segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Com 007 Viva e Deixe Morrer

Depois que Sean Connery resolveu abandonar de uma vez por todas o personagem do agente secreto James Bond a pergunta mais frequente passou a ser se outro ator conseguiria levar adiante a franquia. Após a saída de Connery houve uma tentativa com o modelo George Lazenby, mas definitivamente o público não gostou (embora o filme estrelado por ele fosse, em si, muito bom). Então eis que em 1973 a MGM apresentou finalmente o nome do novo James Bond, Roger Moore! Para quem conhecia os bastidores da série seu nome não foi exatamente uma novidade. A verdade é que Moore quase foi escolhido no lugar de Sean Connery no passado, mas o carisma do ator escocês falou mais alto. Agora com Connery fora do caminho começaria uma nova era nas aventuras do agente secreto mais famoso da história do cinema. Esse "Live and Let Die" porém não ficou conhecido apenas por ter sido a estreia de Roger Moore.

Dois outros fatos contaram positivamente em seu favor. O primeiro foi a trilha sonora escrita e composta por Paul McCartney. Verdade seja dita, a canção tema é uma das melhores (isso se não for a melhor) de toda a filmografia Bond. Paul conseguiu como poucos capturar a essência do personagem, transformando sua canção em um hit e em um sucesso também de crítica (a ponto de ter sido indicada ao Oscar e ao Grammy). Inclusive até hoje Paul a usa em seu repertório fixo, se tornando um dos pontos altos de seus concertos mundo afora. Outro ponto que chama bastante a atenção do espectador é que nesse filme já surge o humor acentuado em primeiro plano, algo que seria a marca registrada dos filmes com Roger Moore. Claro que por ser uma estréia as coisas ainda andaram um pouco dentro da normalidade, algo que nos filmes seguintes se tornaria um pouco mais exagerado. De qualquer maneira gosto bastante desse filme e acredito que foi um dos mais felizes e bem sucedidos de todos os filmes da série. Com Roger Moore os filmes ganhariam uma nova etapa, retornando o personagem ao topo das bilheterias, para alegria dos fãs de James Bond em todo o mundo.

Com 007 Viva e Deixe Morrer (Live and Let Die, Inglaterra, 1973) Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Tom Mankiewicz / Elenco: Roger Moore, Yaphet Kotto, Jane Seymour / Sinopse: O agente secreto James Bond, codinome 007, precisa enfrentar um violento e infame barão internacional das drogas. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música original ("Live and Let Die" de Paul McCartney e Linda McCartney).

Pablo Aluísio.

Autor em Família

Al Pacino já estava consagrado em razão das obras primas que havia estrelado na década de 1970 quando resolveu embarcar nesse pequeno projeto. O renomado cineasta Arthur Hiller convidou Pacino para participar dessa adaptação de uma peça teatral para o cinema. Praticamente uma narrativa autobiográfica escrita pelo autor Israel Horovitz, o roteiro explorava os anseios, as lutas e angústias de um escritor de peças de teatro que precisa conciliar uma vida familiar praticamente caótica com o seu trabalho. Um dos aspectos mais interessantes é que o filme desenvolvia muito bem a questão da nova estrutura familiar que estava surgindo no começo da década de 1980. Com o aumento de divórcios surgiam famílias mescladas, com filhos de casamentos anteriores, todos convivendo juntos em uma mesma estrutura familiar.

Assim aquele que tentava uma nova vida tinha que aprender também a conviver com os filhos da nova esposa, que geralmente vinha de outro casamento acabado. Uma infinidade de padrastos e madrastas em uma realidade nova dentro da sociedade pois até pouco tempo atrás as pessoas não se divorciavam, preferindo viver em casamento infelizes e destruídos até o fim de suas vidas. Com a aprovação de leis de divórcio em várias partes do mundo (inclusive no Brasil) as pessoas foram atrás de uma nova vida, reconstruindo aquilo que não havia dado certo com outros cônjuges. A proposta seria de realizar um drama com pitadas de humor, no que acertaram em cheio pois o filme até hoje surpreende pelo bom argumento e claro por apresentar mais uma atuação inspirada do mestre Al Pacino, sempre surpreendente.

