domingo, 17 de fevereiro de 2008

The Tudors: A Realeza nas Telas!

A monarquia britânica sempre esteve em alta nas telas dos cinemas e em programas de TV. Ultimamente porém tem aumentado e muito o interesse sobre as vidas das famílias imperiais da Europa e em especial da família real inglesa. Vários filmes e um seriado em especial tem reavivado o interesse na longa história dos reis e rainhas britânicas. Além de acompanhar The Tudors, recentemente assisti vários filmes enfocando o tema de forma brilhante: A Duquesa, A jovem Vitória e O Homem que não Vendeu sua Alma. Começando pela telinha, recomendo um dos melhores seriados atualmente intitulado The Tudors. Estrelado pelo ator Jonathan Rhys Meyers no papel de Henrique VIII, The Tudors é uma ótima produção que vem conquistando cada vez mais audiência na Europa e EUA. Como todos sabem o rei Henrique VIII representou como poucos o auge do absolutismo da monarquia na Europa. Irascível, tirano e perseguidor, Henrique entrou para a história ao romper com a Igreja Católica em seu país por uma questão pessoal o que o levou a fundar a Igreja Anglicana da Inglaterra.

O seriado agora se encontra na terceira temporada, no período posterior a morte de sua terceira esposa, Jane Seymour. As temporadas seguintes enfocaram a longa luta de Henrique para anular seu casamento com sua primeira esposa, Catarina, e contrair matrimônio com Ana Bolena, sua amante. A luta de Henrique contra a Igreja e o Papa, que se negou a anular sua primeira união, é analisada em detalhes, embora a série não seja 100% fiel aos fatos. A intenção dos produtores nunca foi mesmo a de ser historicamente impecável, apenas de contar uma bela história de amor e poder. Nesse ponto foram extremamente bem sucedidos, pois a série é bem recomendada até mesmo para quem nunca gostou muito de história na escola. Nesse caso o seriado pode muito bem ser encarado como um belo romance de época.

A mesma trama envolvendo a corte de Henrique VIII é também o foco do filme O Homem que não vendeu sua Alma. Embora a época do auge Tudor seja tratado de forma honesta o filme se perde um pouco ao analisar a história de Thomas More, o chanceler real, que se negou a romper com sua fé católica em favor de Henrique e que pagou caro por ter mantido firme sua posição. O filme foi premiado com o Oscar e é um marco da história do cinema, porém é um pouco superficial do ponto de vista histórico. Embora Thomas More sem dúvida seja um personagem cativante, que procurou manter firme suas convicções até o fim, o filme deixou de retratar o lado mais sombrio de sua biografia, pois é fato que ele mandou centenas de pessoas para a fogueira, principalmente luteranos. Ao invés de mostrar tanto o seu lado positivo como negativo, a narrativa se concentrou apenas no lado virtuoso de More, o que pode levar muitos a considerá-lo um tipo de mártir do catolicismo. A própria Igreja Católica inclusive ignorou esse lado mais obscuro e o canonizou em 1935. Enfim, por ser parcial demais o Homem que não vendeu sua Alma não é dos mais indicados para os que querem conhecer a fundo o período Tudor na história inglesa.

Para os que desejam algo mais ameno dois recentes filmes são altamente recomendados. O primeiro é A Duquesa. Aqui somos apresentados à história da Duquesa de Devonshire que é brilhantemente interpretada pela atriz Keira Knightley. Essa nobre é uma antepassada da própria Princesa Diana e ficou famosa pela intensa luta que travou em favor de vários direitos feministas. O filme é belíssimo, de encher os olhos com a maravilhosa produção de época. Nesse mesmo estilo temos ainda a nova produção de Martin Scorsese, A Jovem Vitória. A película mostra os primeiros anos de reinado da Rainha Vitória, que simbolizou para muitos o auge do Império Britânico e deu nome a toda uma era, a chamada Era Vitoriana. O filme em si é uma aula de bom gosto, lindos figurinos e impecável reconstituição de época. Ótimo. Em suma, ficam aí as dicas para quem deseja ter belos momentos de entretenimento e descontração com bastante estilo e elegância.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Não Há Dia Fácil

Aproveitei o último fim de semana para ler esse que tem sido um dos livros mais polêmicos lançados ultimamente. Em um texto simples, direto, o autor, um membro da tropa de elite Seals da Marinha norte-americana, narra os preparativos, planos e execução da operação que matou o terrorista Osama Bin Laden. É curioso entrar mesmo que de forma superficial na mente de um militar desse nível, que faz parte de uma das organizações mais eficientes do planeta. O que vemos de seu relato é um sujeito firme em suas convicções pessoais que quer a todo custo cumprir seu objetivo, sem falhas e sem riscos. O interessante é que ele estava no Helicóptero que caiu dentro da propriedade do terrorista. Ele narra o que pensou antes do aparelho cair como um grande saco de batatas. Certamente pensou que morreria ali, naquele momento.

