sexta-feira, 19 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 1

Foi na primavera de 1954 que James Dean pintou pela primeira vez em Hollywood como ator contratado. Ele havia fechado contrato com a Warner em Nova Iorque para interpretar Cal Trask na adaptação para o cinema do livro de John Steinbeck. Elia Kazan iria dirigir o filme e havia indicado expressamente Dean pois o tinha visto atuando em Nova Iorque em uma peça e se convencera que aquele era certamente o ator que tanto esperava para dar vida ao atormentado e sombrio Cal. Assim que chegou na costa oeste Dean foi recepcionado por Kazan, que fez um trabalho especial para que sua presença passasse despercebida pela imprensa local pois queria que James Dean se concentrasse apenas em seu papel e nada mais. Era vital que ele ficasse longe dos holofotes e das colunas de fofocas dos jornais da cidade. Como ainda era um perfeito desconhecido na época os planos de Kazan deram completamente certo.

Dean não tinha onde morar em Los Angeles e assim a Warner alugou para ele um pequeno quarto em cima de uma drogaria, bem em frente aos portões principais do estúdio. Assim tudo o que Dean tinha que fazer era atravessar a rua pela manhã para ir até a Warner começar seu trabalho. O quarto era modesto, cujo aluguel era de apenas 50 dólares, mas para Dean, apenas um jovem na época já estava de ótimo tamanho. Todas as manhãs Dean ia até uma lanchonete na esquina, tomava um pequeno café preto, comprava um maço de cigarros e ia para o balcão onde o filme estava sendo rodado. A Warner apostou alto no filme e reconstruiu a cidade de Salinas, onde o enredo se passava, em estúdio. O tamanho da produção intimidou Dean nos primeiros dias. Elia Kazan logo percebeu que o ator ficava muitas vezes retraído, tímido e muito na dele, não procurando se socializar com os demais membros do elenco.

Kazan, um mestre em lidar com atores complicados, logo começou a criar uma amizade bem próxima com Dean, lhe incentivando a discutir as cenas, debatendo as melhores formas de atuar. O resultado dessa aproximação se refletiu em cada cena do filme, hoje considerado um dos grandes clássicos do cinema americano. Curiosamente o estilo de trabalhar de Dean bateu de frente com os atores mais veteranos. Raymond Massey que interpretava o pai de Dean no filme, Adam Trask, se irritava com as improvisações de Dean no set. Massey havia estudado atuação em Oxford, era um ator da velha escola, e não via com bons olhos aquele método de atuar típico do Actors Studio de Nova Iorque. Ele queria seguir à risca o que estava no roteiro enquanto Dean achava que o ator também era parte essencial no processo de criação de um filme e deveria colocar parte de sua personalidade em cada linha de diálogo. Foi um verdadeiro choque de escolas em plena filmagem, algo que Elia Kazan não viu como algo ruim, pelo contrário, como pai e filho eram problemáticos no enredo nada mais interessante que trazer essa tensão entre a nova geração e a velha também durante as filmagens. Ele sabia que no final o filme é que sairia ganhando com esse duelo.  

Fora dos estúdios a Warner determinou a Dick Clayton, um ex-ator e agora agente, que ficasse de olho em Dean, que era conhecido por ter atitudes inesperados e impulsivas. Ao longo dessas primeiras semanas ao lado de Dean, Clayton acabou confirmando o que diziam dele. Assim que recebeu seu cachê de 10 mil dólares as duas primeiras coisas que o ator fez foi comprar um cavalo palomino e um carro esporte GM, que passou a dirigir em alta velocidade pelas ruas de Hollywood. A compra do cavalo era um exemplo de como Dean agia. Ela não montava e não tinha um rancho onde colocá-lo mas ao se deparar com o animal em um estábulo nos estúdios da Warner (ele estava sendo usado em um filme com Randolph Scott) não pensou duas vezes e o comprou, assim, sem mais, nem menos. Em relação ao carro Dick resolveu escrever um memorando aos executivos da Warner para que tomassem cuidado com Dean pois ele "dirigia feito um louco" e caso sofresse algum acidente poderia trazer prejuízos financeiros para a Warner futuramente. O tempo provaria que ele tinha toda a razão do mundo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Monstro do Pântano

