quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

O Céu da Meia-Noite

Título no Brasil: O Céu da Meia-Noite
Título Original: The Midnight Sky
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: George Clooney
Roteiro: Mark L. Smith
Elenco: George Clooney, Kyle Chandler, Felicity Jones, David Oyelowo, Caoilinn Springall, Sophie Rundle

Sinopse:
Depois de uma catástrofe de proporções mundiais, um cientista é deixado para trás em um estação no Ártico. Ele tenta entrar em contato com uma nave espacial que está retornando à Terra após explorar um satélite do planeta Júpiter. O lugar parece ser adequado para a vida. O cientista tenta avisar aos astronautas que não voltem, pois não há mais para onde voltar.

Comentários:
Assistindo a esse filme, cheguei na conclusão que o ator George Clooney tem uma certa obsessão com esse tipo de história. Um tipo de enredo que mistura fixação com o futuro, com devaneios filosóficos. Aqui, ele tenta algum tipo de salvação para um planeta Terra devastado. O que aconteceu com a Terra? O roteiro não explica. Foi uma catástrofe natural, como uma questão de aquecimento global ou foi uma guerra nuclear entre grandes potências? Fica a dúvida! De qualquer forma, o planeta está destruído e a humanidade, em sua enorme parte, já pereceu. Esse personagem do Clooney só está vivo porque está no Ártico, onde a contaminação e os efeitos dessa catástrofe ainda não chegaram. O filme tem um desenvolvimento lento e contemplativo, o que me levou a lembrar de Solaris, outro filme estrelado pelo ator nessa mesma linha. Realmente, há certas semelhanças entre os dois filmes, mas esse aqui tem pretensões mais modestas do ponto de vista filosófico. A questão da garotinha, que passa a acompanhar o cientista e depois a revelação sobre sua real existência, é um plot twist interessante, mas não muito surpreendente. Em geral, até gostei do filme, apesar de ter certas ressalvas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

O Estranho que Nós Amamos

Título no Brasil: O Estranho que Nós Amamos
Título Original:  The Beguiled
Ano de Lançamento: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: The Malpaso Company
Direção: Don Siegel
Roteiro: Albert Maltz, Irene Kamp
Elenco: Clint Eastwood, Geraldine Page, Elizabeth Hartman, Jo Ann Harris, Darleen Carr, Melody Thomas Scott

Sinopse:
Durante a guerra civil nos Estados Unidos, um soldado do exército da União é resgatado por um grupo de mulheres que vivem isoladas, tentando sobreviver em um rancho no sul do país. O soldado, muito ferido, é levado para o local e elas começam a tratar dele. Essa situação acaba criando uma grande tensão por causa de sua presença naquele local.

Comentários:
O roteiro desse filme foi baseado no romance escrito por Thomas Cullinan. Esse foi o primeiro grande diferencial em relação a outros filmes de faroeste do ator Clint Eastwood. Isso porque a história valorizava muito mais o relacionamento humano entre os personagens, sendo a ação deixada em segundo plano. O filme investe bastante na dualidade de se ter um soldado da União sendo tratado por mulheres sulistas, ou seja, ela estavam ajudando o inimigo de guerra. Isso por si só já seria ruim o bastante, mas ainda havia a questão da tensão sexual envolvida com a presença de um homem como ele no meio de tantas mulheres solitárias e abandonadas à própria sorte. Esse filme já demonstrava que Clint Eastwood estava preocupado em investir mais no conteúdo dramático de seus filmes. Para isso, ele produziu o filme e trouxe para dirigi-lo o excelente cineasta Don Siegel. O resultado é muito bom. Um filme realmente marcante. Houve, inclusive, um remake recente, mas esqueça esse novo filme. Embora seja até bem feito, não se compara esse original dos anos 70. Clint Eastwood estava em plena forma. Esbanjando carisma e boa atuação em um filme realmente acima da média.

Pablo Aluísio.