Depois conta em detalhes o momento em que entraram na casa de Bin Laden, subindo pavimento por pavimento atrás do criminoso internacional. Ele morava em um imóvel amplo, com três pavimentos e com portas reforçadas. Apenas um dos que estavam na casa ao seu lado esboçou uma reação e foi morto de forma imediata. Um dos filhos de Bin Laden também tentou uma reação mas suas chances contra um grupo da elite militar americana como aquele eram simplesmente nulas. Foi alvejado imediatamente e depois jogado de lado pelos membros  da equipe para desbloquear o caminho. O militar não demonstra qualquer reação diante da morte de um garoto como aqueles, simplesmente afirma que o tiraram de lado mas a poça de seu sangue prejudicou o grupo pois o chão ficou escorregadio demais para as botas dos SEALs. Não há lugar para piedade dentro de um grupo como esse.

O ápice do relato ocorre quando os militares chegam no quarto onde estava Bin Laden. Para o autor do livro ele agiu como um verdadeiro covarde. Não chegou a ter reação e nem entrou em conflito armado com o grupo americano. Simplesmente foi atingido na cabeça quando procurou ver o que estava acontecendo. Quando Mark Owen e seu grupo entrou no quarto o encontrou caído, tendo convulsões (pois o tiro havia pego em cheio). Após averiguarem que não estava armado o grupo se posicionou e atirou em seu peito, liquidando o líder do grupo Al -Qaeda de forma definitiva. Simples, firme e objetivo. Depois de Owen tirar algumas fotos o corpo do terrorista foi levado pelos militares para o helicóptero que os levou de volta para sua base. Lá o entregaram para um grupo Ranger do exército americano. Tudo durou menos do que 30 minutos. Mesmo com o acidente logo no começo da operação tudo correu como planejado.

Os militares estavam esperando fogo cerrado pois se tratava de Bin Laden mas tudo o que encontraram foi um velho numa casa sem segurança adequada, rodeado de mulheres e crianças. O livro tem causado muita polêmica nos EUA porque a versão contada por Mark Owen  (não é seu nome real mas um pseudônimo) é diferente da versão oficial divulgada pelo governo americano. Segundo a Casa Branca, Bin Laden foi morto após trocar tiros com os militares americanos. Owen afirma que isso jamais ocorreu. Laden tinha armas em seu quarto mas estavam sem munição. Ele foi atingido pelo batedor da tropa e isso não ocorreu sob fogo cruzado. Seu maior erro foi colocar a cabeça para fora do quarto onde estava para tentar ver o que ocorria no corredor. Foi nesse momento que o militar americano, obviamente um atirador de elite, o acertou bem em cheio. Em vista das diferenças de versões a confusão está armada, principalmente agora no meio da campanha presidencial americana. Afinal Bin Laden foi executado ou morto em combate? O livro traz a versão de quem esteve lá, no calor dos acontecimentos. Mark Owen pode ser punido uma vez que relata em seu livro uma operação militar altamente secreta. Ele se justifica dizendo que tem a obrigação de dizer a verdade. Cabe ao leitor depois tirar suas próprias conclusões. Realmente no mundo em que vivemos não há dia fácil.

Não Há Dia Fácil
Um Líder da Tropa de Elite Americana Conta Como Mataram Osama Bin Laden
1a. edição, 2012
Autor: Mark Owen
Editora Paralela

Pablo Aluísio.

O cinema dos anos 80

Recentemente estive na casa de um grande amigo de juventude. Fazia bastante tempo que não o tinha visto e acabei aceitando seu convite para ir em sua residência para passar uma tarde colocando nosso papo em dia. Estudamos juntos por vários anos e como não poderia deixar de ser relembramos dos nossos "velhos tempos de escola". Isso é curioso porque nem me considero tão velho assim, mas quando se encontra alguém que foi seu amigo nos tempos de colégio é óbvio que a nostalgia acaba virando o centro das conversas! Entre uma boa lembrança e outra ele me mostrou sua coleção de filmes "porrada" dos anos 80! Isso mesmo, todos aqueles filmes que assistíamos quando éramos adolescentes de 13, 14 anos de idade em plenos anos 80. Rever alguns daqueles títulos me trouxe de volta aos anos Marista, ao velho colégio e ao antigo cinema que íamos com os amigos no centro da cidade (cinema esse que não existe mais, como tantos outros de tantas outras cidades pelo Brasil afora).

Para completar o momento nostalgia acabamos assistindo alguns trechos de filmes que há anos não tinha revisto. Um deles provavelmente só assisti uma única vez, lá no velho cinema municipal, quando eu deveria ter no máximos uns 13 anos de idade. Seu nome é bem sutil e delicado, "Jogo Bruto", onde o dublê de ator e halterofilista Arnold Scharzennegger destroçava em poucos segundos um exército de mafiosos mal encarados, ou seja, tudo o que um garoto de 13 anos realmente quer ver quando vai ao cinema. É muito interessante se deparar com um filme do qual você tinha adorado muitos anos depois. Tudo em Jogo Bruto respira a anos 80: os carrões que parecem verdadeiras banheiras, os ternos cafonas, os penteados estranhos e as eternas ombreiras que pareciam ser item obrigatório nas mulheres ditas chiques. Puxa, como o tempo passa não é mesmo? Tudo muda com a passagem dele, menos é claro a canastrice de Scharzennegger que ele hoje a utiliza no mundo da política e não mais no mundo do cinema.

