sábado, 25 de agosto de 2018

E Agora Brilha o Sol

Título no Brasil: E Agora Brilha o Sol
Título Original: The Sun Also Rises
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry King
Roteiro: Peter Viertel, baseado na obra de Ernest Hemingway
Elenco: Tyrone Power, Ava Gardner, Errol Flynn, Mel Ferrer, Robert Evans
 
Sinopse:
Paris, 1920. O jornalista americano Jake Barnes (Tyrone Power) vive em Paris, aproveitando o belo cenário cultural da cidade. Sua vida tranquila acaba sendo abalada quando encontra casualmente pela noite com a bela Brett Ashley (Ava Gardner). É uma antiga paixão de Barnes. Ele a conheceu em um hospital para soldados feridos na Espanha. A reaproximação acaba revivendo antigos sentimentos em Barnes que há anos estavam adormecidos.

Comentários:
Temos aqui um bonito clássico romântico do cinema americano baseado na obra de Ernest Hemingway. Quem assistiu a outras adaptações de livros desse autor para o cinema perceberá uma incrível semelhança de enredo com outros filmes dessa mesma linha. Só para citar um exemplo, também temos aqui um jovem soldado ferido que acaba se apaixonando pela enfermeira que o tratou após retornar destroçado, física e emocionalmente, do front de batalha. É um tema recorrente nos escritos de Hemingway, simplesmente porque há claros toques autobiográficos em seus romances. Pois bem, embora isso não seja oficialmente reconhecido pelos especialistas em seus livros, o fato é que a estória e a trama desse romance parece seguir os passos de "Adeus às Armas", uma das grandes obras do escritor. É uma espécia de continuação daquilo que assistimos no filme  homônimo (que foi estrelado por Rock Hudson e que já comentamos aqui em nosso blog). O grande diferencial é que deixa claro desde o começo as tristes consequências dos ferimentos no personagem principal Jake Barnes (interpretado com elegância por Tyrone Power), que agora sabemos teve uma sequela terrível dos danos sofridos no campo de batalha, pois se tornou impotente. Essa condição o destrói emocionalmente pois ele fica numa posição de nunca consumar seu relacionamento com o amor de sua vida, Brett Ashley, na pele de Ava Gardner, incrivelmente bela em cena. 

Ela também o ama e diante de sua resistência começa a seduzir outros homens em sua presença, o colocando em situações constrangedoras e delicadas. Infelizmente o próprio autor não levou esse drama pessoal até o limite, preferindo em determinado momento de sua estória apostar em um incômodo deslumbramento com as touradas espanholas, algo que me deixou um pouco desconfortável pois considero uma tradição bem estúpida, que promove abusos contra os direitos dos animais.  Essa consciência porém ainda não existia na época e Ernest Hemingway parece completamente absorvido pelo clima em torno do tal "esporte". Isso acaba desviando o foco principal do que vemos e o filme assim vai se diluindo cada vez mais, até virar uma mera peça publicitária de turismo para as tradições e esportes tipicamente ibéricos. A impressão que passa é que Ernest Hemingway pisou no freio, como se tivesse desistido de aprofundar mais esse drama na vida do personagem principal! De qualquer maneira é preciso deixar claro que isso não é culpa nem da direção e nem da produção do filme - que é de fato classe A, realmente excelente. A culpa deve recair sobre o próprio Ernest Hemingway que parecia esgotado e sem ideias novas quando escreveu esse romance. Do ponto de vista cinematografico porém o filme vale sua indicação por causa da bela fotografia e da direção de arte bem caprichada. No fundo um belo e bem produzido romance passado numa Espanha linda e convidativa - com direito até mesmo a uma Paris maravilhosa e deslumbrante ao amanhecer, como mero pano de fundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A Noite de Núpcias

Título no Brasil: A Noite de Núpcias
Título Original: Tradita
Ano de Produção: 1954
País: França, Itália
Estúdio: Flora Film
Direção: Mario Bonnard
Roteiro: Vittorio Nino Novarese, Mario Bonnard
Elenco: Brigitte Bardot, Pierre Cressoy, Lucia Bosé, Giorgio Albertazzi, Camillo Pilotto, Tonio Selwart

Sinopse:

A história do filme se passa na Itália, no ano de 1915. Uma família da velha aristocracia mora em um antigo castelo. Nele habitam a viúva de um conde e seus dois filhos. Um deles tem problemas físicos, o outro é um aventureiro que adora mulheres e jogatina. No horizonte a ameaça de uma guerra iminente com as forças do império austro-húngaro.

