sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

360

Título no Brasil: 360
Título Original: 360
Ano de Produção: 2011
País: Inglaterra, França, Brasil
Estúdio: BBC Films
Direção: Fernando Meirelles
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Jude Law, Anthony Hopkins, Ben Foster, Maria Flor, Rachel Weisz, Vladimir Vdovichenkov

Sinopse:
Vários histórias, envolvendo pessoas diversas, das mais distantes partes do mundo, se entrelaçam, mostrando que cada uma delas está ligada às demais, mesmo que isso não seja tão aparente como muitos poderiam pensar. Filme indicado no London Film Festival na categoria de melhor direção (Fernando Meirelles).

Comentários:
Esse filme do diretor brasileiro Fernando Meirelles me fez lembrar até mesmo dos filmes antigos de Robert Altman. A estrutura do roteiro segue a mesma linha. É no estilo mosaico, com vários personagens vivendo suas próprias vidas sem se darem conta que todos estão ligados entre si, de uma forma ou outra. Assim temos uma verdadeira galeria de personagens diferentes. Jude Law interpreta o executivo que mesmo casado com uma bela mulher, procura por encontros com prostitutas que encontrou na internet. Anthony Hopkins dá vida ao pai que embarca numa viagem da Inglaterra aos Estados Unidos em busca de sua filha desaparecida. A polícia de Phoenix encontrou um corpo carbonizado, não identificado de uma mulher inglesa que pode ser sua filha. Ele então parte para reconhecer o corpo. Ben Foster é o maníaco sexual que acabou de sair da cadeia, está voltando para casa e precisa de todas as formas conter seus impulsos criminosos. Além disso há um capanga da máfia russa que pensa em cair fora de seu "ramo de trabalho". Há ainda uma jovem brasileira, cansada das traições de seu namorado francês. Enfim, várias histórias circulando, todas interessantes. Um bom filme para quem aprecia esse tipo de roteiro mais fragmentado.

Pablo Aluísio.

Sem Medo de Viver

Título no Brasil: Sem Medo de Viver
Título Original: Fearless
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Spring Creek Productions
Direção: Peter Weir
Roteiro: Rafael Yglesias
Elenco: Jeff Bridges, Isabella Rossellini, Rosie Perez, Tom Hulce, Benicio Del Toro, Deirdre O'Connell

Sinopse:

Baseado na novela escrita por Rafael Yglesias, o filme "Sem Medo de Viver" conta a história de Max Klein (Jeff Bridges), um homem cuja personalidade muda drasticamente depois de sobreviver a um grande acidente aéreo. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Rosie Perez).

Comentários:
Esse é um daqueles filmes que se propõem a discutir qual é o real significado da vida, da existência humana. O protagonista muda sua forma de encarar a vida depois de sobreviver milagrosamente a um grande acidente de avião. Ele sobrevive, mas a grande questão que passa a ser discutida é qual seria seu novo sentido de existir, de viver? Então ele passa a viver sem medo, sem receios, aproveitando cada nova experiência que surge em sua frente. É um bom roteiro, que coloca até mesmo questões filosóficas sobre a mesa, mas sem soar chato ou petulante. No final o que se sobressair é a excelente interpretação de Jeff Bridges, que inclusive deveria ter sido ao menos indicado ao Oscar naquele ano por seu trabalho de atuação. Melhor se saiu sua parceira de cena, Rosie Perez. Com trilha sonora do grupo de rock U2, esse filme cumpre o que promete. Faz refletir, tem boa mensagem e um belo elenco para manter o interesse do ciinéfilo por toda a duração do filme. Eu particularmente gostei bastante da proposta desse roteiro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Inferno no Faroeste

Título no Brasil: Inferno no Faroeste
Título Original: Dead in Tombstone
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal
Direção: Roel Reiné
Roteiro: Brendan Cowles, Shane Kuhn
Elenco: Danny Trejo, Mickey Rourke, Anthony Michael Hall, Dina Meyer, Richard Dillane, Colin Mace