Depois de Jogo Bruto acabamos vendo trechos daquele que acho ser o filme símbolo do cinema de ação dos anos 80: Stallone Cobra! Nossa, aquela imagem de Stallone com óculos escuros, palito de dente no canto da boca e uma metralhadora de mira a laser é uma das mais ícônicas do cinema dos anos 80, principalmente para quem viveu naquela época. Quem estava lá não esquece, o filme foi considerado violento demais por um ministro chamado Paulo Brossard que num ato de devaneio acabou proibindo o filme para menores de 18 anos. Imagine a repercussão que isso teve! De repente assistir Stallone Cobra virou um ato de honra e coragem para os garotos dos anos 80. Todos os dias durante o intervalo das aulas a conversa girava sempre sobre como entrar no cinema para assistir Cobra! Quem poderia arranjar umas carteiras falsas para a turma entrar? Como conseguir?

A quantidade de carteiras falsas que circulou naquele ano deve ter sido uma das maiores da história! Todos queriam ver Stallone Cobra e quando conseguiam corriam para se vangloriar com os amigos menos sortudos! Depois lançaram o filme com cortes para menores e depois sem cortes... uma loucura! Assistir hoje Stallone Cobra é como voltar aos bons e velhos tempos. Claro que visto sobre o prisma de hoje o filme é só um policial cheio de clichês mas como marcou toda uma geração de garotos dos anos 80 ele acabou sendo envolto numa clima bom de nostalgia. Quem em sã consciência esqueceu uma das frases mais marcantes do filme? "Você é uma doença e eu sou a cura" falava Stallone com seu conhecido rosto sem expressividade. Nem é preciso dizer que isso era simplesmente o máximo para a garotada que fazia de tudo para lotar as sessões. Enfim, relembrar essas pequenas histórias dos tempos colegiais foi muito bom, foi uma bela viagem ao passado. Quem sabe não começo a rever daqui em diante os filmes da minha infância e adolescência. Coisas como Os Caça Fantasmas, De Volta Para o Futuro, Karatê Kid e até mesmo a série Rambo! Ah os anos 80!... eu era feliz e não sabia!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Cantores do Passado: Dean Martin

Muita gente só conhece Dean Martin de seus filmes ao lado do comediante Jerry Lewis. Certo, esse foi um dos aspectos mais populares da carreira de Dino mas é apenas parte de um todo bem mais especial. O fato é que Dean Martin foi um maravilhoso cantor que gravou canções eternas - que até hoje tocam e são reverenciadas. Martin fez parte de um seleto grupo de intérpretes que marcou época na música americana. Se apresentando ao lado de Frank Sinatra e do Rat Pack (formado ainda por Sammy Davis Jr) o cantor ator fez muito sucesso em Las Vegas sempre se apresentando em temporadas de enorme sucesso. Ele tinha um timbre vocal poderoso mas agradável (algo que sempre me lembrou de Elvis Presley). Ambos eram barítonos talentosos e se destacaram não apenas por suas gravações mas também pela persona que desfilavam fora dos estúdios.

Dean Martin é o que se chamava de um bon vivant nos anos 50 e 60. Amigo do barman nunca largava seu copo de whisky e tinha uma postura relaxada e descontraída que lhe valeu inclusive o carinhoso título de "Mr Cool". Era aquele tipo de pessoa que parecia conquistar seus objetivos sem maior esforço pessoal, tudo na base do "ok, isso pode ser interessante, vamos ver se dá certo". Teve uma carreira vitoriosa não apenas no mundo do disco mas no cinema também. Mesmo após romper sua parceria com Jerry Lewis seguiu em frente estrelando boas produções, seja ao lado do Rat Pack, seja em carreira solo (onde fez ótimos westerns). Musicalmente conseguiu grandes feitos mesmo depois que seu estilo musical ficou rotulado de "careta" pela geração da contra cultura dos anos 60. Um exemplo de sua força foi o maior hit de sua carreira: Em pleno auge da Beatlemania ele conseguiu um feito e tanto tirando os Beatles do primeiro lugar das paradas para ocupar a mesma posição com sua imortal "Everybody Loves Somebody". E depois ainda tirou onda enviando um telegrama para Elvis perguntando ao Rei do Rock: "Viu como se faz?"

Dean Martin sempre foi citado como um amigo de todos do show business. Também era extremamente solidário aos amigos mais próximos. Quando John Kennedy venceu as eleições presidenciais (inclusive com sua ajuda, cantando de graça no palanque de JFK) ele se decepcionou com a atitude de recém eleito presidente que não convidou seu amigo negro, Sammy Davis Jr, para a posse. (Davis era casado com uma branca e por isso Kennedy temia a reação dos sulistas racistas na festa). Em solidariedade ao amigo barrado resolveu também não ir, em protesto. Atitudes como essa demonstravam bem seu caráter pessoal. Seguiu em frente, inclusive com um programa de tv próprio onde quase nunca aparecia para ensaiar (que ele obviamente achava uma perda de tempo!), o que é fácil de entender pois afinal ele era a própria personificação do jeito cool de ser.

