domingo, 5 de fevereiro de 2017

O Matadouro

Título no Brasil: O Matadouro
Título Original: Abattoir
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Dark Web Productions
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Christopher Monfette
Elenco: Jessica Lowndes, Dayton Callie, Joe Anderson, Lin Shaye, John McConnell, Michael Paré

Sinopse:
Após a trágica morte da irmã, que foi assassinada em um massacre envolvendo sua família, a jornalista Julia Talben (Jessica Lowndes) decide investigar. Ela descobre que a casa dela foi comprada por um homem misterioso. Mais estranho do que isso é saber que esse parece ser sempre a atitude do tal sujeito. Ele compra casas onde aconteceram crimes terríveis. O que poderia estar por trás desse comportamento fora do comum?

Comentários:
Esse filme foi baseado numa Graphic Novel. É um enredo bem esquisito, algo que o público vai descobrindo com o passar do filme. A jornalista que é a protagonista do filme começa a investigar a morte de sua irmã e descobre que há um pastor chamado Jebediah Crone (Dayton Callie) que sempre compra as casas onde assassinatos são cometidos. É curioso porque ele deveria estar morto há anos, mas parece dominar todas as pessoas de uma pequena cidade do interior. Ela então resolve ir até lá e vai desvendando algo bem bizarro, envolvendo até mesmo sacrifícios humanos de crianças ordenadas pelo tal pastor! O final joga todo o filme para uma situação de realismo fantástico, misturado com mistérios do sobrenatural. Como vai ficando claro desde o começo o tal pastor não tinha qualquer ligação com o divino, mas sim com o macabro. Ele é um falso profeta, um homem maligno com a mente desvirtuada. No geral é um filme que podemos qualificar como nada comum, nada banal, nem mesmo se formos comparar com outros filmes recentes de terror. É algo bem diferente, embora nem todos vão gostar pois é preciso comprar a ideia por trás de sua obscura trama. É um filme especialmente indicado para quem gosta de roteiros estranhos, bizarros e bem criativos. Afinal qual foi o último filme que você assistiu em que há um pastor protestante que coleciona fantasmas criados em tragédias violentas?

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O Guerreiro da Paz

Título no Brasil: O Guerreiro da Paz
Título Original: Grey Owl
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Richard Attenborough
Roteiro: William Nicholson
Elenco: Pierce Brosnan, Stewart Bick, Vlasta Vrana, Graham Greene, Gordon Masten, Neil Kroetsch

Sinopse:
O filme conta a história real de um cidadão britânico, fascinado pela cultura nativa americana, que decide se mudar para a América do Norte. Uma vez lá ele toma contato com as tribos que vivem na região e começa a combater os interesses de grandes empresas que exploram a madeira das florestas, se tornando assim um dos principais ativistas ecológicos da história, na década de 1920.

Comentários:
Filme historicamente interessante que conta a história verdadeira desse sujeito chamado Archibald Belaney (Pierce Brosnan) que por sua luta em prol dos povos indígenas ganhou o nome nativo de Archie "Coruja Cinzenta". É a tal coisa, muitas vezes percebemos que um fato real se torna extremamente romanceado e idealizado quando sai das páginas da literatura para as telas de cinema. É mais ou menos o que acontece aqui. O protagonista vira quase uma espécie de santo imaculado, tamanhas são suas virtudes passadas ao espectador. Como bem sabemos as coisas nem sempre aconteceram desse jeito tão idealista. Embora seja baseado em fatos reais sabemos muito bem que no mundo real nem sempre as coisas se passam tão perfeitamente como vemos nos filmes. Para os cinéfilos o que chamou a atenção do espectador mesmo foi a presença do ator Pierce Brosnan, pois na época ele era o James Bond. Qualquer filme fora da franquia acabaria mesmo chamando a atenção. Outro ponto de atração era o fato dessa fita ter sido dirigida pelo cineasta Richard Attenborough, de "Gandhi", "Chaplin" e " Um Grito de Liberdade", entre outros. Apesar de tantos nomes bons na ficha técnica o fato inegável porém é que o filme é bem fraquinho, muito embora não seja necessariamente ruim.