Comentários:
Provavelmente esse dramalhão europeu estaria completamente esquecido nos dias de hoje se não fosse a presença maravilhosa de uma jovem Brigitte Bardot. A atriz ainda não era a grande estrela de cinema que iria se tornar nos anos que viriam, mas já era uma beldade, uma das mulheres mais bonitas do cinema, ainda na flor da juventude. Se Bardot não foi a mulher mais bonita de seu tempo, chegou bem perto disso. Claro que o filme tira proveito de sua beleza estonteante. O diretor Mario Bonnard privilegia a presença da atriz em cada cena, embora sua personagem não seja uma das principais. No mais o filme até tem bons figurinos e reconstituição de época. É uma pena que Brigitte Bardot nunca tenha se esforçado para ir aos Estados Unidos fazer filmes melhores quando era jovem e deslumbrante. A barreira da língua inglesa sempre foi um obstáculo para ela. De qualquer forma mesmo ficando na Europa ela conseguiu se tornar um dos maiores símbolos sexuais da história do cinema mundial. Não foi pouca coisa.

Pablo Aluísio.

A Noite de 23 de Maio

Título no Brasil: A Noite de 23 de Maio
Título Original: Mystery Street
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Sturges
Roteiro: Sydney Boehm, Richard Brooks
Elenco: Ricardo Montalban, Sally Forrest, Bruce Bennett, Elsa Lanchester, Marshall Thompson, Jan Sterling

Sinopse:
Peter Moralas (Ricardo Montalban) é um detetive que procura solucionar um crime. Um corpo foi encontrado nas areias de uma praia deserta localizada em
Massachusetts. Ele então decide contar com a ajuda de um professor de Harvard,  o Dr. McAdoo (Bruce Bennett), um expert em cenas de crime. A dupla então começa a desvendar o mistério do assassinato.

Comentários:
O ator Ricardo Montalban fez muito sucesso em Hollywood. Ele era mexicano e acabou sendo escalado para interpretar personagens estrangeiros, em papéis exóticos. Acabou criando um nicho próprio dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Aqui ele está muito bem como um detetive ao estilo cinema noir. Até o figurino segue o tradicional, com sobretudo e capa, chapéu e cigarro no canto da boca. Poderia ser Bogart, mas era Montalban. Aliás o roteiro foi escrito pensando-se nesse outro ator, mas como ele nao pôde atuar, o detetive acabou sendo interpretado por Ricardo. Não ficou mal, de jeito nenhum. O resultado ficou tão bom que o filme acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro, algo que ninguém esperava. Filmes de detetives particulares desvendando crimes eram como os filmes de faroeste, esnobados pelos membros da academia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Nevada Smith

Steve McQueen interpreta o filho de um minerador que vê seus pais serem mortos por uma quadrilha de ladrões. Eles invadem o pequeno rancho onde viviam atrás de ouro. Como não havia nada para lhes dar a crueldade dos bandidos se traduziu em tortura e morte. Depois da morte do pai branco e da mãe indígena, Max Sand (Steve McQueen) decide dedicar sua vida a uma vingança obsessiva. Enquanto ele não encontrar os três assassinos de seus pais não terá paz de espírito. O problema é que sendo jovem demais, não tem a experiência necessária para enfrentar esse tipo de criminoso. Um tipo simplório, analfabeto, que não tem também muita habilidade em portar uma arma de fogo. Esse tipo de coisa ele acabará adquirindo em sua jornada, onde acabará encontrando pessoas dispostas a lhe ajudar.