Sinopse:
Após libertar seu meio irmão da forca, o bandoleiro Guerrero (Danny Trejo) e seu grupo de bandidos, resolvem ir até uma cidadezinha no Colorado para roubar um banco que está abarrotado de ouro das minas da região. Para sua surpresa, ele é traído justamente por seu irmão que acabou de salvar da morte certa. Executado a tiros de forma covarde por seus antigos capangas, ele é enviado para o inferno por causa de seus inúmeros crimes cometidos ao longo de sua vida. Torturado a ferro e fogo nas profundezas infernais, resolve fazer um pacto com o próprio Lúcifer (Mickey Rourke) para voltar ao mundo dos vivos por apenas 24 horas para matar um a um todos os seus comparsas traidores em troca de sua alma eterna.

Comentários:
Faroeste com toques sobrenaturais que certamente agradará a alguns, embora também desagradará aos mais tradicionalistas. O enfoque é de realismo fantástico, onde um bandido assassinado volta à vida para acertar contas com quem lhe matou. O roteiro está recheado de clichês, mas duas coisas salvam o filme da mediocridade completa. A primeira é a presença de Mickey Rourke como Lúcifer em pessoa. A dublagem da versão nacional estragou parte de sua interpretação, atrapalhando o bom trabalho do ator (por isso prefira a versão original, legendada). O outro ponto positivo é a tentativa de transformar Danny Trejo em astro de seus próprios filmes. Quem o conhece de "Machete" e "Sons of Anarchy" vai gostar de vê-lo aqui no velho oeste dando tiros, recriando de certo modo os antigos personagens que um dia foram interpretados por Charles Bronson (o estilo de ambos é bem parecido). Por fim, os roteiristas também tentaram pegar carona com antigos clássicos contando a suposta história do surgimento do nome da cidade de Tombstone, mas sem grande inspiração. No geral o que temos aqui é um western de produção modesta, pois o filme nem sequer chegou a ser lançado nos cinemas na maioria dos países, com roteiro derivativo, mas compensado em parte por apresentar um elenco de bons atores. Foi lançado diretamente em DVD no Brasil e vale a pena ser ao menos conhecido, nem que seja por mera curiosidade.

Pablo Aluísio. 

À Procura da Vingança

Título no Brasil: À Procura da Vingança
Título Original: Seraphim Falls
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Icon Productions
Direção: David Von Ancken
Roteiro:  David Von Ancken, Abby Everett Jaques
Elenco: Liam Neeson, Pierce Brosnan, Michael Wincott, Xander Berkeley

Sinopse:
Durante o fim de um dos conflitos mais sangrentos da história dos Estados Unidos, a Guerra Civil entre estados do sul e do norte, no século XIX, um militar, o coronel Carver (Liam Neeson) parte em busca de vingança contra Gideon (Pierce Brosnan). Apenas os fortes sobreviverão.

Comentários:
"O filme A Procura da Vingança é uma verdadeira jóia cinematográfica onde tudo funciona. A começar pelas ótimas atuações de Neeson e Brosnan, o longa vai se desenrolando num duelo pessoal entre os dois astros, já no final da Guerra Civil Americana. O "tour de force" de Liam Neeson e Pierce Brosnan, além de um ótimo roteiro, tem como pano de fundo paisagens deslumbrantes que se inicia numa floresta nevada, e passa por desertos de calor escaldante e bandidos de ocasião. O diretor ainda joga com imagens oníricas de um suposto dono de um poço (Wes Studie) e uma vendedora de elixir (Angélica Huston) que aparece do nada e no meio do deserto. O final é surpreendente e a direção é espetacular de um diretor que eu não conhecia. Aplausos de pé. Nota 9"

Telmo Vilela Jr.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Minha Adorável Lavanderia

