Título no Brasil: Hombre
Título Original: Hombre
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Martin Ritt
Roteiro: Irving Ravetch, Harriet Frank Jr
Elenco: Paul Newman, Fredric March, Richard Boone, Cameron Mitchell e Fredric March.
Sinopse:
John Russell (Paul Newman), um mestiço, acaba sofrende preconceito dos viajantes de uma diligência que será alvo de um ataque de bandidos foras-da-lei. No meio do fogo cerrado ele provará seu valor.
Comentários:
Baseado na obra literária homônima de Elmore Leonard, "Hombre" (Hombre - 1967) dirigido pelo professor do famoso Actor's Studio e diretor, Martin Ritt, discorre sobre a vida de John Russel (Paul Newman), um mestiço, criado numa tribo de apaches mescaleros. Em 1880, Russel leva uma vida muito pacata e difícil numa pequena cidade do Arizona, quando, num certo dia, fica sabendo que herdou uma pequena propriedade de seu pai que está sendo administrada por Jessie (Diane Cilento). Sem interesse em tocar o novo negócio, Russel avisa à Jessie que pretende vender o que herdou e ir embora daquele mundo de brancos preconceituosos que não gostam dele. No dia seguinte, seis pessoas aguardam a chegada da diligência, entre eles, o apache John Russel. Incomodados com a presença de um índio na diligência, o casal Dr. Alex Favor e sua esposa Audra Favor exigem que na primeira parada, Russel viaje na parte de cima da diligência junto ao cocheiro Henry Mendez (Martin Balsam). Porém, o que eles não sabem, é que durante a viagem, a carruagem será atacada por bandidos armados e perigosos, e diante deste quadro a turma de madames e senhores endinheirados pode precisar da coragem, da rapidez e da fúria de um apache mescalero. "Hombre" é um faroeste de primeira grandeza, com ótima direção do americano Martin Ritt - que doze anos mais tarde se consagraria com o clássico "Norma Rae" (1979). Não podemos esquecer do ótimo elenco com astros do quilate de: Richard Boone, Cameron Mitchell e Fredric March, encabeçado pela categoria e charme do stanislavskiano apache de olhos azuis, Paul Newman.
Telmo Vilela Jr.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Banzé no Oeste
Título no Brasil: Banzé no Oeste
Título Original: Blazing Saddles
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Mel Brooks, Norman Steinberg
Elenco: Cleavon Little, Gene Wilder, Slim Pickens, Harvey Korman, Madeline Kahn, Mel Brooks
Sinopse:
Uma sátira aos mitos do cinema do faroeste americano. Toda a confusão é causada quando um político influente resolve nomear um xerife negro numa cidadezinha do oeste. A população não gosta da escolha. Pensando que o novo homem da lei irá dar cobertura para suas falcatruas acaba descobrindo surpreso que ele, pelo contrário, leva muito à sério a lei e sua estrela de prata pois não demora muito a decidir combater todos os foras-da-lei da região.
Comentários:
O humor de Mel Brooks hoje em dia pode soar bem datado para as novas gerações. Ele surgiu um pouco antes do advento do besteirol no cinema americano e muitas vezes apelava para o lado mais cartunesco (e caricatural) das cenas. Aqui o seu alvo são os mitos do western americano. Nada escapa, cowboys, xerifes, nativos, todos viram alvo de piada na lente de Mel Brooks. Um fato curioso aconteceu durante as filmagens. Brooks encontrou por acaso no estúdio com o mito John Wayne (um dos maiores símbolos do faroeste). Wayne não tinha muita ideia do que Brooks estava aprontando mas disse-lhe que tinha ouvido falar do filme. Isso era ótimo, pensou Brooks. Pensando em ter o grande ídolo em sua produção convidou Wayne para uma ponta e para sua surpresa o ator concordou com a sugestão, disse que sim, pois poderia fazer uma pequena participação. Dias depois Wayne falou que não poderia aparecer mais em "Banzé no Oeste" (certamente foi informado de que se tratava de uma comédia maluca). Diplomático o Duke explicou: "Certamente não seria o tipo de filme que faria mas serei o primeiro a ir assisti-lo". É isso, se você é um fã tradicionalista de westerns certamente não gostará muito do que verá. Se porém for em busca de um divertimento sem maiores pretensões poderá sim se divertir bastante. A escolha então é sua.
Pablo Aluísio.
Título Original: Blazing Saddles
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Mel Brooks, Norman Steinberg
Elenco: Cleavon Little, Gene Wilder, Slim Pickens, Harvey Korman, Madeline Kahn, Mel Brooks
Sinopse:
Uma sátira aos mitos do cinema do faroeste americano. Toda a confusão é causada quando um político influente resolve nomear um xerife negro numa cidadezinha do oeste. A população não gosta da escolha. Pensando que o novo homem da lei irá dar cobertura para suas falcatruas acaba descobrindo surpreso que ele, pelo contrário, leva muito à sério a lei e sua estrela de prata pois não demora muito a decidir combater todos os foras-da-lei da região.