O filme é realmente muito bom. Embora a vingança seja a espinha dorsal do enredo os roteiristas decidiram explorar outros aspectos do personagem. Em determinado momento ele decide roubar um banco só para ser enviado para a prisão estadual onde estão dois dos homens que ele deseja matar. A tal prisão é localizada em um pântano impossível de atravessar. Malária, mosquitos, cobras venenosas e crocodilos impedem qualquer prisioneiro de fugir. Claro que McQueen vai tentar sua sorte ao ir embora da prisão. Essa parte do filme inclusive me lembrou um pouco de "Papillon", outro clássico do ator.

O único problema maior que vi em todo o filme foi o fato de que Steve McQueen não tinha a idade adequada para seu papel. O personagem que interpreta é um jovem inexperiente, sem muita noção da vida. Também seria um mestiço, com traços indígenas. Bom, em termos de juventude e falta de experiência de vida, McQueen não se parecia em nada com seu personagem. Alguém consegue visualizar esse ator como um jovem completamente inexperiente com armas e com a vida? Impossível. E sobre o fato de ser mestiço, outro problema. O loiro McQueen não tinha mesmo nenhum traço de sangue indígena correndo em suas veias. De qualquer maneira, tirando esses dois probleminhas, o filme funciona muito bem. É outro pequeno clássico assinado pelo excelente cineasta Henry Hathaway;

Nevada Smith (Estados Unidos, 1966) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Harold Robbins, baseado no livro "The Carpetbaggers" escrito por John Michael Hayes / Elenco: Steve McQueen, Karl Malden, Brian Keith, Arthur Kennedy, Suzanne Pleshette / Sinopse:  Quando seus pais são mortos em seu rancho por três assassinos o jovem Max (McQueen) decide que vai dedicar toda a sua vida para vingar as mortes. Assim ele parte rumo ao velho oeste em busca dos homens. Assim que os encontra decide acertar a balança da justiça.

Pablo Aluísio.

Mercadores de Intrigas

Título no Brasil: Mercadores de Intrigas
Título Original: South of St. Louis
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ray Enright
Roteiro: Zachary Gold, James R. Webb
Elenco: Joel McCrea, Alexis Smith, Zachary Scott
  
Sinopse:
Após retornar de uma viagem o rancheiro Kip Davis (Joel McCrea) descobre que seu rancho foi devastado e incendiado por tropas da União durante a Guerra Civil Americana. Revoltado e procurando por vingança ele decide ajudar o exército confederado inimigo, contrabandeando armas e munições na fronteira entre Estados Unidos e México. Seu objetivo é sobreviver às conturbadas viagens pois a região está sob forte controle dos soldados do norte. A pena para quem ajudar os rebeldes é a forca.

Comentários:
Um western onde os mocinhos são os confederados, os rebeldes, os sulistas, num dos conflitos mais sangrentos da história dos Estados Unidos, a Guerra Civil Americana. Logo no começo do filme Kip Davis (Joel McCrea) chega em seu rancho chamado "3 sinos" (o nome se dá porque na verdade pertence a três sócios, amigos de Kip). Tudo está queimado e destruído. A quadrilha de Luke Cottrell (Victor Jory), um bando de guerrilheiros pagos pelo exército da União, não deixou absolutamente nada de pé. Esse personagem realmente existiu e era tão violento e brutal ao lado de seus homens que a população civil os chamavam de "gorilas". Pois bem, após destruírem tudo pelo qual lutou em sua vida por anos, Davis resolve ir até a cidade fronteiriça de Brownsville para acertar contas com Cottrell e seus bandoleiros. A cena em que ambos se encontram finalmente é ótima, uma longa sequência para quem gosta de brigas com punhos! Mais tarde, ainda nessa mesma localidade Kip Davis aceita o convite de uma cantora de saloon, Rouge de Lisle (Alexis Smith), para levar um carregamento até o outro lado da fronteira, em uma região dominado pelo exército confederado. 