Título no Brasil: Minha Adorável Lavanderia
Título Original: My Beautiful Laundrette
Ano de Produção: 1985
País: Inglaterra
Estúdio: Working Title Films
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Hanif Kureishi
Elenco: Daniel Day-Lewis, Gordon Warnecke, Derrick Branche, Saeed Jaffrey, Rita Wolf, Shirley Anne Field

Sinopse:
Omar, um jovem imigrante paquistanês, recebe de seu tio a responsabilidade de tomar conta de uma lavanderia em Londres. O lugar está em péssimo estado. Para reformar tudo e colocar as coisas em ordem, ele contrata Johnny (Lewis), um arruaceiro que ele conhece desde os tempos da escola.  Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado (Hanif Kureishi).

Comentários:
Esse foi o primeiro filme relevante da carreira de Stephen Frears. Foi a primeira vez que ele chamou realmente a atenção da crítica em geral. Com esse filme pequeno conseguiu até mesmo uma honrosa indicação ao Oscar naquele ano, na categoria de melhor roteiro adaptado. O material original era uma peça do circuito alternativo teatral de Londres. O que temos aqui é uma história até bem simples. Dois jovens, um imigrante e um inglês, unem forças para tocar um pequeno comércio no subúrbio da capital inglesa. Eles são cheios de energia e boas ideias e mais do que isso, também acabam tendo um relacionamento amoroso homossexual, o que na época em que o filme foi lançado causou uma certa controvérsia. O brigão Johnny foi interpretado por um ainda jovem e inexperiente Daniel Day-Lewis. Nos anos 80 certamente ninguém poderia prever que ele iria se tornar um dos maiores atores de sua geração. De qualquer maneira vale a pena a sessão. Só de ver Lewis no comecinho de sua carreira, já é uma boa desculpa para rever esse cult-movie da década de 1980.

Pablo Aluísio.

Acontece nas Melhores Famílias

Título no Brasil: Acontece nas Melhores Famílias
Título Original: It Runs in the Family
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Buena Vista International
Direção: Fred Schepisi
Roteiro: Jesse Wigutow
Elenco: Kirk Douglas, Michael Douglas, Cameron Douglas, Bernadette Peters, Diana Douglas, Michelle Monaghan

Sinopse:
Famílias geralmente são problemáticas. A história desse filme gira em torno de uma família tradicional, mas que por baixo das boas aparências, tem muitos problemas a superar. Basicamente essa é a história de uma família disfuncional de Nova York e suas tentativas de reconciliação.

Comentários:
A razão da existência desse filme é fácil de entender. Em determinado momento Michael Douglas decidiu que queria fazer um filme com seu pai, um grande nome da era do cinema clássico americano. Nada mais do que Kirk Douglas, já caminhando para o final de sua vida. Também escalou o neto de Kirk, seu filho Cameron, para um dos personagens principais. Foi um encontro emocional, uma tentativa de manter em fotograma o trabalho de três gerações do clã Kirk. Recentemente assisti a uma entrevista de Michael Douglas em que ele confessa duas coisas sobre esse filme. Ele gostou muito de reunir seus familiares, mas ao mesmo tempo não consegue mais assistir ao filme, por questões emocionais. O pai Kirk Douglas morreu. Já Cameron Douglas teve problemas com drogas e acabou sendo preso. Isso sem falar que o próprio Michael Douglas luta contra um câncer agressivo. Enfim, nada é para sempre. Aqui pelo menos eles estão todos juntos e ao que parece bem felizes. E se o filme não é grande coisa, pelo menos serviu para imortalizar essa reunião de todos eles no cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O Homem do Sapato Vermelho

Título no Brasil: O Homem do Sapato Vermelho
Título Original: The Man with One Red Shoe
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Stan Dragoti
Roteiro: Francis Veber, Yves Robert
Elenco: Tom Hanks, Lori Singer, Dabney Coleman, Charles Durning, Carrie Fisher, Edward Herrmann

Sinopse:
Por causa de uma guerra interna, nos bastidores da CIA, uma informação falsa é plantada. Essa afirma que um agente duplo está chegando ao aeroporto. Como forma de identificação ele está usando um sapato vermelho. Para azar do jovem Richard (Tom Hanks) ele chega no aeroporto usando tênis vermelhos e passa a ser confundido com esse suposto perigoso agente secreto.

