A Rainha Anne da Inglaterra só esteve no trono por cinco anos (de 1702 a 1707) e foi considerada pelos historiadores como uma monarca fraca, que não deixou herdeiros e que era muito manipulável pelas pessoas próximas a ela. Durante seu reinado surgiram rumores e fofocas entre os empregados do palácio de que ela na verdade era lésbica e tinha um caso amoroso com uma condessa chamada Lady Sarah (Rachel Weisz). Esses boatos nunca foram confirmados completamente, mas servem de ponto central nesse novo filme, "A Favorita".
Nele encontramos a Rainha Anne (Olivia Colman) em seus últimos anos, já doente e decadente. Ela é uma mulher medrosa, carente e de pouca cultura, a ponto de não conseguir tomar nenhuma decisão importante e nem compreender direito os assuntos do Estado. Com uma personalidade tão fraca acaba sendo dominada por sua "favorita", a própria Lady Sarah que praticamente passa a reinar em seu lugar, tomando todas as decisões do império, desde o aumento de impostos, passando também pelas celebrações de paz e guerra com nações europeias. Sua posição de destaque começa a ser colocada em perigo quando surge uma nova empregada no palácio chamada Abigail (Emma Stone). Bonita e ambiciosa, começa a flertar com a Rainha, tentando seduzi-la. A partir daí começam todas as intrigas palacianas, bem típicas desse tipo de filme de época.
O roteiro explora bem o abismo que pode surgir em determinadas monarquias quando as pessoas erradas acabam subindo ao trono. O diretor Yorgos Lanthimos se destaca por não ter construído um filme de visual clássico. Ao invés disso propõe grandes planos panorâmicos, tentando aproveitar todo o rico cenário onde a história de passa. Isso é interessante por dar um grau de profundidade ao espectador, mas também distorce as imagens em alguns momentos, causando um certo desconforto visual. Outro aspecto cinematográfico digno de nota é que o diretor muitas vezes flerta com o absurdo, seja mostrando certas danças esquisitas, seja em diálogos que vão quase ao nonsense. No final somos apresentados a um filme muito interessante, embora não historicamente tão correto. É um dos mais lembrados para o próximo Oscar. Será que as previsões vão se confirmar? Veremos nas próximas semanas.
A Favorita (The Favourite, Inglaterra, Estados Unidos, Irlanda, 2018) Direção: Yorgos Lanthimos / Roteiro: Deborah Davis, Tony McNamara / Elenco: Olivia Colman, Emma Stone, Rachel Weisz, James Smith / Sinopse: Duas mulheres, a nobre Lady Sarah (Rachel Weisz) e a empregada do palácio Abigail (Emma Stone), disputam a atenção da lésbica Rainha Anne (Olivia Colman). Poder e ambição se juntam na privacidade do trono inglês. Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Olivia Colman).
Pablo Aluísio.
A Favorita
ResponderExcluirNota: 7.8
Pablo Aluísio.
Eh Pablo: lá vem os apostolos do gayzismo fazendo apologia e proselitismo a sua causa. Sempre querendo levar mais um para a "irmandade". Gente insuportável.
ResponderExcluirNo caso do roteiro desse filme temos uma hipótese histórica não comprovada de que a Rainha era lésbica, tudo tratado como fato verdadeiro.
ResponderExcluirPois é; são sempre assim.
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