Pablo Aluísio.

Eleição

Título no Brasil: Eleição
Título Original: Election
Ano de Produção:1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Tom Perrotta, Alexander Payne
Elenco: Matthew Broderick, Reese Witherspoon, Chris Klein, Jessica Campbell, Mark Harelik, Phil Reeves

Sinopse:
A vida do professor Jim McAllister (Matthew Broderick) se torna bem complicada quando ele resolve organizar as eleições estudantis em uma escola de ensino médio (High School, nos Estados Unidos). Uma das candidatas, a aluna Tracy Flick (Reese Witherspoon), se torna obcecada em vencer, transformando a vida de Jim em um verdadeiro inferno, ao estilo escolar!

Comentários:
Gostei bastante desse filme juvenil que conta com um elenco muito bom, a começar pela presença de Matthew Broderick. Na década anterior ele ficou conhecido por estrelar "Curtindo a Vida Adoidado", considerado por muitos como o melhor de seu estilo. Aqui ele volta para a escola, mas não como aluno que mata aulas, mas sim como um jovem professor que precisa lidar com a maluquinha aluna interpretada por Reese Witherspoon. Poucas vezes a vi em um papel tão adequado, já que Reese tem esse tipo mesmo, a de ser obcecada em vencer de qualquer jeito. Na própria carreira de atriz em Hollywood ela é bem conhecida por ter esse tipo de personalidade. Ainda bem jovenzinha, ela já demonstrava ter um talento diferenciado. Então tudo caiu como uma luva. O filme é bem produzido, dirigido e roteirizado e conseguiu para surpresa geral arrancar uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor roteiro Adaptado. Quem diria que uma comédia juvenil iria tão longe, em uma categoria tão nobre da Academia? Pois é... Foi algo bem surpreendente mesmo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Deuses e Monstros

Título no Brasil: Deuses e Monstros
Título Original: Gods and Monsters
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Bill Condon
Roteiro: Bill Condon
Elenco: Ian McKellen, Brendan Fraser, Lynn Redgrave, Lolita Davidovich
  
Sinopse:
O filme mostra os últimos dias de vida de um famoso diretor de cinema do passado. Embora ignorado pelas novas gerações o cineasta James Whale (Ian McKellen) teve seus dias de glória e sucesso em Hollywood na década de 1930, principalmente ao dirigir o clássico Frankenstein (1931). Agora, envelhecido e esquecido, ele enfrenta os maiores desafios de sua existência: o abandono e a solidão! Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator (Ian McKellen) e Melhor Atriz Coadjuvante (Lynn Redgrave). Premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado (Bill Condon).

Comentários:
Que belo filme! Para um cinéfilo nada poderia ser mais poético e cativante. O roteiro, que venceu o Oscar merecidamente, foi inspirado no livro escrito por Christopher Bram, onde se misturam fatos reais com pura ficção romanceada. O excelente Ian McKellen interpreta o diretor de cinema de terror James Whale em sua velhice. Aquele que havia dirigido um dos maiores filmes de terror de todos os tempos agora se encontrava enfrentando os desafios da velhice. Ele vive ao lado de uma governanta de personalidade forte, interpretada pela talentosa atriz Lynn Redgrave (que igualmente foi indicado ao Oscar). O filme se passa durante os anos 1950, em plena Guerra da Coreia, e mostra a amizade que o diretor acabou desenvolvendo com seu próprio jardineiro, um veterano de guerra que tenta sobreviver de volta ao lar. A aproximação inicialmente apresenta fortes conotações homossexuais, já que o velho cineasta era gay, mas depois caminha para uma amizade sincera entre ambos. O filme tem vários momentos tocantes, principalmente pelo fato do protagonista ser um velho homossexual que precisa lidar agora com a passagem dos anos e a solidão. Certa vez assistindo a um documentário sobre um lar de repouso de artistas aposentados em Los Angeles vi um antigo astro do passado, agora longe das telas, lembrando que as pessoas continuam a viver, mesmo após o fim da fama. É algo muito triste para um artista quando as luzes dos palcos e dos sets de cinema se apagam para sempre. O roteiro desse filme explora justamente esse aspecto. É uma bela obra cinematográfica, digna realmente de aplausos. 

