quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Era uma Vez na América

Título no Brasil: Era uma Vez na América
Título Original: Once Upon a Time in America
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sergio Leone
Roteiro: Leonardo Benvenuti
Elenco: Robert De Niro, James Woods, Elizabeth McGovern, Treat Williams, Tuesday Weld, Burt Young

Sinopse:
Um antigo gângster retorna para suas origens no Lower East Side de Manhattan. Ele havia deixado a região há mais de 30 anos e agora precisa lidar com todos os arrependimentos e traumas de seu passado. Roteiro baseado no livro de Harry Grey. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (Sergio Leone) e Melhor Trilha Sonora Original (Ennio Morricone).

Comentários:
O mestre Sergio Leone trabalhou muito pouco nos Estados Unidos. Para o tamanho de seu talento esse aspecto deixou a desejar. Artesão do cinema, ele tinha dificuldades em lidar com o lado industrial do cinema americano. Mesmo assim o pouco que produziu na América fez história. Esse "Once Upon a Time in America" foi muito provavelmente seu projeto mais ambicioso. Leone quis contar parte da história dos imigrantes nos Estados Unidos. E o mundo do crime organizado, dos gangsters, não poderia ficar de fora. Considerado por alguns críticos da época como uma espécie de complemento ao épico "O Poderoso Chefão" o filme só não foi mais aclamado em seu lançamento original porque o público americano achou a produção pesada demais, excessivamente longa. Talvez o farto material fosse menos mais adequado para uma minissérie ou ainda dois longas. De qualquer forma o resultado ficou excepcional em minha opinião. Assisti pela primeira vez ainda nos tempos do VHS. Eu me recordo bem que o filme foi lançado em fita dupla por causa de sua longa duração. Era um item essencial nas locadoras para quem estivesse em busca de cinema de qualidade e tudo isso com a assinatura de um dos grandes diretores de todos os tempos, o incomparável Sergio Leone.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

A Menina e o Leão

Título no Brasil: A Menina e o Leão
Título Original: Mia et le lion blanc
Ano de Produção: 2018
País: França, África do Sul, Alemanha
Estúdio: Galatée Films, Outside Films
Direção: Gilles de Maistre
Roteiro: Prune de Maistre, William Davies
Elenco: Daniah De Villiers, Mélanie Laurent, Langley Kirkwood, Ryan Mac Lennan, Lionel Newton, Lillian Dube

Sinopse:
Mia é um jovem que morou toda a sua vida em Londres. Quando sua família se muda para a África do Sul ela sente saudades de seus antigos amigos de escola. Aos poucos porém ela vai se aproximando de um filhotinho de leão, um leãozinho branco que ela chama de "Charlie". A amizade entre os dois só vai se fortalecer com os anos e ela fará de tudo para protegè-lo dos caçadores africanos

Comentários:
Esse filme chegou a ser lançado no circuito comercial de cinemas no Brasil. Algo raro de acontecer em se tratando de um filme rodado e produzido na África do Sul. É uma produção com mensagem ecológica, mais voltada para um público adolescente. É meio enervante esse roteiro porque ele insiste em tratar um leão como um animal doméstico. Leões são animais selvagens e não pets. Além disso mesmo quando o animal fica adulto (e potencialmente perigoso) para a garota Mia que o trata desde filhote, o filme ainda insiste que isso não traria perigos para a jovem (o que não é verdade!). Assim o filme, apesar de suas boas intenções, erra nesse aspecto crucial. O roteiro também segue uma certa fórmula que já havia sido usada antes, só que com outro animal, em "Free Willy", ou seja, a luta de um jovem para que animais voltem para a vida selvagem, mesmo que isso vá contra até mesmo o desejo de seus familiares. O aspecto positivo vem na mensagem final, já nos letreiros, quando o filme informa que a caça de leões criados em fazendas ainda é permitido em certos países africanos. Nesse tópico sou completamente contra esse tipo de atividade. Pelo menos nessa sua lição principal está correta. No mais o estilo é bem convencional, sem maiores surpresas. Provavelmente vai virar um filme recorrente na Sessão da Tarde daqui alguns anos.

Pablo Aluísio.

Todos os Homens da Rainha

Título no Brasil: Todos os Homens da Rainha
Título Original: All the Queen's Men
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, Alemanha, Áustria
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stefan Ruzowitzky
Roteiro: Digby Wolfe, Joseph Manduke
Elenco: Matt LeBlanc, Edward Fox, Udo Kier, Eddie Izzard, Karl Markovics, Nicolette Krebitz

Sinopse:
Um grupo de agentes britânicos, liderados por um americano, é enviado para entrar disfarçado em uma fábrica na Alemanha Nazista durante a II Guerra Mundial. Para isso todos os agentes precisam se passar por mulheres

