terça-feira, 8 de outubro de 2024
Um Trem para Durango
Título Original: Un Treno Per Durango
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: M.C.M., Tecisa
Direção: Mario Caiano
Roteiro: Mario Caiano, José Gutiérrez Maesso
Elenco: Anthony Steffen, Mark Damon, Enrico Maria Salerno
Sinopse:
Um grupo de bandoleiros assalta um trem e leva como refém a namorada de um dos passageiros. Sem pensar duas vezes ele, chamado simplesmente de Gringo (Anthony Steffen), resolve se unir a um amigo para ir atrás dos bandidos. A intenção é clara: libertar a amada e passar chumbo quente na marginália.
Comentários:
Mais um western Spaguetti que fez sucesso aqui no Brasil, chegando a ser lançado inclusive em fita VHS nos anos 80. O ator principal da película, Anthony Steffen, na verdade não era americano como seu nome poderia sugerir, mas sim um brasileiro, Antonio Luiz De Teffè (1929 - 2004), que chegou a fazer relativo sucesso no cinema italiano, estrelando filmes como "Um Homem Chamado Django", "Django, o Bastardo", "Uma Longa Fila de Cruzes" e "Deus Como Pai... e o Diabo como Sócio" - que pelos nomes já dá para entender que são típicos faroestes italianos da década de 1960. Esse "Un Treno Per Durango" também não nega suas origens. Com uma trama cheia de reviravoltas e um elenco não muito inspirado, consegue mesmo assim satisfazer o gosto dos admiradores desse tipo de filme, faroestes bem crus, feitos para serem consumidos em cinemas populares - que nos anos 60 existiam aos montes, inclusive no Brasil. Em suma, um retrato de uma época que já não existe mais.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de maio de 2024
Django, o Bastardo
Título Original: Django il bastardo
Ano de Produção: 1969
País: Itália
Estúdio: Società Europea Produzioni
Direção: Sergio Garrone
Roteiro: Sergio Garrone, Anthony Steffen
Elenco: Anthony Steffen, Paolo Gozlino, Luciano Rossi
Sinopse:
Django (Anthony Steffen) é um pistoleiro errante que chega na distante cidade de Desert City. Seu objetivo é procurar por algumas pessoas que o encurralaram anos antes em uma emboscada traiçoeira, escapando da morte por pouco. Desert City está dominado por dois irmãos, ricos e poderosos, que não admitem oposição. Um deles, Rod Murdok (Paolo Gozlino) tem velhas contas a acertar com Django.
Comentários:
Mais um western spaguetti genérico com o personagem Django. O roteiro é banal - a velha história da vingança de um pistoleiro contra seus algozes do passado - e a produção bem capenga. O ator que interpreta Django Anthony Steffen praticamente entra mudo e sai calado. O interessante é que logo o filme se torna um dos mais sangrentos com Django. Em menos de 40 minutos de filme o às do gatilho já se antecipa e mata logo pelo menos uns 30 adversários para deixar claro suas intenções. Também parece ter vindo diretamente do inferno, se tornando um ser meio sobrenatural. Como convém a todo Spaguetti esse aqui também tem lances curiosos (e involuntariamente engraçados). Antes de matar suas vítimas Django aparece com uma cruz com o nome do infeliz, com a data de sua morte e tudo mais. Gentilezas da profissão por certo! Também traz diálogos divertidos. Em determinado momento um cowboy pergunta a Django de onde ele veio. A resposta? "Eu vim do inferno, para onde pretendo levar você!". Ora, alguém duvida que os fãs de faroeste italiano não vão adorar tudo isso?
Pablo Aluísio.
terça-feira, 2 de maio de 2023
Um Homem Chamado Sabata
segunda-feira, 16 de julho de 2018
7 Dólares Ensanguentados
Título no Brasil: 7 Dólares Ensanguentados
Título Original: 7 Dollari Sul Rosso
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Espanha
Estúdio: Albatros C.P.C., Matheus S.r.l
Direção: Alberto Cardone
Roteiro: Juan Cobos
Elenco: Anthony Steffen, Elisa Montés, Fernando Sancho, Loredana Nusciak, Bruno Carotenuto, José Manuel Martín
Sinopse:
O bandoleiro conhecido como El Cachal (Fernando Sancho) chega com seu bando em um vilarejo no meio do deserto e começa a promover uma série de mortes dos pacatos moradores. Entre as pessoas covardemente assassinadas está a jovem mãe de um garotinho. Após o crime El Cachal decide levar o menino com ele, para que ele cresça como um fora-da-lei, para se tornar um futuro membro de sua quadrilha. Johnny Ashley (Anthony Steffen), o pai do garoto raptado, decide que irá trazer de volta seu filho, custe o que custar, nem que isso dure anos e anos de sua vida em uma busca desesperada pelo velho oeste.