Pablo Aluísio.

Sub Down - Alerta Nuclear

Título no Brasil: Sub Down - Alerta Nuclear
Título Original: Sub Down
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: The Carousel Picture Company
Direção: Gregg Champion
Roteiro: Silvio Muraglia, Daniel Sladek
Elenco: Stephen Baldwin, Gabrielle Anwar, Tom Conti, Chris Mulkey
  
Sinopse:
Guerra Fria. Uma expedição submarina é enviada ao pólo norte. Um grupo de cientistas americanos acompanham uma equipe de um submarino nuclear em viagem ao distante, frio e desolado Ártico. Uma vez lá a embarcação passa por problemas decorrentes da natureza hostil da região e fica preso no gelo. Assim os cientistas acabam se tornando a única esperança de salvação para todos aqueles tripulantes.

Comentários:
Parecia ser ao menos interessante, mas na verdade é um filme bem mediano. O roteiro procura colocar em dois lados opostos a mentalidade dos militares do submarino e a dos cientistas, esses bem pragmáticos, adeptos do lema de se fazer o que é preciso fazer. Já os militares tentam salvar o submarino com a sua força e disciplina. Para uma produção B dos anos 90 até que o filme não é tão mal. Claro que há todo o problema de se ficar datado demais, principalmente no que diz respeito a efeitos visuais, mas de qualquer forma a trama em si é suficientemente interessante para se manter a atenção. O curioso é que anos depois um submarino russo passaria por situação parecida, ficando perdido nas águas geladas dos mares do norte. Essa é seguramente uma das regiões mais hostis do planeta. Em termos de elenco temos mais um membro da família Baldwin que não conseguiu fazer muito sucesso na carreira. Stephen Baldwin de fato tinha pouco (ou quase nenhum) carisma e por isso isso acaba se tornando um problemão e tanto para o filme como um todo. Definitivamente essa falta de uma melhor equipe de atores contribuiu para que esse filme de ação e aventura se tornasse completamente esquecido com o passar dos anos. Contra o tempo, muitas vezes, não há mesmo salvação.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Floresta Negra

Título no Brasil: Floresta Negra
Título Original: Snow White - A Tale of Terror
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Polygram Entertainment
Direção: Michael Cohn
Roteiro: Tom Szolossi, Deborah Serra
Elenco: Sigourney Weaver, Sam Neill, Gil Bellows, Brian Glover
  
Sinopse:
Nessa adaptação sombria de um famoso conto de fadas acompanhamos a história de uma linda jovem que acaba caindo em uma armadilha mortal quando seu pai resolve se casar novamente. Sua nova madrasta é versada em artes ocultas e maléficas, o que colocará sua própria vida em risco. Filme indicado ao Primetime Emmy Awards nas categorias de Melhor Atriz (Sigourney Weaver), Melhor Figurino e Melhor Maquiagem.

