sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Perdido em Londres

Título no Brasil: Perdido em Londres
Título Original: Lost in London
Ano de Lançamento: 2017
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: Pixoloid Studios
Direção: Woody Harrelson
Roteiro: Woody Harrelson
Elenco: Woody Harrelson, Owen Wilson, Daniel Radcliffe, Naomi Battrick, Louisa Harland, Martin McCann

Sinopse:
Woody Harrelson, um ator meio decadente de Hollywood, vai até Londres para atuar numa peça de teatro. Não faz sucesso, se apresentando para um teatro quase vazio. Depois de mais uma apresentação, ele sai para curtir a noite ao lado de um milionário do Oriente Médio. Tudo vai bem até descobrir que os tablóides ingleses estão publicando sobre sua infidelidade, o que colocará seu casamento em risco. 

Comentários:
Nesse filme o ator Woody Harrelson interpreta... Woody Harrelson! Pois é, se o John Malkovich interpretou John Malkovich em "Quero ser John Malkovich" por que o Woody Harrelson não poderia fazer o mesmo? De qualquer forma esse exercício de metalinguagem não se propõe a ser um cult movie ou tem maiores pretensões como o citado filme com Malkovich. Aqui a intenção é apenas divertir mesmo, tirar um sorriso do espectador. É um projeto bem pessoal do ator Harrelson que aqui não apenas interpreta a si mesmo como também dirige, escreve o roteiro e exerce a produção. Como se pode perceber é um filme para quem aprecia seu trabalho no cinema. Não diria que é um filme ruim, mas apenas comum. Nada hilariante, mas que agrada pelo seu bom humor. E isso fica bem evidente quando ele encontra Owen Wilson na balada londrina. No começo eles se tratam como melhores amigos, para logo depois surgir um monte de ofensas entre eles. E os atores acabam usando seus filmes ruins para ofender. Confesso que ficou bem divertida a cena. Um dos bons momentos desse filme que no geral apenas diverte um pouco, sendo bem esquecível com o tempo. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Camaleões

Camaleões
Uma jovem e bela corretora de imóveis é brutalmente assassinada. Para investigar sua morte o departamento de polícia envia o detetive Tom Nichols (Benicio Del Toro) que passa a procurar pela identidade do assassino. Não demora muito e seu foco de investigação passa a ser o ex-marido dela. É praxe em casos como esse as investigações terem como alvos homens com quem a vítima se relacionou no passado. E o ex-marido dela parece estar dentro do perfil para esse tipo de crime. Ele nunca aceitou o fim do relacionamento, tem histórico de problemas mentais e ficha policial corrida. Mais do que isso, esteve perto da cena do crime no dia em que tudo aconteceu. Entretanto é bom ficar atento, nem sempre o mais óbvio é a solução para crimes desse tipo. 

Bom filme. Não diria que é excepcional, mas cumpre bem sua proposta. Vivemos em um tempo de safra de filmes tão fracos que até mesmo um filme policial mediano como esse acaba se destacando. O título original faz menção àquele tipo de pessoa que se faz passar por quem não é. Desconfie dos muito bonzinhos, cheios de boas intenções. O tal "coração puro" e o "cara legal" podem esconder o mais sórdido dos assassinos. Esse é o perfil camaleão da criminologia. Lobo em pele de cordeiro, tão facilmente usado por psicopatas de todos os tipos. Assim não vá cair nas soluções fáceis para esse assassinato. Tem coisa muito pior por trás e pessoas que inicialmente estariam acima de qualquer suspeita se revelam completamente comprometidos com esse crime. 

Camaleões (Reptile, Estados Unidos, 2023) Direção: Grant Singer / Roteiro: Grant Singer, Benjamin Brewer, Benicio Del Toro / Elenco: Benicio Del Toro, Justin Timberlake, Alicia Silverstone, Eric Bogosian / Sinopse: Um caso de assassinato que inicialmente parece banal, envolvendo o ex-marido da vítima, cria desdobramentos impensáveis para um policial veterano da Nova Inglaterra. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Unabomber - Suas próprias palavras

Título no Brasil: Unabomber - Suas próprias palavras
Título Original: Unabomber: In His Own Words
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Mick Grogan
Roteiro: Mick Grogan
Elenco: Ted Kaczynski, David Kaczynski, Peter Vronsky

Sinopse:
O criminoso que passou a se chamar Unabomber espalhou terror e morte nos anos 80. Ele enviava artefatos explosivos pelos serviços postais. Seus alvos eram pessoas que em sua visão estavam destruindo a humanidade por causa de avanços tecnológicos. Esse documentário conta a história desses crimes pela voz do próprio terrorista. 