Autor em Família (Author! Author!, Estados Unidos, 1982) Direção: Arthur Hiller / Roteiro: Israel Horovitz / Elenco: Al Pacino, Dyan Cannon, Tuesday Weld, Bob Dishy, Bob Elliott / Sinopse: As dificuldades de um escritor que também precisa lidar com problemas familiares dos mais diversos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de outubro de 2021

O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha

Pouca gente se lembra desse filme. Embora faça muito tempo que o assisti, a boa lembrança segue presente. É um daqueles pequenos filmes despretensiosos que ganham muito justamente por causa da leveza de seu argumento, da boas intenções e da exploração do lugar comum, da banalidade do dia a dia de pessoas simples, ordinárias, que vivem no interior, longe dos grandes centros urbanos. O enredo mostra o cartógrafo Reginald Anson (Grant) indo até uma pequenina cidade no interior da Inglaterra. Ele é enviado ao lugar pelo instituto real de geografia para decidir se uma pequena elevação perto da cidadela é na verdade uma colina ou uma montanha. A decisão, que poderia parecer irrelevante para muitos, toma a cidade de assalto, já que o relevo da região é motivo de grande orgulho de todos os seus moradores.

Como se pode perceber é um argumento muito sutil, diria até mesmo excessivamente britânico, que fará pouco sentido para o público em geral, principalmente para o brasileiro que pouco estaria ligando se um morro fosse classificado de colina ou montanha. Mesmo assim o roteiro diverte bastante justamente por causa dessa singularidade narrativa. Anson começa a ser ora paparicado pelos moradores, ora hostilizado, dependendo do que ele vai decidindo de suas observações cartográficas. Com bonita direção de arte e reconstituição histórica de muito bom gosto visual, esse é um daqueles casos de filme que muitos esqueceram, menos aqueles que viram na época e gostaram da proposta diferente de seu roteiro. Além disso para os fãs do ator Hugh Grant não deixa de ser uma ótima oportunidade de conferir um de seus trabalhos mais subestimados.

O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha (The Englishman Who Went Up a Hill But Came Down a Mountain, Inglaterra, 1995) Direção: Christopher Monger / Roteiro: Ifor David Monger, Christopher Monger / Elenco: Hugh Grant, Tara Fitzgerald, Colm Meaney / Sinopse: Um especialista em tomografia chega em uma pequena cidade do interior da Inglaterra para decifrar uma velha dúvida dos moradores. Filme vencedor do Moscow International Film Festival na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio

Procurando Nemo

Título no Brasil: Procurando Nemo
Título Original: Finding Nemo
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Disney Pictures
Direção: Andrew Stanton, Lee Unkrich
Roteiro: Andrew Stanton
Elenco: Albert Brooks, Ellen DeGeneres, Alexander Gould

Sinopse:
Nemo vive nos oceanos. É um peixinho esperto mas curioso em relação ao mundo que desconhece. Após um tempo decide desafiar os conselhos de seu pai, saindo do lugar onde vive para conhecer os arredores, mas acaba caindo nas redes de mergulhadores. Depois de capturado acaba sendo levado para um aquário, onde vira um peixe de ornamentação. Desesperado o pai de Nemo, Martin, decide sair em uma grande aventura em busca de seu filho. Para isso contará com a ajuda muito especial de Dory, a confusa mas divertida amiga de viagem.

Comentários:
Um grande sucesso dos estúdios Disney, "Procurando Nemo" tem uma estorinha bem simples mas que cativou espectadores ao redor do mundo. Bem longe da acidez das produções solos da Pixar essa fita traz bem o espírito que sempre caracterizou as produções Disney. Personagens fofinhos, mensagem subliminar valorizando os valores familiares e um enredo que mostra os aspectos positivos de uma verdadeira amizade. O roteiro e direção são assinados por Andrew Stanton. Esse animador e cineasta é certamente um dos melhores do mundo da animação atualmente. O argumento do excelente "Wall-E" é dele, que criou todo aquele conceito fantástico, que acabou resultando numa das melhores animações dos últimos anos. Seu texto é conhecido pela sutileza. Stanton sempre usa estorinhas das mais simples para mostrar grandes valores pessoais e familiares. "Nemo" não é tão criativo quanto "Wall-E" mas mantém um nível de qualidade acima da crítica. Entre os atores dubladores vale destacar o trabalho da humorista e apresentadora Ellen DeGeneres no papel de Dory. Sua personagem acaba roubando o show, por causa de sua interpretação inspirada. No geral "Finding Nemo" é de fato um ótimo momento da Disney no cinema. Não vá perder.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de outubro de 2021