Comentários:
Pensou que tudo havia começado com "Alice" de Tim Burton? Ledo engano. Esse filme é interessante porque demonstra que essa ideia de usar contos de fadas em adaptações mais adultas já vem de longe. Há vinte anos, por exemplo, era lançado na TV americana esse "Snow White - A Tale of Terror". Sim, porque ao contrário do que muitos pensam esse não foi um filme produzido para o cinema, mas sim para a TV. A confusão vem do fato dele ter sido lançado no mercado de vídeo no Brasil. Aqui pegaram o conto infantil "Branca de Neve e os Sete Anões" como fonte e adaptaram como se fosse uma história sombria, nebulosa, cheia de monstros, com visual dark. Os figurinos e a produção são muito bons, idem para a maquiagem, porém o roteiro (ah, esse velho problema) voltava para assombrar o espectador desavisado. A palavra que melhor define "Floresta Negra" é forçado! Tudo é forçado aqui, as situações, a fotografia (escura demais para ser considerada), até mesmo o bom elenco está fora do que seria adequado! No geral é um filme que vale pela curiosidade apenas. Não diverte, não cativa e nem surpreende. Só não caia no erro de passar a fita para seus filhos. Provavelmente eles não vão gostar já que essa versão da Branca de Neve não é recomendada para crianças, em nenhuma hipótese.

Pablo Aluísio.

Os Picaretas

Título no Brasil: Os Picaretas
Título Original: Bowfinger
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Imagine Entertainment
Direção: Frank Oz
Roteiro: Steve Martin
Elenco: Steve Martin, Eddie Murphy, Heather Graham, Robert Downey Jr, Christine Baranski, Barry Newman

Sinopse:
Bowfinger (Steve Martin) é um produtor picareta de Hollywood, criador de inúmeros filmes Z, que decide dar um último golpe certeiro. Ele pretende filmar um superstar do cinema, sem que ele saiba, para assim montar seu próximo filme, algo que irá criar inúmeros problemas. Filme indicado ao Black Reel Awards, o Oscar do cinema negro americano, na categoria de Melhor Ator (Eddie Murphy).

Comentários:
Um velho sonho dos fãs de comédias americanas era ver atuando em um mesmo filme Steve Martin e Eddie Murphy. Essa seria uma parceria dos sonhos do humor americano. Quem acabou dando o pontapé inicial foi o próprio Martin. Ele havia escrito um roteiro que satirizava a própria Hollywood e acreditava que Murphy seria seu parceiro ideal. Realmente a premissa básica era bem divertida, porém o roteiro errava em apostar apenas em um tipo de situação, uma piada que se repetia, se repetia e se repetia ao longo de todo o filme. A saturação desse tipo de situação era bem previsível e realmente se confirmou nas telas. O curioso é que a direção foi dada ao talentoso Frank Oz, que havia dirigido o divertido "Os Safados" com o mesmo Steve Martin (aqui em outra parceria, com Michael Caine). Infelizmente ele não repetiu o bom trabalho do filme anterior. Assim "Os Picaretas" apesar de apresentar alguns bons momentos, deixa realmente a desejar. O próprio Eddie Murphy surge em muitos momentos caricaturais demais da conta. Nesse filme ele errou a dose. No mais vale apenas como curiosidade de ver dois dos grandes humoristas do cinema em um momento menor, não tão engraçado como era de se esperar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Cartas na Mesa

Título no Brasil: Cartas na Mesa
Título Original: Rounders
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: John Dahl
Roteiro: David Levien, Brian Koppelman
Elenco: Matt Damon, Edward Norton, John Malkovich, John Turturro
  
Sinopse:
Mike McDermott (Demon) é um jogador de cartas talentoso. Ele tem um sexto sentido e domina as habilidades do jogo, mas em um dia particularmente ruim acaba perdendo todas as economias que iria pagar sua faculdade. Decepcionado, decide abandonar tudo, até ser encorajado por um amigo que acabou de sair da prisão a retornar para os jogos, indo para o tudo ou nada! Indicado ao Venice Film Festival.