Comentários:

Comédia dos anos 80, trazendo um jovem e garotão Tom Hanks estrelando uma comédia que na verdade era uma paródia aos filmes de espionagem. Imagine todo aquele universo de espiões caindo de paraquedas na vida de uma pessoa comum, no cotidiano de um rapaz dos anos 80 que apenas passa a ser confundido com alguém perigoso, que precisa ser eliminado. James Bond não se sairia melhor do que ele, como podemos ver durante o filme. O material original chamado "Le grand blond avec une chaussure noire" é francês. Os americanos apenas adaptaram a ideia central nesse filme. E digo que ficou muito bom, divertido, uma diversão que agrada, muito em parte por causa do sempre presente carisma de Tom Hanks, que sempre passa a imagem de ser muito gente boa. E para quem é fã de "Star Wars" o filme ainda traz a presença da atriz Carrie Fisher. Não fazia muito tempo ela havia terminado sua participação em "O Retorno de Jedi" e procurava por novos rumos na sua carreira. Pois é, acabou indo parat nessa comédia do simpático Hanks.

Pablo Aluísio.

Tenet

O estúdio fez de tudo para que esse filme fosse adiado. Afinal, o mundo estava vivendo uma pandemia, os cinemas, em sua maioria, estavam fechados. O público tinha receios de ficar em uma sala fechada por mais de duas horas com medo de ser contaminado. Só que o diretor Christopher Nolan bateu o pé, insistindo para que o filme fosse lançado na data que havia sido programada. Pois bem, sua vontade prevaleceu. E o que aconteceu? Sim, "Tenet" se tornou um fracasso comercial. Esse filme virou um paradigma, um exemplo ruim do que poderia acontecer caso os estúdios colocassem seus principais filmes, suas grandes produções em cartaz nos cinemas em 2020. Era quase certo que todos ele iriam naufragar. O vírus, queiram ou não, colocou a indústria do cinema americano de joelhos. Enquanto a população não for vacinada, não existirá bilheterias milionárias (ou bilionárias). Com isso todos os blockbusters foram adiados. Christopher Nolan quebrou a cara com sua arrogância.

E após assistir a esse filme posso até arriscar dizer que mesmo sem a pandemia esse "Tenet" não iria ser um enorme sucesso de bilheteria. O filme é fraco! Essa é a verdade! O roteiro, escrito pelo próprio Christopher Nolan, parece deslumbrado com a existência de universos invertidos, onde as coisas caminham para trás, ao invés de irem para frente. Qual é a novidade nisso? Já no cinema mudo a exibição de cenas invertidas era usada em comédias pastelão. Será que Nolan não sabia disso? Será que ele pensou que as pessoas iriam ficar espantadas com seus personagens andando para trás? Que bobagem...

A trama gira em torno de uma arma, criada no futuro, que consegue manipular o tempo. Dois agente são encarregados de evitar que essa arma caía em mãos erradas. O principal vilão é um contrabandista de armas, interpretado pelo bom ator Kenneth Branagh. E com esse fiapinho de história o filme se arrasta por quase duas horas e meia de duração. Confesso que quase larguei o filme pela metade. Aquela coisa toda de universo invertido é uma verdadeira chatice. Esse é seguramente o filme mais pretensioso e banal da carreira do Nolan. Merecia o fracasso comercial, com ou sem pandemia.