Segredos do Coração

Esse é um remake do clássico romântico "Tarde Demais Para Esquecer". O enredo mostrando um casal se apaixonando em uma viagem de navio (embora ambos sejam comprometidos), para depois se encontrarem no alto do Empire State Building em Nova Iorque, atravessou gerações e continua encantando os corações adolescentes. Eu gosto muito do filme dos anos 1950 e até mesmo da versão original (já escrevi inclusive resenhas sobre ambos os filmes em meu blog de cinema clássico). Das versões que tive oportunidade de conhecer essa é certamente a mais fraca. Em meu ponto de vista o filme peca por ser frio demais, distante em demasia. Parece até um longo comercial de sabonete. Ora, vamos convir que um filme romântico tem que no mínimo ter um romantismo latente, à flor da pele. A paixão tem que estar presente em cada fotograma.

O curioso é que Warren Beatty e Annette Bening são casados na vida real e acabam falhando justamente sobre isso, pois ficamos com a impressão de que não parece haver afeto verdadeiro entre eles. Seria uma confirmação da velha máxima que afirma que o casamento é o meio mais eficaz para destruir o verdadeiro amor? Pode ser. De uma forma ou outra, mesmo a produção sendo em muitos aspectos falsa e pouco convincente, sempre teremos a presença luminosa da estrela Katharine Hepburn no elenco para salvar a película da insignificância completa. Essa foi uma grande dama da arte de representar. Ela era magistral e compensa qualquer tipo de esforço em acreditar que Beatty e Bening realmente se amem de verdade!

Segredos do Coração (Love Affair, Estados Unidos, 1994) Direção: Glenn Gordon Caron / Roteiro: Mildred Cram, Leo McCarey / Elenco: Warren Beatty, Annette Bening, Katharine Hepburn / Sinopse: O filme "Segredos do Coração" conta uma história de amor que precisa ultrapassar vários obstáculos para finalmente se concretizar.

Pablo Aluísio.

Só Você

Robert Downey Jr passou por momentos bem complicados em sua vida, decorrentes principalmente de seu sério problema com drogas. Em determinado momento nenhum estúdio mais queria investir em um filme estrelado por ele. Era arriscado, Robert Downey Jr vivia entrando e saindo da cadeia e quando não estava atrás das grades estava em processo de recuperação em alguma clínica de tratamento de viciados de Los Angeles. Vira e mexe virava notícia de capa em jornais sensacionalistas mostrando seus vexames públicos, como quando foi preso ao entrar numa casa que não era a dele, por ficar sem qualquer sentido de direção ou localização, por estar completamente drogado. A famíia que vivia na casa chamou os policiais e ele foi preso (mais uma vez!).

O agente do ator assim sofreu um bocado para arranjar trabalho para ele em Hollywood, nessa fase conturbada de sua vida. Em meados dos anos 90 ele se auto declarou "curado" de seu problema de dependência química. Assim, aos poucos, ele foi retomando a vida profissional. Essa comédia romântica foi um primeiro passo de volta à sobriedade na carreira. É um filme bonitinho, com bonita direção de arte, mas também descartável como uma caixa de bombons! Não alimenta e só engorda, mas até que é gostoso de ver. Afinal de contas pode-se esperar por tudo menos que o competente cineasta Norman Jewison faça uma bobagem completa com sua assinatura.

Só Você (Only You, Estados Unidos, 1994) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Diane Drake / Elenco: Marisa Tomei, Robert Downey Jr, Bonnie Hunt / Sinopse: O filme conta a história do amor de um casal. Eles estão apaixonados, mas problemas sempre se colocam no caminho da felicidade.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Crash - No Limite

Título no Brasil: Crash - No Limite
Título Original: Crash
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Paul Haggis
Roteiro: Paul Haggis, Bobby Moresco(s
Elenco: Don Cheadle, Matt Dillon, Sandra Bullock, Ryan Phillippe, Brendan Fraser, Karina Arroyave

Sinopse:
Diversos personagens, todos moradores da cidade de Los Angeles, passam pelos problemas da vida cotidiana. Nessa ampla galeria encontramos uma esposa com problemas no casamento, policiais que precisam lidar com a violência da cidade grande e o stress de uma vida sem limites. Filme premiado no Oscar nas categorias de melhor filme, roteiro original e edição.

