sábado, 8 de outubro de 2022

Um Passado Sombrio

Pode existir um crime mais terrível do que o assassinato de um bebê? As duas protagonistas desse filme cometeram esse crime horripilante no passado. E elas tinham apenas 9 anos de idade quando fizeram essa atrocidade! Aos 18 anos elas são colocadas em liberdade, em um sistema penal bem parecido com o brasileiro. E de volta às ruas, como vão conseguir recomeçar a vida com um passado tão terrível? Uma delas se emprega em um pequeno comércio local. A outra fica perdida na vida, sofrendo com problemas de obesidade e traumas psicológicos graves. Elas nunca mais voltam a se encontrar e vivem culpando uma a outra pelo assassinato da criança. O roteiro, isso é bem interessante, não desvenda a verdade sobre quem seria a verdadeira assassina. O roteiro não está preocupado em explicar isso ao espectador. Ao contrário disso, planta várias dúvidas na mente de quem está assistindo ao filme. É um ponto positivo.

E as coisas começam a ficar muito complicadas quando um bebê desaparece na mesma cidade onde elas moram. É Claro que os moradores começam a desconfiar delas, justamente por causa do passado. E os policiais começam a investigação e realmente descobrem que há algo de estranho na vida daquelas garotas. Será que elas teriam alguma culpa? Alguma coisa a ver com o desaparecimento dessa criança? Estariam de volta ao passado para cometerem mais um crime atroz como que fizeram no passado? São dúvidas que eu deixo sem respostas. Assista ao filme e se surpreenda pela boa qualidade desse roteiro. É um dos filmes mais interessantes que assisti nos últimos tempos. Extremamente bem roteirizado. Um filme de fato muito bom!

Um Passado Sombrio (Every Secret Thing, Estados Unidos, 2014) Direção: Amy Berg / Roteiro: Nicole Holofcener / Elenco: Dakota Fanning, Diane Lane, Brynne Norquist, Eva Grace Kellner / Sinopse: Duas jovens que ano passado foram condenados pela morte de um bebê são suspeitas do desaparecimento de uma criança após elas ganharem a Liberdade. Será que realmente teriam algo a ver com esse novo crime?

Pablo Aluísio.

Ecos do Mal

Como estamos em época de Halloween, os canais a cabo estão programando vários filmes de terror em sua grade de programação. No meu caso, é uma boa notícia, pois eu gosto desse gênero cinematográfico. E no cardápio há diferentes tipos de filmes, desde os mais escatológicos até os mais sutis e elegantes. Esse aqui fica no meio termo. É um bom filme, que mexe com uma história tradicional, mas de uma maneira bem inteligente, coesa. Na história, um ex presidiário sai da prisão após cumprir pena por longos anos. Como ele precisa recomeçar a vida e não tem emprego, ele acaba indo morar no apartamento que era de sua mãe, onde morava. Ela faleceu há algumas semanas. O lugar é antigo e meio abandonado. E ele logo descobre que seus vizinhos não são boas pessoas. 

Há uma família de um policial morando na porta ao lado. O policial é um sujeito violento, que espanca a mulher e os filhos. Parece ser um homem sempre no limite, sempre prestes a estourar e partir para a violência. Como o protagonista é um ex presidiário ele mantém uma certa distância, mas chega um momento em que a violência doméstica explode. Ele tem que agir. O grande mote do filme vem justamente dessa família. Pois há várias surpresas no roteiro. Gostei do plot twist. Em relação a isso, achei bem bolado. Além de bem filmado com boa fotografia, o filme tem como destaque justamente essas boas ideias desse roteiro que surpreende até mesmo um fã de terror veterano e mais experiente nesse estilo de filme.