Inicialmente Davis pensa ser uma carga de móveis e coisas sem grande importância, mas depois descobre que na verdade são armas e munições para o exército rebelde do sul. Como é um sulista nato e está completamente revoltado com as barbaridades cometidas pelo exército do norte, decide se assumir como contrabandista de armas. Afinal de contas em uma guerra há mais de uma maneira de se lutar pelo lado que se acredita. O ator Joel McCrea continua com sua boa presença de cena. Ele era um daqueles tipos de atores que convenciam plenamente como cowboys do velho oeste. Rude, mas honesto, resolve lutar a guerra ao seu modo. A atriz Alexis Smith que interpreta a artista de cabarés Rouge realmente exagera nas caras e bocas, criando até mesmo situações de humor involuntário com seus exageros cênicos. No meio de tiros, duelos e perseguições de caravanas e diligências, "South of St. Louis" pode ser considerado um bom faroeste, bem produzido, com roteiro bem escrito e estória interessante. Além do mais o resultado final é valorizado por um argumento que fugia dos padrões da época, em que personagens de pura ficção e reais convivem em um mundo devastado pela guerra que em essência era lutada mesmo por irmãos de uma mesma pátria.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Uma Pistola para Ringo

Título no Brasil: Uma Pistola para Ringo
Título Original: Una pistola per Ringo
Ano de Lançamento: 1965
País: Itália
Estúdio: PCM
Direção: Duccio Tessari
Roteiro: Duccio Tessari, Alfonso Balcázar
Elenco: Giuliano Gemma, Fernando Sancho, Lorella De Luca, Lorenzo Columbo, Maria Estela

Sinopse:
Um pistoleiro de origem desconhecida, pois ninguém sabe exatamente de onde veio e por que estaria ali naquela região, tem a tarefa de se infiltrar em um rancho invadido por bandidos mexicanos e salvar seus reféns, incluindo a noiva do xerife local.

Comentários:
Esse pode ser considerado o primeiro filme de faroeste espagueti da carreira do Giuliano Gemma. Ele foi, ao lado de Franco Nero, um dos principais nomes desse novo estilo de filme que era produzido em massa na Itália dos anos 60 e que virou uma febre de popularidade em todo o mundo, inclusive no Brasil. Para se ter uma ideia de como esse foi mesmo um dos melhores produzidos naquela época, recentemente o diretor Tarantino (um especialista nesse segmento, vamos colocar dessa forma) elegeu esse "Uma Pistola Para Ringo" como um dos dez melhores filmes de western spaghetti da história! Na juventude ele havia trabalhado em locadoras e conhecia todos esses filmes. Quem somos nós para discordar de sua qualificada opinião, não é mesmo?

Pablo Aluísio.

Pistoleiro Solitário

Título no Brasil: Pistoleiro Solitário
Título Original: Apache Woman
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Golden State Productions
Direção: Roger Corman
Roteiro: Lou Rusoff
Elenco: Lloyd Bridges, Joan Taylor, Lance Fuller
  
Sinopse:
Um agente do governo é enviada para uma cidade no velho oeste, bem no meio de um deserto inóspito, para investigar os ataques que os moradores da cidade dizem estar sendo cometidos por furiosos Apaches que vivem nas montanhas da região. O agente, no entanto, suspeita que forças diferentes podem estar cometendo esses crimes. No meio de um perigoso jogo de interesses fica a pergunta crucial: Quem estaria de fato promovendo todos aqueles ataques ferozes contra a população indefesa?