Tenet (Tenet, Estados Unidos, 2020) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan / Elenco: John David Washington, Robert Pattinson, Kenneth Branagh, Michael Caine, Elizabeth Debicki / Sinopse: Uma arma que manipula o espaço e o tempo é criada no futuro. Sua inventora decide enviá-la para o passado (o nosso presente) e dois agentes precisam colocar as mãos nela, antes que vá parar na mão de criminosos internacionais. Filme indicado ao People's Choice Awards.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Genius - Segunda Temporada

Genius - Segunda Temporada
Na primeira temporada da série "Genius" acompanhamos a história de Albert Einstein. Nessa segunda temporada o enfoque se desloca para mostrar a vida e a obra do genial pintor Pablo Picasso (1881 - 1973). Em dez episódios, exibidos originalmente entre os meses de abril a junho de 2018, somos apresentados ao mundo de Picasso, desde sua juventude até sua velhice. Sua luta contra os movimentos facistas que assolaram a Europa e sua conturbada vida pessoal e amorosa, com destaque para suas muitas amantes. Na sua fase adulta o pintor espanhol foi interpretado pelo ator Antonio Banderas, em bom trabalho de caracterização do famoso personagem. Segue abaixo comentários sobre todos os episódios. Os textos serão incorporados ao longo do tempo, conforme for assistindo cada um deles.

Genius 2.01 - Picasso: Chapter One
Nesse episódio somos apresentados aos primeiros anos de Pablo Picasso. Ele nasce em um parto complicado e é dado como natimorto, mas um tio não aceita isso. Acaba despertando o choro da criança jogando uma baforada de seu charuto nele! Pois é, já nasceu sob circunstâncias diferenciadas. Depois vemos o garoto Picasso enfrentando a primeira grande tragédia de sua vida, quando sua irmã mais jovem morre vítima de difteria. Ele havia feito uma promessa, que iria parar de desenhar e pintar caso ela viesse a sobreviver. Não é o que acontece. O tempo passa, Picaso se torna adolescente e decide que vai estudar artes em uma academia prestigiada na capital. E ele realmente tinha muito talento para isso. Porém com o passar do tempo vai se decepcionando com o estilo de ensino, que apenas tenta copiar pintores do passado. Ele quer mais, criar seu próprio estilo pessoal. 

Os anos de maturidade também são retratados nesse episódio, principalmente quando Picasso, já consagrado, aceita o convite para pintar um enorme quadro em protesto contra o masacre de Guernica, quando aviões da Alemanha nazista atacaram civis desprotegidos, matando milhares de pessoas, tudo com o apoio da ditadura do general Franco. Enfim, excelente primeiro episódio, mostrando mais uma vez a ótima qualidade dessa série. / Genius 2.01 - Picasso: Chapter One (Estados Unidos, 2018) Direção: Kenneth Biller / Roteiro: Kenneth Biller / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich. 

Genius 2.02 - Picasso: Chapter Two
Tempos complicados para Pablo Picasso e isso no passado e no presente. No presente ele vê a França ser ocupada pelos nazistas. E é na França que Picasso estava morando nesse momento terrível da história da Europa. Ele foi embora da Espanha por causa do fascismo de Franco. E agora tinha que lidar com os nazistas bem na sua porta. No passado Pablo Picasso perde o amigo dos tempos pioneiros. Sua carreira vai bem, ele começa a vender quadros em Paris, mas seu amigo não tem a mesma sorte. Ninguém quer comprar nada do que ele pinta. Pior do que isso, ele fica impotente. Acaba dando um tiro na cabeça em um restaurante, na frente de todos. Trágico. / Genius 2.02 - Picasso: Chapter Two (Estados Unidos, 2018) Direção: Kenneth Biller / Roteiro: Kenneth Biller / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich. 

