quinta-feira, 4 de maio de 2023

Ninho do Terror

Título no Brasil: Ninho do Terror
Título Original: The Nest
Ano de Lançamento: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Concorde Pictures
Direção: Terence H. Winkless
Roteiro: Robert King, Eli Cantor
Elenco: Robert Lansing, Lisa Langlois, Franc Luz, Stephen Davies, Jack Collins, Nancy Morgan

Sinopse:
Pequena cidade do interior dos Estados Unidos sofre com uma infestação de pragas e é invadida por baratas que espalham o terror entre os moradores da região. Os insetos são fruto de uma experiência genética e destroem tudo o que encontram pela frente. 

Comentários:
Você é uma daquelas pessoas que odeiam baratas, aqueles insetos pretos e asquerosos que invadem as casas vindos dos ralos de esgoto? Ora, então esse é o seu filme, para sofrer muito e ter pesadelos à noite. Nos anos 80 com a popularidade das locadoras de vídeos VHS a produção dos filmes de terror teve um boom como nunca se viu antes. Qualquer roteiro ganhava aprovação de produtores porque mesmo que o filme não rendesse nada nos cinemas, ele certamente iria gerar lucros no mercado de vídeo. Esse filme aqui veio nessa onda. É uma produção barata sobre baratas (gostou do trocadilho infame?). Muito curioso de se ver hoje em dia para entender que nos anos 80 não havia preocupação com o politicamente correto. Para assustar valia de tudo, até ter baratas voadoras gigantes atacando os mais pacatos cidadãos. Em tempo: esse filme iria inspirar o diretor Guilhermo Del Toro anos depois em seu filme "Mutação".

Pablo Aluísio.

Depois do Fim do Mundo

Título no Brasil: Depois do Fim do Mundo
Título Original: DEFCON-4
Ano de Lançamento: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Paul Donovan, Digby Cook
Roteiro: Paul Donovan
Elenco: Lenore Zann, Maury Chaykin, Kate Lynch, Tim Choate, Florence Paterson, Alan MacGillivray

Sinopse:
Três astronautas que orbitam a Terra assistem impotentes à erupção da Terceira Guerra Mundial. Depois de fazer um pouso forçado de emergência, um dos astronautas fica inconsciente enquanto outro é arrastado para fora da nave. Agora vão ter que sobreviver em um planeta devastado pela guerra nuclear. 

Comentários:
Eu ainda me lembro de ver esse filme pegando poeiroa nas locadoras durante a década de 80. Era um dos muitos filmes da época que procuravam seguir os passos de Mad Max. Pois é, aquele filme australiano estrelado por Mel Gibson fez mesmo escola, dando origem a dezenas de produções que iam pelo mesmo caminho, partiam sempre da mesma premissa, de um mundo destruído por uma grande guerra nuclear, o tal mundo pós-apocalíptico. Esse aqui começa até bem. A primeira meia hora do filme foi bem elogiada, só que os roteiristas deixaram a criatividade nessa parte inicial do filme. Depois sucumbiram à preguiça, fazendo com que o filme se revelasse bem genérico e sem novidades. Pena, pois foi uma boa ideia desperdiçada. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Elvis e a Balada Sangrenta

Elvis e a Balada Sangrenta
Sempre muito elogiado, o último filme de Elvis nos anos 50, o famoso King Creole (Balada Sangrenta, no Brasil) merece algumas reflexões adicionais. Não nego que seja um filme muito bom, entretanto afirmar que estaria no mesmo patamar de alguns filmes de Marlon Brando ou até mesmo do ídolo de Elvis, James Dean, já me soa um pouco exagerado. 

Perceba que inicialmente foi um roteiro escrito justamente para os dois rebeldes máximos de Hollywood naquela década. Só que Brando recusou o papel afirmando que já tinha passado da idade (e ele tinha razão sobre isso) e James Dean, que parecia condenado logo no começo de sua carreira a interpretar jovens encucados e confusos, morreu antes de aceitar o papel. Assim o roteiro ficou órfão e a Paramount Pictures entendeu que Elvis poderia ser uma boa opção. O roqueiro rebolador de cabelos de brilhantina poderia salvar aquele projeto. 

Não me entenda mal, acredito que Elvis não se saiu mal, mas vamos falar a verdade dos fatos, ele novamente foi salvo por sua música. Se o filme fosse inteiramente dramático, como originalmente foi concebido, penso que Elvis estaria em apuros. Ele não era ator profissional, apenas enganava bem e tinha boa presença de cena, mas na real não era Marlon Brando e nem James Dean. Havia um Actors Studio de distância entre eles! 

Além disso o filme, apesar de seus inegáveis méritos artísticos, não foge muito da fórmula dos chamados filmes de Elvis. O que isso quer dizer? Bom, tem muitas cenas musicais, duas mulheres disputando seu coração (sendo uma mais jovem boazinha e uma mais velha, do tipo mulher fatal) e claro um vilão, aqui sendo interpretado pelo Walter Matthau, que convenceu bem como mafioso, mas que fez sua carreira praticamente toda interpretando rabugentos em filmes cômicos. Brando é que se consagrou como o mais perfeito padrinho das famílias da cosa nostra. 

