quarta-feira, 16 de maio de 2018

Audazes e Malditos

Título no Brasil: Audazes e Malditos
Título Original: Sergeant Rutledge
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Ford
Roteiro: Willis Goldbeck baseado no romance de John Hawkins
Elenco: Jeffrey Hunter, Woody Strode, Constance Towers, Carleton Young
  
Sinopse:
Baxton Rutledge (Woody Strode) é um sargento negro do exército americano que é acusado de matar um oficial superior. Como se isso não bastasse ainda é apontado também como o assassino e estuprador de uma jovem garota. Para defendê-lo é indicado como advogado de defesa o tenente Tom Cantrell (Jeffrey Hunter). Instaurada a corte marcial todos tentarão desvendar o que realmente teria acontecido

Comentários:
"Audazes e Malditos" é mais um belo western do consagrado diretor John Ford. Geralmente filmes de cavalaria americana sempre dão bons filmes e com Ford na direção não poderia sair outro resultado. Porém o filme se diferencia dos demais que John Ford fez sobre o exército americano. Muita coisa que vemos em sua famosa trilogia da cavalaria não se repete aqui. Em "Audazes e Malditos" temos um autêntico filme de tribunal, só que obviamente passado no velho oeste. Embora haja conflitos entre soldados e Apaches (mostrados em flashbacks) a ação propriamente dita não se desenrola no meio do deserto, mas sim em depoimentos, testemunhos e evidências que são apresentadas durante a corte marcial do sargento. Para um filme assim Ford teve que convocar um bom elenco de atores. Jeffrey Hunter está muito bem no papel do tenente que tenta de todas as formas inocentar o acusado. Para falar a verdade não me recordo de nenhuma outra atuação dele tão boa quanto essa. Era sem dúvida um bom ator que ficou imortalizado não apenas no papel de Jesus Cristo em "Rei dos Reis" como também por ter sido o primeiro piloto da nave Enterprise no episódio de estreia da série "Jornada nas Estrelas" que na época foi considerada "cerebral" demais para os padrões da TV americana. Uma pena que tenha morrido tão jovem. Outro destaque é a presença de Woody Strode como o sargento negro acusado de assassinato e estupro. Sua postura é das melhores e ele mostra que era excelente ator em pequenos detalhes, no olhar, na convicção e na dignidade. Por todas essas razões recomendo "Audazes e Malditos" não apenas aos fãs de John Ford, esse genial cineasta, mas também a todos que gostam de edificantes tramas jurídicos. Um roteiro socialmente consciente que tem muito a dizer e passar com sua mensagem. Certamente não irão se arrepender.

Pablo Aluísio.

Armado Até os Dentes

Título no Brasil: Armado Até os Dentes
Título Original: Man with the Gun
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Richard Wilson
Roteiro: N.B. Stone Jr, Richard Wilson
Elenco: Robert Mitchum, Jan Sterling, Karen Sharpe, Saul Atkins, Emile Meyer, John Lupton.

Sinopse:
No filme Robert Mitchum interpreta um pistoleiro de aluguel chamado Clint Tollinge. Se auto denominando um "pacificador de cidades" ele chega na pequena Sheridan atrás da mãe de sua pequena filha. Ao chegar no local acaba descobrindo que a cidade está sendo ameaçada e extorquida pelo bando de um rancheiro que quase nunca vai lá, mas que barbariza com quem se atreve a cruzar seu caminho. Colocando seus serviços à disposição do povo local, Clint logo é escolhido como auxiliar do xerife para colocar ordem no caos reinante.