Comentários:
Em um primeiro momento você pode pensar, por causa do título nacional, que se trata de mais um filme enfocando as aventuras do Lone Ranger, o Cavaleiro Solitário. Não é isso. Na verdade se trata de um faroeste que tenta inovar focando numa personagem feminina, uma mulher Apache, como deixa bem claro o título original. Logo de cara dois nomes chamam a atenção na ficha técnica. O primeiro é o de Roger Corman, o Rei dos filmes B de terror e ficção. É curioso assistir a um filme de western dirigido por Corman, uma vez que definitivamente essa nunca foi a praia dele. Cowboys, xerifes e índios nunca fizeram sua cabeça que sempre preferiu monstros, ETs espaciais e filmes trash (não necessariamente nessa ordem). De uma forma ou outra Roger estava disponível e resolveu encarar essa aventura de dirigir um filme de faroeste. Não deu muito certo, a verdade é que o western sempre foi muito especializado e diretores vindos do mundo Sci-fi / Terror quase nunca deram certo ao lidar com esporas e cavalos. O segundo nome que salta aos olhos é o do ator Lloyd Bridges (o pai de Jeff Bridges). Ele também não parece levar muito à sério a coisa toda o que só prejudica ainda mais o resultado final. Mesmo assim sua presença garante o interesse nesse filme pouco convencional, com problemas de roteiro e orçamento (que foi bem pequeno, fazendo jus à fama de Roger Corman de rodar produções baratas que não davam prejuízo aos estúdios). Definitivamente não agradará muito aos puristas, mas servirá como uma curiosidade e tanto para os fãs de Corman, o homem que gostava de dizer que havia feito centenas de filmes em Hollywood sem perder um só tostão!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Perdidos no Espaço - Primeira Temporada

Perdidos no Espaço 1.01 - Impact 
Finalmente depois de um tempo assisti a essa nova versão de "Perdidos no Espaço". Não, não é um filme novo, mas sim uma série da Netflix. Confesso que minhas expectativas não estavam muito altas, principalmente depois de ver cenas avulsas do episódio piloto. Havia modificações ali que me deixaram um pouco de sobreaviso. Só que após conferir o primeiro episódio pude constatar que a série - pelo menos tirando em média nesse primeiro programa - está realmente boa, diria até acima do que eu esperava. A trama segue basicamente sendo a mesma: uma família de astronautas perde o rumo após sua nave, a Jupiter 2, sofrer um acidente. Eles vão parar em um planeta desconhecido, fora do nosso sistema solar. Após se recuperarem do pouso forçado começam os problemas. A nave afunda numa fenda de gelo. As temperaturas são congelantes e eles precisam achar um jeito de ir embora dali.

A Judy também fica presa no gelo congelado ao mergulhar na fenda onde está a Jupiter 2. Antes dela conseguir sair da água essa congela completamente. Bom, se você alguma vez assistiu na vida ao seriado clássico vai saber que três personagens sempre dominaram todas as atenções: o garoto Will Robinson (aqui menos cerebral e gênio do que o primeiro), o Robô (que estava sempre soltando a expressão "Perigo! Perigo!) e é claro o Dr. Smith, alívio cômico e grande vilão (embora querido) da série original. Os três estão de volta. O Robô agora não é a velha "lata de sardinhas" dos tempos passados, mas sim uma criatura high-tech que inclusive consegue mudar o formato de seu corpo, se tornando ora mais aracnídeo, ora humanoide! Em relação ao Dr. Smith temos uma surpresa e tanto. Não é mais um senhor já idoso, mas sim uma mulher. Bom, em termos. Na verdade a personagem que vai ser a nova Dra. Smith é apenas uma fugitiva que rouba um casaco de um engenheiro chamado... Dr. Smith! Estou realmente curioso para ver como isso vai se desenvolver. Então é isso. Ainda só vi até o momento o primeiro episódio, mas posso antecipar que gostei do que assisti. Espero que mantenha o bom nível nos próximos episódios. / Perdidos no Espaço - Impact (Lost in Space, Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam, Neil Marshall, Stephen Surjik, Deborah Chow / Roteiro: Vivian Lee, Kari Drake, Katherine Collins, baseados na série original criada por Irwin Allen, Matt Sazama e Burk Sharpless / Elenco: Maxwell Jenkins (Will Robinson), Parker Posey (Dra. Smith), Brian Steele (O Robô), Toby Stephens (John Robinson), Molly Parker (Maureen Robinson), Taylor Russell (Judy Robinson), Mina Sundwall (Penny Robinson), Ignacio Serricchio (Don West) / Sinopse: A nave Jupiter 2 sofre um acidente e vai parar em um planeta desconhecido, onde a tripulação, formada pela família Robinson, terá que sobreviver a todos os perigos desse novo universo.