Comentários:
O humor de Mel Brooks hoje em dia pode soar bem datado para as novas gerações. Ele surgiu um pouco antes do advento do besteirol no cinema americano e muitas vezes apelava para o lado mais cartunesco (e caricatural) das cenas. Aqui o seu alvo são os mitos do western americano. Nada escapa, cowboys, xerifes, nativos, todos viram alvo de piada na lente de Mel Brooks. Um fato curioso aconteceu durante as filmagens. Brooks encontrou por acaso no estúdio com o mito John Wayne (um dos maiores símbolos do faroeste). Wayne não tinha muita ideia do que Brooks estava aprontando mas disse-lhe que tinha ouvido falar do filme. Isso era ótimo, pensou Brooks. Pensando em ter o grande ídolo em sua produção convidou Wayne para uma ponta e para sua surpresa o ator concordou com a sugestão, disse que sim, pois poderia fazer uma pequena participação. Dias depois Wayne falou que não poderia aparecer mais em "Banzé no Oeste" (certamente foi informado de que se tratava de uma comédia maluca). Diplomático o Duke explicou: "Certamente não seria o tipo de filme que faria mas serei o primeiro a ir assisti-lo". É isso, se você é um fã tradicionalista de westerns certamente não gostará muito do que verá. Se porém for em busca de um divertimento sem maiores pretensões poderá sim se divertir bastante. A escolha então é sua.
Pablo Aluísio.
Pôquer de Sangue
Título no Brasil: Pôquer de Sangue
Título Original: 5 Card Stud
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Marguerite Roberts, Ray Gaulden
Elenco: Dean Martin, Robert Mitchum, Inger Stevens, Roddy McDowall, Katherine Justice, John Anderson
Sinopse:
No velho oeste qualquer desonestidade no jogo de pôquer era punida com a morte. Assim quando um forasteiro tenta enganar um grupo de jogadores em Rincón, Colorado, ele acaba selando seu destino. Assim que seu golpe é descoberto, os demais jogadores o amarram e o enforcam numa ponte na saída da cidade. Apenas Van Morgan (Dean Martin) tenta salvar o trapaceiro, mas é impedido com violência. O xerife nada pode fazer pois não conhece a identidade dos assassinos. Nesse momento complicado para a comunidade, um novo reverendo chega para pregar a palavra de Deus para todos. Seu nome é Jonathan Rudd (Robert Mitchum), um sujeito com uma forma muito curiosa de levar a palavra do Senhor aos cowboys: com sua arma Colt. Suas boas intenções porém não mudam o quadro e pouco a pouco todos os envolvidos no enforcamento começam a aparecer mortos! Quem estaria por trás dos crimes?
Comentários:
Muito bom o roteiro desse western "Pôquer de Sangue". A trama tem todos os ingredientes que fizeram a mitologia do faroeste americano e mais um adicional que acrescenta muito ao resultado final: o mistério sobre quem estaria matando todos os justiceiros da cidade que tinham enforcado um trambiqueiro no jogo de cartas. O leque de suspeitos é amplo. Van Morgan (Dean Martin) seria um deles, pois provavelmente quis se vingar dos que o espancaram quando ele tentou evitar o crime. Uma nova dama de Saloon, a bonita Lily Langford (Inger Stevens), também pode ser suspeita, pois chegou na cidade assim que as mortes começaram. Até mesmo o novo pregador, Jonathan Rudd (Robert Mitchum), pode ter algum tipo de culpa nas mortes, principalmente depois de pregar afirmando que nenhum dos assassinos escapará da ira de Deus! Assim temos um verdadeiro mistério à la Agatha Christie sobre a identidade do assassino na pequena cidade. Dean Martin, como sempre, está muito correto, além disso canta duas canções no filme (na abertura e nos créditos finais). Sua voz era realmente maravilhosa. Agora quem rouba o show mesmo é o sempre carismático Robert Mitchum. Seu personagem lembra de certo modo o seu papel no grande clássico "Mensageiro do Diabo". E isso só acrescenta ainda mais no belo resultado final dessa produção realmente imperdível para os fãs de western.
Pablo Aluísio.
Título Original: 5 Card Stud
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Marguerite Roberts, Ray Gaulden
Elenco: Dean Martin, Robert Mitchum, Inger Stevens, Roddy McDowall, Katherine Justice, John Anderson
Sinopse:
No velho oeste qualquer desonestidade no jogo de pôquer era punida com a morte. Assim quando um forasteiro tenta enganar um grupo de jogadores em Rincón, Colorado, ele acaba selando seu destino. Assim que seu golpe é descoberto, os demais jogadores o amarram e o enforcam numa ponte na saída da cidade. Apenas Van Morgan (Dean Martin) tenta salvar o trapaceiro, mas é impedido com violência. O xerife nada pode fazer pois não conhece a identidade dos assassinos. Nesse momento complicado para a comunidade, um novo reverendo chega para pregar a palavra de Deus para todos. Seu nome é Jonathan Rudd (Robert Mitchum), um sujeito com uma forma muito curiosa de levar a palavra do Senhor aos cowboys: com sua arma Colt. Suas boas intenções porém não mudam o quadro e pouco a pouco todos os envolvidos no enforcamento começam a aparecer mortos! Quem estaria por trás dos crimes?