Comentários:
Eficiente Western B que tem um roteiro tão redondinho que me deixou surpreso. A United Artists era controlada por artistas, atores e profissionais do cinema. Fundada ainda na época do cinema mudo, a companhia procurava inovar em suas produções. Infelizmente depois de vários anos em crise o estúdio precisou procurar por filmes mais comerciais, que trouxessem bilheteria sem muitos custos. O gênero faroeste assim se mostrou adequado pois era relativamente barato rodar um western e sua popularidade sempre garantia o retorno de um bom lucro para a empresa. Além disso sempre era um bom negócio rodar uma fita com o popular Robert Mitchum. Embora filmes noir fossem sua especialidade ele também se saia muito bem em filmes de bangue-bangue. Além dele o elenco de apoio também é muito bom.  O interessante aqui é que o vilão (e obeso mórbido) Dade Hollman só aparece nos cinco minutos finais, o que demonstra que o roteiro joga bastante com sua onipresença na região, embora praticamente não apareça em cena. O elenco é muito bom. Robert Mitchum compõe um tipo que curiosamente seria repetido por outro Clint, o Eastwood, em seus filmes. Caladão, durão, cara de poucos amigos, ele logo impõe respeito por sua perícia e velocidade no gatilho. O elenco feminino é todo formado por beldades e starlets da época. Como o enredo mostra um grupo de dançarinas de cabaret a fartura de mulheres bonitas é alta no filme, com destaque para Karen Sharpe, jovem e estreante no cinema. Esse foi o primeiro filme do diretor Richard Wilson. Embora estreante nas telas se saiu muito bem pois consegue imprimir ação e tensão nas medidas certas. Curiosamente ele iria dirigir poucos filmes em sua carreira, preferindo exercer a função de produtor anos depois. Enfim, recomendo "Armado Até os Dentes" para os fãs de western. É um filme rápido, bem atuado e com roteiro bem construído.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Drácula (1979)

A primeira vez que assisti a esse Drácula foi nos anos 80, no Supercine da Globo. Já naquela ocasião percebi que se tratava de um grande filme. Recentemente porém o filme foi relançado em DVD nos Estados Unidos e decidi rever novamente. O tempo só lhe fez justiça. Digo, sem medo de errar, que esse é certamente um dos melhores filmes sobre o lendário Conde criado por Bram Stoker. Claro que o filme de Francis Ford Coppola segue sendo até hoje a melhor adaptação do romance vampiresco para o cinema. Isso porem não tira os méritos dessa outra excelente produção que foi assinada pelo ótimo John Badham. De fato foi um dos primeiros filmes a seguirem de perto o livro original. Embora a trama tenha sido enxugada um pouco, o enredo segue praticamente o mesmo criado por Stoker.

Quando o filme começa já vemos Drácula desembargando numa Londres escura, cheia de nevoeiros e clima sombrio. O ideal para esse tipo de história. Aliás tiro o chapéu para a equipe que foi responsável pela direção de arte, figurinos, maquiagem e reconstituição histórica da produção, porque está simplesmente perfeita. Some a isso o excelente elenco e você terá uma pequena obra prima em mãos. Frank Langella como Drácula é uma combinação perfeita. Penso até que o ator teria ter voltado ao personagem em novos filmes. Seu estilo pessoal, dicção e modo de comportamento em tudo combina com o Conde da Transilvânia. Em pleno anos 70 ele conseguiu dar uma certa modernizada no personagem, com trejeitos e figurinos mais de acordo com a época, como também conseguiu respeitar a tradição do Conde da literatura. Não foi algo fácil de fazer. O mesmo vale para o veterano Laurence Olivier como seu opositor, o Dr. Van Helsing. Em suma, é um filmão de terror que deixaria orgulhoso o próprio Bram Stoker em pessoa! Nunca assistiu?! Não vá perder mais tempo e corra para conferir.

Drácula (Drácula, EUA, 1979) Direção de John Badham / Roteiro: Hamilton Deane baseado na obra de Bram Stoker / Com Frank Langella, Laurence Olivier, Donald Pleasence / Sinopse: Conde romeno de nome Drácula (Frank Langella) chega na vitoriana Londres para adquirir uma nova propriedade na cidade. Nesse momento conhece a linda Mina, filha do renomado Dr Van Helsing e sua amiga Lucy, jovem namorada de seu procurador. A aproximação se tornará irresistível para o vampiro da noite. .