Monstro do Pântano 1.01 - Pilot
Foi nos quadrinhos da DC Comics que esse personagem, o Monstro do Pântano, ganhou sua melhor adaptação. Particularmente lembrada até hoje é a fase em que o mestre Alan Moore cuidou da publicação. Para os fãs da nona arte foi uma verdadeira obra-prima. Depois tentou-se fazer um filme para o cinema, com a ajuda de Wes Craven, mas o resultado ficou bem ruim. Agora temos uma nova tentativa, só que em forma de série. Vai dar certo? Só o tempo dirá. Nesse primeiro episódio, como era de se esperar, são apresentados os principais personagens. Uma jovem jornalista investigativa, um estudioso que vai até o pântano para desvendar um mistério que sonda a região, um milionário com más intenções que patrocina pesquisas obscuras e não autorizadas e uma nova doença que atinge diversas pessoas numa pequena cidade. Embora esse primeiro episódio tenha tido alguns problemas de ritmo, até que me deixou interessado em seguir adiante. Já é um bom começo. / Monstro do Pântano 1.01 - Pilot (Estados Unidos, 2019) Direção:  Len Wiseman / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.02 - Worlds Apart 
Passada a fase inicial de se apresentar todo o contexto e os personagens do enredo, agora as coisas ficam melhores para a série. Inclusive para mostrar finalmente, até em detalhes, a própria criatura, o Monstro do Pantano. Ele surge das águas quando uma garotinha é perseguida por um assassino. O tal sujeito acabou de matar um policial e ela estava escondida na lancha do tira. O que se sucede daí é um bom suspense e uma boa cena noturna, com tudo o que os fãs dos quadrinhos originais estavam esperando. Também é explicada a visita à noite de pessoas desconhecidas ao pantano. Estavam ali para um experimento que fugiu do controle, uma nova arma química catalizadora que cria uma aceleração nos vegetais, fazendo com que se desenvolvam de forma rápida. Bom episódio que até me animou para continuar assistindo a série. / Monstro do Pântano 1.02 - Worlds Apart (Estados Unidos, 2019) Direção:  Len Wiseman / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.03 - He Speaks
Pois é, por baixo de toda aquela transformação o cientista Alec Holland consegue ainda falar e expressar seus sentimentos e pensamentos. Embora seja agora a criatura, o monstro do pântano, sua mente ainda tem traços de humanidade. Nesse episódio ele fala pela primeira vez na série, por isso o título original "Ele fala"!. O roteiro também procura explorar bastante a figura do milionário (arruinado) Avery Sunderland. Foi ele que começou tudo, mandando fazer uma experiência que deu muito errado, em todos os sentidos. Outro ponto muito bacana nesse episódio é que o ressurgimento do vilão que o monstro do pântano havia estraçalhado no episódio anterior. Seus restos mortais voltaram a se reunir no meio da podridão e ele retorna para mais um acerto de contas. Bons efeitos especiais em um episódio que não decepciona os fãs dos quadrinhos originais; / Monstro do Pântano 1.03 - He Speaks (Estados Unidos, 2018) Direção: Deran Sarafian / Roteiro:  Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.04 - Darkness on the Edge of Town  
Abby a jovem pesquisadora tenta encontrar uma resposta para o que aconteceu com Alec, seu amigo biólogo. Ele já está transformado no monstro, mas ainda assim mantém a sanidade, dentro de suas possibilidades, claro. O que fica bem claro nesse episódio é que todas as pessoas que são infectadas por esse vírus acabam tendo grandes alucinações. Na melhor cena temos um lavador de pratos que começa a alucinar, vendo uma cobra em seu braço. Ele não apenas esfaqueia o próprio braço, como também coloca a mão dentro do triturador da pia. Horrível... horrível demais! / Monstro do pântano 1.04 - Darkness on the Edge of Town (Estados Unidos, 2019) Direção: Carol Banker / Roteiro:  Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco:  Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.05 - Drive All Night
No passado Abby e Shawna eram grandes amigas. Quando se formaram, ao voltarem de uma festa, às 5 da manhã, elas pararam seu carro numa velha ponte da cidade. Shawna decide pular, mas antes que vá por conta própria a amiga decidiu empurrá-la de surpresa, como uma brincadeira. O resultado foi trágico. Shawna morreu afogada. Agora passados tantos anos, uma garotinha adotada por sua mãe, chamada Suzie, alega que está vendo Shawna em seu quarto. Pior do que isso. A alma penada da jovem morta parece agora possuir a garotinha inocente. E ela leva sua mãe para o pântano. Muito bom episódio, até bem independente dos demais, contando uma boa história de terror. Eu andava meio desanimado com a série, mas decidi seguir em frente após esse episódio. Achei muito bom. Vale a pena tentar ver os episódios restantes. / Monstro do `Pântano 1.05 - Drive All Night (Estados Unidos, 2019) Direção: Greg Beeman / Roteiro: Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.06 - The Price You Pay