Comentários:
Muito bom o roteiro desse western "Pôquer de Sangue". A trama tem todos os ingredientes que fizeram a mitologia do faroeste americano e mais um adicional que acrescenta muito ao resultado final: o mistério sobre quem estaria matando todos os justiceiros da cidade que tinham enforcado um trambiqueiro no jogo de cartas. O leque de suspeitos é amplo. Van Morgan (Dean Martin) seria um deles, pois provavelmente quis se vingar dos que o espancaram quando ele tentou evitar o crime. Uma nova dama de Saloon, a bonita Lily Langford (Inger Stevens), também pode ser suspeita, pois chegou na cidade assim que as mortes começaram. Até mesmo o novo pregador, Jonathan Rudd (Robert Mitchum), pode ter algum tipo de culpa nas mortes, principalmente depois de pregar afirmando que nenhum dos assassinos escapará da ira de Deus! Assim temos um verdadeiro mistério à la Agatha Christie sobre a identidade do assassino na pequena cidade. Dean Martin, como sempre, está muito correto, além disso canta duas canções no filme (na abertura e nos créditos finais). Sua voz era realmente maravilhosa. Agora quem rouba o show mesmo é o sempre carismático Robert Mitchum. Seu personagem lembra de certo modo o seu papel no grande clássico "Mensageiro do Diabo". E isso só acrescenta ainda mais no belo resultado final dessa produção realmente imperdível para os fãs de western.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
Na Selva
Filme baseado em fatos reais. No começo dos anos 80 um jovem chamado Yossi Ghinsberg (Daniel Radcliffe) decide que não vai entrar na universidade de direito como queria seu pai. Ao contrário disso resolve viajar, ao estilo mochileiro, pelo mundo afora. Vai parar na Bolívia, onde em La Paz conhece outro grupo de estrangeiros, viajando como ele. Todos estão ali atraídos pela Floresta Amazônica, que eles consideram a última fronteira inexplorada do mundo.
Na capital boliviana conhecem um sujeito que se apresenta como Karl (Thomas Kretschmann). Também é gringo como eles, mas vive na região há muitos anos. Ele oferece, a um preço promocional, uma excursão pelo coração da floresta. Além de conhecer a salva por dentro, ele promete ainda que os levará até uma aldeia isolada da civilização, para ter contato com índios que vivem nas regiões mais distantes e inexploradas da Amazônia.
O grupo fica bem animado com a proposta de uma viagem única e fecham acordo com Karl (o nome real dessa pessoa era Kurt). Só que assim que entram na selva descobrem que as coisas não eram exatamente o que pensavam. Kurt não é um sujeito confiável e nem eles estão prontos para sobreviver a uma jornada como aquela. Tudo o que resta é tentar sobreviver a uma situação limite, onde a selva parece engolir um a um daqueles gringos despreparados.
Bom filme, gostei bastante. O roteiro serve de alerta também para turistas estrangeiros que viajam até a América do Sul para conhecer a Amazônia e pensam que a floresta é uma espécie de Disneylândia do mundo natural. A maioria se dá mal. Ou são roubados pelos locais ou então caem em ciladas perigosas, onde até mesmo correm o risco de perderem suas vidas. O ator Daniel Radcliffe perdeu mais de 30 quilos para rodar as cenas finais do filme. Ele que sempre foi um jovem magro e franzino, quase morreu pelo papel no filme. Valeu a pena, ele surge bem convincente. No final uma explicação sobre as pessoas reais que participaram dessa expedição deixa claro o perigo de se entrar numa selva como a Amazônia sem ter o devido preparo para isso.
Na Selva (Jungle, Austrália, Reino Unido, 2017) Direção: Greg McLean / Roteiro: Justin Monjo, escrito a partir do livro de memórias de autoria de Yossi Ghinsberg / Elenco: Daniel Radcliffe, Thomas Kretschmann, Joel Jackson / Sinopse: Um grupo de jovens turistas estrangeiros entram numa parte da floresta Amazônica na Bolívia e encontram o terror dentro da selva fechada.
Pablo Aluísio.
Na capital boliviana conhecem um sujeito que se apresenta como Karl (Thomas Kretschmann). Também é gringo como eles, mas vive na região há muitos anos. Ele oferece, a um preço promocional, uma excursão pelo coração da floresta. Além de conhecer a salva por dentro, ele promete ainda que os levará até uma aldeia isolada da civilização, para ter contato com índios que vivem nas regiões mais distantes e inexploradas da Amazônia.
O grupo fica bem animado com a proposta de uma viagem única e fecham acordo com Karl (o nome real dessa pessoa era Kurt). Só que assim que entram na selva descobrem que as coisas não eram exatamente o que pensavam. Kurt não é um sujeito confiável e nem eles estão prontos para sobreviver a uma jornada como aquela. Tudo o que resta é tentar sobreviver a uma situação limite, onde a selva parece engolir um a um daqueles gringos despreparados.