Comentários:
Assisti no cinema, na época de seu lançamento original. Considero um bom filme, com a maioria das cenas rodadas pelas noites violentas e estafantes de Los Angeles. O roteiro vai mostrando a vida de todos os personagens, para que depois, de uma maneira ou outra, seus destinos se cruzem em uma das rodovias da cidade. O hype foi intenso quando esse filme chegou no Brasil. Os críticos se debruçaram em linhas e mais linhas de elogios exagerados. A expectativa ficou lá em cima, mas como quase sempre acontece, o filme não era tudo o que diziam dele. Não me interpretem mal, não considero um filme ruim, longe disso, só que exageraram um pouco na dose quando escreveram sobre ele. E definitivamente foi bom para a carreira de alguns atores, entre eles Matt Dillon, que ganhou uma surpreendente indicação ao Oscar e Sandra Bullock, que estava em busca de maior reconhecimento por seu talento de atriz. Então é isso. Bom filme, só não espere por algo grandioso.

Pablo Aluísio.

Os Imperdoáveis

Esse filme é até hoje considerado o último grande western da carreira do ator e diretor Clint Eastwood. Praticamente um adeus ao gênero que o consagrou no passado. O roteiro se baseia bastante na figura do lendário pistoleiro. O tempo passa, ele decide largar o mundo do crime e se estabelece ao lado de esposa e filhos em um rancho. Só que a vida para Bill Munny (Clint Eastwood) parece sempre ter uma surpresa desagradável na curva do destino. Sua esposa falece e ele fica em sérias dificuldades financeiras. Uma oportunidade surge no horizonte, uma recompensa para caçar dois cowboys que desfiguraram uma prostituta. No começo ele fica receoso ao voltar para a velha vida, mas as circunstâncias o colocam contra a parede.

E assim o velho pistoleiro, que inclusive já perdeu a mira pelos efeitos do tempo, parte em busca da recompensa. Não vai ser fácil. Ao lado dele também parte um jovem pistoleiro, sem experiência, que fala demais. Para amenizar um pouco a situação Munny recruta um velho parceiro, interpretado pelo excelente ator Morgan Freeman. E assim eles partem para uma jornada que não sabem seu desfecho. Esse retorno de Clint Eastwood ao velho oeste foi saudado e aclamado por público e crítica. A Academia também premiou o filme merecidamente. Para alguns é uma obra-prima do estilo. De fato é inegável que "Os Imperdoáveis" se encontra na galeria dos grandes filmes de faroeste já produzidos.

Os Imperdoáveis (Unforgiven, Estados Unidos, 1992) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: David Webb Peoples / Elenco: Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman / Sinopse: Um velho pistoleiro, há muito fora de ação, precisa retornar ao velho estilo de vida para ir em busca de uma recompensa. Ele precisa caçar dois homens fugitivos, mas logo percebe que as coisas não serão tão facéis como era antigamente. Filme premiado no Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Gene Hackman), melhor direção (Clint Eastwood) e melhor edição (Joel Cox).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Chaplin

Outro filme que de certa maneira ficou pelo meio do caminho. Com produção milionária, direção do quase sempre ótimo Richard Attenborough e roteiro baseado na própria autobiografia de Charles Chaplin, o filme tinha a proposta de se tornar a cinebiografia definitiva desse mito imortal da sétima arte. Infelizmente isso não aconteceu. O que afinal deu errado? Em minha forma de ver a vida de Charles Chaplin é tão rica e importante do ponto de vista cultural e social, que nenhum filme produzido poderia dar conta de explorar todo esse universo tão amplo e complexo. Talvez apenas uma longa série conseguiria mostrar toda a importância de Chaplin no mundo, tanto em termos culturais como políticos. Um artista incomparável que teve uma vida longa, com muitas fases criativas diversas. Assim o filme acabou se tornando quase um trailer do que efetivamente foi a existência desse homem único.