Comentários:
Matt Damon fez muitos filmes bacanas na carreira. Esse aqui foi um deles. Ao lado do fantástico (sem exageros!) ator Edward Norton ele estrelou um dos melhores filmes sobre jogos de cartas de Hollywood. É curioso porque poucos sabem, mas esse tipo de roteiro tem uma grande tradição no cinema americano. Basta lembrar dos antigos filmes de faroeste onde vários jogadores profissionais (entre eles Doc Holliday) se reuniam ao redor de uma mesa de cartas para decidir suas sortes. Geralmente esses encontros terminavam em tiroteios, mas aqui o diretor John Dahl (de "Mate-me Outra Vez", "Morte Por Encomenda" e "O Poder da Sedução") optou pelo confronto puramente psicológico, pela tensão da próxima carta jogada sobre a mesa! Nesse aspecto considero o filme realmente muito bom, valorizando cada olhar, cada mudança de postura dos jogadores. Há sequências tão bem editadas que você vai acabar acreditando mesmo que uma partida de poker pode mesmo mudar ou arruinar a vida de uma pessoa para sempre, tal como se fosse um duelo ao estilo do velho oeste. Das vastas filmografias dos atores Matt Damon e Edward Norton, esse é seguramente um dos melhores filmes deles. Fora a dupla, o elenco ainda traz ótimos atores no elenco de apoio, entre eles John Malkovich e John Turturro! Assista, goste você de um bom baralho ou não!

Pablo Aluísio.

Jackie

Título no Brasil: Jackie
Título Original: Jackie
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Pablo Larraín
Roteiro: Noah Oppenheim
Elenco: Natalie Portman, Peter Sarsgaard, John Hurt, Billy Crudup
  
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Anos após o assassinato de seu marido, a ex-primeira dama Jackie Kennedy (Natalie Portman) aceita receber a visita de um jornalista para uma entrevista. Ela aceita dar uma entrevista em sua própria casa, em Massachusetts. Enquanto suas lembranças vão se atropelando em sua memória ela vai recordando momentos bons e trágicos de sua vida, como a vida na Casa Branca, as aparições públicas na TV, os grandes bailes e, é claro, o dia trágico em que seu marido, o presidente JFK, foi morto em Dallas durante uma parada em carro aberto pelas ruas da cidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Natalie Portman), Melhor Figurino (Madeline Fontaine) e Melhor Música (Mica Levi). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Natalie Portman).

Comentários:
"Jackie" é um filme sobre o luto. Explico. Inicialmente o roteiro mostra Jackie recebendo um jornalista em sua casa. Ela não tem a menor intenção de falar do dia da morte de seu marido JFK. Ela sabe que o jornalista está mesmo em busca dessa informação. Porém antes de qualquer coisa ela procura ter o controle sobre tudo o que será dito e publicado. Aquela seria uma das primeiras entrevistas dela para a imprensa e por isso Jackie Kennedy, que também era uma jornalista de profissão, procura manter tudo sob o seu estrito controle. Só que nem tudo sai como planejado e ela, tomada pela emoção, acaba falando e revelando memórias do dia em que JFK foi assassinado em Dallas. Assim o filme apresenta uma linha narrativa principal - com Jackie e o jornalista em sua casa - e vários flashbacks representando tudo o que ela estava relembrando naquele momento. O interessante é que o roteiro não parece muito disposto a desenvolver outros aspectos que não sejam o sensacionalismo do assassinato, das primeiras reações após a morte do presidente e dos preparativos do funeral. Tanto isso é verdade que há uma cena que até achei de mau gosto quando a cabeça de John literalmente explode após levar o tiro certeiro dado pelo assassino Lee Oswald. Achei desnecessário, explícita demais e um tanto desrespeitosa à memória do presidente. Depois do tiro fatal acompanhamos tudo o que aconteceu depois, com Jackie desnorteada, em estado de choque, sem saber mesmo o que fazer (o que era naturalmente muito compreensível).