Pablo Aluísio.

Drácula (1979) - Curiosidades

Drácula (1979) - Curiosidades
1. Frank Langella decidiu que não iria usar presas para o personagem. Dessa forma seguiu a tradição de Bela Lugosi que também nunca chegou a usar esse tipo de artifício para interpretar o papel. Para Frank Langella essa decisão foi uma espécie de homenagem para o legado de Lugosi.

2. O personagem do Professor Abraham Van Helsing foi oferecido primeiramente a Donald Pleasence. mas depois a escolha do elenco foi mudada pelo estúdio, com o caçador de vampiros sendo oferecido a Laurence Olivier. Donald acabou interpretando o Dr. Jack Seward.

3. Frank Langella exigiu duas condições em seu contrato para interpretar Drácula. A primeira é que ele não daria entrevistas e nem faria aparições públicas para promover o filme, pois sempre odiara a parte publicitária do lançamento de filmes em Hollywood. A segunda é que Drácula jamais apareceria com sangue escorrendo ou pingando de sua boca. Esse tipo de cena foi considerada apelativa demais pelo ator e deveria ser retirada do roteiro. O estúdio acabou aceitando suas condições.

4. O diretor John Badham queria rodar o filme em preto e branco, mas sua proposta foi rejeitada pelo estúdio por ser pouco comercial. Ele então decidiu que o filme teria uma paleta de cores básica, com tons escuros em cinza e preto. Também procurou estudar antigas fotografias de encenações de Drácula em teatros de Londres. Ele quis recriar aquela cenografia e presença de palco dos atores no filme.

5. Frank Langella voltaria a interpretar Drácula, mas não no cinema e sim no teatro. A peça na Broadway foi um grande sucesso de público e crítica. Sobre o personagem o ator explicou: "Eu sempre o interpretei não como um monstro sedento de sangue, mas como um nobre, um homem elegante com um problema pessoal muito único e distinto. Ele é um imortal, mas precisa pagar um enorme preço por isso, com sangue das pessoas inocentes. Ele precisa do sangue humano para viver. Fora isso é uma criatura muito fina e sofisticada".

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

O Alienista

Achei apenas interessante. Obviamente não há como julgar apenas por um episódio, até porque é apenas o primeiro episódio, porém minha impressão inicial foi justamente essa. O cenário é uma Nova Iorque que parece a Londres dos tempos de Jack, o Estripador, com suas ruas cheias de miséria, muito nevoeiro e corpos esquartejados! Pois é, apesar de Jack ter sido um assassino inglês, aqui os roteiristas deram um jeito de transferir esse mundo de crimes horrendos para Nova Iorque. O protagonista é um especialista em mentes doentias, que naquela época se denominava alienista. Não havia ainda um ciência da criminologia e nem da medicina forense para estudar a mente dos assassinos em série. Era tudo muito novo e inexplorado. Os policiais simplesmente iam até o lugar do crime e procuravam por pistas deixadas no lugar da morte. Só isso. Não estavam ainda preparados para entrarem nas mentes dos criminosos.

No caso desse primeiro episódio temos a morte de um garoto, um menino que era explorado por gigolôs para ser abusado sexualmente por pedófilos ricos. Barra pesada. Pois bem, o corpo do menino está esquartejado, no alto de uma construção, com órgãos dilacerados e outros faltando, pois foram retirados de seu corpo. ADakota Fanning tem também uma personagem bem central, a primeira mulher a trabalhar no departamento de polícia da cidade. No começo ela não vai muito com a cara do alienista, mas depois topa ajudá-lo nas investigações, nem que seja para aprender mais essa nova arte de investigação que nascia justamente naquela época. No quadro geral ainda é cedo para dizer se a série é realmente boa, afinal só vi o primeiro episódio. Porém uma coisa posso garantir: tem uma excelente produção, com roteiro bem escrito e reconstituição histórica de primeira. Já é um bom começo. Vou assistir mais alguns episódios para ver se tomo gosto pela série.