Genius 2.03 - Picasso: Chapter Three
Picasso tem uma nova admiradora. Uma jovem que deseja ser pintora, apesar do pai jamais apoiar seus sonhos de ser uma artista. Ele quer que ela vá para a faculdade de direito, só que ela vai atrás de Picasso em troca de opiniões sobre sua arte. Bem, acaba em sua cama, como mais uma amante. No passado vemos o jovem Picasso indo morar ao lado de um poeta, um sonhador. Eles se tornam grande amigos e Picasso acaba descobrindo que ele é apaixonado por sua pessoa. Sim, o amigo é homossexual. Picasso leva numa boa e esclarece que o ama, mas como amigo e não como amante. A amizade sobrevive e eles ficam amigos próximos por anos e anos. / Genius 2.03 - Picasso: Chapter Three (Estados Unidos, 2018) Direção: Kevin Hooks / Roteiro: Kenneth Biller, Brian Peterson / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich.

Genius 2.04 - Picasso: Chapter Four  
Novamente acompanhamos Picasso em um passado distante, quando ainda era apenas um jovem pintor procurando seu lugar no mundo das artes e depois, mais velho, tendo que enfrentar problemas com os nazistas. No passado Picasso começa a ficar admirado com os quadros de Henri-Émile-Benoît Matisse. Esse estava revolucionando a pintura de sua época. Picasso via então que ele deveria também ir por um caminho mais revolucionário. E em seu momento mais velho, Picasso acaba vendo um de seus melhores amigos, Max, sendo levado preso pelos nazistas. E ele se recusa a assinar uma petição por sua soltura. Teria sido um momento de medo na vida do famoso pintor? Ou ele apenas achava que sua assinatura de nada valeria, uma vez que os nazistas odiavam sua arte? Uma questão que Picasso nunca esclareceu totalmente. / Genius 2.04 - Picasso: Chapter Four (Estados Unidos, 2018) Direção: Kevin Hooks / Roteiro: Kenneth Biller / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich. 

Genius 2.05 - Picasso: Chapter Five
Pablo Picasso jovem. Pablo Picasso velho. A série vai contando a vida desse pintor indo e voltando do passado. Nesse episódio o jovem Pablo Picasso continua procurando por um caminho, uma nova linguagem visual. Ele admira muito o pintor Henri Matisse, mas quando finalmente o encontra pessoalmente, ele adota uma postura de não ligar muito para seus quadros, pior do que isso, chega até mesmo a criticar o colega. Depois se tornam amigos, uma amizade que vai durar anos e anos. E nessa fase jovem Picasso resolve adotar uma menina como filha, uma vez que sua esposa não pode gerar filhos. E o Pablo Picasso velho? Ora, esse segue sua sina de administrar problemas e mais problemas com as muitas mulheres com quem se envolveu. Tudo normal em sua vida. / Genius 2.05 - Picasso: Chapter Five (Estados Unidos, 2018) Direção: Laura Belsey / Roteiro: Kenneth Biller, Noah Pink / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich. 

Genius 2.06 - Picasso: Chapter Six
Você sabia que Pablo Picasso esteve envolvido no roubo da Mona Lisa no Louvre, em Paris? Eu fazia a menor ideia, mas calma, a coisa não foi bem assim. Como mostrado nesse episódio vemos que sim, Pablo Picasso esteve mesmo envolvido com o roubo de certas peças do famoso museu. Ele conhecia alguns ladrões de arte. Sò que a coisa desanda de vez quando roubam o mais famoso quadro da história. E as coisas acabam borrando no próprio Picasso que passa a ser investigado por policiais, sendo alvo de um inquérito para se descobrir os verdadeiros criminosos. E enquanto isso tudo acontecia, Picasso tentava revolucionar o mundo da arte, mudando completamente o padrão de seus próprios quadros. / Genius 2.06 - Picasso: Chapter Six Genius 2.06 - Picasso: Chapter Six (Estados Unidos, 2018) Direção: Laura Belsey / Roteiro: Kenneth Biller, Matthew Newman / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich. 

