sábado, 17 de novembro de 2007

Charlton Heston

O primeiro filme da carreira de Charlton Heston foi realizado quando ele era apenas um adolescente. O filme se chamava "Peer Gynt" e contava a história do rebelde protagonista (interpretado por Heston), um jovem indomável que era praticamente banido de seu vilarejo por causa de seu temperamento fora do comum. Assim ele acabava indo para a floresta, viver no meio da natureza. Duas coisas chamavam bastante a atenção nesse primeiro filme do ator: sua juventude (ele era praticamente um menino alto e magricela) e a direção de David Bradley, que na época tinha apenas 21 anos de idade. É uma produção praticamente amadora, muito rara de se encontrar hoje em dia para se assistir.

Embora Heston sempre lembrasse desse primeiro filme com carinho, ele considerava que seu primeiro trabalho de verdade como ator havia sido "Julius Caesar" de 1950. O filme era uma versão para o cinema da famosa peça teatral escrita por William Shakespeare. Heston só ganhou o papel de Marco Antônio porque a direção foi entregue ao seu amigo David Bradley com quem havia trabalhado em "Peer Gynt". Produzido pelo estúdio Avon, esse filme não foi uma grande produção em termos técnicos, pois não contava com um orçamento generoso. Pelo contrário, foi algo bem mais modesto, onde o elenco se esforçou ao dobro para compensar a falta de maiores recursos. Embora fosse ainda inexperiente, Charlton Heston se saiu muito bem, ganhando os primeiros elogios na carreira. Foi um prenúncio de sua vitoriosa carreira em filmes épicos, principalmente passados no mundo antigo, da Roma clássica dos tempos de Júlio César. Ele sempre fotografava muito bem em trajes do império romano.

Nesse mesmo ano de 1950 o ator fez uma rara participação em uma série de TV. Chamada "The Clock", era um programa semanal que adaptava histórias de terror e suspense da rádio ABC, agora adaptadas para a televisão. Tudo filmado em Nova Iorque, fez com que Heston ganhasse ainda mais experiência, principalmente pelo fato dos episódios muitas vezes serem encenados ao vivo, onde não havia espaço para o erro. Muitos dos episódios dessa série em que Heston atuou se perderam, por causa da precariedade técnica da época. Mesmo assim alguns resistiram ao tempo e foram lançados em uma coleção especial em DVD nos Estados Unidos. Uma peça de colecionador.

Embora tenha sido algo interessante trabalhar na televisão, o ator queria despontar mesmo no cinema. Assim voltou para Hollywood para atuar no filme noir "Cidade Negra". Esse filme foi produzido por Hal Wallis para a Paramount Pictures. Esse produtor foi muito importante na carreira de Charlton Heston pois iria produzir alguns dos maiores filmes de sua carreira nos anos seguintes. "Dark City" era um típico noir da época, com detetives, jogadores desonestos de poker e mulheres fatais. Todo filmado usado técnicas de luz e sombras, ainda hoje chama a atenção por sua fotografia que é muito bem realizada. Dirigido por William Dieterle e tendo no elenco ótimos profissionais como Lizabeth Scott e Viveca Lindfors, foi sem dúvida o primeiro filme de Heston considerado muito bom pelos críticos. Ajudou ainda mais a abrir os caminhos para ele em Hollywood.

Pablo Aluísio.

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