Há também uma certa dose de frivolidade na primeira dama quando ela começa a exigir um funeral como o que foi feito para a morte do presidente Lincoln. Aliás é bom que se diga que apesar dos elogios da crítica em geral, não consegui apreciar muito a interpretação da atriz Natalie Portman nesse filme. Achei até que ela soa muito forçada em determinados momentos. Um exemplo disso acontece nas cenas em que Portman interpreta Jackie durante um programa para a TV onde se procurava mostrar o interior da Casa Branca para o povo americano. Ela fala de modo estranho, nada natural, em uma caracterização que pouco lembra a primeira dama, que sempre foi conhecida por ter uma personalidade forte e segura de si mesma. Assim o que temos no final é um longo filme de luto, mostrando basicamente os momentos que antecederam o enterro de JFK. Claro que do ponto de vista de detalhes históricos tudo é mais do que interessante. Ficamos sabendo até mesmo que Jackie se envolveu na escolha do lugar de sepultamento do presidente, dos preparativos do desfile fúnebre, com direito a um cavalo não montado representando a ausência do presidente (apesar dele nunca ter tido um em vida, como bem salienta um dos personagens) e por fim um longo diálogo que ela trava com um padre (interpretado pelo sempre excelente John Hurt, recentemente falecido). É uma ode à dor, ao luto e a um dos momentos mais impactantes da história dos Estados Unidos, tudo visto sob o estrito ponto de vista de Jackie. Se você aprecia esse tipo de espetáculo, digamos, mórbido, certamente vai gostar. De minha parte esperava mesmo por algo mais abrangente sobre a vida da protagonista.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

The Young Pope

Título Original: The Young Pope
Título no Brasil: Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra, Itália
Estúdio: HBO, Canal+
Direção: Paolo Sorrentino
Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello
Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, Scott Shepherd
  
Sinopse:
Série em 10 episódios que conta a estória ficcional do primeiro Papa americano, Pio XIII (Jude Law). Criado em um orfanato católico, muito ligado a uma freira chamada Irmã Mary (Diane Keaton) ele é eleito pelo conclave romano mesmo tendo pouca idade e pouca experiência como Cardeal. Uma vez no trono de Pedro o novo Papa começa a jogar a intensa política dos corredores do Vaticano, procurando descobrir as conspirações em sua volta, ao mesmo tempo em que deseja mudar certos aspectos da Igreja. Dono de um estilo único ele parece disposto a abalar as estruturas do poder religioso.

Episódios Comentados:

The Young Pope 1.01 - First Episode
Vou aqui comentar os episódios que for assistindo, de forma gradual. Nesse primeiro episódio, como era de se esperar, os personagens são apresentados ao público. Um fato interessante é que a primeira cena, onde o novo Papa parece emergir de uma montanha de corpos de bebês, tudo na verdade não passaria de um pesadelo que acomete o sumo pontífice na noite anterior a sua primeira homilia ao rebanho católico. Depois conforme o episódio avança vamos tomando conhecimento dos fatores que levaram aquele Papa americano tão jovem ao poder. Um grupo de cardeais o elegeu como uma espécie de marionete de seus interesses. Seus planos de dominação porém caem por terra porque logo no primeiro dia de seu pontificado. O novo Papa começa a tomar decisões próprias, limitando e confrontando o poder da cúria ao seu redor. Um aspecto curioso dessa nova série que o espectador mais atento vai logo perceber é que tudo se desenvolve sobre uma fina camada de ironia, quase desbancando para o humor negro. Isso leva a cenas supostamente absurdas, de puro nonsense, que depois ou se revelam sonhos e pesadelos, ou devaneios alucinados da mente do novo Papa. Ele inclusive tem hábitos fora do comum, como fumar e usar um padre de confissões para saber tudo o que está acontecendo pelos corredores do Vaticano. Ainda é prematuro para julgar uma série pelo primeiro episódio, mas posso adiantar que há uma boa produção, um roteiro no mínimo interessante e um bom elenco. Se a série vai pegar realmente, aí já é uma questão de tempo. Não há outro caminho a seguir a não ser acompanhar os próximos episódios para ver no que tudo isso vai dar. / The Young Pope 1.01 - Pilot (Estados Unidos, França, Inglaterra, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, Scott Shepherd.