O Tesouro de Pancho Villa

Título no Brasil: O Tesouro de Pancho Villa
Título Original: The Treasure of Pancho Villa
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Niven Busch
Elenco: Rory Calhoun, Shelley Winters, Gilbert Roland, Joseph Calleia, Fanny Schiller, Pascual García Peña

Sinopse:
México, 1915. O ladrão de bancos americano Tom Bryan (Rory Calhoun) vai ao México para ajudar Pancho Villa na entrega de um valioso carregamento de ouro. O bando de leais apoiadores de Villa precisa do tesouro para colocar seu líder no poder. Não vai ser nada fácil enfrentar todos os seus inimigos.

Comentários:
O ator Rory Calhoun teve uma longa carreira em Hollywood, atuando em mais de 120 filmes ao longo de sua trajetória. Infelizmente, quando estava se tornando um astro, principalmente ao estrelar filmes de faroeste, ele foi alvo de boatos maldosos, afirmando que era gay. Para a sociedade preconceituosa da época, isso significava o fim de uma promissora carreira no cinema. De qualquer maneira, os filmes de western em que atuou são muito bons de forma em geral. Esse aqui foi dirigido pelo ótimo diretor George Sherman, que tinha nome de herói da guerra civil americana. Ele, em determinada época de sua carreira, se especializou em filmes de faroeste. E dirigiu algumas dos melhores produções desse gênero cinematográfico. Esse filme aqui se notabilizou por fazer mais sucesso no exterior do que dentro dos Estados Unidos. No México foi um grande sucesso de bilheteria, o que era se esperar. Afinal, o roteiro tratava da história daquele país.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

A Malvada

Título no Brasil: A Malvada
Título Original: All About Eve
Ano de Lançamento: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joseph L. Mankiewicz
Roteiro: Joseph L. Mankiewicz
Elenco: Bette Davis, Anne Baxter, Marilyn Monroe, George Sanders, Celeste Holm, Hugh Marlowe

Sinopse:
Margo (Bette Davis), uma veterana atriz de teatro, com a chegada da idade, começa a se sentir prejudicada. Além disso, ela precisa enfrentar a acirrada concorrência de atrizes mais jovens, entre elas um ambiciosa mulher que trabalha como sua assistente pessoal. Filme vencedor de 6 Oscars entre eles o de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro.

Comentários:
Esse filme é considerado o melhor da carreira de Bette Davis por muitos críticos de cinema. Ela fez tantos filmes maravilhosos que, em minha opinião, é complicado afirmar qual seria realmente o seu melhor filme. Mas de qualquer modo, esse é seguramente um dos mais consagradores de sua atuação. Essa foi uma atriz realmente diferenciada, que enchia os olhos do público com seu talento espetacular. O roteiro do filme trata de questões extremamente relevantes, como o ressentimento, a ambição, a ganância e até mesmo a inveja que impera nos meios artisticos. A personagem Eve surge extremamente complexa no roteiro. Ela age como cortadinha, uma mulher boazinha, mas que no fundo esconde a alma de uma mulher ambiciosa que apenas quer subir na vida de qualquer jeito. Ótima interpretação da atriz Anne Baxter. 

Em termos de elenco, outro destaque vem com a presença de uma jovem Marilyn Monroe, interpretando uma bela loira platinada que serve de troféu para um figurão do meio teatral durante uma festa. Ela tem apenas duas cenas no filme, mas chama bastante atenção por causa de seu figurino elegante e de sua exuberante beleza. Eu considero esse um roteiro tecnicamente perfeito, sem nuances negativas. Entretanto, é bom chamar a atenção para um certo moralismo que não tem mais sentido nos dias de hoje. Em determinado momento, a personagem Eve é condenada por relacionamentos de seu passado, por ter se relacionado com um homem casado. Isso não seria um crime. De qualquer forma o filme é excelente, acima de qualquer crítica mais mordaz. Merece nota máxima em termos de sétima arte!

Pablo Aluísio.