Bom filme, gostei bastante. O roteiro serve de alerta também para turistas estrangeiros que viajam até a América do Sul para conhecer a Amazônia e pensam que a floresta é uma espécie de Disneylândia do mundo natural. A maioria se dá mal. Ou são roubados pelos locais ou então caem em ciladas perigosas, onde até mesmo correm o risco de perderem suas vidas. O ator Daniel Radcliffe perdeu mais de 30 quilos para rodar as cenas finais do filme. Ele que sempre foi um jovem magro e franzino, quase morreu pelo papel no filme. Valeu a pena, ele surge bem convincente. No final uma explicação sobre as pessoas reais que participaram dessa expedição deixa claro o perigo de se entrar numa selva como a Amazônia sem ter o devido preparo para isso.
Na Selva (Jungle, Austrália, Reino Unido, 2017) Direção: Greg McLean / Roteiro: Justin Monjo, escrito a partir do livro de memórias de autoria de Yossi Ghinsberg / Elenco: Daniel Radcliffe, Thomas Kretschmann, Joel Jackson / Sinopse: Um grupo de jovens turistas estrangeiros entram numa parte da floresta Amazônica na Bolívia e encontram o terror dentro da selva fechada.
Pablo Aluísio.
Tropa de Elite
Título no Brasil: Tropa de Elite
Título Original: Tropa de Elite
Ano de Produção: 2007
País: Brasil
Estúdio: Zazen Produções, Posto 9
Direção: José Padilha
Roteiro: André Batista, Bráulio Mantovani
Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Caio Junqueira, Milhem Cortaz, Fernanda Machado, Fernanda de Freitas
Sinopse:
Dois aspirantes recebem treinamento para trabalhar no BOPE, o batalhão de operações especiais da polícia militar do Rio de Janeiro. No comando, o capitão Nascimento (Wagner Moura) tenta superar seus próprios problemas pessoais, ao mesmo tempo em que combate a criminalidade na cidade onde vive. Filme premiado no Berlin International Film Festival.
Comentários:
Esse filme se tornou o maior sucesso de bilheteria do cinema brasileiro dos últimos anos. Tecnicamente perfeito, foi bastante elogiado também pela crítica, inclusive no exterior. É um filme realmente muito bem produzido, que não deixa a desejar em nada se comparado com produções americanas. O roteiro também é um ponto forte, baseado no livro escrito por um ex-oficial do próprio BOPE. Por essa razão experiências reais podem ser conferidas na tela. Com tudo em seus eixos, "Tropa de Elite" só não conseguiu ser bem compreendido por parte do público que o assistiu e adorou o resultado. Isso porque muitas pessoas não conseguiram captar a real mensagem que o diretor quis passar. "Tropa de Elite" não é um filme de ação com um protagonista justiceiro, que faz justiça pelas próprias mãos. O capitão Nascimento não é um herói. Ele é um personagem mais humano do que muitas pessoas pensam. De certa maneira é uma figura trágica. Quando ele tortura jovens no alto do morro, não o faz para ser aplaudido, mas para ser lamentado. Os realizadores desse filme são todos progressistas, de viés de esquerda, que queriam acima de tudo mostrar como a pressão sofrida por um policial no Rio poderia afetar até mesmo seu equilíbrio emocional e mental. A tortura, a violação de direitos humanos, não é algo para se aplaudir, mas um reflexo dessa situação aflitiva. De qualquer maneira, mesmo sendo muito mal interpretado por certos espectadores, "Tropa de Elite" não deixa de ser uma das melhores coisas que o cinema brasileiro fez nos últimos anos. Um grande filme que merece todos os elogios.
Pablo Aluísio.
Título Original: Tropa de Elite
Ano de Produção: 2007
País: Brasil
Estúdio: Zazen Produções, Posto 9
Direção: José Padilha
Roteiro: André Batista, Bráulio Mantovani
Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Caio Junqueira, Milhem Cortaz, Fernanda Machado, Fernanda de Freitas
Sinopse:
Dois aspirantes recebem treinamento para trabalhar no BOPE, o batalhão de operações especiais da polícia militar do Rio de Janeiro. No comando, o capitão Nascimento (Wagner Moura) tenta superar seus próprios problemas pessoais, ao mesmo tempo em que combate a criminalidade na cidade onde vive. Filme premiado no Berlin International Film Festival.