Comentários:
Eu costumo dizer que a genialidade é uma espécie de loucura. Veja o caso desse Unabomber. Ted Kaczynski era tão inteligente que entrou na prestigiada universidade de Harvard com idade abaixo do que era esperado. Logo se destacou, se tornando após sua formação, um professor respeitado de matemática. Só que em determinado momento de sua vida ele largou tudo, emprego, status, dinheiro, para ir morar isolado numa cabana no meio do nada. E de lá passou a construir bombas que enviava pelos correios. Completamente surtado, começou a divulgar sua visão de mundo, onde afirmava que a tecnologia iria destruir a humanidade. Por isso seus alvos preferenciais eram estudiosos e cientistas. Acabou caindo quando seu próprio irmão o denunciou para o FBI. Após um jornal publicar um de seus textos, o irmão reconheceu as ideias e o jeito de escrever dele. Foi o fim desse criminoso. Ele morreria na prisão. Eu acompanhei esse caso na época pois foi um frisson na mídia. O gênio louco que passou a matar outros gênios! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

A Morte de Gary Cooper

A Morte de Gary Cooper 
Um dos primeiros grandes cowboys da história do cinema a morrer precocemente foi o astro Gary Cooper. Diagnosticado com um câncer agressivo o ator faleceu em maio de 1961, poucos dias após seu aniversário de 60 anos. Cooper foi um ídolo como poucos. Tinha uma legião de fãs que transformava cada um de seus filmes em sucessos de bilheteria. Embora tenha atuado nos mais diversos gêneros cinematográficos ele ficou imortalizado mesmo nos filmes de western. Seu xerife íntegro e bravo em "Matar ou Morrer" se tornou um ícone imortal.

Sua estampa de colonizador do velho oeste americano foi a porta de entrada para sua carreira no cinema. Alto e com a imagem certa ele encontrou no western o nicho ideal para se tornar um dos mais populares astros das telas. Quando foi internado em 1961 a imprensa parou para acompanhar. Como um cowboy como aquele, imbatível nos duelos exibidos nas telas de cinema, poderia ter um fim tão inesperado? Os fãs ficaram apreensivos...

Infelizmente, assim como o cowboy do comercial de Marlboro, Cooper também foi uma vítima do fumo. Ele era um fumante inveterado e isso naqueles anos distantes era apenas parte do charme de ser um cowboy da sétima arte. O que deixou Hollywood surpresa foi a rapidez em que tudo aconteceu. Cooper sentiu algumas dores em volta do pescoço e depois dificuldades para respirar. Internado para exames, que foram encarados como de rotina, o ator descobriu que tinha uma grave doença. Era um câncer no pulmão. Não sabia que em poucas semanas estaria morto. Ele recebeu a visita do amigo e colega John Wayne no hospital e ele foi um dos poucos a saber o que realmente estava acontecendo. Por uma ironia do destino o próprio Wayne também morreria da mesma doença alguns anos depois. Assim como Cooper, Wayne não largava o cigarro.

Um dos últimos grandes faroestes dos anos 50 foi estrelado por Cooper. "A Árvore dos Enforcados" foi sua despedida do gênero que o consagrou. Após filmar a última cena, montado em um cavalo, o ator confidenciou ao amigo e colega Karl Malden que já estava ficando velho demais para cenas como aquela. Logo Cooper, que havia sido dublê de cenas de faroeste quando era jovem. As dores nas costas porém tornavam o trabalho árduo demais para aquele velho cowboy. Já eram sintomas da doença que se espalhava por seu corpo, sem que Cooper nem ao menos desconfiasse disso. Ele achava que as dores que sentia eram decorrentes de sua grande altura. Pessoas altas geralmente sofrem esse tipo de incômodo quando a idade vai chegando. Pelo menos assim pensava o ator. E justamente por pensar dessa forma que Cooper demorou para procurar ajuda médica. Ele acreditava que o mal estar passaria após alguns dias de descanso. Não foi o que aconteceu.