Luzes da Ribalta

Título no Brasil: Luzes da Ribalta
Título Original: Limelight
Ano de Lançamento: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Charles Chaplin Productions
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Claire Bloom, Buster Keaton, Nigel Bruce, Sydney Chaplin, Norman Lloyd

Sinopse:
Calvero (Charles Chaplin) é um velho palhaço de circo, um veterano artista do teatro burlesco. Idoso, descobre que a vida pode ser ainda mais dura. Ele busca encontrar um novo sentido para sua existência. E ele acaba encontrando uma bailarina com problemas de depressão e auto estima. Juntos, os dois vão tentar encontrar o caminho para a felicidade. Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor música original.

Comentários:
Todos pensavam que Chaplin já estava aposentado, que não mais voltaria ao cinema. Então ele escreveu a história desse filme. Uma verdadeira obra-prima. Chaplin usou a imagem do palhaço triste. O artista, que faz milhares de pessoas de seu público rirem e terem momentos de felicidade, ao mesmo tempo que cultiva uma personalidade complicada, complexa, entristecida. É uma imagem no espelho do próprio Chaplin. Seu autorretrato definitivo no cinema. O seu personagem passa longe do mundo da malandragem do vagabundo de bom coração Carlitos. É um homem amargurado, mas ainda tentando encontrar um sentido para a vida, uma forma de ser feliz, mesmo no momento final de sua existência. Extremamente bem escrito como personagem, Calvero se revela de uma riqueza interior excepcional. Chaplin mostrou mais uma vez como era um grande artista, um dos maiores nomes da história da sétima arte. Nesse filme ele expôs sua alma sem medo.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

A Escola do Bem e do Mal

Título no Brasil: A Escola do Bem e do Mal
Título Original: The School for Good and Evil
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Feigco Entertainment
Direção: Paul Feig
Roteiro: David Magee
Elenco: Sophia Anne Caruso, Sofia Wylie, Cate Blanchett, 
Liam Woon, Rachel Bloom, Kit Young

Sinopse:
Duas garotas, jovens adolescentes, são escolhidas para irem estudar em escolas de magia e bruxaria. Uma das escolas ensina magia do bem e a outra ensina magia do mal. E sobre as duas, se esconde uma figura sinistra, um antigo bruxo do passado que quer destruir com tudo, sem deixar vestígios.

Comentários:
Primeiro vou destacar alguns pontos positivos. A direção de arte é sublime. Cenários, figurinos, ambientações, maquiagem, tudo é de uma produção realmente classe A. Chega a ser um filme bonito de se assistir. Porém de que vale tanto luxo se há uma falta de originalidade absurda e completa na história? Não tem como fugir da comparação. Esse filme tem sinais até mesmo de plágio com os filmes e livros de Harry Potter! Basta ler a sinopse para ver as semelhanças. Escola de magia e bruxaria com jovens, um sinistro mago do passado que quer acabar com tudo, professores de magia... Tudo o que você viu em Harry Potter está aqui! E com a falta de originalidade, vem também a decepção de se estar assistindo um filme que, na realidade, sendo bem sincero, é apenas um genérico do Harry Potter. Eu sei que tudo é baseado em livros que são até populares entre jovens, mas a verdade é que tudo é muito derivativo, realmente. Chegamos em certos momentos a ter até mesmo vergonha alheia da cópia. Não adianta apenas fazer uma produção luxuosa classe A, tem que ter originalidade, ideas novas por trás, porque caso contrário não se sustenta.

Pablo Aluísio.

Dupla Jornada

Título no Brasil: Dupla Jornada
Título Original: Day Shift
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Impossible Dream Entertainment
Direção: J.J. Perry
Roteiro: Tyler Tice
Elenco: Jamie Foxx, Snoop Dogg, Scott Adkins, Dave Franco, Natasha Liu Bordizzo, Karla Souza

Sinopse:
Bud Jablonski (Jamie Foxx) tem uma dupla jornada de trabalho todos os dias. Pelas manhãs, trabalha limpando piscinas de pessoas ricas e de noite caça vampiros pelas ruas escuras e sombrias de Los Angeles.

