Título no Brasil: Sublime Obsessão
Título Original: Magnificent Obsession
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Douglas Sirk
Roteiro: Lloyd C. Douglas, Robert Blees
Elenco: Jane Wyman, Rock Hudson, Agnes Moorehead, Otto Kruger, Barbara Rush, Gregg Palmer
Sinopse:
Bob Merrick (Rock Hudson) é um playboy milionário despreocupado com a vida que só pensa em se divertir ao lado de seus amigos e mulheres deslumbrantes. A vida mais parece uma festa para ele. Durante uma de suas extravagantes diversões ele acaba causando um sério acidente que faz uma vítima inesperada. A vida da pobre mulher praticamente acaba por causa das sequelas do ocorrido. Para compensar sua culpa e tentar restaurar a saúde dela, Bob decide estudar, entrando numa faculdade de medicina. Uma vez formado se torna um especialista que tentará de tudo para curá-la. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Jane Wyman).
Comentários:
O filme é um drama tipicamente dos anos 1950. Sob um ponto de vista atual o espectador provavelmente achará tudo muito melodramático e pesado, sem nenhum traço de qualquer tipo de fina ironia ou suavidade. O argumento assim não relativiza para o espectador, mantendo tudo em um nível bem dramático. Essa característica porém não pode ser vista como algo negativo. Na verdade o cineasta Douglas Sirk era um mestre nesse tipo de enredo (cujo roteiro foi baseado em um livro muito popular na época, escrito pelo romancista Lloyd C. Douglas). Ele foi subestimado em vida, porém ultimamente sua obra tem sido objeto de intensa revisão nos Estados Unidos, onde seu prestígio só cresceu com o passar dos anos. Além de talentoso diretor também era muito eficiente para revelar grandes estrelas. Foi o que aconteceu com o ainda pouco conhecido Rock Hudson. Esse foi o filme que o transformou definitivamente em um astro. Fez grande sucesso de bilheteria e mostrou para a Universal que ele tinha capacidade de atrair o público aos cinemas. O mais curioso é que ele só foi escalado porque a Universal estava com problemas financeiros e não tinha dinheiro para contratar um ator do primeiro time de Hollywood, assim teve que se contentar com a chamada "prata da casa" (Hudson era ator contratado da Universal, foi treinado e feito dentro do próprio estúdio, tudo ao estilo do antigo "Star System").
Devo dizer que a atuação de Rock no filme é apenas mediana. Ele, nessa época, ainda não era um grande ator, mas simplesmente um galã, que se saía muito melhor em filmes mais leves como as comédias românticas que rodou ao lado de Doris Day. Aqui, principalmente nas cenas mais tensas, faltou um pouco mais de talento e experiência. Já a atriz Jane Wyman (primeira esposa do presidente Ronald Reagan) também não surpreende muito, embora grande parte da carga dramática possa lhe ser creditada (ela literalmente segura o filme nas costas em vários momentos). Confesso que esperava mais de sua interpretação pelo fato dela ter sido indicada ao Oscar. Na maioria das cenas ela se limita a fazer o papel de uma personagem muito piedosa e também sofrida. Apesar da dupla central não estar à altura do que o roteiro exige, o filme não deixa de ser interessante. Para falar a verdade é bem didático assistir filmes antigos assim pois nos anos 1950 ainda era possível realizar produções como essa, sem nenhum traço do cinismo que hoje impera na sociedade. Se você gosta da cultura vintage fique à vontade para curtir "Sublime Obsessão" em toda a sua plenitude.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirPablo Aluísio.