Genius 2.07 - Picasso: Chapter Seven
Pablo Picasso é convidado para participar de um evento internacional grandes nomes da cultura internacional. No começo ele rejeita o convite, mas pressionado resolve viajar até a Polônia. Lá acaba enfrentando críticas por ser um homem muito rico. E as críticas mais ferozes partem de antigos conhecidos do Partido Comunista. Ele é acusado de ser um burguês, não um comunista, afinal está podre de rico, morando em belas casas, ganhando verdadeiras fortunas com os quadros que vendia. Mesmo depois de tudo ainda resolve criar um símbolo da paz, a pomba branca, baseando-se em suas memórias infantis. E esse símbolo continua até os dias de hoje, com a pomba representando a paz mundial.Genius 2.07 - Picasso: Chapter Seven (Estados Unidos, 2018) Direção: Greg Yaitanes / Roteiro: Kenneth Biller / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich. 

Genius 2.08 - Picasso: Chapter Eight
Pablo Picasso era um mulherengo. Disso sabem todos os que conhecem sua vida pessoal, sua biografia. Nessa episódio temos uma prova disso. Picasso tem problemas com sua antiga esposa (Olga), com sua atual mulher (Françoise) e como se isso fosse pouco ele ainda arranja um namoro com uma jovem estudante. E isso tudo quando era um homem já idoso, longe dos anos de juventude. Como todo episódio dessa série a história avança e recua no tempo. No passado recorda a estreia de Picasso em uma peça teatral, algo revolucionário para a época. Foi durante esse trabalho que ele conheceu e se apaixonou por Olga, uma aristocrata russa que era uma excelente bailarina. No Presente acompanhamos os problemas de Picasso em lidar com seus vários filhos, em especial Paulo, filho de Olga, um sujeito que foi negligenciado por seu próprio pai. Enfim, bom episódio, muito esclarecedor sobre a vida pessoal de Picasso. / Genius 2.08 - Picasso: Chapter Eight (Estados Unidos, 2018) Direção: Greg Yaitanes / Roteiro: Kenneth Biller / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich. 

Genius 1.09 - Picasso: Chapter Nine
Pablo Picasso era um mulherengo sem salvação. Mal arranjava uma nova esposa e já ia atrás de amantes, várias delas. Ele não parava de correr atrás de um rabo de saia. Nesse episódio podemos perceber bem isso. O roteiro vai e volta no tempo, com relacionamentos e mulheres diferentes, mas no fundo as situações sempre se repetiam. Pablo Picasso se casava com algumas de suas musas, tinha filhos com elas, para não demorar muito arranjar outras amantes. Sumiu de sua casa por meses, irritava suas esposas, estava sempre atrás de mulheres mais jovens. Pensava o tempo todo em sexo fora do casamento. É de se admirar que tenha produzido tantos quadros em vida. Sua existência foi uma sucessão sem fim de problemas com mulheres, de todos os tipos e de todas as idades. Não sei como ele conseguiu arranjar tempo para ser um dos maiores pintores de todos os tempos. / Genius 1.09 - Picasso: Chapter Nine (Estados Unidos, 2018) Direção: Mathias Herndl / Roteiro: Kenneth Biller / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy. 

Genius 2.10 - Picasso: Chapter Ten
E assim cheguei ao final da segunda temporada de Genius. Como era de se esperar esse episódio final conta os últimos anos da vida do pintor, culminando com sua morte. Em seus últimos tempos de vida Picasso continuou a ter muitos problemas familiares, com suas ex-mulheres, etc. Ele volta a se casar com uma ex apenas para regularizar a vida de seus filhos. Tão relapso era que nem havia reconhecido judicialmente os filhos, agora já adolescentes. Picasso também enfrenta problemas de saúde, causados principalmente pelo hábito de fumar. E como um de seus últimos desejos ele pediu que seu quadro Guernica voltasse para a Espanha, sua terra natal. O quadro só retornou quando o ditador General Franco morreu. Aí, finalmente, Picasso teve sua vitória. Sua arte, no final de tudo, venceu! / Genius 2.10 - Picasso: Chapter Ten (Estados Unidos, 2018) Direção: Mathias Herndl / Roteiro: Kenneth Biller / Elenco: Antonio Banderas, Clémence Poésy, Alex Rich.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Cantando na Chuva