Ecos do Mal (The Echo, Estados Unidos, 2008) Direção: Yam Laranas / Roteiro: Eric Bernt / Elenco: Jesse Bradford, Amelia Warner, Carlos Leon / Sinopse: Depois de passar anos na prisão, um ex detento ganha a Liberdade e vai morar no apartamento que pertenceu à sua mãe. E descobre que no lugar existem manifestações paranormais e uma estranha família que mora ao lado, onde há muita violência física e psicológica.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Entre o Céu e o Inferno

Título no Brasil: Entre o Céu e o Inferno
Título Original: Black Snake Moan
Ano de Lançamento: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Craig Brewer
Roteiro: Craig Brewer
Elenco: Christina Ricci, Samuel L. Jackson, Justin Timberlake, S. Epatha Merkerson, John Cothran, David Banner

Sinopse:
Uma jovem garota é espancada pelo amante e deixada bem machucada para morrer em uma estrada de terra de uma propriedade rural. O dono dessas terras acaba encontrando a jovem. Ele a leva para sua casa para cuidar de seus ferimentos. Ela fica sem consciência por alguns dias e quando retorna o velho descobre que terá muitos problemas pela frente.

Comentários:
O filme tem até uma história interessante. A diferença de idade e de experiência de vida entre o velho interpretado por Samuel L. Jackson e a garota interpretada por Christina Ricci tem seus atrativos. Ela é uma garota perdida na vida, com fama de promíscua na pequena cidade onde mora. Ele é um velho músico de blues aposentado, que agora toca a vida vendendo produtos de sua terra. Quando os dois se encontram, um choque de personalidades e diferenças culturais logo se faz presente. O roteiro tem um certo moralismo fora de eixo, que me incomodou um pouco. Em determinado momento, o velho acorrenta a garota em sua cabana para que ela não volte a ter a vida que tinha antes. Claro que quando ela descobre isso se rebela! Afinal é absurdo. Tudo vem abaixo, a garota tem gênio forte, não vai se deixar dominar. E nem deve deixar algo assim acontecer. Um aspecto interessante é que a atriz Christina Ricci passa a primeira parte do filme totalmente desinibida, praticamente apenas de calcinha. Para quem gosta dela e de seu jeito, de sua beleza exótica, pode ser um atrativo a mais para assistir ao filme. No mais esse drama com toques estranhos e esquisitos me soou até meio convencional, por mais estranho que isso possa parecer.

Pablo Aluísio.

Terror na Estrada

Título no Brasil: Terror na Estrada
Título Original: Curve
Ano de Lançamento: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Iain Softley
Roteiro: Kimberly Lofstrom Johnson
Elenco: Julianne Hough, Teddy Sears, Penelope Mitchell, Madalyn Horcher, Drew Rausch, Kurt Bryant

Sinopse:
Bela e jovem garota atravessa uma estrada bem no meio do deserto, quando seu carro tem problemas de motor. Ela precisa parar e fica totalmente sem ajuda. Até que surge um desconhecido. Um jovem bonitão que resolve lhe ajudar a sair daquela situação. Para desespero dela, logo vai descobrir que o tal sujeito é, na verdade, um perigoso psicopata.

Comentários:
Esse filme de terror B me lembrou muito de um filme dos anos 80 chamado "A Morte Pede Carona". As premissas são muito parecidas. Afinal, não se pode dar carona para qualquer desconhecido ou desconhecida no meio de uma estrada deserta. A protagonista desse filme é uma garota muito bonita que está prestes a se casar. Quando o seu carro dá um problema na estrada, ela acaba sendo ajudada por um cara bonitão. E ela balança para cima do tal sujeito. Surge um jogo de sedução e ele percebe tudo. E nesse jogo de flerte, começa um jogo também perigoso. O desconhecido não é um sujeito normal. Na realidade, é um psicopata sádico. E ela se dá muito mal ao dar carona para ele. O filme é rápido. E se mantém na maior parte do tempo em uma situação base. Principalmente quando ela fica nas mãos dele, em uma situação altamente desesperadora após sofrer um grave acidente. Diria que o filme funciona, apesar de tudo. Ele tem pequenos problemas de lógica, mas esse tipo de história realmente mantém o interesse. Eu particularmente, gostei do resultado geral. Apenas o desfecho soa um pouco forçado demais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Os Mensageiros do Mal

Uma família de classe média de Chicago se muda para uma propriedade rural na Dakota do Norte. Um lugar isolado, que está praticamente aos pedaços, com a casa em mal estado. O pai da família precisou fazer isso porque gastou todo seu dinheiro em um tratamento de saúde para seu filho caçula. Assim, eles se mudam ao lado do menino, da esposa e da filha adolescente para aquele lugar sombrio. Essa jovem, interpretada pela atriz Kristen Stewart, em bom momento da carreira, tem um passado problemático. Conforme o tempo passa naquela casa caindo aos pedaços, ela descobre que há coisas anormais acontecendo em cada corredor escuro. 