Então é isso. Michael Curtiz teve sua experiência diferenciada e Elvis também teve a chance de ser Brando Dean por um dia. Um filme mais do que interessante para quem aprecia a história do cinema, mas ainda longe dos grandes filmes de Hollywood em sua era de ouro. 

Pablo Aluísio. 

A América que não amava os Beatles

A América que não amava os Beatles
Quando os Beatles gravaram suas novas músicas e as lançaram no single "She Loves You / I'll Get You" eles acreditaram que tinham acertado em cheio. Afinal o compacto lançado na Inglaterra e em diversos países da Europa imediatamente fez um belo sucesso. Número 1 em diversas paradas. John Lennon acreditou que finalmente essa música seria lançada na América pelo selo Capitol com toda a publicidade que tinha direito. Só que isso não aconteceu! 

Para surpresa completa de John e dos demais Beatles, a Capitol recusou a música. O diretor musical da gravadora americana afirmou que a música era muito fraca e que não faria sucesso nenhum nas rádios americanas. Claro que ele estava muito enganado sobre isso, mas seu veto valeu. A Capitol arquivou o single e ficou esperando por algo melhor vindo daqueles cabeludos ingleses. 

John Lennon ficou muito chateado. Como Paul McCartney diria anos depois, os Beatles compunham suas músicas nessa fase pensando no sucesso comercial. Eles queriam o sucesso e nada seria mais consagrador do que fazer sucesso nos Estados Unidos e na América. Com as portas fechadas daquele jeito, iria ser complicado. Curiosamente o single finalmente seria lançado, só que meses mais tarde quando a Beatlemania tomava conta dos Estados Unidos durante a primeira turnê do grupo naquele país. Para John Lennon aquilo só podia ser piada. Afinal a rejeição inicial lhe deixou bem chateado. 

Já o lado B era bem conhecido dos brasileiros. Isso mesmo, o público brasileiro ouviu essas músicas primeiro do que os americanos. E I'll Get You fazia parte do repertório do disco brazuca "The Beatles Again" que só saiu no Brasil. Com capa medonha de feia, esse disco tinha uma excelente seleção musical, provando que pelo menos na EMI brasileira eles sabiam muito bem o que estavam fazendo. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 2 de maio de 2023

Davy Crockett - O Rei das Fronteiras

Título no Brasil: Davy Crockett - O Rei das Fronteiras
Título Original: Davy Crockett: King of the Wild Frontier
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Productions
Direção: Norman Foster
Roteiro: Thomas W. Blackburn
Elenco: Fess Parker, Buddy Ebsen, Basil Ruysdael, Hans Conried, Kenneth Tobey, Helene Stanley

Sinopse:
O pioneiro e aventureiro Davy Crockett (Fess Parker) parte em direção ao velho oeste dos Estados Unidos para mais uma missão de exploração do interior selvagem de sua nação. E acaba também indo parar no meio de uma guerra com os mexicanos, se tornando um dos heróis da resistência do forte Álamo 

Comentários:
Davy Crockett é considerado um herói nacional nos Estados Unidos e não apenas por ter sido um dos heróis da história do forte Álamo, mas também por suas aventuras no interior de uma ainda jovem nação, com oeste bravio e selvagem. Esse filme produzido pela Disney procurou reunir as passagens mais importantes de sua história em um só roteiro. Curiosamente chamaram para viver o protagonista o mesmo ator que interpretava outro pioneiro famoso, o Daniel Boone. Inclusive ambos os personagens usavam figurinos bem parecidos, com aquele inconnfundível chapéu de castor das águas cristalinas dos rios do interior do oeste selvagem e indomável. De forma em geral é um filme realmente muito bom, muito querido pelos americanos, embora não podemos fechar os olhos ao fato de que esse filme é uma versão bem romanceada do personagem real da história, que tinha em sua vida algumas coisas nada heróicas para contar. Hollywood, nos dias atuais, não voltaria a fazer um filme com essa figura histórica. A razão é simples de entender. Ele esteve envolvido na colonização do velho oeste e participou da matança dos nativos americanos. Algo imperdoável na mentalidade atual. Só que essa é outra história que não convém creditar a esse filme em si. Simplesmente assista e se divirta! 

Pablo Aluísio.

Um Homem Chamado Sabata

Título no Brasil: Um Homem Chamado Sabata
Título Original: Arriva Sabata!
Ano de Lançamento: 1970
País: Itália, Espanha
Estúdio: Producciones Cinematográficas A.B
Direção: Tulio Demicheli
Roteiro: Tulio Demicheli
Elenco: Anthony Steffen, Peter Lee Lawrence, Eduardo Fajardo, Alfredo Mayo, Rossana Rovere, Luis Induni

Sinopse:
Sabata (Anthony Steffen) e Mangosta (Eduardo Fajardo) são dois assaltantes de bancos procurados, que após mais um assalto, acabam se aliando a um funcionário do próximo banco que vão roubar. Na confusão do crime, acabam levando um gerente como refém e passam a ser perseguidos no deserto por um grupo de militares armados com as melhores armas de sua época. 