O preço que você tem que pagar. Esse é o título original desse episódio que começa muito bem. Três caçadores vão até o pântano para caçar a tal criatura, mas acabam se dando mal. Dois deles são imobilizados e espancados por Alec (o lado humano do monstro). Enquanto isso um cientista. o Dr. Jason Woodrue, resolve injetar o estranho mutagênico na corrente sanguínea de Cassidy, que estava em coma. Ele recupera a consciência, mas a que preço? Ele fica com seu corpo queimando, literalmente fervendo por dentro de suas veias. Na última cena Alec consegue voltar ao normal, ao ser humano que um dia fora. Verdade ou pura ilusão? Fica para o próximo episódio a resposta. / Monstro do Pântano 1.06 - The Price You Pay (Estados Unidos, 2019) Direção: Toa Fraser / Roteiro: Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.07 - Brilliant Disguise  
Abby vai até o pântano onde encontra Alec Holland. O mais interessante é que ela consegue vê-lo em sua antiga forma humana e não como o monstro do pântano. Esse lhe explica que algo está agindo, destruindo o verde, destruindo a vida. Ele chama esse estranho fenômeno de "a podridão". Enquanto isso o empresário sem escrupulos Avery entra no pântano com a xerife. Ele quer matar ela. Ela quer matar ele. Quem se dá mal é o próprio Avery que é baleado e deixado para morrer nas águas do Pântano. Mas será que ele morreu mesmo? Episódio apenas mediano, já mostrand um certo desgaste e saturação que iria levar a série a ser cancelada de forma precoce. Não fez muito sucesso. Uma pena. / Monstro do Pântano 1.07 - Brilliant Disguise  (Estados Unidos, 2019) Direção: Alexis Ostrander / Roteiro: Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.08 - Long Walk Home
Esse episódio é um pouquinho melhor do que a média. Avery Sunderland vaga pelo pântano, ferido e tendo alucinações. Acaba encontrando Alec Holland, ou melhor dizendo, o monstro do pântano. Esse o ajuda a sobreviver, mesmo estando com um tiro no ombro. Ele sobrevive, mas apenas para voltar depois com um grupo para capturá-lo. Um cientista quer levar Alec para uma instalação adequada para estudar seu caso. Seria o mais correto a fazer, pois o que transformou um ser humano em um monstro daqueles, poderia ser uma doença infecciosa. Quando esse episódio foi produzido a série já estava cancelada, mesmo assim os produtores decidiram ir até o fim, cumprindo o contrato de dez episódios para essa primeira temporada. / Monstro do Pântano 1.08 - Long Walk Home (Estados Unidos, 2019) Direção: E.L. Katz / Roteiro: Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.09 - The Anatomy Lesson  
Após Alec (o monstro) ser capturado com o uso de nitrogênio líquido, ele é levado até um centro de pesquisas onde é literalmente dissecado vivo! Descobre-se que em seu interior não há mais órgãos humanos, mas meras imitações vegetais que tentam recriar o formato do coração, pulmões, rins, etc. Como o pesquisador resume, ele não é mais um ser humano, mas apenas uma planta, que de forma misteriosa, herdou a consciência do Alec humano. E isso fica ainda mais evidente na última cena, quando o monstro do pântano mergulha e das profundezas traz os restos mortais do verdadeiro Alec. Bom episódio, que só erra a mão com esse personagem chamado de Diabo Azul. Uma bobagem mesmo. / Monstro do Pântano 1.09 - The Anatomy Lesson (Estados Unidos, 2019) Direção: Michael Goi / Roteiro:  Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.10 - Loose Ends
Último episódio da temporada. Como a série não foi renovada, por falta de audiência, esse episódio é então o final da série como um todo. O público não gostou dessa série e eu entendo as razões. Há excesso de personagens secundários sem importância, sub dramas que não vão para lugar nenhum. Quando a criatura surge no meio do pântano tudo é tão escuro que ninguém vê nada. Enfim, uma série de problemas. E como termina a série? Nesse último episódio o monstro é caçado por um grupo de homens, mas não espere por muita ação ou algo do tipo. Como sempre, esse episódio também tem sérios problemas de ritmo. Eu bocejei várias vezes de tédio. Quase dormi. E é isso. O final de uma série que no final das contas não empolgou absolutamente ninguém, nem os fãs dos quadrinhos. Mais um fracasso comercial da DC Comics. / Monstro do Pântano 1.10 - Loose Ends (Estados Unidos, 201 ) Direção: Deran Sarafian / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Tolkien