Ela consegue ver pessoas que provavelmente já estão mortas. Há uma jovem garota como ela, que parece estar sempre sendo puxada pelos cabelos em uma escada. Existe também uma mulher madura que parece ter sofrido um grande ato de violência em sua morte e há, por fim, um garotinho que se esconde no canto de um celeiro, chorando sozinho. Trocando em miúdos, temos aqui um filme de fantasmas e muito bem roteirizado. É bom avisar que a história é bem construída. Eu gostei de praticamente tudo nesse filme, inclusive de suas boas cenas de sustos. E das saídas inteligentes do roteiro. Preste bem atenção no homem errante que se apresenta na fazenda para trabalhar, o tal de John. Ele vai acabar se tornando uma figura central nessa história de fantasmas ao velho estilo.

Os Mensageiros do Mal (The Messengers, Estados Unidos, 2007) Direção: Danny Pang, Oxide Chun Pang / Roteiro: Mark Wheaton, Todd Farmer / Elenco: Dylan McDermott, Penelope Ann Miller, Kristen Stewart / Sinopse: Família de Chicago vai morar em uma velha fazenda do campo. Descobrem que o lugar é assombrado por pessoas que ali viveram, sofreram e morreram de forma violenta.

Pablo Aluísio.

A Seita

Título no Brasil: A Seita
Título Original: The Veil
Ano de Lançamento: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Phil Joanou
Roteiro: Robert Ben Garant
Elenco: Jessica Alba, Thomas Jane, Lily Rabe, Aleksa Palladino, Shannon Woodward, Reid Scott

Sinopse:
Uma equipe de filmagem liderada por uma jovem diretora vai até uma antiga fazenda onde no passado houve um suicídio coletivo promovido por um líder religioso de uma seita de fanáticos. A intenção deles é filmar um documentário sobre os acontecimentos do passado. Só que algo sai errado. Forças sobrenaturais ressurgem nas sombras do lugar.

Comentários:
O filme começa de forma não muito convincente. Parece ser mais um filme de terror banal. Só que, curiosamente, o roteiro acaba sendo salvo dessa mesmice. O texto apresenta opções inteligentes. Uma delas é explorada numa série de flashbacks sobre o passado da seita. Nesses momentos o líder religioso desses fanáticos ganha destaque. Ele é uma mistura de Jim Jones com David Koresh. Um homem alucinado que pensa ter a capacidade de atravessar o mundo dos vivos e dos mortos. Tudo através de drogas pesadas. E nesse jogo de atravessar o mundo dos mortos surgem figuras e criaturas estranhas vindas do além. Claro que algo assim iria dar muito errado. A atriz Jessica Alba interpreta a jovem diretora. Ela tem até uma certa ligação com o passado.  O resultado do filme é interessante, não chega a ser absolutamente original, mas mantém o interesse nesse roteiro e o caminho que ele segue, explorando o perigo de pessoas que são fanatizadas demais pela religião. Como diz o ditado, "fé demais não cheira bem".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

O Melhor Presente é o Amor

Título no Brasil: O Melhor Presente é o Amor
Título Original: All I Wish
Ano de Lançamento: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: ETA Films
Direção: Susan Walter
Roteiro: Susan Walter
Elenco: Sharon Stone, Tony Goldwyn, Ellen Burstyn, Liza Lapira, Jason Gibson, Caitlin FitzGerald

Sinopse:
Nesta comédia romântica a atriz Sharon Stone interpreta uma mulher madura que precisa endireitar e resolver sua vida pessoal. E através de seus aniversários o espectador vai conhecendo as diversas fases de sua vida emocional. Assim como as mudanças, que o tempo opera na vida de uma mulher como ela.