Para muitos críticos, "Cantando na Chuva" é considerado o melhor filme musical clássico de todos os tempos. Um título realmente de respeito. E a história parodiava, com muito humor e inteligência, a transição do cinema mudo para o cinema falado. Ou seja, a história do cinema já era parte do próprio roteiro. No enredo Don Lockwood (Gene Kelly) e Cosmo Brown (Donald O'Connor) são dois aspirantes ao sucesso no mundo do cinema. Para sobreviver, topam qualquer oportunidade, até mesmo trabalhando como dublês. Na verdade são dançarinos talentosos que esperam pela grande chance em suas carreiras. Finalmente Don tira a sorte grande e começa a se destacar como galã de filmes. Para isso ele tem que contracenar com a fútil e arrogante estrelinha Lina Lamont (Jean Hagen) que embora seja bonita, tem uma voz horrorosa. Com a chegada do cinema sonoro ela fica desesperada pois basta abrir a boca em cena para que todos caiam na risada. Para consertar esse problema Don arranja para que sua namorada Kathy Selden (Debbie Reynolds) a duble. Enciumada, Lamont então exige que o nome de Kathy seja omitida dos créditos para que todos pensem que a linda voz dela seja a sua. A farsa porém logo cairá por terra.

Hoje em dia "Cantando na Chuva" é merecidamente reconhecido como um dos maiores clásssicos do cinema americano. De fato é um filme saboroso onde tudo parece se encaixar muito bem, com ótimo roteiro, canções maravilhosas e cenas de rara beleza. O curioso é que o filme não foi tão bem recebido em sua época de lançamento. Nenhum crítico mais importante o chamou de obra-prima ou qualquer coisa parecida. Houve até uma certa má vontade com o filme que, ao longo dos anos, finalmente foi ganhando o devido reconhecimento. Virou um cult movie máximo entre os cinéflios. A famosa trilha sonora não foi original. Na verdade as canções já existiam há décadas e foram reaproveitadas pela MGM durante as filmagens. E claro, deu muito certo essa combinação, com cenas excelentes, muito bem coreografadas com as músicas, todas ótimas, inesquecíveis. Não há como negar também que grande parte do charme de "Cantando na Chuva" se deve ao talento do ator e dançarino Gene Kelly. Ele estrelou alguns dos maiores musicais da Metro, mas era muito modesto em relação ao seu próprio talento.

Gene Kelly costumava dizer que o grande dançarino do cinema era Fred Astaire, que parecia um nobre ao mostrar seus passos, enquanto que ele próprio era apenas um trabalhador comum, um operário da arte, que tentava realizar uma dança simpática. Mais atlético do que Astaire, Kelly conseguia realizar números musicais que exigiam grande preparo físico, mas nem por isso deixava de ser tão cativante em cena como seu colega mais famoso. Aqui podemos notar bem isso, principalmente na principal sequência onde Gene Kelly baila na noite, debaixo de uma forte chuva, até um sisudo policial aparecer e acabar com a dança! "Cantando na Chuva" é item obrigatório para qualquer cinéfilo, um desses filmes atemporais que nunca parecem envelhecer. Uma obra-prima imortal da sétima arte. Cinema em sua mais pura essência clássica.

Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, Estados Unidos, 1952) Direção: Stanley Donen, Gene Kelly / Roteiro: Adolph Green, Betty Comden / Elenco: Gene Kelly, Donald O'Connor, Debbie Reynolds, Jean Hagen / Sinopse: Durante a transição do cinema mudo para o cinema falado, uma arrogante estrela de cinema precisa reolver um sério problema: embora seja bonita tem uma voz simplesmente pavorosa. "Cantando na Chuva" é um dos maiores musicais da história do cinema. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Jean Hagen) e melhor música (Lennie Hayton). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor ator - comédia ou musical (Donald O'Connor). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - comédia ou musical.

Pablo Aluísio.