Mas como a vida nem sempre é uma festa eterna os anos finais de Mr Cool foram difíceis. Seu adorado filho, que venerava, morreu em um trágico acidente. A tragédia atingiu em cheio o artista que entrou em um processo irreversível de depressão e angústia. Em seus anos finais foi ficando cada vez mais isolado e distante dos amigos. O casamento também acabou depois de longos anos. Martin abandonou a carreira musical e de ator e preferiu uma vida longe dos holofotes. Em seus últimos momentos se limitava a ir em sua cantina preferida comer o mesmo jantar noite após noite. Também não abriu mão do fumo e da bebida que acabaram o levando à morte em 1995. Não importa, o mais precioso em Dean Martin foi preservado: sua ótima voz interpretando lindos standarts da música norte-americana. Isso bastou para o Mr Cool entrar na história.

 
Discografia Comentada:

Dean Martin - Dream with Dean: The Intimate Dean Martin
Dean Martin tinha uma voz maravilhosa. Aqui o cantor resolveu apostar em algo bem intimista. Ele gravou o álbum com apenas quatro  músicos ao seu lado, Ken Lane ao piano, Irv Cottler na bateria, Red Mitchell no baixo e Barney Kessel na guitarra (Kessel chegou a trabalhar com outros grandes nomes como Elvis Presley na década de 1960). Nada de orquestras e nada de arranjos mais sofisticados como era praxe em seus discos anteriores, já que Martin sempre seguiu os passos de Sinatra nesse aspecto. A ideia era mesmo mudar um pouco, produzindo algo bem intimista (o que fica bem claro na própria capa do álbum, com Martin ao lado da lareira com um cigarro em mãos, fazendo todo o charme possível, bem de acordo com sua imagem de Mr. Cool). Para produzir o disco na Capitol, Martin trouxe o produtor Jimmy Bowen, praticamente uma lenda do meio musical americano, tendo trabalhado com dezenas de cantores ao longo da carreira, entre eles o próprio Frank Sinatra, além de produzir grandes sucessos para Sammy Davis, Jr., Kenny Rogers, Hank Williams, Jr., The Oak Ridge Boys, Reba McEntire e George Strait. Era tão competente que Frank Sinatra o escalou para produzir os primeiros discos de sua filha, Nancy.

Esse álbum traz aquele que talvez seja o maior sucesso de toda a carreira de Dean Martin, a faixa "Everybody Loves Somebody". A história dessa canção é bem interessante pois quebrou a supremacia que os Beatles tinham nas paradas de sucesso da época. Foi uma das poucas canções americanas a tirarem do número 1 da Billboard gravações do grupo inglês que naquela época vivia a febre da Beatlemania. Reza a lenda que o próprio Dean Martin teria ligado para Elvis e dito em tom de piada que aquele era o jeito certo de enfrentar a invasão britânica nas rádios e paradas de sucesso. Tirando esses aspectos comerciais de lado, o que podemos dizer é que esse é certamente um disco maravilhoso, sob qualquer ângulo que se analise. A sonoridade em geral é de uma beleza ímpar, muito suave e delicada. O que sempre se sobressai é a excelente vocalização de Martin, com intervenções sutis da guitarra de Kessel, acompanhada da melodia do piano de Ken Lane, tudo intercalado por um baixo quase inaudível do talentoso Mitchell (que vinha do jazz). Nos Estados Unidos o álbum ganhou uma recente edição de luxo, simplesmente excepcional.

Dean Martin - Dream with Dean: The Intimate Dean Martin
1. I'm Confessin' (That I Love You) 2. Fools Rush In 3. I'll Buy That Dream 4. If You Were The Only Girl 5. Blue Moon 6. Everybody Love Somebody 7. I Don't Know Why (I Just Do) 8. "Gimmie" A Little Kiss 9. Hands Across The Table 10. Smile 11. My Melancholy Baby 12. Baby Won't You Please Come Home.

Dean Martin - Memories Are Made Of This
Em plena explosão do rock americano em meados dos anos 50, eis que surge nas paradas um grande sucesso romântico cantado por Dean Martin. A bonita e singela "Memories Are Made Of This" acabou derrubando vários roqueiros das primeiras posições, chegando ao número 1, ficando por lá por cinco semanas! Um feito e tanto! Dean Martin conseguiu inúmeras vezes essa proeza. É bem lembrado que foi ele também quem derrubou os Beatles do Top 1 em 1964 com sua "Everybody Loves Somebody", o que fez com que tirasse uma enorme onda com esse feito! Em pleno auge da Beatlemania lá estava o velho e bom Dean Martin ocupando seu espaço. Pois é, Dean Martin era realmente bom de vendas no mercado de singles.

Essa canção tem um swing bem peculiar, poderia inclusive ter feito parte de qualquer disco de Frank Sinatra. Aliás falando em comparações é interessante dizer que Martin não tinha uma voz mais bonita do que a de Sinatra, porém era bem mais forte e impressionante. Frank Sinatra em termos de voz ganhava em beleza, ao que Dean Martin o superava em potência e poderio vocal. Um detalhe sobre essa canção que poucos sabem é que a primeira versão a sair em disco nos Estados Unidos foi gravada pela orquestra de Ray Conniff. Essa primeira gravação tem uma suntuosidade que Martin dispensou em sua versão, já que ele procurava criar um clima de intimidade, romantismo. Já o maestro Ray procurava pela explosão sonora. Outro fato interessante para os fãs do cantor: com o sucesso do single a gravadora Capitol lançou um EP com mais duas faixas, que também venderam muito bem. Então é isso. Entre os grandes sucessos musicais da parada da Billboard de 1956 lá estava o romântico Dean Martin se sobressaindo entre um oceano de roqueiros rebeldes. O romantismo sempre se faz presente, não importando o momento.