The Alienist (Estados Unidos, 2018) Direção: Jakob Verbruggen / Roteiro: Hossein Amini, baseado no livro escrito por Caleb Carr / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty / Sinopse: Primeiro episódio da nova série "The Alienist", intitulado de "The Boy on the Bridge". No enredo um garoto é encontrado morto no alto de uma construção em Nova Iorque. Ele foi assassinado com requintes de crueldade. Para descobrir a identidade do assassino entra em cena o psiquiatra Laszlo Kreizler (Daniel Brühl) que vai procurar entender a mente do psicopata que cometeu o crime.

Episódios Comentados: 

The Alienist 1.03 - Silver Smile  
Na época em que essa série se passa havia um termo chamado "Alienista" para designar os médicos que cuidavam dos doentes mentais. Esses eram conhecidos como alienados, da expressão "alienados de si mesmos". Pois bem, essa série segue em frente. Depois de uma longa pausa recomecei a assistir.  O mote principal segue sendo a morte de vários jovens, adolescentes, garotos de programas que se vestem de mulheres para atender clientes ricos e influentes dentro da sociedade de Nova Iorque (obviamente todos homossexuais e pedófilos). É a velha hipocrisia, gente da alta classe que desce até a sarjeta para satisfazer seus desejos mais impublicáveis. Essa série tem uma direção de arte muito boa, valorizada pelos figurinos de época e o clima meio sufocante da virada do fim do século XIX para o nascimento do século XX. Entre o elenco eu destaco a presença de Dakota Fanning. Não tão bonita como sua irmã mais jovem, a Elle, ela mantém o interesse, até porque sua personagem é uma mulher daquele tempo que tenta ter uma profissão (um escândalo) e mais escandaloso do que isso na polícia, no setor de investigação de homicídios. Por fim no roteiro desse episódio temos a exposição de como homens ricos e poderosos na sociedade manipulavam até mesmo a polícia para manter tudo devidamente debaixo dos panos. É a velha hipocrisia reinando, ontem, hoje e pelo visto, sempre. / The Alienist 1.03 - Silver Smile (Estados Unidos, 2018) Direção: Jakob Verbruggen / Roteiro: by), Gina Gionfriddo, baseada no livro escrito por Caleb Carr / Elenco: Dakota Fanning, Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.04 - These Bloody Thoughts
Aos poucos os investigadores vão chegando perto do assassino pedófilo que está agindo na cidade. Algumas características dele já ficam claras. Ele tem dentes prateados. É conhecido entre os menores que contrata para fazer sexo como "O Santo". É um sujeito de classe, se veste bem e é considerado um cliente simpático. Só que por parte de tudo isso se esconde um serial killer perigoso que mata jovens. Ele então decide desafiar os policiais e manda uma carta para o departamento de investigação. Suprema ousadia. Nela ele desafia os investigadores e revelam mais alguns detalhes escabrosos, entre eles o de que ele gosta de canibalismo humano! Com isso o seu lado psicopata fica mais do que bem evidenciado. / The Alienist 1.04 - These Bloody Thoughts (Estados Unidos, 2018) Direção: James Hawes / Roteiro: Caleb Carr, Gina Gionfriddo / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.05 - Hildebrandt's Starling