Comentários:
Esse filme se tornou o maior sucesso de bilheteria do cinema brasileiro dos últimos anos. Tecnicamente perfeito, foi bastante elogiado também pela crítica, inclusive no exterior. É um filme realmente muito bem produzido, que não deixa a desejar em nada se comparado com produções americanas. O roteiro também é um ponto forte, baseado no livro escrito por um ex-oficial do próprio BOPE. Por essa razão experiências reais podem ser conferidas na tela. Com tudo em seus eixos, "Tropa de Elite" só não conseguiu ser bem compreendido por parte do público que o assistiu e adorou o resultado. Isso porque muitas pessoas não conseguiram captar a real mensagem que o diretor quis passar. "Tropa de Elite" não é um filme de ação com um protagonista justiceiro, que faz justiça pelas próprias mãos. O capitão Nascimento não é um herói. Ele é um personagem mais humano do que muitas pessoas pensam. De certa maneira é uma figura trágica. Quando ele tortura jovens no alto do morro, não o faz para ser aplaudido, mas para ser lamentado. Os realizadores desse filme são todos progressistas, de viés de esquerda, que queriam acima de tudo mostrar como a pressão sofrida por um policial no Rio poderia afetar até mesmo seu equilíbrio emocional e mental. A tortura, a violação de direitos humanos, não é algo para se aplaudir, mas um reflexo dessa situação aflitiva. De qualquer maneira, mesmo sendo muito mal interpretado por certos espectadores, "Tropa de Elite" não deixa de ser uma das melhores coisas que o cinema brasileiro fez nos últimos anos. Um grande filme que merece todos os elogios.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
Cidade de Deus
É um dos filmes mais elogiados da nova safra do cinema brasileiro. Realmente temos aqui uma obra-prima, tecnicamente impecável e com um roteiro realmente acima da média. As lentes de Fernando Meirelles focam na vida de um grupo de jovens nascidos e criados dentro de comunidades pobres do Rio de Janeiro. Como não poderia ser diferente, muitos deles migram para o mundo do crime, para a criminalidade. Essa história, socialmente consciente, revela um outro mundo da sociedade carioca, onde se tornar traficante de drogas nos morros violentos da cidade se transforma, muitas vezes, na única saída para a pobreza em que muitos desses jovens vivem.
O crime é assim uma escada social para um futuro com mais dinheiro, status e poder. Não deixa de ser também um retrato da falência moral da sociedade brasileira como um todo. Deixando as questões sociológicas de lado, esse filme foi a mais bem sucedida produção nacional em termos de representatividade no Oscar. O filme foi indicado nas categorias de melhor direção, melhor roteiro, melhor direção de fotografia (César Charlone) e melhor edição (Daniel Rezende). E como se isso não fosse o bantante ainda foi indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme estrangeiro. Em resumo, "Cidade de Deus" é provavelmente (beirando às raias da certeza absoluta) o filme mais brasileiro mais conhecido no exterior. O que também não deixa de ser um orgulho, já que é inegavelmente um dos melhores filmes já produzidos pelo cinema nacional.
Cidade de Deus (Brasil, 2002) Direção: Fernando Meirelles, Kátia Lund / Roteiro: Bráulio Mantovani, baseado no livro escrito por Paulo Lins / Elenco: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino, Matheus Nachtergaele / Sinopse: Jovens moradores da cidade de Deus no Rio de Janeiro encontram no mundo do crime uma saída para para suas vidas. O filme conta a história de vários deles, desde a infância até a idade adulta.
Pablo Aluísio.
O crime é assim uma escada social para um futuro com mais dinheiro, status e poder. Não deixa de ser também um retrato da falência moral da sociedade brasileira como um todo. Deixando as questões sociológicas de lado, esse filme foi a mais bem sucedida produção nacional em termos de representatividade no Oscar. O filme foi indicado nas categorias de melhor direção, melhor roteiro, melhor direção de fotografia (César Charlone) e melhor edição (Daniel Rezende). E como se isso não fosse o bantante ainda foi indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme estrangeiro. Em resumo, "Cidade de Deus" é provavelmente (beirando às raias da certeza absoluta) o filme mais brasileiro mais conhecido no exterior. O que também não deixa de ser um orgulho, já que é inegavelmente um dos melhores filmes já produzidos pelo cinema nacional.
Cidade de Deus (Brasil, 2002) Direção: Fernando Meirelles, Kátia Lund / Roteiro: Bráulio Mantovani, baseado no livro escrito por Paulo Lins / Elenco: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino, Matheus Nachtergaele / Sinopse: Jovens moradores da cidade de Deus no Rio de Janeiro encontram no mundo do crime uma saída para para suas vidas. O filme conta a história de vários deles, desde a infância até a idade adulta.
Pablo Aluísio.
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Título no Brasil: Dona Flor e Seus Dois Maridos
Título Original: Dona Flor e Seus Dois Maridos
Ano de Produção: 1976
País: Brasil
Estúdio: Embrafilme
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Bruno Barreto, baseado na obra de Jorge Amado
Elenco: Sônia Braga, José Wilker, Mauro Mendonça, Nelson Xavier, Dinorah Brillanti, Arthur Costa Filho
Sinopse:
Na história temos Dona Flor (Sônia Braga) que após a morte do marido Vadinho (José Wilker) decide se casar novamente com um respeitável dono de farmácia em Salvador. O problema é que ele é mais velho e um grande chato. Vadinho era pura alegria, farrista, vivia de carnaval em carnaval. Era um cafajeste, mas Flor amava ele. E assim ele retorna, do mundo dos mortos, para tentar de novo a sua antiga esposa. Filme indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de melhor filme estrangeiro.