Comentários:
Eu não tenho nada contra filmes que trazem os vampiros para os nossos dias, para o cotidiano atual. Excelentes filmes já foram feitos nesse estilo, usando essa premissa, inclusive em um passado recente. O que eu não gosto é quando usam vampiros como monstros idiotas, como no caso desse filme. O modo em que agem, o jeito que se comportam, está mais para zumbis. Sejamos sinceros, que roteiro fraco! Parece que alguém de LA teve uma ideia estúpida qualquer e a vendeu para uma companhia cinematográfica. E sabe se lá a razão caiu nas graças do ator Jamie Foxx, o que trouxe o orçamento e financiamento para o filme ser produzido. Onde ele estava com a cabeça? Um ator tão bom, tão respeitado, se meter numa fria dessas? O problema é que o roteiro continua idiota e não tem salvação. É um filme ruim, sem graça, em que nem as cenas de ação importam. E no critério terror pode esquecer, porque esses vampiros não vão dar medo em absolutamente ninguém! Em conclusão, temos aqui um filme muito ruim. Tem um roteiro muito mal feito. Não vá perder seu tempo assistindo essa bela porcaria.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 1

Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 1
Imagine hoje em dia um empresário colocando o roqueiro mais popular do mundo para gravar um disco apenas com músicas natalinas! Soaria para muitas pessoas, como algo fora do normal, algo até mesmo esdrúxulo. Pois foi exatamente isso que o Coronel Parker fez com Elvis Presley em 1957. Temos que ter em mente que os tempos eram os outros. Os anos 50 traz outro contexto histórico. Então não soava tão estranho assim, até porque muitos cantores populares da época também gravavam discos de Natal. Parker não precisou de muito trabalho para convencer Elvis a gravar um disco apenas com músicas de conteúdo natalino. E lá foi o jovem cantor, o rockstar, gravar esse tipo de música.  

Comercialmente, era algo muito vantajoso, porque as vendas do fim de ano estavam logo ali e era o forte do comércio. Pensando bem, um disco natalino com o jovem Elvis Presley era realmente um produto comercial muito viável. E isso se provaria com os números. Esse acabou sendo um dos álbuns mais vendidos da vida de Elvis. Colecionou discos de Platina e continuou vendendo Natal após Natal durante muitos anos. Nesse aspecto, o Coronel Parker havia acertado em cheio, até porque foi muito lucrativo para ele e seu cliente, Elvis. A gravadora também agradeceu. As cópias do disco não paravam de ser vendidas nas lojas. Foi um sucesso realmente espetacular.

E se engana quem acha que é um disco ruim, muito pelo contrário. Eu vejo muita qualidade nessas gravações. Elvis conseguiu gravar blues, rock e outros estilos usando letras natalinas. É um feito e tanto. Até hoje, ao ouvir essas faixas, eu fico admirado com a versatilidade desse jovem cantor de rock. Era um artista acima da média. Realmente surpreende a qualidade de seu trabalho dentro dos estúdios. 

Elvis Presley não chegou a gravar músicas natalinas suficientes para completar um álbum, mas a RCA daria um jeito nisso. No lado B, colocaria músicas religiosas que ele havia gravado para o EP "Peace in the Valley". As músicas tinham semelhanças de temas, afinal o Natal não deixava de ser um feriado religioso. E assim foi elaborado esse disco que trouxe muito êxito comercial para Elvis e principalmente para o velho Coronel Parker, que não perdia mesmo uma chance de  ter bons lucros!

Pablo Aluísio.

The Beatles - From Me to You / Thank You Girl

The Beatles - From Me to You / Thank You Girl
As coisas começaram a melhorar para os Beatles nesse single. Foi o primeiro do grupo a chegar em primeiro lugar na parada britânica. Saiu-se também muito bem nas demais paradas de toda a Europa. Os Beatles começavam a chamar atenção por causa do sucesso de suas músicas. As letras, como podemos ver nesse compacto, eram simples, basicamente temas de amor adolescente. E não havia nada de errado nisso, fazia parte da cultura musical jovem da época. 