Título no Brasil: Tolkien
Título Original: Tolkien
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures,
Direção: Dome Karukoski
Roteiro: David Gleeson, Stephen Beresford
Elenco: Nicholas Hoult, Lily Collins, Colm Meaney, Craig Roberts, Harry Gilby, Laura Donnelly

Sinopse:
O filme conta a história da juventude do escritor J.R.R. Tolkien, quando ele era apenas um jovem universitário que teve seus sonhos interrompidos com a eclosão da I Guerra Mundial. Enviado ao front de batalha ele recorda seus amigos e amores de um passado recente.

Comentários:
De modo em geral é um bom filme, ideal para quem deseja conhecer (mesmo que um pouco superficialmente) parte da biografia de J.R.R. Tolkien, o criador de "O Senhor dos Anéis" e o "Hobbit". O roteiro é suficientemente bem escrito para fazer uma ponte de ligação entre a vida do autor e aspectos que ele levaria para seus livros de fantasia, como o valor da amizade, a perda de um grande amor e as desgraças de uma guerra violenta e insana. O foco central se passa quando ele estava na universidade de Oxford. Órfã de sua mãe, ele tentava conseguir uma bolsa de estudos para continuar na universidade. Seu grande mérito pessoal foi fazer dos estudos sua vida, crescendo com eles, se tornando o grande escritor que um dia seria. Curioso também conhecer a história de sua amizade com três outros estudantes, pessoas que ele considerava verdadeiros irmãos e com quem fundou um grupo de literatura e poesia. Depois com a perda de muitos deles pela guerra ficou a saudade e a homenagem que ele faria a eles em seus livros de fantasia. Aliás esse é o aspecto mais interessante do filme. O resgate de suas amizades e o sentimento de companheirismo que Tolkien iria valorizar até o fim de sua vida.

Pablo Aluísio.

Inimigos e Amantes

Telefilme muito bem produzido que foi lançado no Brasil em VHS. Toda a estória se passa a bordo de um grande navio de passageiros, o HMS Britannic. Esse navio era o "irmão" do Titanic, uma embarcação que foi construída lado a lado do seu "clone" mais famoso, que tragicamente entrou na história após afundar nas águas geladas do Pacífico Norte. Pois bem, seguindo os passos dos filmes sobre o Titanic esse aqui também procura contar um enredo de drama e romance envolvendo alguns dos passageiros. É um filme interessante, com roteiro que mescla amores, política e até espionagem...

No elenco não há nos papéis principais nenhum grande nome, ninguém muito famoso, a não ser a presença de  Jacqueline Bisset, uma dessas mulheres que parecem nunca envelhecer. Ela está linda e radiante em cena, tudo valorizado ainda mais por um figurino de classe, imitando a época em que o enredo se passa (tudo se desenrola no distante ano de 1916). Hoje em dia um filme como esse jamais seria lançado em DVD, até porque essa produção só foi lançada no Brasil porque na época não havia TV a cabo no Brasil. Muitas dessas séries e telefilmes acabavam sendo lançados no mercado de fitas VHS.

