terça-feira, 6 de novembro de 2007

Fuga de Sobibor

A primeira vez que assisti "Fuga de Sobibor" foi na TV aberta, durante os anos 80. Na realidade essa é uma minissérie que de tempos em tempos era reprisada pelo SBT. Depois acabou sendo lançada no mercado de vídeo (ainda nos tempos do VHS) como filme, com nova edição e montagem. Sempre considerei um grande filme de guerra, principalmente por mostrar a luta dos prisioneiros nesse campo de extermínio nazista. Eu me recordei dessa produção ao ler alguns trechos da biografia do líder nazista Heinrich Luitpold Himmler.

Em determinado momento da guerra ele chegou na conclusão de que campos de concentração como Auschwitz não davam mais certo. Essa coisa de manter uma multidão de prisioneiros judeus estava custando muito caro para os cofres da Alemanha nazista. Assim criou-se o conceito de campos menores como Sobibor. Praticamente não passavam de paradas de trens com câmaras de gás. Os prisioneiros desciam dos trens e eram selecionados. Homens com capacidade de trabalho eram poupados da morte. Mulheres, crianças e idosos eram exterminados imediatamente. Não havia comida e nem instalações para todas essas pessoas. Assim dentro de uma mentalidade de barbárie absoluta os judeus eram enviados diretamente para as câmaras de gás para morte imediata.

No fim do filme descobrimos que Sobibor foi destruída em parte antes do fim da guerra. Era um crime contra a humanidade sem precedentes. Himmler mandou destruir as câmaras de gás, colocando no mesmo lugar uma floresta de pinheiros. Não adiantou esconder seus crimes de guerra porque nesse local houve uma das mais bem sucedidas fugas em massa da história (algo que é a base do roteiro do filme). Mais de 300 prisioneiros ganharam a liberdade, depois de um bem sucedido plano de matar os oficiais da SS, para que os soldados ucranianos do campo ficassem sem comando, levando os prisioneiros a fugirem pelo próprio portão da frente da prisão! O testemunho desses prisioneiros provou o que havia acontecido em Sobibor. Os nazistas não conseguiram apagar isso da história.

Acredito que um filme como esse tem uma importância vital pois nos últimos anos surgiram vários autores revisionistas da história negando inclusive a existência dessas câmeras de gás, como essas que existiam em Sobibor. Essas pessoas - algumas até historiadores com diploma - prestam um grande mal para a história em geral. Ao negarem esse passado tenebroso corre-se o risco de repeti-lo. As novas gerações, tão afundadas em sua busca pelo hedonismo completo, correm o risco de não conhecerem os horrores do holocausto. Por isso um filme como "Fuga de Sobibor" deveria ser exibido em escolas e instituições de ensino. É uma lição de história para nunca mais se esquecer.

Pablo Aluísio.

10 comentários:

  1. O que é imperdoável é que esse Kaiser monstro criminoso hediondo, o Hitler, não era um nobre insensível as mazelas das camadas sociais indefesas, mas um político filiado ao Partido Trabalhista Alemão, ou seja, do proletariado! Se alguém pensou em coincidências brasileiras...

    ResponderExcluir
  2. Basta ler o programa do partido nazista para entender que não são meras semelhanças. Subiu ao poder com aquele velho discursinho populista que o povo brasileiro conhece muito bem...

    ResponderExcluir
  3. Off topic: ahh Pablo, acabei de assistir ao primeiro episódio da série Sun Records. Gostei, o problema é que o único motivo de eu saber que essa gravadora existe, ou existiu, e pelo fato dela ter descoberto e gravado o Elvis pela primeira vez.
    Fica difícil você ter que aguentar as outras historias (Johnny Cash, Carl Perkins, Jerry Lee Lewis, etc.) que pra mim não interessam em nada e então eu fico numa ansiedade doida para que o Elvis apareça; e ele aparece desde a primeira cena, mas cada vez que ele se vai o serie fica sem graça e lenta, talvez pela minha ansiedade.
    O ator que faz o Sam Phillips é bom, a secretária Marion é muito boa, (também neste sentido), o ator que faz o Coronel é bom e aí chegamos ao Elvis. Precisa falar que o ator deixa a desejar na semelhança? Mas pelo menos os trejeitos do Elvis estão lá e de forma sutil sem parecer uma caricatura (o que é surpreendente) e a voz falada do ator é bem parecida com a do Elvis, em ritmo, timbre e tudo mais. O ator canta na série e eu não consegui saber se é dublagem, mas se não for também é muito bom.
    O difícil vai ser acompanhar episódio por episodio de 45 minutos mais ou menos com essa ansiedade para ver o Elvis surgir como o gênio que o Sam tanto procura. Imagina se não vão levar isso pra quinta temporada com é normal nas series dos últimos tempos.
    Se você não for portador dessas minha psicoses supracitadas é um programa muito bom, confira, você vai gostar.

    ResponderExcluir
  4. Desculpe, agora que vi que em vez de um comentário da serie Sun Records eu fiz quase um post.

    ResponderExcluir
  5. Depois de anos e anos assistindo filmes e séries ruins sobre a vida de Elvis Presley acabei criando uma aversão natural a esse tipo de produção. Tudo é tão fraco, ruim, caricato que bate aquela má vontade enorme de encarar outra dessas coisas pela frente. Nem o filme do Elvis e Nixon consegui ver ainda. Depois que vi a foto do ator fazendo Elvis fiquei ainda mais sem vontade. Parece que não acertam uma! rsrsrs

    ResponderExcluir
  6. Não meu caro, não tenha preconceito neste caso, experimente, depois abandone, se achar por bem.

    ResponderExcluir
  7. Ok, darei um voto de confiança por causa de sua recomendação. Verei, assim que tiver oportunidade.

    ResponderExcluir
  8. Segue link:

    http://www.megaseriesonline.com/assistir-serie-sun-records-todas-as-temporadas.html

    ResponderExcluir
  9. A realidade da fuga de é muito triste.

    ResponderExcluir