A música "From Me to You" era basicamente uma cartinha de amor. Caiu rapidamente no gosto do público alvo. O lado B "Thank You Girl", por sua vez, não chamou muita atenção e ficou fora da discografia oficial dos Beatles por longos anos. Só ficou mais conhecida dos fãs atuais por causa de sua inclusão na coleção "Past Masters". Boa faixa com clara valorização da percussão executada por Richard Starkey, o Ringo Starr.

A imagem dos Beatles também começava a ser mais conhecida. O empresário do grupo havia suavizado a imagem deles, tirando os rapazes dos casacos de couro negro e os colocando em ternos refinados bem cortados. E também tirou toda aquela brilhantina do cabelo dos jovens músicos. Eles passaram a usar o cabelo liso, em franjas. Estilo francês.

Por que um homem rico e bem sucedido como Brian Epstein perdia tanto tempo se preocupando com aqueles jovens desconhecidos de Liverpool? Algumas biografias dizem que ele era apaixonado por John Lennon, mas essa é uma fofoca de bastidores, nunca confirmada. O que vale, no final das contas, é a música realmente fascinante que eles estavam produzindo naquela época.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Gary Cooper no Velho Oeste - Parte 1

Gary Cooper no Velho Oeste - Parte 1 
Em sua longa carreira o ator Gary Cooper atuou em 117 filmes. Hoje em dia isso jamais se repetiria. Geralmente atores da atualidade atuam em um ou no máximo dois filmes por ano. Só que na época de Cooper o mundo do cinema era bem diferente. Não era raro fazer dez filmes por ano ou até mais do que isso. Conforme o tempo foi passando, realmente o próprio mercado foi regulando esse avalanche de filmes. Os estúdios perceberam que lançar muitos filmes poderia desgastar ou saturar a imagem de seus principais astros. Por isso aos poucos a estratégia foi mudando. De dez filmes / ano, grandes atores como Cooper faziam no máximo quatro ou três anualmente. Ao invés de aparecer em dez filmes B, era melhor fazer apenas dois em produções classe A.

Voltando no tempo vemos que Gary Cooper viveu dois períodos bem distintos em sua carreira, um no cinema mudo, outro no falado. Ele conseguiu romper essa barreira porque tinha uma excelente voz e uma dicção perfeita. Sabe-se que muitos astros e estrelas do cinema mudo não conseguiram sobreviver essa fase de transição na história do cinema. O próprio Charles Chaplin foi um grande opositor da chegada do cinema falado, porque para ele isso tirava a essência da sétima arte. Cooper jamais pensou assim. Ele apenas embarcou nas mudanças e conseguiu ser tão ou mais popular do que antes. O cinema falado não lhe trouxe nenhum problema em sua carreira.

A estreia de Cooper no cinema se deu em 1923 em um filme chamado "The Last Hour". Estrelado por Milton Sills e Carmel Myers, com direção de Edward Sloman, esse era um drama mudo, com toques de filme policial. Nada muito relevante. Cooper foi apenas um extra, um sujeito grandalhão, com cara de mau, cujo personagem sequer tinha nome. Todo mundo precisa começar de algum ponto, não é mesmo? Em 1925 Gary Cooper faria seu primeiro western! Isso mesmo, já na sua segunda aparição no cinema ele já abraçava o gênero cinematográfico que iria consagrá-lo no anos seguintes. O filme se chamava "O Bandido Mascarado" e era estrelado pelo maior cowboy do cinema na época, o popular Tom Mix.

Mix era um sujeito exagerado e esbanjador que acreditava em seu próprio mito. Tinha um enorme carrão com grandes chifres de touro na frente. Sempre se vestindo de forma espalhafatosa, com enormes chapéus brancos, ele soube muito bem se vender para os estúdios de cinema de Hollywood. Em pouco tempo virou um astro dos mais populares. Se dedicando completamente a filmes de faroeste ele foi uma das primeiras lendas do cinema americano. Atuar ao seu lado foi importante para Cooper porque afinal de contas ele se tornou popular para o grande público. Aparecer em um filme de western com Tom Mix era garantia de ser visto pelo público e pelos produtores, sempre em busca de novos astros para esse tipo de produção. Foi o primeiro grande passo de Cooper rumo ao sucesso.

Pablo Aluísio.