Inimigos e Amantes (Britannic, Estados Unidos, 2000) Direção: Brian Trenchard-Smith / Roteiro:  Brett Thompson, Kim Owen Smith / Elenco: Jacqueline Bisset, Edward Atterton, Amanda Ryan / Sinopse: Durante uma viagem de cruzeiro no imenso HMS Britannic, um navio do mesmo modelo do Titanic, um grupo de passageiros se apaixonam, brigam por questões políticas e tentam sobreviver a um intenso jogo de espionagem que se desenrola a bordo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Batman - Silêncio

Título no Brasil: Batman - Silêncio
Título Original: Batman - Hush
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Justin Copeland
Roteiro: Ernie Altbacker, Jim Lee
Elenco: Jason O'Mara, Jennifer Morrison, Stuart Allan, Geoffrey Arend, James Garrett, Peyton List

Sinopse:
Há um novo e desconhecido vilão agindo em Gotham City. Conhecido apenas como Silêncio, ele consegue dominar os demais vilões, fazendo com que o cavaleiro das trevas tenha que enfrentar uma verdadeira galeria de malfeitores.

Comentários:
Essa saga foi publicado em um encardenado no Brasil. Nos quadrinhos fez sucesso e agora a DC em parceria com a Warner decidiu transformar o arco de histórias em uma animação em longa-metragem. Como sempre acontece o resultado ficou muito bom. Para quem curte enredos com muitos personagens essa aqui é um verdadeiro menu. Praticamente todos os vilões mais famosos do universo do Batman surgem na tela. Coringa, Charada, Arlequina, Bane, Hera Venenosa, Mulher-Gato. Todos estão na animação. Do lado dos heróis até o Superman também aparece. A luta entre ele e o Batman vai interessar especialmente aos fãs dos personagens da DC Comics. No mais há ainda espaço para um namorico entre o Homem-Morcego e a Mulher-Gato, algo que iria culminar no casamento dos dois, isso dentro das publicações em quadrinhos. Essa porém é uma outra história. Enquanto não transformam em animação fique com esse Silêncio e tenha uma surpresa e tanto quando revelarem sua verdadeira identidade.

Pablo Aluísio.

Osmose Jones

Título no Brasil: Osmose Jones
Título Original: Osmose Jones
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Marc Hyman
Elenco: Bill Murray, Laurence Fishburne, William Shatner, Chris Rock, David Hyde Pierce, Ron Howard

Sinopse:
Uma aventura policial onde um tira persegue criminosos. Tudo estaria dentro do convencional se tudo não se desenvolvesse dentro de um corpo humano, com vírus, bactérias e glóbulos brancos numa verdadeira batalha dentro do organismo humano.

Comentários:
A Warner tem muita tradição em animações. Isso não é de hoje, vem desde os tempos de Pernalonga e sua turma. Geralmente esses desenhos sempre foram mais anárquicos do que o convencional. Aqui temos uma mistura de personagens em animação com atores reais. Ficou muito divertido, embora eu reconheça que no fundo, no fundo, não é um filme para todos os públicos e nem todas as idades. Essa coisa de ter uma bactéria como protagonista, com várias cenas nojentas, deixou muita gente de fora. Bastava ver o trailer para desistir de conferir o desenho. Sim, para os mais, digamos, "higiênicos", o filme não vai colar muito bem. Já para quem curte um tipo de humor mais amalucado, até negro, fica a dica. Ah e antes que me esqueça, o Bill Murray continua o mesmo. Com seu jeitão conquista todos logo nas primeiras cenas. É aquele tipo de ator naturalmente engraçado. Nem precisa fazer força para ser divertido.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