Conforme as investigações avançam os policiais finalmente chegam em um suspeito. Ele tem várias características que tinham sido descritas por testemunhas. Uma delas seus dentes, azuis! O problema é que o suspeito é filho de uma rica e tradicional família da cidade. Algo que deixa o comissário de polícia preocupado. Pior do que isso, ele sofre todos os tipos de pressões para abafar o caso. Até o prefeito parece estar envolvido nesse jogo de esconder tudo da opinião pública. Só há um problema. O alienista acredita que o suspeito não é o verdadeiro assassino. Que esse teria sido um garoto pobre que foi abusado sexualmente na infância e que por isso, agora, já adulto, procurava por uma espécie de vingança tardia pelos crimes que havia sofrido. Uma tese no mínimo interessante. / The Alienist 1.05 - Hildebrandt's Starling (Estados Unidos, 2018) Direção: James Hawes / Roteiro: Caleb Carr, Gina Gionfriddo / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.07 - Many Sainted Men  
O serial killer, o assassino, não era quem todos estavam pensando. Na realidade uma pequena pista muda o rumo das investigações. Depois de sete jovens mortos se descobre que a última vítima teve o escalpo arrancado pelo criminoso. Ora, arrancar escalpos era algo comum no velho oeste, na guerra contra os nativos. Conforme as investigações avançam eles descobrem o nome de um homem que foi soldado, do exército, e lutou nas batalhas do oeste selvagem. E ele ficou insano depois que retornou. O perfil ideal de um assassino em série. Agora resta achar esse homem de todas as formas. / The Alienist 1.07 - Many Sainted Men (Estados Unidos, 2018) Direção: Paco Cabezas / Roteiro: John Sayles / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.08 - Psychopathia Sexualis
A pista que surgiu foi importante. O serial killer tirava o escalpo de suas vítimas. Isso levou a investigação para outro rumo. O alienista parte então para uma pequena cidade do interior do oeste, onde seu suspeito poderia estar morando. Ele foi veterano do exército, participou das guerras contra os nativos. Provavelmente exposto a cenas horríveis de morte e tortura, acabou enlouquecendo. Nesse episódio os dois investigadores vão parar numa velha fazenda. Lá encontram um parente do suspeito, seu filho. Ele já estaria morto, após um crime envolvendo uma criança. Pelo visto o tal sujeito era também um pedófilo perigoso. Na parte final do episodio a carruagem dos dois é atacada a tiros. Os cavalos se assustam e eles caem ponte abaixo. Pelo visto há mais alguém que tenta encobrir os crimes que aconteceram. / The Alienist 1.08 - Psychopathia Sexualis (Estados Unidos, 2018) Direção: David Petrarca / Roteiro: Caleb Carr, John Sayles / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty. 