Comentários:
O ator Matt LeBlanc (da série "Friends") tentou várias vezes a transição da TV para o cinema. Uma das tentativas foi essa comédia meio sem graça chamada "All the Queen's Men". O problema aqui é a falta de originalidade e a saturação de uma piada única. Bom, original o roteiro passa longe de ser uma vez que essa coisa de atores vestidos de mulheres já vem sendo utilizado pelo cinema há décadas. Basta lembrar do clássico de Billy Wilder "Quanto Mais Quente Melhor" para perceber bem isso. A outra questão vem da repetição. Ok, marmanjos com roupas de mulheres, tentando imitar os trejeitos femininos, pode até, quem sabe, arrancar algumas risadas, mas repetir a mesma coisa à exaustão faz tudo perder a graça, ficando apenas constrangedor. Assim é um filme para se ver apenas uma vez, dar umas risadinhas amarelas e nada mais. Nem a desculpa de que tudo seria com o objetivo de decifrar a máquina Enigma usada pelos nazistas consegue manter o interesse por muito tempo. Bem descartável mesmo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Os Vícios de Hitler

Título no Brasil: Os Vícios de Hitler
Título Original: Hitler's Hidden Drug Habit
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra
Estúdio: National Geographic
Direção: Chris Durlacher
Roteiro: Chris Durlacher
Elenco: Ewan Bailey, Adolf Hitler, Bill Panagopulo, Theodor Morell, Henrik Eberle, Sarah Bailey

Sinopse:
O documentário explora os diversos problemas de saúde do ditador nazista Adolf Hitler e sua crescente dependência em drogas ministradas por seu médico particular Dr. Theodor Morell.

Comentários:
Hitler era vegetariano, só procurava comer grãos, mas mesmo assim desenvolveu uma série de doenças crônicas durante a II Guerra Mundial. Amparado por seu médico pessoal, o Dr. Theodor Morell, um misto de charlatão e oportunista, ele foi ficando cada vez mais dependente de uma infinidade de droga pesadas, conforme a sua Alemanha nazista começava a perder a guerra. O diário e os registros médicos do Morell sobreviveram ao tempo e se tornaram peças fundamentais da história do III Reich. Entre as revelações mais interessantes ficamos sabendo, por exemplo, que Hitler desenvolveu dependência de uma droga que foi considerada uma predecessora da heroína e cocaína. Isso mesmo, enquanto a propaganda nazista propunha uma juventude alemã sadia, forte, adepta de exercícios físicos, seu próprio líder afundava no vício em drogas pesadas. Outro fato curioso é a revelação que Hitler em seus últimos dias estava sofrendo do Mal de Parkinson, como bem demonstram imagens recuperadas da época e que foram excluídas da propaganda por mostrar as mãos de Hitler com os típicos tremores dessa doença. Nos Estados Unidos esse documentário também é conhecido como Nazi Junkies (Os nazistas drogados). Enfim, mais um excelente resgate histórico da National Geographic expondo detalhes sórdidos, inéditos e em alguns casos, esquecidos da história mundial.

Pablo Aluísio.

O Rei da Comédia

Título no Brasil: O Rei da Comédia
Título Original: The King of Comedy
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Paul D. Zimmerman
Elenco: Robert De Niro, Jerry Lewis, Diahnne Abbott, Sandra Bernhard, Ed Herlihy, Loretta Tupper

Sinopse:
Rupert Pupkin (De Niro) é um comediante fracassado que decide sequestrar o astro da comédia Jerry Langford (Jerry Lewis). Seu modo de agir e ser combina uma mente doentia com o desejo insano de fazer sucesso a qualquer preço. Filme indicado a Palma de Ouro do Cannes Film Festival.

Comentários:
O último grande filme da carreira de Jerry Lewis no cinema também foi o mais perturbador. Como explicaria depois o diretor Martin Scorsese esse projeto só sairia do papel mesmo depois que Lewis aceitasse a oferta de trabalhar nele. E isso era algo nada certo, nem garantido, porque o personagem dele era um tanto sombrio, sinistro até. Um comediante consagrado que tinha uma imagem pública bem diferente do seu verdadeiro ser. Para pessoas que viveram com Lewis esse seu personagem no filme era mais parecido com ele na vida real do que qualquer outra coisa. De fato ele tendia para a melancolia, para a seriedade, nada parecido com seus personagens malucos que o público via no cinema. E para completar esse quadro, nada melhor do que um Robert De Niro irreconhecível. Na época o ator não havia atuado em nada parecido na sua filmografia, o que surpreendeu muitas pessoas. Era um misto de obsessão com psicopatia, sempre com um sorriso insano na face. Chegou a assustar. Então é isso. Um dos filmes mais perturbadores dos anos 80, com dois grandes astros de Hollywood, aqui em papéis completamente incomuns. Tudo com a direção do mestre Scorsese.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

X-Men: Fênix Negra

Título no Brasil: X-Men - Fênix Negra
Título Original: Dark Phoenix
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Simon Kinberg
Roteiro: Simon Kinberg
Elenco: Sophie Turner, Jessica Chastain, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult

Sinopse:
Durante um resgate no espaço Jean Grey (Turner) é exposta a uma força do cosmos desconhecida. A partir desse momento ela muda completamente, se tornando extremamente poderosa, o que acaba colocando a Terra e os próprios membros da equipe X-Men em perigo. Filme baseado nos personagens criados por Stan Lee.