Perdidos no Espaço 1.05 - Transmission
Esse episódio tem muito a ver com o espírito da série original, principalmente quando surge duas criaturas, dois monstros, na base dos sobreviventes naquela planeta distante. Para salvar a todos o Robô retorna. Will havia deixado ele numa distância segura depois que ele agiu de forma perigosa com outros seres humanos. A luta entre o robô e os bichanos acaba sendo a melhor coisa de um episódio que em minha opinião também apresenta um ritmo morno, lento, quase parando... Nas duas outras linhas narrativas temos uma experiência da mamãe Robinson. Ela parcebeu que os dias estão amanhecendo cada vez mais cedo e isso tem algo a ver com a estrela mais próxima (o Sol daquele planeta). Ao observar ela descobre que há sim algo acontecendo ali, mas o episódio não chega a explicar completamente o que seria. Fica para o próxima. Outra cena bem feita acontece quando ela tenta fazer subir o balão de observação. O aparato escapa, amarra em sua perna e ela quase cai de um penhasco. Mais "Perdidos do Espaço" original do que isso, impossível... / Perdidos no Espaço 1.05 - Transmission (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Legendary Television / Netflix / Direção: Deborah Chow / Roteiro: Kari Drake, Irwin Allen (criação) / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins, Taylor Russell, Mina Sundwall, Parker Posey.

Perdidos no Espaço 1.06 - Eulogy
Nesse episódio os tripulantes da nave Jupiter vão entendendo que o planeta onde estão não vai durar muito. Um buraco negro ronda a região onde ele está situado, atrás do sol deles (a estrela onde orbita aquela rocha espacial). Muito em breve tudo será engolido de forma massiva. Aliás a série deveria ter um pouco mais de cuidado em sua produção. Esse planeta onde eles caíram é em tudo parecido com as florestas canadenses, na América do Norte. Deveriam ter planejado algo mais diferente. Ser assim tão igual mostra que a produção não tem lá muitos recursos, mas enfim... Outro ponto de destaque nesse episódio em particular acontece quando eles vão atrás de combustível na Jupiter 11. O problema é que essa nave está afundada na terra, bem na beira de um abismo. Essa cena em particular vai acordar mais o público que reclama que alguns episódios são parados demais, sem ação. E o que dizer do destino do robô? Will decide dar uma ordem para que ele caia de uma montanha, se despedaçando lá embaixo! Será o fim de um dos personagens mais marcantes de Perdidos no Espaço? Acredito que não... Mais novidades nos próximos episódios. / Perdidos no Espaço 1.06 - Eulogy (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Netflix / Direção: Vincenzo Natali / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Toby Stephens, Molly Parker, Maxwell Jenkins, Taylor Russell, Mina Sundwall, Ignacio Serricchio,