The Alienist 1.09 - Requiem
A série vai ficando mais interessante em seus episódios finais. Aqui finalmente chegamos muito próximo do serial killer verdadeiro. Grande parte dos suspeitos dessa primeira temporada não se revelaram críveis. Quem acabou despertando a maior suspeita dos investigadores foi um chamado John Beecham, um sujeito esquisito, com deformação facial que chegou a trabalhar no censo de Nova Iorque, mas depois que foi demitido sumiu nas vielas e ruelas da cidade em seus bairros mais miseráveis. No final desse episódio ele ataca um jovem na piscina pública. Estripa o rapaz, enquanto outro corre com pavor para um dos armários onde se esconde. É véspera de feriado, dia de santo católico, onde ele geralmente faz suas vítimas. O episódio foi tão bom que me animou agora a ver o último episódio com maior interesse. / The Alienist 1.09 - Requiem (Estados Unidos, 2018) Direção: Jamie Payne / Roteiro: Caleb Carr / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty. 

The Alienist 1.10 - Castle in the Sky
Episódio final dessa temporada. Aqui o assassino é localizado na rede de esgotos subterrânea da cidade de Nova Iorque. Ele levou um garoto até lá, o mesmo que encontrou escondido dentro do armário na piscina pública. Acaba sendo descoberto e baleado em suas costas nuas. Um final justo para um serial killer como ele. E assim se encerra a temporada, com o alienista Laszlo Kreizler dissecando o cérebro do assassino para ver se havia algo de diferente em sua anatomia. Não havia. Era um cérebro perfeitamente normal e sadio. Então como justificar as mortes dos jovens garotos? Não há respostas definitivas. Essa série, agora concluindo minha análise, tem ótima produção, reconstituição perfeita de época e um elenco muito bom. Porém ao mesmo tempo alguns episódios soaram bem arrastados, com excesso de personagens secundários que no final da trama não fizeram diferença nenhuma. Eu não desgostei da série, mas ao mesmo tempo ela não me animou, não me empolgou. Alguns episódios foram bem cansativos. Terminada a primeira temporada sinceramente não me animo muito para ver a segunda. Provavelmente irei parar por aqui mesmo. Está de bom tamanho. / The Alienist 1.10 - Castle in the Sky (Estados Unidos, 2018) Direção: Jamie Payne / Roteiro: Caleb Carr, Cary Joji Fukunaga / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty, Dakota Fanning.

Pablo Aluísio. 

Maria Antonieta

Atualmente estou lendo a biografia de Maria Antonieta escrita pelo autor Stefan Zweig. Pegando embalo na leitura tenho visto alguns filmes sobre a rainha francesa. Assim já conferi (e publiquei resenhas) sobre os filmes "Maria Antonieta", produção franco-canadense de 2006 e "Adeus, Minha Rainha" de 2012. Nenhum dos dois filmes são particularmente maravilhosos ou especiais, mas cada um, ao seu modo, resgata aspectos interessantes da última rainha da França. A história dela, por si mesma, já é muito interessante. Ela era uma das filhas caçulas da imperatriz austríaca Maria Thereza. Tentando manter um estado de paz com a França, depois de anos de guerras sangrentas, ela acabou arranjando um casamento entre Maria Antonieta e o futuro rei da França, Luís XVI.

Eles eram apenas adolescentes quando isso aconteceu (Maria Antonieta tinha apenas 14 anos de idade) e por essa razão o casamento arranjado, pelo menos em seus primeiros anos, foi um desastre completo. Depois houve o problema de Estado (sim, de Estado!) quando o rei não conseguiu consumar seu casamento. Ele não conseguia ter relações sexuais com ela. Ter um filho era imperativo para continuar a monarquia. Só depois de sete anos de tentativas frustradas é que finalmente nasceu um herdeiro para o trono. A vida de Maria Antonieta foi trágica porque ela, como todos sabemos, foi guilhotinada pelos radicais da Revolução Francesa. Sua vida glamorosa e cheia de excessos (ela foi considerada a primeira "fashionista" da história) causou uma revolta entre o povo francês, que na época, estava passando fome, em completa miséria. A rainha também tinha cabecinha de vento, não se importava com os assuntos do reino, procurando apenas se inteirar da última moda, para a criação de vestidos e roupas cada vez mais extravagantes. Daqui alguns dias pretendo rever a mais recente versão sobre a história de Maria Antonieta, um filme que já assisti, mas que agora pretendo rever com olhos mais críticos e atentos.

Maria Antonieta (Marie Antoinette, Estados Unidos, 2006) Direção: Sofia Coppola / Roteiro: Sofia Coppola / Elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Rip Torn / Sinopse: Em uma visão moderna o filme conta a história da rainha da França Maria Antonieta, a diva da moda de sua época, executada pela Revolução Francesa.  Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor figurino.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de maio de 2018

Pantera Negra

A Marvel jamais imaginaria que esse filme iria fazer tanto sucesso! Pois é, em números atuais a versão cinematográfica do Pantera Negra já faturou mais de 1 bilhão de dólares em todo o mundo! Um número realmente espetacular sob qualquer ponto de vista. E pensar que esse filme quase não foi feito porque os produtores achavam que o Pantera Negra era um personagem muito secundário no mundo dos quadrinhos. Os executivos acreditavam que ele nem teria fãs para recuperar o investimento nas salas de cinema. Não seria melhor procurar por outro personagem com um pouquinho mais de fama?  De fato ele nunca foi do time de ponta da editora, inclusive não tendo nem publicação própria - algo que certamente mudará daqui em diante com o sucesso do filme nas bilheterias.