Cooper seria homenageado pela Academia naquele mesmo ano. Infelizmente como estava muito doente não conseguiu comparecer ao Oscar, pedindo a James Stewart que fosse em seu lugar, o representando. Era um reconhecimento pelo conjunto da obra, por sua maravilhosa filmografia. Poucos dias depois dessa cerimônia Cooper faleceu. Ele pediu que seu funeral fosse discreto pois essa sempre foi uma das grandes características de seu jeito de ser. Tudo foi feito sem grande alarde. A imprensa respeitando o momento ficou a uma distância segura e respeitosa de parentes e amigos. E assim o ator foi sepultado em um discreto e bucólico cemitério no condado de Suffolk. Algo muito adequado para uma lenda do western americano como ele.

Pablo Aluísio.

Scorpio

Título no Brasil: Scorpio
Título Original: Scorpio
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: The Mirisch Corporation
Direção: Michael Winner
Roteiro: David W. Rintels, Gerald Wilson
Elenco: Burt Lancaster, Alain Delon, Paul Scofield

Sinopse:
Jean Laurier (Alain Delon) é um assassino que passa a planejar seu próximo serviço. E seu alvo agora é um veterano agente da CIA chamado Cross (Burt Lancaster). Há suspeitas dentro da agência de inteligência de que ele estaria repassando informações secretas para os russos em plena guerra fria. 

Comentários:
Alain Delon já era um dos nomes mais famosos e populares do cinema europeu quando foi aos Estados Unidos contracenar com o veterano astro da velha Hollywood Burt Lancaster. O resultado ficou muito bom como bem podemos conferir nesse filme de espionagem. Só que Delon tinha mesmo alguns problemas com a língua inglesa, algo que também aconteceu com Brigitte Bardot e que de certa maneira o impediu de ter uma carreira mais consistente dentro da indústria cinematográfica norte-americana. Ainda assim temos aqui certamente um bom filme, com roteiro bem escrito e trama cheia de surpresas e reviravoltas, como era de se esperar de um filme desse estilo. Pouco lembrado nos dias atuais, Scorpio é uma boa amostra desse gênero cinematográfico sempre relevante. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

O Circo

Título no Brasil: O Circo
Título Original: The Circus
Ano de Lançamento: 1928
País: Estados Unidos
Estúdio: Charles Chaplin Productions
Direção: Charles Chaplin 
Roteiro: Charles Chaplin 
Elenco: Charles Chaplin, Al Ernest Garcia, Merna Kennedy, George Davis, Henry Bergman, Tiny Sandford

Sinopse:
O adorável vagabundo Carlitos (Charles Chaplin) é confundido com um criminoso. Para fugir ele acaba entrando em um circo onde passa a trabalhar em diversas funções. Não demora muito e logo chama a atenção se tornando popular como o mais querido palhaço do picadeiro. 

Comentários:
Chaplin teve a inspiração para escrever o roteiro desse filme após levar seus filhos ao circo. Ele sempre dizia que a arte circense era a mais pura e bela das tradições artísticas. Inicialmente Chaplin quis homenagear a figura do palhaço, mas depois chegou na conclusão que um circo trazia inúmeros possibilidades de desenvolver sequências de humor com seu personagem Carlitos. Na vida pessoal Chaplin vinha enfrentando diversos problemas, principalmente no custoso divórcio de Lita Grey. Ela acabou vencendo Chaplin nos tribunais e levou grande parte de sua fortuna.  De qualquer forma, o filme não foi prejudicado no resultado final. Aqui Chaplin buscou apenas divertir seu público, sem o uso de suas mensagens sociais que tanto enriqueceram seus outros clássicos na época. "O Circo" assim é exatamente isso, uma boa comédia, cheia de gags divertidas. Nesse aspecto o filme não decepcionou o público de Charles Chaplin quando chegou aos cinemas. O público queria rir no cinema e Chaplin proporcionou exatamente isso a todos que pagaram um ingresso. 