Dean Martin - Memories Are Made Of This (1956)
Memories Are Made Of This / Change of Heart / I Like Them All (EP) / Ridin Into Love (EP).

Dean Martin - Collected Cool
Está sendo lançado nos EUA e Europa um box maravilhoso com 3 CDs e 1 DVD enfocando os melhores anos da carreira de Dean Martin. Uma verdadeira preciosidade. Tudo de extremo bom gosto acompanhado de um maravilhoso livreto informativo com muitas fotos fantásticas e informações preciosas. Para quem é fã do Dino é realmente um dos melhores lançamentos atuais sobre o artista. Quem acompanha meus textos sabe que eu sempre prezo pela discografia oficial lançada ainda quando o cantor estava vivo. Nesse aspecto tudo me atrai, o vinil original, as capas com direções de arte que refletem as tendências artísticas que estavam na moda no ano em que o disco foi lançado e todo aquele sabor nostálgico que geralmente acompanha esse tipo de material. Infelizmente nem todos os grandes cantores do passado tem sua discografia original relançada em novos formatos, o que dificulta muito chegar nos produtos originais. É o caso de Dean Martin cujo legado ficou esquecido durante muito tempo.

Por isso vou aqui elogiar esse box. É obviamente uma coletânea de seus maiores sucessos mas também traz material inédito, o que por si só já é motivo para comemorar. Praticamente todas as faixas foram remasterizadas digitalmente, procurando trazer as gravações para um padrão de qualidade aceitável na atualidade. O trabalho ficou magnífico – basta comparar até mesmo com os últimos CDs lançados de Martin no mercado há cinco ou dois anos. A diferença é realmente marcante. A lamentar apenas a exclusão de muitas gravações excelentes de Martin na fase em que trabalhou na gravadora de seu amigo Frank Sinatra, a Reprise Records. Ao que parece (nada é confirmado oficialmente) há uma disputa judicial sobre os direitos dessas músicas. De qualquer maneira momentos como “Everybody Loves Somebody” acompanhada de um lindo arranjo de quarteto de cordas faz tudo valer a pena. A gravação é deslumbrante! O terceiro CD traz várias gravações ao vivo de Dean Martin em Lake Tahoe e o DVD traz a histórica apresentação de Dean Martin em Londres no mitológico The Apollo Victoria Theatre. Em suma, um trabalho de resgate com muito bom gosto e elegância. Coisa fina.

Dean Martin Collected Cool (2013)
CD 1 - Dean's Spoken Word Introductions / My Own, My Only, My All / Powder Your / Face With Sunshine (Smile! Smile! Smile!) / I Don't Care If The Sun Don't Shine / That's Amore / If I Could Sing Like Bing / Sway / Long, Long Ago / Memories Are Made Of This / Pardners / Volare / Rio Bravo / On An Evening In Roma / Sleep Warm / Ain't That A Kick In The Head / Just In Time / Arrivederci Roma / Return To Me / A Hundred Years From Today / CD 2 - Tik-A-Tee, Tik-A-Tay / Senza Fine / Who's Got The Action? / Guys And Dolls / Marina / Everybody Loves Somebody / The Door Is Still Open (To My Heart) / You're Nobody 'Til Somebody Loves You / In The Misty Moonlight / Sophia /  Send Me The Pillow You Dream On / In The Chapel In The Moonlight / Welcome To My World / Houston / I Will / Somewhere There's A Someone / My First Country Song / LA Is My Home / CD 3 - Drink To Me Only With Thine Eyes / Almost Like Being In Love / I Love Tahoe (Paris) / My Kind Of Girl / Break It To Me Gently / Rock-A-Bye Your Baby With A Dixie Melody / Primrose Lane / You Are Too Beautiful / Carolina In The Morning / Love Walked In/ I Love Being A Girl / Beautiful Dreamer / You Made Me Love You / It Had To Be You / Nevertheless / I'm Gonna Sit Right Down And Write Myself A Letter / Volare / On An Evening In Roma / I Love Paris.

Dean Martin Sings Songs from "The Silencers"
Trilha sonora do filme "O Agente Secreto Matt Helm". Pois é, assim como Elvis Presley, o Dean Martin achou por bem encher alguns de seus filmes com um vasto repertório, para depois lançar como LP (o velho álbum de vinil) no mercado. O resultado? Uma porção de músicas bem fracas no meu ponto de vista. Veja, esse é um caso clássico de grande cantor em material de segunda linha. Nenhuma das músicas do filme (pessimamente apresentadas entre as cenas) soa marcante ou memorável.