Comentários:
Sabata, ao lado de Django e Sartana, fez parte da trilogia dos mais famosos personagens do western spaghetti. Foram muitos filmes feitos com eles. Dos três, o pistoleiro e bandoleiro Sabata era o mais confortável com sua vida de criminoso. Era bandido de profissão mesmo, embora também fosse capaz de fazer gestos nobres enquanto fugia dos policiais pelo velho oeste. Também foi intepretado por vários atores em filmes diversos. Nesse aqui o ator Anthony Steffen lhe deu vida na tela. Curiosamente o filme foi acusado na época de ser violento ao extremo. Ora, os anos 70 tinham chegado, era tempo de testar os novos limites que o gênero faroeste iria romper. E nada melhor do que um filme do Sabata para verificar até onde os roteiros poderiam ir. Esse aqui foi longe, bem longe nesse aspecto. De qualquer forma esse é um dos filmes canônicos do personagem, ou seja, nada de ser uma daquelas fitas feitas sem autorização dos direitos autorais, verdadeiros filmes piratas que circulavam na época. É um dos filmes ditos oficiais do pistoleiro Sabata. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

Muralhas de Sangue

Título no Brasil: Muralhas de Sangue
Título Original: One Minute to Zero
Ano de Lançamento: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Tay Garnett
Roteiro: Milton Krims, William Wister Haines
Elenco: Robert Mitchum, Ann Blyth, Richard Egan, William Talman, Charles McGraw, Eduard Franz

Sinopse:
Durante os primeiros dias da Guerra da Coréia, o coronel do Exército dos EUA Steve Janowski (Robert Mitchum) é um dos muitos conselheiros militares que treinam o exército sul-coreano e tem a tarefa de evacuar os civis americanos da zona de guerra. Filme com história baseada em fatos históricos reais. 

Comentários:
Um bom filme sobre a guerra da Coreia. O diretor foi um pouco criticado porque na realidade ele parecia mais preocupado com a história dramática do filme, colocando-se ali seu lado romântico, do que com as cenas de ação no campo de batalha. Essa foi uma crítica justa, mas por outro lado, também deve ser amenizada, pois desenvolver bem os personagens de um filme é um mérito da direção e não uma falha. Entretanto a maior controvérsia do filme veio de uma cena em particular mostrando civis indefesos sendo atacados por militares americanos. É bom lembrar que esse filme foi lançado enquanto a guerra acontecia e uma cena chocante como essa poderia causar danos às imagens das forças armadas americanas, o que causou um grande mal estar entre o estúdio e o departamento de defesa. O que aconteceu na realidade foi que o produtor desse filme foi o milionário excêntrico Howard Hughes e ele tinha diversas diferenças com o governo americano. Então aproveitou a história do filme para jogar algumas farpas contra seu alvo preferido. Além disso apenas falou a verdade. De fato as forças armadas dos Estados Unidos cometeram violações de direitos humanos contra populações civis durante essa guerra. Um fato mais do que lamentável. 

Pablo Aluísio.

Quando o Coração Floresce

Título no Brasil: Quando o Coração Floresce
Título Original: Summertime
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: David Lean
Roteiro: Arthur Laurents, H.E. Bates
Elenco: Katharine Hepburn, Rossano Brazzi, Isa Miranda, Darren McGavin, Mari Aldon, Jeremy Spenser

Sinopse:
A norte-americana Jane Hudson (Katharine Hepburn) viaja de Ohio para Veneza. Jane é uma mulher solteira e solitária de meia-idade que economizou dinheiro para a viagem dos seus sonhos. Ela espera encontrar o amor de sua vida nessa jornada. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Katharine Hepburn) e melhor direção (David Lean). 

Comentários:
Quando eu penso em filmes românticos dos anos 50 eu não penso imediatamente no nome da atriz Katharine Hepburn. Ela sempre interpretou personagens femininas mais fortes, nada a ver com mulheres românticas demais. Só que para toda regra existe uma exceção e esse filme se enquadra bem nisso. E o que mais me surpreende é saber que ela foi indicada ao Oscar de melhor atriz por esse papel, que achei até mesmo leve, romantizado em excesso. Não entendi a razão de ser lembrada no prêmio mais importante do ano para atrizes. Para cinéfilos em geral entretanto o grande atrativo vem do fato do filme ter sido dirigido pelo excelente mestre da sétima arte David Lean. Aqui já demonstrava todo o seu talento, procurando tirar todo o proveito de Veneza, uma das cidades reconhecidamente mais românticas do mundo. E nesse aspecto o cineasta certamente foi mais do que bem sucedido. O que já era belo ficou ainda mais bonito na perspectiva de suas lentes de cinema. 

Pablo Aluísio.