Não achei a atuação de Robert Downey Jr tão sem brilho como muitos disseram no lançamento do filme. Na verdade o Chaplin de Downey Jr em muito se assemelhou ao verdadeiro Chaplin, um homem que a despeito de ser um gênio do cinema, tinha muitos problemas interiores, psicológicos e pessoais, para resolver. Ele era dono de uma alma em eterno conflito consigo mesmo. Vindo de uma infância miserável, cheia de privações, o ator e diretor conseguiu vencer com seu próprio talento e esforço, sendo arremessado quase que imediatamente a uma carreira de muito sucesso e luxo, o que de certa maneira o deixava culpado pela ostentação em que vivia. Assim saiu de cena o adorável Carlitos com sua pequena bengala para surgir uma pessoa angustiada, deprimida e muito ciente de sua importância para milhões de pessoas ao redor do mundo.Nesse ponto o roteiro realmente acertou em cheio, mesmo que tenha sido uma surpresa e tanto para o espectador médio encontrar um protagonista tão famoso, aclamado e adorado agindo dessa maneira. Talvez o grande erro tenha sido mesmo a ambição fora de propósito dos produtores pois vamos convir que filme nenhum, em época alguma, conseguirá capturar a essência desse artista simplesmente genial. Diante de tudo a conclusão é óbvia: Chaplin foi grandioso demais para caber em um só filme!

Chaplin (Chaplin, Estados Unidos, 1992) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: David Robinson / Elenco: Robert Downey Jr., Geraldine Chaplin, Anthony Hopkins, Dan Aykroyd, Marisa Tomei, Penelope Ann Miller, Kevin Kline, Milla Jovovich, Diane Lane / Sinopse: O filme se propõe a ser uma cinebiografia do ator e diretor Charles Chaplin, desde os seus primeiros anos, passando pelo sucesso em Hollywood na era do cinema mudo, chegando até seus anos finais, na velhice. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Robert Downey Jr).

Pablo Aluísio.

Labirinto

Outro filme de fantasia dos anos 80 que me lembrei recentemente. Se "Willow" não foi tão marcante para aquela geração, "Labirinto" certamente o foi. Esse filme tinha não apenas uma excelente produção, como também uma história de contos de fadas realmente cativante e encantadora. Jim Henson, que o dirigiu, era um mestre nesse universo infantil. Ele criou os personagens dos Muppets e também foi responsável por um dos programas infantis mais duradouros e bem sucedidos da TV americana, Vila Sésamo. Assim o que não lhe faltava era experiência em lidar com esse universo. Esse enredo foi escrito pelo próprio Henson. Inicialmente ele pensava em transformar seu roteiro em um telefilme, mas o produtor George Lucas (sim, ele mesmo, o próprio criador de "Star Wars") pensava diferente. O material era bom demais para ser desperdiçado em uma produção menor, com poucos recursos, como era praxe na época para esse mercado televisivo. Assim resolveu colocar à disposição de Henson toda a capacidade técnica da Lucasfilm, a mesma produtora de seus clássicos da ficção.

O resultado não poderia ser melhor. Aliado a uma direção de arte muito bonita, excelentes efeitos especiais e um roteiro bem escrito que explorava uma boa história, o filme realmente não poderia dar errado. A escolha do elenco também foi muito acertada. Para o papel de Jareth, Lucas convenceu o cantor David Bowie a fazer uma de suas raras aparições no cinema. Com um estranho penteado (que lembrava a Tina Turner) ele se deu muito bem com sua atuação. Outro destaque surgia da presença de uma jovem atriz, uma ainda adolescente Jennifer Connelly. Eu sempre a considerei uma das atrizes mais bonitas do cinema americano e aqui, na flor da idade, ainda com o frescor da juventude, ela estava simplesmente maravilhosa, uma graça. Em conclusão foi mesmo um dos filmes de fantasia que mais marcaram nos anos 80. Um verdadeiro primor, hoje um tanto envelhecido pelo passar dos anos, mas ainda assim um belo filme daquela década.

Labirinto - A Magia do Tempo (Labyrinth, Estados Unidos, 1986) Direção: Jim Henson / Roteiro: Dennis Lee, Jim Henson / Elenco: David Bowie, Jennifer Connelly, Toby Froud / Sinopse: uma adolescente é transportada para um incrível mundo de fantasia. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.