Algumas são meros trechos engraçadinhos como "Empty Saddles in the Old Corral" em que Dean Martin aproveitava para dar uns amassos numa garota vestida de cowgirl no filme. Ok, sua maravilhosa voz estava lá, só que faltava letra nas músicas, além de serem completamente descartáveis. Grande parte desse repertório fraco foi composto por Billy Hill que recebia do estúdio de cinema a cena que deveria ser musicada. Assim ele ia fazendo as músicas, sem muito capricho. Apenas a música tema, "The Silencers" (composta pelo maestro Elmer Bernstein), merece maior atenção. Mesmo assim ele quase não escapa do resultado bem medíocre do resto do disco. É meio decepcionante bem no meio de uma até boa canção você ouvir o Dean Martin cantando sobre o "Big O", o vilão caricato do filme. Quando isso acontece vem aquela sensação de tempo perdido que destrói qualquer disco que você comprou. Enfim, esse disco foi mesmo uma "bola fora" do grande Dean Martin em sua rica discografia.

Dean Martin Sings Songs from "The Silencers" (1966)
The Glory of Love / Empty Saddles in the Old Corral / Lovey Kravezit / The Last Round-Up / Anniversary Song / Side by Side / South of the Border / Red Sails in the Sunset / Lord, You Made the Night Too Long / If You Knew Susie (Like I Know Susie) / On the Sunny Side of the Street / The Silencers,

Pablo Aluísio.

Cantores do Passado: Buddy Holly

O tempo é cruel. Atualmente com excessão dos mais instruídos sobre a história do Rock poucos jovens sabem quem foi Buddy Holly (embora certamente reconheçam algumas de suas canções ao ouvirem elas em algum filme por aí. Pioneiro da primeira geração do Rock´n´Roll, Buddy morreu muito jovem em um acidente de avião bimotor que custou também as vidas de dois outros roqueiros famosos da época: Ritchie Valens (de La Bamba) e Big Bopper. Deles não restam dúvidas que Buddy era o mais promissor. Letrista, compositor e arranjador esse texano de Lubbock era extremamente talentoso nos temas juvenis que fizeram parte de toda sua obra musical. Sua música era tão boa que superou até mesmo seu visual improvável, pouco adequado para o marketing das gravadoras. Com óculos de aros grossos, cara de nerd e pouco gingado, Buddy Holly mais parecia um de seus fãs, jovens colegiais sofrendo os amores da primeira paixão. Talvez essa identidade de aparência e conteúdo tenha sido um dos ingredientes que fizeram sua fama.

Ao lado do grupo The Crickets, Buddy nada mais era do um entre milhares de jovens americanos que queriam vencer no mundo da música. Com letras simples e arranjos idem, Holly nos poucos anos de carreira conseguiu a proeza de gravar algumas das canções mais populares dos anos 50. Suas letras não eram maliciosas como as de Chuck Berry e ele certamente não tinha a sensualidade de um Elvis Presley, mas isso não importava. Suas músicas geralmente mostravam um amor idealizado de um adolescente de bom coração que almejava um dia namorar a garota mais bonita da escola. O curioso é que a doce ingenuidade de Holly nunca desbancava para a sordidez ou a melancolia. Quando não conseguia conquistar a garota de seus sonhos ele geralmente cantava o amor perdido de uma forma muito lírica e bela. Não é precisa ir muito longe então para entender porque suas músicas caíram no gosto da juventude da época. Canções como "Peggy Sue", "That'll Be The Day" e "Not Fade Away" mostram bem isso.

O triste de tudo é saber que Buddy em vida conseguiu realizar seus sonhos, conseguiu sucesso nas paradas e acabou conquistando a garota idealizada em suas letras. Foi morar com ela em Nova Iorque e tinha grandes planos de melhoras em suas canções, escrevendo arranjos bem mais elaborados (suas últimas gravações retratam bem essa mudança). Infelizmente como todo jovem artista que tem dúvidas se o sucesso durará ou não, Holly embarcou em uma daquelas típicas turnês "kamikazes", com vários shows em poucos dias cobrindo uma distante área. Tudo com o objetivo de ganhar muito dinheiro em pouco tempo. As viagens geralmente eram realizadas sem estrutura, em aviões pequenos e caindo aos pedaços, que geralmente eram usados em plantações locais. E foi numa dessas viagens, entre duas cidades que ele acabou entrando num velho avião que acabou não suportando a nevasca forte que pairava naquela noite. O acidente ocorreu em um pequeno milharal no meio do nada. Todos os que estavam na aeronave morreram imediatamente.

Fico imaginando Buddy Holly nos anos 60. Certamente no meio daquele turbilhão de criatividade musical e revoluções sociais ele certamente se destacaria. Infelizmente em relação a isso só podemos especular. Falecendo jovem e cedo demais era de se imaginar que sua pequena obra não fosse prosperar tanto mas não foi o que aconteceu. Um dos primeiros roqueiros americanos a tocarem na Inglaterra Buddy com sua passagem pelo Reino Unido acabou plantando sua influência em 4 adolescentes da periférica cidade portuária de Liverpool. Isso mesmo, a sonoridade de Buddy Holly pode ser ouvida nitidamente em todos os discos da primeira fase dos Beatles (que inclusive fizeram um cover de Holly na linda "Words of Love" no disco "Beatles For Sale"). Paul McCartney aliás é fã confesso do cantor americano.