Pablo Aluísio.

Alexander Nevski

No século XIII, mais precisamente em 1242, a Rússia - que ainda se chamava Replública da Novogardia - é invadida de forma brutal pelos cavaleiros teutônicos. O clássico soviético "Alexander Nevski" do diretor, Serguei Eisenstein, discorre sobre a histórica reação do deprimido príncipe Alexander Nevski que, num misto de bravura e patriotismo, conclama o povo russo às armas para expulsar os invasores germânicos (teutônicos), na batalha que historicamente ficou conhecida como a Batalha do Neva. O longa, não só marca o retorno do diretor russo à realização de filmes após dez anos de inatividade por motivos políticos, como também torna-se o primeiro filme sonoro de Eisenstein. O ano de sua produção em 1938 - ano em que as nuvens negras do nazismo pairavam fortemente sobre a Europa - não foi coincidência. Eisenstein usou o filme de forma proposital como um libelo diante das escaramuças de Hitler.

Alexander Nevski foi o primeiro filme sonoro de Einsestein, que teve a colaboração de ouro do compositor e amigo russo, Sergei Prokofiev, sem dúvida, um fato raro de acontecer naquela época no meio cinematográfico. Prokofiev compôs sua trilha sonora baseada nas esboços e planos de tomadas do diretor, e Einsestein cortou o último movimento da fita para sincronizar movimento e som. Um dos mais notáveis exemplos da criatividade visual de Einsestein é a famosa cena da Batalha no Gelo. Filmado no alto verão russo, a cena foi inteiramente fabricada: filtros de lentes especiais foram usados, além disso, gelo e neve foram criados com vidro derretido, giz e sal. Um clássico em preto e branco histórico e imperdível.

Cavaleiros de Ferro (Aleksandr Nevskiy, Rússia, 1938) Direção: Sergei M. Eisenstein, Dmitriy Vasilev / Roteiro: Sergei M. Eisenstein, Pyotr Pavlenko / Elenco: Nikolay Cherkasov, Nikol Okhlopkov,  Andrei Abrikosov / Sinopse: O filme conta a história de um  herói da história russa, um príncipe que lutou contra invasores de sua nação no século XIII. Um dos filmes mais celebrados da história do cinema russo em todos os tempos. 

Telmo Vilela.

domingo, 8 de outubro de 2023

Brincando de Seduzir

Título no Brasil: Brincando de Seduzir
Título Original: Beautiful Girls
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Ted Demme
Roteiro: Scott Rosenberg
Elenco: Timothy Hutton, Matt Dillon, Natalie Portman, Mira Sorvino, Rosie O'Donnell, Uma Thurman

Sinopse:
O pianista de jazz Willie Conway (Hutton), residente em Nova York, volta para sua pequena cidade natal, Knights Ridge, em Massachusetts, para uma reunião do ensino médio. A viagem serve tanto para ir ao reencontro aos seus parentes como também para rever seus velhos amigos e amores dos tempos de colégio. É também uma oportunidade única de resolver velhos problemas que ficaram no passado. 

Comentários:
Filme muito legal que capta bem aquele período da vida das pessoas quando os seus planos sobre o futuro não estão dando muito certo e eles precisam rever seus velhos conceitos, analisar novamente suas próprias vidas. O protagonista do filme retorna para sua cidade natal depois de alguns anos tentando uma carreira de pianista em Nova Iorque. Ele basicamente vive de se apresentar em bares pela cidade, algo muito longe de seu antigo sonho de ser um pianista clássico se apresentando em prestigiadas casas de concertos. A cruel realidade é que sua vida não deu muito certo. De volta ao antigo lar, ele reencontra os velhos amigos e antigas paixões dos tempos do ensino médio. A maioria dessas pessoas nunca saiu da cidadezinha onde sempre moraram. Então fica a dúvida, ele deve desistir dos seus sonhos de músico para retomar um velho romance ou voltar para Nova Iorque e tentar mais uma vez dar certo como pianista? Filme muito bom, leve, com um elenco ótimo, com todos ainda bem jovens e bonitos, esbanjando carisma em cena. Enfim, um otimo programa para um fim de noite nostálgico dos anos 90. 

Pablo Aluísio.