Comentários:
Criticaram bastante esse filme. Os críticos de cinema não acharam grande coisa e os fãs de quadrinhos literalmente desceram a lenha no filme. Gente chata. O filme funcionou muito bem no meu caso. O que eu procurava por aqui? Diversão e passatempo por duas horas. Acabei sendo plenamente satisfeito. O filme entrega o que promete. Não adianta procurar os mínimos detalhes em termos de diferença do cinema para os quadrinhos. São linguagens diferentes, os filmes nunca terão a fidelidade completa do que se lê nas revistas. São dois mundos diversos. Como não sou leitor de comics acabei curtindo o filme pelo que ele é, cinema pipoca em sua essência. Há um enredo bem contado, com começo, meio e fim, bons efeitos especiais, um elenco carismático e isso era basicamente tudo o que eu estava procurando. Além disso essa personagem Jean Grey é uma das mais interessantes dessa universo da Marvel. É estranha, complexa, caminha numa tênua linha entre o bem e o mal e é superpoderosa ao extremo. Ela já havia sido bem explorada na franquia original X-Men. Também gostei da atriz Sophie Turner no papel. Confesso que sou suspeito pois sempre gostei dela como Sansa Stark em "Game of Thrones". Aqui repete o bom trabalho. Então é isso. Como cinema pipoca esse novo X-Men não deixou nada a desejar. O resto é chatice de gente exigente demais.  

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de setembro de 2019

Por Dentro da SS

Título no Brasil: Por Dentro da SS
Título Original: Inside the SS 
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: National Geographic
Direção: Serge de Sampigny
Roteiro: Serge de Sampigny
Elenco: Stefan Ashton Frank, Alexandre Tanguy, François Boulanger, Virginie Duverger, Fabrice Averlan

Sinopse:
Documentário produzido pela National Georgraphic que explora a tropa de elite nazista conhecida como Waffen SS, grupo de fanáticos nazistas responsáveis pelas maiores atrocidades cometidas durante a II Guerra Mundial.

Comentários:
Como agiam e como pensavam os membros da SS? Essa parece ser a principal pergunta que esse documentário tenta responder. E nada melhor do que entrevistar os antigos soldados nazistas SS que ainda estão vivos. Pouca gente sabe, mas a pura verdade é que apenas os líderes foram condenados ao final da II Guerra. A imensa maioria desses soldados e oficiais de elite do nazismo continuaram vivos e impunes após o final do maior conflito armado da história. Muitos inclusive passam pela tela ainda defendendo as ideias que forjaram o caráter dos membros da SS. E isso é realmente espantoso, já que eles estiveram diretamente envolvidos nos crimes contra a humanidade praticados durante o holocausto. Um deles inclusive se recusa de forma veemente a acreditar que houve realmente o assassinato em massa de judeus em Auschwitz e outros campos de concentração. Algo impressionante de se ver. Um velho veterano chega ao ponto inclusive de elogiar o famigerado Heinrich Himmler, braço direito de Hitler. Pelo que podemos sentir é que apesar da guerra ter terminado há mais de 70 anos, o ódio que serviu de cimento para o fanatismo nazista ainda continuou vivo na mente dessas pessoas. Algo escabroso de se constatar.

Pablo Aluísio.

Bastidores da Guerra

Título no Brasil: Bastidores da Guerra
Título Original: Path to War
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Avenue Pictures
Direção: John Frankenheimer
Roteiro: Daniel Giat
Elenco: Michael Gambon, Donald Sutherland, Alec Baldwin, Bruce McGill, James Frain, Felicity Huffman

Sinopse:
O filme mostra os bastidores da escalada no envolvimento das forças armadas americanas na guerra do Vietnã. O ponto de vista passa a ser a do presidente Lyndon Johnson (Michael Gambon) e de sua indecisão entre enviar mais soldados dos Estados Unidos para aquele distante país ou cancelar tudo. Filme premiado pelo Globo de Ouro.

Comentários:
O presidente Lyndon Johnson entrou para a história dos Estados Unidos como o líder que afundou o país na desastrosa guerra do Vietnã. E ele tinha muitas dúvidas antes de tomar todas aquelas decisões erradas que levaram milhares de jovens americanos à morte nas selvas tropicais do sudeste asiático. O roteiro pode soar burocrático para algumas pessoas, principalmente pela luta psicológica dos bastidores da política, dentro da Casa Branca. Porém para quem gosta de história e deseja saber mais sobre tudo o que aconteceu antes da lama do Vietnã, esse filme pode ser mesmo uma excelente opção. O ator Michael Gambon está muito bem no papel do presidente, mas em minha opinião o melhor ator do elenco é mesmo Alec Baldwin. Ele interpreta o secretário de defesa Robert McNamara, cujos conselhos levaram a América para o desastre certo. E o veterano cineasta John Frankenheimer mostra mais uma vez que não perdeu a mão para dirigir bons filmes sobre política internacional. Assista e veja como um dominó de decisões políticas equivocadas podem custar muito caro a toda uma nação.

Pablo Aluísio.