Deixando de lado o aspecto puramente comercial do filme, temos aqui mais um bom filme com o selo Marvel de qualidade. É curioso que um personagem que sempre foi relegado nos quadrinhos tenha um universo tão amplo e desenvolvido a ponto de ter material para os roteiristas trabalharem bem, não apenas na realização de um primeiro filme, mas de todo uma nova franquia cinematográfica que irá surgir nos próximos anos. Esse aspecto deu origem a um bom roteiro, que abre e fecha muito bem o enredo, mesclando passado e presente com criatividade e inteligência. Além do mais o estúdio teve a oportunidade de desenvolver uma direção de arte baseada na cultura africana, com todas as suas cores fortes e artesanato nativo, trazendo um visual todo próprio ao filme. Em suma, é um dos melhores trabalhos da Marvel no cinema. Só espero que o estúdio mantenha o mesmo nível daqui em diante. Nada de saturar ou banalizar essa nova franquia que nasce. Assim torcemos pelo melhor nos próximos filmes.

Pantera Negra (Black Panther, Estados Unidos, 2018) Direção: Ryan Coogler / Roteiro: Ryan Coogler, Joe Robert Cole / Elenco: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong'o / Sinopse: Após a morte de seu velho pai, T'Challa (Chadwick Boseman) se torna o herdeiro do manto do Pantera Negra. Também se torna o sucessor do trono, se tornando rei de Wakanda. Antes disso porém precisa provar seu valor como homem e como guerreiro, enfrentando um novo desafio, seu próprio primo que, abandonado nos Estados Unidos muitos anos atrás, retorna para reclamar seu direito ao trono de sua nação.

Pablo Aluísio.

Pantera Negra - Curiosidades

Pantera Negra - Curiosidades
1. O personagem do Pantera Negra foi criado pela dupla Stan Lee e Jack Kirby em 1966. Lee criou o conceito e os roteiros das primeiras estórias. Kirby desenhou o personagem, usando sua própria criatividade. A primeira vez que o Pantera Negra foi publicado foi numa revista do Quarteto Fantástico intitulada "The Fantastic Four #52" em julho de 1966.

2. O filme custou 200 milhões de dólares - uma produção cara. A Marvel estava porém jogando com expectativas de lucro mais baixas. Para o estúdio o filme seria um grande sucesso se recuperasse duas vezes seu orçamento nas bilheterias. Todos foram surpreendidos quando "Pantera Negra" rompeu a barreira do 1 bilhão de dólares em caixa. Um resultado comercial espetacular.

3. O filme conta com um elenco secundário (coadjuvante) todo contratado entre as grandes escolas de atuação dos Estados Unidos, em especial da universidade de Yale. Os produtores fizeram testes por quase todo o país, focando obviamente em profissionais negros para atuarem nos demais personagens do filme.A iniciativa foi aplaudida pela imprensa dos Estados Unidos.

4. O Pantera Negra surgiu quando Stan Lee tomou conhecimento dos movimentos sociais em prol da luta dos negros americanos por seus direitos civis, durante a década de 1960. Um dos grupos mais famosos era chamado justamente de Panteras Negras. Um dos símbolos desse grupo era o punho cerrado levantado. Gesto que foi repetido por atletas negros americanos em pódios nas Olimpíadas.

5. Para um filme com grande orçamento, "Pantera Negra" surpreendeu por contar com apenas dois roteiristas, Joe Robert Cole e o próprio diretor Ryan Coogler. O normal é filmes com esse tipo de produção contar com equipes de roteiristas, em números que variam de oito até doze profissionais. O diretor decidiu que isso não aconteceria em seu filme, para que o roteiro se mostrasse mais coeso, sem problemas de narração e desenvolvimento do enredo.

Pablo Aluísio.