Recentemente a EMI Odeon lançou uma edição comemorativa dos 40 anos do lançamento original do álbum clássico do Queen "News of the World". Dentro de um box muito caprichado o fã da banda inglesa encontra o disco de vinil que foi lançado na época, um álbum especial com muitas fotos e informações, posters, letras, pequenos brindes e os CDs, trazendo as músicas oficiais e vários takes alternativos. Um lançamento para fã nenhum colocar defeito. Um produto de resgate histórico realmente primoroso. Esse álbum pode ser considerado o primeiro disco realmente popular do grupo. Antes dele o Queen obviamente já era bem conhecido pelos fãs de rock, mas foi esse "News of the World" que o efetivamente colocou na seleta lista das maiores bandas de rock do mundo. O sucesso do disco inclusive fez com que o Queen fosse para os Estados Unidos para sua primeira grande turnê internacional.
E como convém a um disco com tantos títulos importantes a ostentar, esse também não poderia abrir sem um grande clássico do Queen. É a tal coisa, se você nunca ouviu "We Will Rock You" em sua vida provavelmente você não viveu no Planeta Terra nesses últimos quarenta anos. Até hoje a canção é onipresente, seja em estádios de futebol (na Inglaterra ela é ouvida em praticamente toda partida) até em peças publicitárias. Provavelmente seja uma das cinco músicas mais conhecidas da discografia do Queen. Impossível não reconhecer nos primeiros acordes. O que mais me causa admiração nessa faixa composta por Brian May é que ela inverte a ordem natural das coisas em uma música. Geralmente as músicas possuem uma introdução, duas ou três partes e o refrão, que é usado para grudar na mente do ouvinte. Com "We Will Rock You" isso não acontece. A música é praticamente um refrão que se repete e repete até o fim. Bom, funcionou e virou um clássico absoluto. Então provou que seu autor estava mais do que certo.
"We Are The Champions" é o outro grande sucesso desse álbum. Uma composição muito inspirada de Freddie Mercury, que diga-se de passagem sempre foi muito subestimado como compositor. Muitos louvam sua excelente performance de palco, suas apresentações memoráveis e também sua ótima capacidade vocal, já que é consenso em todos que ele foi um grande cantor. Porém quando se trata do Mercury escritor de boas músicas, isso é meio deixado de lado. Bom, qualquer um que escrevesse um hino como essa faixa seria plenamente reconhecido. Com Mercury nem sempre isso aconteceu. A música virou outro clássico esportivo, vamos colocar nesses termos. Sempre quando há premiações (principalmente no futebol europeu) o sistema de som dos grandes estádios não perdem a oportunidade de tocar esse grande sucesso do Queen. A música aliás se tornou muito maior do que o próprio disco que a lançou. A denominação hino é muito mais adequada para ela. Não é apenas um sucesso, mas sim um hino moderno, sempre relembrado e tocado em inúmeras ocasiões Absolutamente inesquecível.
Depois de duas faixas tão fortes e marcantes, o disco cai um pouco com "Sheer Heart Attack". Essa é uma composição de Roger Taylor. Apesar do ritmo acelerado e das boas guitarras ao fundo marcando toda a faixa, a música tem uma letra muito fraca e ruinzinha. Nem os arranjos salvam a canção de um incômodo sentimento de que tudo ficou datado e em certos aspectos quase ridículo. A parte vocal também não ajuda muito. Assim não tenho outra opinião. Essa é realmente a primeira canção fraca do disco.
Pablo Aluísio.
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