Relembrando assim fica a impressão que a curta vida e carreira de Buddy Holly não passam de uma pequena nota de rodapé nos livros que enfocam a história do Rock´n´Roll. Nada mais longe da realidade. A música sobreviveu ao homem e hoje Buddy Holly é um ícone da cultura jovem da sociedade americana, inspirando livros, filmes e até mesmo estudos acadêmicos em grandes centros universitários. Prova maior da qualidade de sua música não poderia existir. A música morreu com Buddy Holly naquele campo de neve como prega a famosa música "American Pie" de Don McLean? Não sabemos ao certo, a única certeza é que certamente o rock ficou mais pobre naquela noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Wolverine

 
Wolverine
Muita gente adora esse personagem dos quadrinhos. Na realidade poderíamos dizer tranquilamente que ele sempre foi o mais popular X-Men do universo HQ. Nos Estados Unidos e em grande parte do tempo no Brasil, também teve seu próprio título, uma edição própria. Eu credito todo esse sucesso ao fato dele ser um baixinho invocado e bom de briga. Nunca subestime esse tipo, ainda mais com o tipo de esqueleto indestrutível que ele tem!

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Filmes no Cinema - Edição III

Cinema: Estreias da Semana (02/02 a 09/02)
Uma boa semana de estreias nos cinemas. Comercialmente falando o grande destaque vai para O Chamado 3. A garota Samara está de volta, novamente saindo do poço para infernizar a vida de suas vítimas. Embora seja considerado um cult entre os fãs de terror eu nunca gostei muito da franquia O Chamado. É visualmente bem feita, com ótimos efeitos especiais e edição, mas em termos de roteiro fica sempre girando em torno de um mesmo ponto. De qualquer maneira prevejo boa bilheteria pela força da marca. Já para quem estiver em busca de um bom filme realmente, com roteiro acima da média e elenco de primeira linha fica a dica de A Qualquer Custo. Eu já escrevi sobre esse filme aqui no blog. Com um trio de excelentes atores (Chris Pine, Ben Foster e Jeff Bridges) esse é uma espécie de western moderno que vale mais do que a pena. Não deixe de assistir.

Jackie revive o mito da primeira dama dos Estados Unidos Jackie Kennedy. Eu costumo dizer que os americanos sempre tiveram uma posição muito boba em relação aos seus presidentes. É muito ufanismo junto para ser levado à sério. O roteiro desse filme também vai pelo mesmo caminho, glamorizando demais a primeira-dama, colocando panos quentes em determinados aspectos históricos negativos, tudo para manter o mito em pé. O grande mérito para levar o cinéfilo aos cinemas é realmente a atuação da atriz Natalie Portman que realmente vale todo o esforço. Ela foi muito elogiada lá fora por seu trabalho. E para não sair do clima dos anos 60 temos ainda o documentário musical The Beatles: Eight Days a Week. Quem me acompanha na internet sabe como eu gosto dos Beatles, seus discos, músicas e história. Ainda não tive a oportunidade de conferir mais essa produção, porém é um dos que irei assistir em breve. Ao que tudo indica é mais um filme imperdível, a ser assistido nos cinemas.

Além desses há mais dois filmes que merecem indicação e que estão estreando hoje nos cinemas brasileiros. Um deles é Estrelas Além do Tempo de Theodore Melfi.  O enredo se passa nos anos 60 (de novo?) e mostra um grupo de funcionárias negras da NASA que viviam naquele momento bastante segregadas em plena ebulição da luta pelos direitos civis. O contraste nasce do fato da NASA ser supostamente um órgão onde trabalhavam pessoas de alto QI, o que porém não significava mudança no comportamento delas em relação às pessoas negras. Outro filme de teor ideológico é Armas na Mesa sobre uma lobista da indústria de armas (interpretada pela atriz Jessica Chastain) que decide mudar de lado, apoiando a causa contrária, que revogaria o direito de todo americano portar suas próprias armas de fogo! Os republicanos certamente não gostaram...

Por fim aqui vão mais alguns filmes que estão chegando nas telas de cinemas. Para quem gosta de cinema nacional estreia a comédia TOC - Transtornada Obsessiva Compulsiva com a atriz Tatá Werneck que interpreta uma estrela de sucesso que tem TOC! Será que fazer piada de algo assim é aceitável? Esse é o tipo de filme que eu pessoalmente não teria vontade de assistir, por pura falta de qualidade mesmo. Melhor procurar por algo mais intelectualmente relevante como os filmes cult que também estão chegando nos cinemas, em salas mais voltadas para a arte, como por exemplo os dramas A Espera (com Juliette Binoche), Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois (sobre o conturbado relacionamento entre pai e filha) e Quase 18 (sobre os problemas da adolescência).

Pablo Aluísio.

Renée Zellweger - Filmografia Comentada

O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno (1994)
Depois de pontas em 3 filmes (A Taste for Killing, Assassinato em Nebraska e Jovens, Loucos e Rebeldes). nenhum deles grande coisa, a loirinha texana acabou indo parar nesse terrorzinho classe B. Interpretando uma garota chamada Jenny ela estava no script apenas para ser morta pelo assassino da serra elétrica, em um dos piores filmes da franquia. Bom, todo mundo precisa começar de algum jeito, não é mesmo?