Comentários:
Durante muitos anos esse filme foi a maior bilheteria do cinema brasileiro. As razões são até bem fáceis de entender. A atriz Sônia Braga na época era uma das estrelas mais populares das novelas da Globo. Ela representava a pura sensualidade morena da mulher brasileira. Suas novelas, como Gabriela, estavam entre as mais assistidas do país. O interesse em seu trabalho no cinema era natural. O roteiro era baseado em um dos melhores livros da grande obra literária de Jorge Amado e a direção de Bruno Barreto se mostrou perfeita. Com tantos elementos certos, o filme realmente não poderia dar errado. Um dos aspectos interessantes aqui é que o livro de Jorge Amado conseguia, com rara sensibilidade, unir o lado mais sensual do povo brasileiro com suas crenças místicas, espirituais. Vadinho retorna ao mundo dos vivos através do candomblé, uma das ricas heranças culturas da cultura afro em nosso país. Dois elementos, corpo e alma, unidos em uma história divertida e muito simbólica. A alma do povo brasileiro poucas vezes foi tão bem capturada como nesse clássico do cinema nacional. Houve um remake em 2017, mas esqueça esse novo filme. A versão definitiva é justamente essa da década de 1970, simplesmente insuperável.
Pablo Aluísio.
Título Original: Dona Flor e Seus Dois Maridos
Ano de Produção: 1976
País: Brasil
Estúdio: Embrafilme
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Bruno Barreto, baseado na obra de Jorge Amado
Elenco: Sônia Braga, José Wilker, Mauro Mendonça, Nelson Xavier, Dinorah Brillanti, Arthur Costa Filho
Sinopse:
Na história temos Dona Flor (Sônia Braga) que após a morte do marido Vadinho (José Wilker) decide se casar novamente com um respeitável dono de farmácia em Salvador. O problema é que ele é mais velho e um grande chato. Vadinho era pura alegria, farrista, vivia de carnaval em carnaval. Era um cafajeste, mas Flor amava ele. E assim ele retorna, do mundo dos mortos, para tentar de novo a sua antiga esposa. Filme indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de melhor filme estrangeiro.
Comentários:
Durante muitos anos esse filme foi a maior bilheteria do cinema brasileiro. As razões são até bem fáceis de entender. A atriz Sônia Braga na época era uma das estrelas mais populares das novelas da Globo. Ela representava a pura sensualidade morena da mulher brasileira. Suas novelas, como Gabriela, estavam entre as mais assistidas do país. O interesse em seu trabalho no cinema era natural. O roteiro era baseado em um dos melhores livros da grande obra literária de Jorge Amado e a direção de Bruno Barreto se mostrou perfeita. Com tantos elementos certos, o filme realmente não poderia dar errado. Um dos aspectos interessantes aqui é que o livro de Jorge Amado conseguia, com rara sensibilidade, unir o lado mais sensual do povo brasileiro com suas crenças místicas, espirituais. Vadinho retorna ao mundo dos vivos através do candomblé, uma das ricas heranças culturas da cultura afro em nosso país. Dois elementos, corpo e alma, unidos em uma história divertida e muito simbólica. A alma do povo brasileiro poucas vezes foi tão bem capturada como nesse clássico do cinema nacional. Houve um remake em 2017, mas esqueça esse novo filme. A versão definitiva é justamente essa da década de 1970, simplesmente insuperável.
Pablo Aluísio.
domingo, 13 de dezembro de 2020
Má Educação
Título no Brasil: Má Educação
Título Original: Bad Education
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Cory Finley
Roteiro: Mike Makowsky, Robert Kolker
Elenco: Hugh Jackman, Ray Romano, Welker White, Allison Janney, Annaleigh Ashford, Stephanie Kurtzuba
Sinopse:
Frank Tassone (Hugh Jackman) é um professor de ensino médio que faz parte do conselho escolar de uma conceituada escola de Long Island. Ele é aparentemente um ótimo profissional, que se dá bem com alunos e professores, só que por baixo da imagem impecável se esconde um grande segredo que poderá levar tudo à ruína. Filme premiado pelo Primetime Emmy Awards.
Comentários:
Gostei muito desse novo filme do ator Hugh Jackman. Ele está ótimo no papel de um professor de ensino médio (High School, como é chamado nos Estados Unidos) que perde sua ética e seus freios morais, bem no momento em que tudo parece ir muito bem em sua vida pessoal e profissional. Tudo o que se vê no filme de fato aconteceu e gerou um grande escândalo nos Estados Unidos. Isso porque Tassone passou a usar o cartão corporativo da escola onde trabalhava para seus interesses particulares. O cartão deveria ser usado para comprar materiais e pagar custos da escola, mas ele, pensando estar livre de qualquer fiscalização, começou a gastar o dinheiro público da escola em viagens internacionais de primeira classe, cirurgias plásticas e presentes para seus namorados. Homossexual, se apaixonou por um ex-aluno da escola. Não demorou muito e comprou uma casa para o jovem, com o dinheiro da escola! Também tinha outro relacionamento, que durou anos. Para o antigo namorado comprou um apartamento. De repente ele passou a gastar milhões de dólares de dinheiro público para bancar sua vida pessoal e tudo acabou sendo descoberto por uma aluna, que fazia um artigo para o jornalzinho da escola! Uma história surreal. Bom filme mesmo, que expôe a corrupção que pode nascer no meio escolar. O que vemos nesse filme não deixa de ser um aprendizado e tanto sobre toda essa situação.
Pablo Aluísio.