Perdidos no Espaço 1.07 - Pressurized  
Esse episódio é até bem melhor do que a média dos demais. Isso porque tem mais cenas de ação e suspense, algo que falta - e muito - no resto da série. Aqui o veículo com os pais Robinsons cai em um lago de piche. A situação se torna grave e eles só são soltos após uma engenhosa solução usando um balão de gás hélio. Já Judy descobre algo que já vinha desconfiando, que a Dra. Smith não seria bem quem diz ser. Ela inclusive vai atrás dos pedaços do robô, que havia caído de uma altura considerável. A intenção é remontar o robozão! Com que finalidade? Bom, isso só ficará claro mesmo nos episódios que estão por vir. É esperar para conferir. / Perdidos no Espaço 1.07 - Pressurized (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Perdidos no Espaço 1.08 - Trajectory
Nesse episódio o mais importante é tentar levantar a nave Jupiter do chão. Como se viu nos episódios anteriores o planeta onde eles estão não tem futuro, não tem solução, está condenado por uma série de eventos geológicos. A única saída é ir embora, ir para o espaço. Só que as naves estão comprometidas, tirar elas do chão é algo complicado, uma tarefa quase impossível. Enquanto alguns ajudam, outros atrapalham. A Dra. Smith já demonstrou que está ali por motivos escusos, nada claros, bem obscuros. Qual seria seu objetivo? Infelizmente para todos os tripulantes a decolada não chega a ser um sucesso, pior do que isso, a nave acaba explodindo em pleno ar! Teriam morrido alguns dos principais personagens da série? Só assistindo para conferir. / Perdidos no Espaço 1.08 - Trajectory (Estados Unidos, 2018) Direção: Stephen Surjik / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Perdidos no Espaço 1.10 - Danger, Will Robinson
Esse foi o último episódio da primeira temporada (sim, já foi confirmada que haverá uma segunda!). O saldo final, pelo menos em minha visão, é um pouco negativo. Eu não diria que a série é ruim, nada disso. Porém não empolga, não cria aquela expectativa de sempre estar ansioso para ver os próximos episódios. Algumas mudanças não foram para melhor. O Dr. Smith era um personagem carismático e divertido, o alívio cômico da série original. Aqui colocaram uma mulher, a Dra. Smith, que é apenas uma vilã antipática, sem graça e que não faz diferença nenhuma na trama dos episódios. Ela tenta aqui e ali criar situações ruins para os demais tripulantes, mas não sai disso. Posso dizer que essa nova versão de "Perdidos no Espaço" tem sua dose de decepção. Alguns episódios são bem chatos, arrastados e renegam a série dos anos 60. Haverá uma segunda temporada, mas sinceramente não estou com vontade de assistir. Simples assim. A decepção foi inegável nesses dez primeiros episódios. / Perdidos no Espaço 1.10 - Danger, Will Robinson (Estados Unidos, 2018) Direção: David Nutter Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Pablo Aluísio.

Waco

Sigo acompanhando a série Waco. Bom, o que temos aqui é a história do líder de seita David Koresh e seus seguidores. Ele determinava que todos os homens de seu grupo (inclusive os casados) se tornassem celibatários. Todas as mulheres só poderiam ter relações sexuais com apenas um homem, ele mesmo, o David Koresh. A poligamia porém nem era o pior aspecto desse caso. O David Koresh também armou seus seguidores com fuzis e armas de grosso calibre. Assim o FBI cercou a sede da seita em Waco, Texas. Depois de 51 dias aconteceu a tragédia. Nesse episódio ainda temos o vigésimo quinto dia de cerco das autoridades. O FBI e a ATF começam uma tática de guerra psicológica, com o uso de som alto e efeitos de luz. No meio de tudo muitas mulheres e crianças.

Foi uma coisa triste, em pleno anos 90, ainda ter que lidar com um fanático desse naipe, um sujeito que em tudo lembrava o Tom Jones, outro fanático perigoso que causou um verdadeiro suicídio coletivo de seus seguidores. O curioso é que o David Koresh até mesmo cria um laço de amizade e colaboração com o negociador do FBI, mas tudo vai sendo sabotado pelos demais comandantes da operação, inclusive os que defendiam logo uma solução militar para o impasse, ou seja, invadir a propriedade da seita com armas e gás, para fazer com que todos fossem expulsos e presos. A série mantém um ótimo nível, com excelente reconstituição histórica dos fatos. Não é uma história com final feliz, todos sabemos, mas pelo menos tudo é muito didático para entender como os acontecimentos realmente se desenvolveram. Fanatismo em nível máximo.

Waco 1.01 - Visions and Omens
Há uma tendência de surgirem seitas violentas e malucas dentro da sociedade americana. O caso da seita criada por David Koresh (Taylor Kitsch) foi um dos mais emblemáticos. Eu ainda me recordo dos jornais da época noticiando essa tragédia. Não é o caso de dar spoiler pois esse é aquele tipo de série baseada em fatos reais que foram amplamente explorados pela imprensa. A cena da sede da seita em chamas no meio do deserto do Texas é algo muito difícil de esquecer. Ali dentro havia mulheres e crianças, mas também um bando de fanáticos, seguidores de Koresh, que estavam fortemente armados com equipamento militar digno de uma guerra. Fuzis, metralhadoras e até granadas! Pois bem, nesse primeiro episódio já encontramos David Koresh e sua seita já devidamente instalada naquele grande galpão (sim, porque a casa parecia um grande galpão de fazenda). O Koresh é visto como um sujeito simpático, bom de papo, diria até carismático. Muitos psicopatas e líderes de grupos religiosos radicais como esse geralmente apresentam esse tipo de personalidade mesmo. O que mais me chocou nesse primeiro episódio foi saber que todos os homens do grupo de Koresh eram celibatários. Não que eles não tivessem esposas. Eles tinham, mas apenas Koresh podia ter relações sexuais com elas! Imagine o nível de loucura e insanidade envolvida nisso! Uma coisa literalmente de loucos fanáticos. / Waco 1.01 - Visions and Omens (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Paramount Network / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: John Erick Dowdle / Elenco: Taylor Kitsch, Michael Shannon, John Leguizamo, Andrea Riseborough, Rory Culkin, Christopher Stanley

