria a se tornar no futuro os Beatles. Paul porém tinha suas próprias ideias sobre Harrison. Achava que ele tocava bem, muito mais aliás do que Stu, o grande amigo de John, que apenas fingia tocar baixo. Assim depois de muita insistência, meio constrangido e quase sem ninguém para tocar em seu grupo musical, John acabou colocando aquele garoto para dentro de seu conjunto.
Essa postura de certa insegurança e subordinação dentro dos Beatles acabou acompanhando George pelo resto da carreira. Só quando os Beatles estavam prestes a se separar é que George finalmente desabrochou como grande compositor e criador de belas músicas como "Something" e "Here Comes The Sun". Na parte do tempo ele apenas se mostrava dentro dos estúdios Abbey Road como um competente guitarrista solo do grupo. Numa das entrevistas John Lennon, chateado com a biografia que George havia escrito, desabafou dizendo: "George vivia me seguindo por aí, como um garotinho que segue seu ídolo. Assim quando ele escreveu seu livro pensei que ele iria reconhecer tudo isso, mas não, ele praticamente não falou da minha influência sobre ele! Eu tinha muito trabalho com as minhas músicas e as de Paul, mas sempre achei espaço para ajudar nas canções de George como Taxman. Nunca pedi reconhecimento, mas ele parece que esqueceu tudo o que eu fiz por ele!"
Excessos de zelo por parte de John Lennon? Certamente. O fato é que George Harrison seguiu seu próprio caminho na carreira solo, sempre com dois gênios à sombra, tentando se firmar como artista completo, longe de Lennon e McCartney. Não foi algo fácil de alcançar. Todos os seus álbuns acabavam sendo comparados com os de John e Paul, algo que o irritava profundamente. Isso também fez com que George mantivesse um relacionamento conturbado com a imprensa de um modo em geral. Sua esquiva de dar entrevistas ou colaborar com os jornalistas lhe trouxe uma fama de tímido e introspectivo, culminando com o título de "O Beatle Quieto", algo que nem sempre lhe agradou.
Os Instrumentos dos Beatles - Essa excelente foto dos Beatles capturou para sempre a época em que eles, ainda jovens, conquistaram o mercado americano com sua música. Nesse tempo cada membro do conjunto tocava um instrumento específico. Paul McCartney era o mais eclético de todos. Além de tocar baixo, seu instrumento básico dentro dos Beatles, Paul ainda tocava piano, violão, guitarra e quando preciso, bateria. Dá para se ter uma ideia de como ele era mesmo o multi instrumentista do quarteto de Liverpoo.
John Lennon, por outro, lado se concentrava em sua guitarra. Na capa do Please Please Me John era creditado como guitarrista líder, uma denominação de pouca importância. Na verdade ele tocava mesmo guitarra ritimica, ou seja, ele fazia a banda "pulsar" como ele afirmaria anos depois em uma entrevista. Raramente John tocava outros instrumentos, mas em várias ocasiões arriscava algumas notas no piano e órgão, esse último levado aos palcos algumas vezes (como no show do Shea Stadium).
George Harrison também era guitarrista, mas cabia a ele fazer os solos das canções. Era considerado por John um instrumentista bem talentoso nesse aspecto. Assim se você ouvir um belo solo nos primeiros discos dos Beatles saiba que é George o responsável por eles. Por fim Ringo Starr se responsabilizava não apenas pela bateria, mas também por qualquer outro instrumento de percussão. Se era precisa qualquer tipo de tambor nos discos dos Beatles, lá estava Ringo para providenciar esse tipo de som.
John Lennon 1965Foto tirada durante as filmagens de "Help" nos alpes. Como relembraria anos depois essa foi uma fase complicada na vida de John. Ele se sentia perdido, sem saber que rumo tomaria. Os Beatles, como grupo e como ideia, já não o atraía mais como antes. John pensava em tomar novos rumos em sua carreira como artista, mas ainda não sabia para onde ir. Ele tinha formação em artes, queria criar algo mais nesse sentido, porém os Beatles absorviam todo o seu tempo e toda a sua criatividade.
Também havia o problema das drogas. Em entrevista a uma revista americana durante os anos 70, John disse que os Beatles estavam usando muita droga nessa fase. "Mal tínhamos acordado e já estávamos fumando maconha. Na verdade o café da manhã dos Beatles era cocaína". Para Lennon todos estavam fora do controle, mas ele era o que mais parecia perdido. Engordando muito, usando muitas drogas, John confessou que a letra de "Help!" era bem coerente com o que ele estava passando na época. John estava literalmente pedindo socorro!
O Baixo de Paul McCartney
O primeiro instrumento musical da vida de Paul McCartney foi um piston dado por seu pai. Paul porém logo chegou na conclusão que até aprender a tocar o instrumento ele iria sofrer um bocado pois teria que passar por um período de endurecimento dos lábios. O pai de Paul tinha uma pequena banda de jazz. Não era algo profissional, mas sempre estavam se apresentando nos finais de semana em parques e pubs de Liverpool. Assim a música era algo tradicional dentro da família McCartney.
O Jazz porém era a música dos mais velhos. A moda entre os jovens era aprender violão e depois a guitarra. O rock americano estava nascendo e por essa razão o legal mesmo era ser guitarrista. Tocar rock! Paul não teve muitas dificuldades em aprender a tocar seu novo instrumento e com uma perseverança fora do normal se tornou um ótimo instrumentista. Nunca foi dos planos de Paul em se tornar o baixista dos Beatles. No começo ele era ao lado de John e George um dos guitarristas da banda. O problema é que Stuart Stutcliff, o baixista, simplesmente não sabia tocar direito. Assim quando ele foi embora sobrou para Paul tocar seu baixo Hoffner. E assim ele se tornou o baixista dos Beatles, muito embora fosse um ótimo guitarrista.
Pablo Aluísio.
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