Título Original: Bad Education
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Cory Finley
Roteiro: Mike Makowsky, Robert Kolker
Elenco: Hugh Jackman, Ray Romano, Welker White, Allison Janney, Annaleigh Ashford, Stephanie Kurtzuba
Sinopse:
Frank Tassone (Hugh Jackman) é um professor de ensino médio que faz parte do conselho escolar de uma conceituada escola de Long Island. Ele é aparentemente um ótimo profissional, que se dá bem com alunos e professores, só que por baixo da imagem impecável se esconde um grande segredo que poderá levar tudo à ruína. Filme premiado pelo Primetime Emmy Awards.
Comentários:
Gostei muito desse novo filme do ator Hugh Jackman. Ele está ótimo no papel de um professor de ensino médio (High School, como é chamado nos Estados Unidos) que perde sua ética e seus freios morais, bem no momento em que tudo parece ir muito bem em sua vida pessoal e profissional. Tudo o que se vê no filme de fato aconteceu e gerou um grande escândalo nos Estados Unidos. Isso porque Tassone passou a usar o cartão corporativo da escola onde trabalhava para seus interesses particulares. O cartão deveria ser usado para comprar materiais e pagar custos da escola, mas ele, pensando estar livre de qualquer fiscalização, começou a gastar o dinheiro público da escola em viagens internacionais de primeira classe, cirurgias plásticas e presentes para seus namorados. Homossexual, se apaixonou por um ex-aluno da escola. Não demorou muito e comprou uma casa para o jovem, com o dinheiro da escola! Também tinha outro relacionamento, que durou anos. Para o antigo namorado comprou um apartamento. De repente ele passou a gastar milhões de dólares de dinheiro público para bancar sua vida pessoal e tudo acabou sendo descoberto por uma aluna, que fazia um artigo para o jornalzinho da escola! Uma história surreal. Bom filme mesmo, que expôe a corrupção que pode nascer no meio escolar. O que vemos nesse filme não deixa de ser um aprendizado e tanto sobre toda essa situação.
Pablo Aluísio.
Spider - Desafie Sua Mente
Título no Brasil: Spider - Desafie Sua Mente
Título Original: Spider
Ano de Produção: 2002
País: Inglaterra
Estúdio: Odeon Films
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Patrick McGrath
Elenco: Ralph Fiennes, Miranda Richardson, Gabriel Byrne, Lynn Redgrave, John Neville, Bradley Hall
Sinopse:
Baseado no livro escrito por Patrick McGrath, o filme conta a história de um homem com problemas mentais, interpretado pelo ator Ralph Fiennes, que já não consegue separar os delírios de sua mente perturbada, dos fatos reais, da realidade. Ele sempre está revivendo momentos traumáticos de seu passado, na infância, quando algo muito trágico aconteceu com sua mãe.
Comentários:
Esse filme inglês foi muito badalado em Cannes no ano de seu lançamento, a ponto inclusive de concorrer à Palma de Ouro. É um trabalho brilhante da dupla David Cronenberg e Ralph Fiennes. Na direção Cronenberg montou uma narração cinematográfica simplesmente brilhante, onde o espectador entra diversas vezes na mente do protagonista. E isso não é algo fácil de se fazer na tela, uma vez que o personagem em questão é um doente mental, uma pobre criatura que não consegue ser muito funcional na vida, pouco se comunicando com outras pessoas e interagindo ao mínimo com o ambiente em que vive. Ralph Fiennes, que o interpreta, está soberbo no papel. Logo quando ele desce em uma estação de trem em Londres, na primeira cena do filme, descobrimos que aquela pessoa tem sérios problemas. Falando baixinho consigo mesmo, sempre anotando palavras em um pequeno caderninho que leva, ele não consegue socializar com ninguém. Acaba indo, com muitas dificuldades, para uma casa no subúrbio da cidade. O governo inglês mantém esses "lares" para pessoas com doenças mentais. É uma maneira de tirá-los de hospícios, para quem sabe, um dia, viverem uma vida mais normal, mais integrada com a sociedade. É um filme muito bem organizado, que deixa uma sensação de compaixão no espectador. E o final é simplesmente impactante. Passado e presente se mostram da forma mais cruel e surpreendente que se possa imaginar.
Pablo Aluísio.
Título Original: Spider
Ano de Produção: 2002
País: Inglaterra
Estúdio: Odeon Films
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Patrick McGrath
Elenco: Ralph Fiennes, Miranda Richardson, Gabriel Byrne, Lynn Redgrave, John Neville, Bradley Hall
Sinopse:
Baseado no livro escrito por Patrick McGrath, o filme conta a história de um homem com problemas mentais, interpretado pelo ator Ralph Fiennes, que já não consegue separar os delírios de sua mente perturbada, dos fatos reais, da realidade. Ele sempre está revivendo momentos traumáticos de seu passado, na infância, quando algo muito trágico aconteceu com sua mãe.