A Balada de Buster Scruggs

Fazia bastante tempo que não tinha assistido a um filme tão bom dos irmãos Coen. Livre das amarras comerciais dos grandes estúdios eles produziram essa pequena obra prima para o Netflix. É um faroeste, mas um do tipo nada convencional. São pequenas historietas passadas no velho oeste, com personagens e situações mais do que interessantes. É curioso porque esse tipo de roteiro, com várias histórias curtas, foi muito utilizado no gênero terror durante os anos 60 e 70. Agora os Coen trazem esse modelo de volta e com resultados excelentes. Imagine-se lendo um livro com muitos contos de faroeste. Basicamente essa é a ideia central do filme. Não vá desanimar ou torcer o nariz logo na primeira historieta. Essa é uma sátira bem exagerada em cima dos chamados cantores cowboys dos filmes antigos. Aqui temos um protagonista bom de mira e bem falastrão que entre um duelo e outro canta uma canção no velho estilo. Muita gente vai pensar que todo o filme segue esse caminho, mas não. Como eu disse os contos são independentes entre si e por isso há uma certa irregularidade entre eles. Esse primeiro, apesar de sua inegável auto paródia com o passado, é o mais fraco deles. Depois o filme só melhora.

O estrelado por Liam Neeson tem uma melancolia e um desfecho que muitos vão considerar cruel - e é cruel mesmo. O ator interpreta um empresário mambembe que chega com sua carroça nos lugares mais distantes. Sua maior atração é um ator sem braços e sem pernas que declama textos com a maior convicção. Neeson não diz uma palavra durante o filme inteiro, apenas observa, muitas vezes com olhar frio e cruel. E quando encontra uma galinha que acerta operações de matemática... bem, assista para crer - é um final terrível. Misto de humor negro com devassidão do pior que a alma humana pode fazer. Os outros contos ficam na média. Dentre eles gostei bastante da caravana, onde uma jovem mulher fica viúva no meio da jornada. Outra historieta do velho oeste com final de cortar coração. James Franco também ruge como um azarado pistoleiro que pula de forca em forca até encontrar seu destino final. Enfim, é um menu para todos os gostos. Os irmãos Coen revitalizam, homenageiam e satirizam, tudo ao mesmo tempo, o mais americano de todos os gêneros cinemaográficos, o western. O resultado ficou saboroso.

A Balada de Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs, Estados Unidos, 2018) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen / Elenco: Liam Neeson, James Franco, Tim Blake Nelson, Willie Watson, Clancy Brown, Austin Rising, Tom Waits, Brendan Gleeson  / Sinopse: O filme apresenta vários contos passados no velho oeste intitulados "The Ballad of Buster Scruggs", "Near Algodones", "Meal Ticket", "All Gold Canyon", "The Gal Who Got Rattled" e "The Mortal Remains".

Pablo Aluísio.

Frida

Título no Brasil: Frida
Título Original: Frida
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos, Canadá, México
Estúdio: Handprint Entertainment, Lions Gate Films
Direção: Julie Taymor
Roteiro: Hayden Herrera, Clancy Sigal
Elenco: Salma Hayek, Alfred Molina, Geoffrey Rush, Antonio Banderas, Diego Luna, Edward Norton

Sinopse:
Cinebiografia da pintora mexicana Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (1907 - 1954). Sua vida, suas lutas e o amor pela arte são mostradas nessa requintada produção. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Música Original (Elliot Goldenthal) e Melhor Maquiagem.

Comentários:
Em poucas palavras esse foi o filme da vida da atriz Salma Hayek. Em termos gerais ela nunca havia feito nada tão relevante antes e nem depois desse filme. É o seu auge, seu ápice, um pico que ela provavelmente nunca mais vai escalar. Chegou inclusive a ser indicada ao Oscar, era considerada uma das favoritas, mas não venceu. Mais uma injustiça da academia em meu ponto de vista. Ela está perfeita como Frida Kahlo, uma figura importante na história da arte e das conquistas femininas na história. Poucos poderiam inclusive dizer que Salma teria tanto talento para interpretar uma personagem histórica tão complexa, mas o fato inegável é que ela conseguiu e se consagrou no papel. Além de muito bem produzido o filme ainda contou com um elenco de apoio excepcional, contando com o melhor que Hollywood tinha em termos de atores "ibéricos" como Alfred Molina, Antonio Banderas e Diego Luna. O estúdio se deu ao luxo até de contratar Edward Norton como o milionário Nelson Rockefeller. Coisa que poucos filmes conseguiram ter em seu elenco. Enfim, ótimo filme que resgata a importante história da artista Frida. Se você gosta de história da arte não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de julho de 2019