Comentários:
De maneira bem ampla o fã de western verá certas semelhanças na trama desse western spaghetti com o clássico americano "Rastros de Ódio". Obviamente que devemos ter em mente que há uma enorme diferença de qualidade entre os dois filmes. No caso me refiro especificadamente apenas ao enredo e nada mais. Como o filme também foi lançado no mercado americano o diretor italiano Alberto Cardone resolveu adotar nos créditos o nome gringo de Albert Cardiff. Curiosamente ele dirigiu poucos filmes na carreira, se destacando muito mais como diretor de segunda unidade em filmes americanos da época, principalmente em épicos da época imperial romana rodados com cenas de externa em Roma, nos estúdios da Cinecittà. Poucos sabem, mas ele trabalhou inclusive no grande clássico "Ben-Hur" de 1959, participando da famosa cena das corridas de bigas, uma vez que o diretor americano William Wyler não conseguiu chegar a tempo na Europa para o começo das filmagens. Dito isso nos concentremos nesse faroeste. É um bom exemplar do Western Spaghetti, muito embora o roteiro não fuja da velha fórmula "vingança pessoal". O mais digno de nota nesse roteiro vem do fato de que após longos anos procurando pelo filho sequestrado, seu pai chega depois de enfrentar muitos obstáculos até ele, mas o que encontra pela frente é apenas mais um bandido violento, bruto e cruel, fruto do fato dele ter convivido por longos anos no bando de El Cachal, ao qual agora considera quase como um pai! Como contornar uma barreira desse tamanho? Assista e descubra!
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Killer Kid
Título Original: Killer Kid
Ano de Produção: 1966
País: Itália
Estúdio: Elsio Mancuso Films
Direção: Leopoldo Savona
Roteiro: Sergio Garrone, Leopoldo Savona
Elenco: Anthony Steffen, Luisa Baratto, Fernando Sancho, Giovanni Cianfriglia, Howard Nelson Rubien, Virginia Darval
Sinopse:
Um capitão do exército, John Morrison (Anthony Steffen), é designado para combater revolucionários mexicanos que infestam as fronteiras entre México e Estados Unidos. Ele precisa localizar e matar um "Senhor da guerra", um sujeito que vive de vender armas contrabandeadas para os rebeldes. Perseguido pelos federais, ele é salvo da captura por um jovem rebelde que o leva para um acampamento de revolucionários onde o militar toma contato com a causa revolucionárias, aderindo a sua luta.
Comentários:
Western Spaghetti cujo roteiro foi obviamente escrito por um escritor de tendência esquerdista. É a velha estória: os revolucionários vermelhos, que tencionam iniciar uma revolução de cunho socialista, almejam tomar o poder através das armas. Os ocupantes do poder são geralmente retratados como corruptos, insanos e violentos, enquanto os revolucionários vermelhos são o suprassumo da bondade, da honradez e da pureza de intenções. Como bem sabemos isso tudo é bem maniqueísta. Deixando esse viés ideológico viciado de lado até que o filme é um bom faroeste italiano, valorizado por algumas cenas de combates realmente bem produzidas. O ator Anthony Steffen (1930 - 2004) que tinha pinta de americano (esse parecia ser um pré-requisito não escrito para se tornar um astro do western spaghetti) foi um veterano do cinema europeu, tendo atuado em diversas produções, de praticamente todos os gêneros cinematográficos. Curiosamente depois de alguns anos resolveu se mudar para o Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 2004. Ele ficou encantado pela beleza natural da cidade maravilhosa e decidiu que iria curtir sua aposentadoria por lá. Quem poderia culpá-lo por isso?
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Johnny Texas
Título Original: 1000 dollari sul nero
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Alemanha
Estúdio: Cinecittà Studios
Direção: Alberto Cardone
Roteiro: Ernesto Gastaldi, Rolf Olsen
Elenco: Anthony Steffen, Gianni Garko, Erika Blanc, Carlo D'Angelo, Daniela Igliozzi, Franco Fantasia
Sinopse:
Depois de cumprir uma longa pena de prisão de doze anos, Johnny Liston (Anthony Steffen) retorna para sua cidade natal. Ao chegar descobre que o lugar em que nasceu agora vive sob terror, implantado por seu próprio irmão Sartana (Gianni Garko) que ao lado de uma quadrilha de assassinos e bandoleiros domina toda a região. Ele também descobre que sua antiga namorada Manuela e seu irmão, um rapaz deficiente, estão sendo oprimidos pela gangue de seu irmão mais velho. Assim ele resolve enfrentá-lo para trazer paz e justiça de volta aos moradores daquela sofrida cidade perdida no meio do oeste.
Comentários:
Um dos primeiros filmes italianos a explorar o personagem Sartana que foi criado pelo roteirista Ernesto Gastaldi. Assim como aconteceu com Django, Sartana acabou virando nome comercial de sucesso na época do auge do Western Spaghetti. Curiosamente ele também apareceu em situações e com personalidades diferentes ao longo dos anos. Aqui, em uma de suas primeiras aparições, Sartana é notoriamente um vilão, o chefe de um bando de assassinos que rouba, extorque e chantageia os moradores de uma pequena cidade. A justiça porém não tarda a chegar e vem nas mãos de seu próprio irmão, conhecido como Johnny Texas. É divertido perceber que o protagonista acabou sendo ofuscado pelo antagonista no filme, uma vez que Johnny Texas logo caiu no esquecimento enquanto Sartana deu nome a dezenas de outros filmes de sucesso. Assim o diretor Alberto Cardone acabou realizando um bom filme, com muita ação, tiroteios, tudo tendo como base a velha fórmula da justiça pelas próprias mãos. Por fim vale destacar a figura da mãe de Sartana e Johnny Texas. O título original do filme faz referência a um colar usado por ela que tem um símbolo bem interessante dentro da trama. A valorização da figura materna não poderia ser mais típica da cultura italiana da época. Então é isso, uma boa oportunidade de conferir um dos primeiros faroestes com o famoso Sartana nas telas.
Pablo Aluísio.