Comentários:
Esse filme inglês foi muito badalado em Cannes no ano de seu lançamento, a ponto inclusive de concorrer à Palma de Ouro. É um trabalho brilhante da dupla David Cronenberg e Ralph Fiennes. Na direção Cronenberg montou uma narração cinematográfica simplesmente brilhante, onde o espectador entra diversas vezes na mente do protagonista. E isso não é algo fácil de se fazer na tela, uma vez que o personagem em questão é um doente mental, uma pobre criatura que não consegue ser muito funcional na vida, pouco se comunicando com outras pessoas e interagindo ao mínimo com o ambiente em que vive. Ralph Fiennes, que o interpreta, está soberbo no papel. Logo quando ele desce em uma estação de trem em Londres, na primeira cena do filme, descobrimos que aquela pessoa tem sérios problemas. Falando baixinho consigo mesmo, sempre anotando palavras em um pequeno caderninho que leva, ele não consegue socializar com ninguém. Acaba indo, com muitas dificuldades, para uma casa no subúrbio da cidade. O governo inglês mantém esses "lares" para pessoas com doenças mentais. É uma maneira de tirá-los de hospícios, para quem sabe, um dia, viverem uma vida mais normal, mais integrada com a sociedade. É um filme muito bem organizado, que deixa uma sensação de compaixão no espectador. E o final é simplesmente impactante. Passado e presente se mostram da forma mais cruel e surpreendente que se possa imaginar.
Pablo Aluísio.
sábado, 12 de dezembro de 2020
Dor e Glória
Título no Brasil: Dor e Glória
Título Original: Dolor y Gloria
Ano de Produção: 2019
País: Espanha, França
Estúdio: Canal+, Ciné+, El Deseo
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Penélope Cruz, Asier Etxeandia, Leonardo Sbaraglia, César Vicente, Asier Flores
Sinopse:
Salvador Mallo (Antonio Banderas) é um velho cineasta que passa a relembrar seus tempos de infância, quando passou por várias dificuldades ao lado de sua mãe Jacinta (Penélope Cruz). Agora, na velhice, precisa lidar com uma série de problemas de saúde, ao mesmo tempo em que começa a se viciar em heroína.
Comentários:
Pedro Almodóvar escreveu o roteiro e dirigiu esse novo filme e fica impossível não pensar que ele colocou inúmeras referências autobiográficas na história. O protagonista é um diretor de cinema praticamente aposentado. Ele tem problemas de saúde e não consegue ficar à altura de suas glórias passadas. Sua carreira como cineasta está praticamente acabada. Homossexual, resolve escrever um texto relembrando seu grande amor do passado. O texto vira uma peça teatral e eis que, do nada, seu antigo namorado bate á sua porta. Ele viu a peça e percebeu imediatamente que se tratava de sua própria história de amor com o velho diretor. Assim vai se fechando mais um ciclo de sua vida. "Dor e Glória" foi bastante aclamado pela crítica no ano passado, conseguindo ter honrosas indicações ao Oscar nas categorias de melhor filme estrangeiro e melhor ator, para Banderas, aqui provavelmente em seu melhor trabalho para o cinema em anos. Isso veio a provar que apesar de seu autorretrato ser pessimista e lamuriento, personificado no protagonista desse filme, que não passa de um cineasta depressivo e frustrado, o próprio Pedro Almodóvar está longe dessa situação lamentável. Ele continua em plena forma na sua profissão. Ao contrário de seu personagem em queda, ele está ainda com o toque mágico para fazer cinema relevante de alta qualidade artística. Palmas para ele!
Pablo Aluísio.
Título Original: Dolor y Gloria
Ano de Produção: 2019
País: Espanha, França
Estúdio: Canal+, Ciné+, El Deseo
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Penélope Cruz, Asier Etxeandia, Leonardo Sbaraglia, César Vicente, Asier Flores
Sinopse:
Salvador Mallo (Antonio Banderas) é um velho cineasta que passa a relembrar seus tempos de infância, quando passou por várias dificuldades ao lado de sua mãe Jacinta (Penélope Cruz). Agora, na velhice, precisa lidar com uma série de problemas de saúde, ao mesmo tempo em que começa a se viciar em heroína.
Comentários:
Pedro Almodóvar escreveu o roteiro e dirigiu esse novo filme e fica impossível não pensar que ele colocou inúmeras referências autobiográficas na história. O protagonista é um diretor de cinema praticamente aposentado. Ele tem problemas de saúde e não consegue ficar à altura de suas glórias passadas. Sua carreira como cineasta está praticamente acabada. Homossexual, resolve escrever um texto relembrando seu grande amor do passado. O texto vira uma peça teatral e eis que, do nada, seu antigo namorado bate á sua porta. Ele viu a peça e percebeu imediatamente que se tratava de sua própria história de amor com o velho diretor. Assim vai se fechando mais um ciclo de sua vida. "Dor e Glória" foi bastante aclamado pela crítica no ano passado, conseguindo ter honrosas indicações ao Oscar nas categorias de melhor filme estrangeiro e melhor ator, para Banderas, aqui provavelmente em seu melhor trabalho para o cinema em anos. Isso veio a provar que apesar de seu autorretrato ser pessimista e lamuriento, personificado no protagonista desse filme, que não passa de um cineasta depressivo e frustrado, o próprio Pedro Almodóvar está longe dessa situação lamentável. Ele continua em plena forma na sua profissão. Ao contrário de seu personagem em queda, ele está ainda com o toque mágico para fazer cinema relevante de alta qualidade artística. Palmas para ele!
Pablo Aluísio.
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