Vida Selvagem

Bom drama social. Jake Gyllenhaal interpreta o pai de família que não consegue trazer estabilidade financeira para sua esposa e seu filho. Quando não está em algum péssimo subemprego, fica sem trabalho algum. A esposa (interpretada pela atriz Carey Mulligan) também não está trabalhando, o que piora ainda mais a situação deles. Em desespero Jake topa mais um trabalho mal remunerado e até perigoso, ele entra para um grupo de trabalho de homens que vão combater o fogo nas florestas da região. Pagamento irrisório, mas bem-vindo, diante da situação. Então ele parte para combater os incêndios e deixa a mulher em casa com o filho. Ela acaba indo atrás de algum trabalho também e arranja um emprego para dar aulas de natação para adultos. Lá acaba conhecendo um homem bem mais velho, porém rico, que fica interessado nela. E assim começa a traição, com ela muito provavelmente apenas atrás do dinheiro do novo namorado, procurando sair da situação de pobreza em que vive. É a situação típica onde o casamento acaba quando o dinheiro chega ao fim.

Velha história. Muitos casamentos desabam quando as dificuldades financeiras batem à porta. O marido vai perdendo a autoridade e a dignidade e a mulher solta as amarras morais. Pior para o filho de 14 anos que vai assistindo sua família desmoronar, isso em uma idade em que ele praticamente não consegue fazer nada para reverter a situação da crise familiar. É um bom filme, um pouco triste e amargo, mas coeso em sua proposta maior que é mostrar o fim de uma paixão, de um relacionamento, dentro de uma situação que não poderia ser pior. Um retrato do outro lado da América, nada utópica, bem realista, com um toque de amargura.

Vida Selvagem (Wildlife, Estados Unidos, 2018) Direção: Paul Dano / Roteiro: Paul Dano, Zoe Kazan / Elenco: Jake Gyllenhaal, Carey Mulligan, Ed Oxenbould, Bill Camp / Sinopse: O filme mostra o desmoronamento de um casamento após o marido ficar sem emprego. Ele parte para combater incêndios florestais, ganhando muito pouco por cada dia de trabalho e ela acaba se envolvendo em um caso extraconjugal com um homem bem mais velho e bem mais rico que se marido. Uma história de traição.

Pablo Aluísio.

O Último Adeus

Título no Brasil: O Último Adeus
Título Original: Last Orders
Ano de Produção: 2001
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Sony Classics
Direção: Fred Schepisi
Roteiro: Graham Swift, Fred Schepisi
Elenco: Michael Caine, Bob Hoskins, Helen Mirren, Tom Courtenay, Kelly Reilly, Ray Winstone

Sinopse:
Um grupo de pessoas se reúne para homenagear um velho amigo falecido, para jogar suas cinzas no mar. Assim acabam relembrando do passado, das lutas, das conquistas, decepções e amores de um tempo que não existe mais.

Comentários:
Michael Caine é um ator de que gosto muito. Ele tem uma longa filmografia em várias décadas de carreira e entre esses filmes estão algumas obras primas. Claro, em determinado momento, principalmente nos anos 80, ele foi ridicularizado pela crítica por parecer aceitar qualquer papel, em qualquer filme de segunda categoria. Isso porém é passado. Hoje em dia ele recuperou seu prestígio e respeito. Esse filme aqui, uma produção inglesa muito boa, é uma espécie de homenagem ao veterano. É um roteiro de nostalgia, que olha para o passado. O elenco tem além da sempre interessante presença de Caine, a atuação maravilhosa de Helen Mirren, uma dama da arte da atuação. Outro nome que compensa qualquer sessão de cinema. Então é isso. O filme tem aquele toque de sofisticação e classe que apenas o cinema europeu consegue reproduzir na tela com brilhantismo. Se não chega a ser uma obra-prima cinematográfica inequescível, pelo menos teve o mérito de reunir esse elenco muito acima da média.

Pablo Aluísio.