Caindo na Real
8 Segundos
Rock, Agito e Curtição
Rebel Highway
Um Amor e Uma 45

The Low Life
Império dos Discos - Uma Loja Muito Louca
Um Amor do Tamanho do Mundo
Todos esses filmes foram lançados entre os anos de 1994 a 1996. Não me lembro de ter assistido nenhum deles. Disso se tira duas conclusões. Foram filmes menores, que nem chegaram no Brasil e muito menos fizeram sucesso em algum meio, seja VHS, TV ou cinema. Gostaria de assistir hoje em dia só para ver a atriz jovem e bonita. Pena que são complicados de encontrar.

Jerry Maguire - A Grande Virada (1996)

Toda atriz precisa de um lance de sorte na vida. No caso da Renée Zellweger esse lance de sorte surgiu com esse filme. Reza a lenda que ela foi escolhida pessoalmente pelo astro Tom Cruise. Na época a garota era apenas uma texana loira e bonita sem nenhum nome na praça. Acabou sendo escolhida para interpretar a secretária que resolvia seguir o personagem de Tom Cruise quando esse era demitido de uma grande agência de esportes. Ela seguia o sujeito, sem nem ao menos conhecê-lo direito e dessa decisão surge uma bela história de amor. Pode ser considerado o primeiro grande filme dela em Hollywood. Renée Zellweger começava a ser um nome comentado no mundo do cinema.

Um Preço Acima dos Rubis (1998)
Segundo bom filme dela. A história é por demais interessante. Ela interpreta uma jovem mulher que se casa com um homem religioso ao extremo, um judeu e sofre para se enquadrar nas premissas dessa religião ortodoxa. Com cabelos escuros e muita disposição para atuar bem, ela logo se tornou a alma do filme, que em seu lançamento original foi até bem elogiado pela crítica. Assisti em VHS e tenho dúvidas se o filme chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros.

Um Amor Verdadeiro (1998)
Drama com história pesada, mas que funciona muito bem por causa de seu ótimo elenco. Ela interpreta essa jovem mulher que precisa repensar sua própria vida pessoal após descobrir que sua mãe está morrendo de câncer. Foi a primeira grande chance dela como atriz no quesito atuação dramática. O elenco contava com Meryl Streep e William Hurt. Melhor companhia não poderia existir. É um filme pesado, tenso, mas que cumpre plenamente seus objetivos. 

rocura-se uma Noiva (1999)
Comédia romântica. Eu não achei grande coisa. Na história um jovem precisa se casar em 24 horas para receber uma grande fortuna. O "Robin" Chris O'Donnell foi o partner romântico para Renée Zellweger. Na época de lançamento do filme rumores de que ele seria gay atrapalharam o filme nas bilheterias. Não fazia diferença em minha opinião. o filme é bem fraco mesmo. Cena curiosa: uma multidão de noivas correndo pelas ruas, todas interessadas na grana, claro!

A Enfermeira Betty  (2000)
Outra comédia, mas essa bem mais inteligente, com um pezinho no humor negro. Renée Zellweger interpreta a protagonista, uma jovem bem ingênua, muito ligada nas novelas da TV. Ela se apaixona pelo ator galã de uma delas e acaba vivendo uma história que jamais poderia esquecer. Foi bem criticado na época, mas virou uma espécie de cult movie em certos redutos cinéfilos. Eu acho um filme apenas OK.

Eu, Eu Mesmo e Irene (2000)
Comédia maluca com Jim Carrey. Não poderia ser diferente em relação a uma produção estrelada por esse ator e comediante. Muitas caras e caretas em um filme diferente dentro da carreira de Renée Zellweger, Ela interpreta a namorada desse sujeito muito estranho, com múltiplas personalidades. Curiosamente a Renée Zellweger engatou um namoro com o Jim Carrey, para surpresa de muita gente em Hollywood, afinal havia pouca coisa em comum entre eles, tanto do ponto de vista profissional como pessoal. O relacionamento não durou muito e acabou poucos meses depois que o filme foi lançado.

O Diário de Bridget Jones (2001)
A personagem inglesa Bridget Jones já fazia muito sucesso nas livrarias quando esse filme foi lançado. A escolha da texana Renée Zellweger não agradou aos leitores. Ela não era inglesa e tinha pouca coisa a ver com a personagem dos livros, uma inglesa cheia de problemas pessoais, com péssimos hábitos pessoais. Mesmo assim o estúdio aguentou a pressão e lançou o filme com a atriz americana no papel principal. O sucesso de bilheteria provou que a escolha era mais do que certa. Ela esteve muito bem, caprichando no sotaque londrino e nos maneirismos da Jones. O elenco coadjuvante também era muito bom. Colin Firth interpretava o namorado bonzinho e Hugh Grant era o interesse romântico cafajeste. Um ótimo filme e o grande sucesso solo da atriz.

Deixe-me Viver (2002)
Não me lembro de ter assistido a esse filme. A história conta a vida de uma adolescente com muitos problemas familiares. A mãe tem problemas com a lei. Com direção de Peter Kosminsky, o filme ainda apresentava no elenco duas ótimas atrizes: Michelle Pfeiffer e Robin Wright, Nada mal. Vou procurar essa fita para assistir (ou rever, quem sabe...).

Pablo Aluísio.