Voltando pela memória aos anos 80 me lembro que o grupo Queen, assim como Michael Jackson, sempre fazia bons clips e esses eram esperados pelos jovens da época. Basta lembrar do furismo retrô de "Radio Ga Ga" ou das piadas de "I Want To Break Free" que chocou o falso puritanismo dos americanos. Assim como havia acontecido nos discos anteriores o Queen também fez clips para essa álbum, mas de uma forma diferente. Eles colocaram tudo em animação. E não parou por aí, também colocaram suas versões em desenho animado na capa do disco. Eu não me recordo de nenhum outro grupo de rock fazendo a mesma coisa naqueles anos.
Esse disco foi lançado em 1986 e apresentava um agradável repertório que logo iria se destacar nas paradas, afinal se tratava do Queen, uma das bandas de rock mais populares dos anos 80. "One Vision" que abria o álbum chegava com efeitos sonoros e orquestra como fundo incidental. Logo um belo arranjo com guitarras quebrava o clima para deixar claro que aquilo era um disco de rock. Essa música foi um dos sucessos do disco, tocando muito nas rádios dos anos 80. O ponto forte vinha novamente para reforçar aquela vocalizção cheia de energia que iria tornar Freddie Mercury um dos grandes cantores da história do rock mundial.
A mùsica tìtulo do disco "A Kind of Magic" era também muito boa e inclusive lembrava muito a faixa anterior. Ambas tinham um toque de sucesso inigualável. São melodias praticamente iguais, um ouvinte distraíto poderia pensar estar ouvindo a mesma música. Outro hit dos anos 80 à prova de falhas. "One Year of Love" também fez um enorme sucesso. Veja bem, o disco já abria com três hits absolutos. Quem poderia imaginar algo assim nos dias de hoje? Pois é, o Queen tinha uma enorma vocação para conquistar sucessos radiofônicos, aquele tipo de hit que ficava na mente das pessoas por longos anos. Algo para poucos artistas. Ouça, se você viveu os anos 80 vai lembrar imediatamente dessa trilogia inicial de hits. Nessa balada destaco o belo solo de sax, um lindo instrumento, hoje em dia pouco utilizado, infelizmente."Pain Is So Close to Pleasure" foi outro sucesso na rádios de todo o mundo. Uma música bem diferente não apenas do álbum em si como também do repertório do Queen como um todo. Um som relaxante que me faz lembrar inclusive de antigas músicas dos anos 50 e 60, com ênfase na sonoridade da Motown. Perceba que até os vocais de apoio vão nessa direção. Uma daquelas músicas que você ouviu tocando nas rádios durante os anos 80 e nunca mais esqueceu. Bom momento do disco.
"Friends Will Be Friends" se destaca, entre coisas, pelos maravilhosos solos de guitarra que abrem a canção e que se repetem ao longo de toda a faixa. O refrão é tão pegajoso que gruda na sua mente de uma maneira absurda. É uma balada inesquecível do Queen, com ótimos arranjos e mais uma performance arrasadora de Mercury, aqui em seu auge, esbanjando saúde e talento. Que música linda! Essa realmente não se esquece nunca. Para guardar na memória e no coração. "Who Wants to Live Forever" começa quase como uma peça de ópera triste, com um antigo órgão ao fundo, mais parecendo algum tema do clássico "O Fantasma da Ópera". Depois vai crescendo aos poucos, em apoteose. Outro sucesso absoluto da história do Queen, sempre presente em coletâneas das melhores do Queen. Em termos de baladas tristes, sem dúvida está entre as melhores. Outro refrão que você nunca mais vai esquecer na vida. O arranjo de orquestra é maravilhoso. Aqui Mercury queria apenas o melhor que os estúdios podiam disponibilizar para o grupo. Ficou nota 10 a gravação. Simplesmente genial.
"Gimme the Prize (Kurgan's Theme)" é do filme "Highlander - O Guerreiro Imortal". Assim como o Pink Floyd havia feito no passado, o Queen também tinha ambições em escrever trilhas sonoras para filmes. Hollywood sempre havia sido um atrativo para qualquer banda inglesa da época. O resultado ficou muito bom, aliás o filme é muito bom. Claro, estou falando do primeiro, do original, depois "Highlander" iria virar uma série de filmes, cada um mais ruim do que outro. Minha opinião sobre "Don't Lose Your Head" não é das melhores. Não chegou a ser sucesso nos anos 80, talvez e principalmente por causa de seus defeitos. Acho que a música tem um refrão muito enjoativo. Tem um bonito solo de guitarra no meio da canção, muito bem tocada por sinal, mas é pouco. È uma daquelas faixas que parecem não ir para lugar nenhum, ficando quase sempre no "quase". Quase uma boa faixa, quase um sucesso na rádios. Só que não havia sido daquela vez.
"Princes of the Universe" começa com aquele tipo coro vocal que era uma das maiores características da discografia do Queen. Tem também uma guitarra poderosa, com um arranjo em marcação, passo a passo. Não fez também qualquer sucesso na época. Lembra alguns bons momentos do passado da banda e talvez esse seja o maior problema. É uma cópia do próprio Queen do passado, sem a mesma originalidade e potência. Acho uma canção fraca dentro de um disco tão bom, tão forte.
Pablo Aluísio.
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