Comentários:
A atriz Sharon Stone foi uma grande esteira do cinema nos anos 90. Os anos passaram e ela foi ficando um pouco para trás. Depois daquela fase de grande sucesso, ela precisou readaptar sua carreira. Assim, o que temos aqui é um filme que bem simboliza esse momento pelo qual a antiga estrela passa. É uma comédia romântica de orçamento modesto. Roteiro sem novidades. Ainda assim, mantém interesse. Não diria que é um filme muito especial ou para se ter na coleção. Entretanto, para uma sessão descompromissada de fim de noite, até que pode funcionar como um bom passatempo. Principalmente para quem gosta da atriz e se lembra dela de sucessos do passado. Como o grande sucesso cinematográfico Instinto Selvagem. Ainda é uma mulher bonita, embora, obviamente não se possa comparar com o que ela foi em seu auge. O roteiro é bem quadrado e não espere por maiores inovações. O filme é bem convencional. Nada surpreendente.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Loving You - Parte 2

Não é surpresa para ninguém que o grande hit desse álbum foi mesmo "(Let Me Be Your) Teddy Bear". A música foi escrita pela dupla Kal Mann e Bernie Lowe. O interessante é que apesar de todo o sucesso alcançado por essa canção, Elvis nunca mais iria gravar nada desses compositores. Ao contrário do que aconteceu com Ben Weisman, por exemplo, eles simplesmente sumiram da discografia de Elvis. O que terá acontecido? De qualquer maneira a música do ursinho Teddy foi mesmo um grande sucesso. Foi lançada em single e atingiu rapidamente a marca das cinco milhões de cópias vendidas.

As fãs da época adoravam a música e entenderam (de forma errada) que Elvis colecionava ursinhos de pelúcia. Na verdade ele jamais havia pensado em algo parecido. As únicas coisas que Elvis colecionava naqueles tempos eram discos e carros. Ele não tinha interesse em brinquedos felpudos para crianças, afinal já era um homem adulto. Apesar disso e de repente Elvis se viu em um mar de bichinhos enviados por correspondência para Graceland. Sem saber direito o que fazer com tantos ursinhos, que encheram um quarto inteiro na sua mansão, o cantor teve a boa ideia de doar todos eles para instituições de caridades que cuidavam de crianças carentes e órfãs. Foi um gesto bonito, mostrando mais uma vez o lado generoso da personalidade de Elvis.

A música título do filme foi a bela balada "Loving You". Escrita pela excelente dupla de compositores formada por Jerry Leiber e Mike Stoller, a faixa era nitidamente uma tentativa de repetir o sucesso de "Love Me Tender" (a música tema do filme anterior). Nunca chegou ao mesmo patamar de popularidade,, mas também não fez feio nas paradas. Muitas versões foram gravadas ao longo de todos esses anos, inclusive pelo cantor brasileiro Roberto Carlos. O curioso é que Elvis precisou de um tempo para se acostumar com sua melodia. Ela tinha um lado melancólico, quase parando, que destoava um pouco do que Elvis estava produzindo naquele ano. Afinal aquele era o Elvis rocker, o Elvis roqueiro, e Loving You, baladona romântica por excelência, exigia uma certa postura que aquele jovem de 22 anos ainda não tinha.

Os compositores Sid Tepper e Roy C. Bennett escreveram a música mais hollywoodiana desse álbum. Estou falando de  "Lonesome Cowboy". Parecia até mesmo uma música bem antiga, dos clássicos faroestes dos anos 1940. Essa dupla iria cair nas graças do Coronel Parker e na década seguinte eles iriam escrever a maioria dos temas musicais de filmes de sucesso de Elvis como "Feitiço Havaiano" (Blue Hawaii) e "Saudades de um Pracinha" (G.I.Blues). Ao lado de Ben Weisman foram os mais assíduos compositores de músicas para filmes de Elvis na década de 1960. De uma forma ou outra o tema, que não chegou a fazer sucesso nas paradas, serviu perfeitamente para o contexto do filme, que mostrava um jovem cantor tentando vencer na carreira, bem no circuito country and western.

Pablo Aluísio.