Waco 1.08 - Day 51
Episódio final da série. É curioso porque o roteiro meio que banca a versão em defesa do David Koresh. Bom, se você não conhece a história foi justamente no dia 51 do cerco à sede da seita do Koresh que tudo deu muito errado. Cansado depois de meses de negociação o diretor da operação, um agente linha dura do FBI, decidiu que seriam jogadas latas de gás lacrimogêneo dentro da casa onde estavam os membros da seita. Não se sabe até hoje o que aconteceu, mas após a operação começar se iniciou um enorme incêndio que acabou matando quase todos os seguidores do Koresh (ele inclusive foi tragado pelas chamas). Foi um final triste, trágico e em termos de FBI um desastre completo. O roteiro desse episódio final não mostrou os membros fanáticos colocando fogo em tudo (como foi dito pelos responsáveis do Bureau, do governo), mas tampouco deixou claro que o gás, por ser inflamável, é que deu começo ao incêndio devastador. Agora, esses são fatos que já eram conhecidos de quem sabia sobre a tragédia na época. O que eu particularmente não sabia é que a seita do Koresh seguiu em frente... alguns sobreviventes se reuniram e resolveram dar continuidade ao culto Davidiano. Só espero que essa nova seita não seja tão fanática e apocalíptica como a original. De mortes insanas e sem sentido o mundo já está cheio. / Waco 1.08 - Day 51 (Estados Unidos, 2018) Estúdio: HBO / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: John Erick Dowdle, Drew Dowdle / Elenco: Taylor Kitsch, Michael Shannon, Andrea Riseborough, Paul Sparks, Rory Culkin, Shea Whigham

Pablo Aluísio

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Gerry

Dois amigos decidem fazer uma viagem no mínimo inusitada. Conhecer o Vale da Morte, um dos lugares mais inóspitos e secos do planeta. Ao chegarem lá decidem ir além. Abandonam o carro e partem a pé no meio do deserto, sem água e sem ninguém por perto para ajudá-los. O que afinal estariam buscando naquele lugar esquecido por todos? Conforme o filme avança vamos entendendo melhor seus objetivos (ou a completa falta deles!). O tempo vai passando, o calor vai ficando cada vez mais escaldante e eles parecem caminhar para um fim trágico.

Esse filme foi dirigido por Gus Van Sant. É uma das obras cinematográficas mais esquecíveis do diretor, o que não deixa de ser uma grande surpresa já que Van Sant quase sempre dirigiu filmes marcantes que marcaram época. Aqui ele se resume a juntar dois atores jovens e populares, Casey Affleck e Matt Damon, para contar uma história que se formos racionalizar bem não tem lógica e nem direção. Tentando ser novamente cult a todo custo, mesmo sem ter um bom roteiro em mãos, o cineasta no final só conseguiu ser bem chato.

Gerry (Estados Unidos, 2002) Direção: Gus Van Sant / Roteiro: Casey Affleck, Matt Damon / Elenco: Casey Affleck, Matt Damon / Sinopse: Dois amigos partem em busca de algo no temido Vale da Morte, uma das regiões mais desérticas do mundo. Uma vez chegando lá decidem abandonar seu carro e partem a pé em busca do desconhecido. Filme indicado ao Film Independent Spirit Awards.

Pablo Aluísio.