The Young Pope 1.02 - Episode 1.2
Essa série é bem fora do comum. Não pelo fato de mostrar a vida de um Papa, a do primeiro Papa americano da história, aqui chamado de Pio XIII, mas sim por alguns caminhos que o roteiro gosta de tomar. Logo em seus primeiros dias no poder o Sumo Pontífice compra brigas com vários cardeais da cúpula da Igreja. Suas decisões são imprevisíveis e todos em Roma sentem isso. Ele não parece disposto a seguir convenções. Visitado pela diretora de campanha de marketing do Vaticano ele recusa de forma cabal o uso de sua imagem em produtos. Ele se considera - pelo menos assim diz ser - um nada! Ele não quer nem ao menos ser visto em jornais, TVs e a mídia em geral. Ora, uma das funções do Papa é sair pelo mundo, pregando o evangelho. Virar um ícone na mídia é consequência natural. Para Pio XIII porém isso está fora dos planos e ele se esconde nas sombras até mesmo quando resolve fazer sua primeira homilia na sacada da Basílica de São Pedro. Essa cena aliás é de grande impacto porque o diretor Paolo Sorrentino resolveu usar uma trilha sonora apoteótica, quase apocalíptica! O Papa havia recebido uma carta de um garotinho americano dizendo que não conseguia acreditar em Deus. O que ele deveria fazer então? Essa carta inflama o novo Papa que resolve literalmente jogar os cachorros em cima dos fiéis, fazendo um discurso duro, pesado e também desastroso em seus efeitos. Jude Law está muito bem como esse Papa Pio XIII. Ele tem um olhar de que está escondendo algo bem sério. Firme em suas decisões, parece disposto a levar bem à sério seu cargo. Em uma das cenas mais interessantes desse episódio ele confronta abertamente um jovem cardeal sobre as suspeitas de que ele seria homossexual. Em outro momento resolve soltar um canguru dado de presente por católicos australianos nos jardins seculares do Vaticano. Some-se a isso a crescente tensão que vai se criando em torno de sua relação com Mary Sister (Keaton), que pode ser inclusive sua mãe que ele pensa jamais ter conhecido. Enfim, mais uma, no mínimo, instigante série com o selo HBO. Para não perder de vista. / The Young Pope - Episode 1.2 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, Javier Cámara, Scott Shepherd, Cécile De France.

The Young Pope 1.03 - Episode 1.3
Mais um episódio muito bom dessa nova série. Aqui um velho cardeal, já cansado pelos anos vividos, encontra o Papa Pio XIII nos jardins do Vaticano e lhe diz uma frase emblemática: "Vossa Santidade é tão jovem, mas tem ideias tão antigas!". Realmente os primeiros dias desse papado da ficção são mesmo de assustador os fiéis. Ele se recusa a aparecer publicamente e traz uma mensagem de medo e até mesmo terror. Seu grande mentor é o Cardeal Spencer, um homem ambicioso que acreditava piamente que seria eleito no Conclave. Ao invés disso foi eleito seu pupilo, um cardeal americano, algo que jamais aconteceu na história da Igreja Católica. Inicialmente Pio XIII pede para que ele o ajude no papado, mas ferido em seu próprio orgulho pessoal, ele se recusa. Tudo muda quando ele é confrontado por um dos mais antigos veteranos sobre sua lealdade e amor à Igreja. A partir daí tudo muda. Uma das melhores coisas desse roteiro acontece quando Pio XIII recebe Spencer para uma conversa franca. Ele explica ao seu antigo mestre que tem um grande plano para a Igreja, mas Spencer o conhece muito bem para saber que psicologicamente ele ainda é um menino que foi abandonado pelos pais nos portões de um orfanato católico muitos anos atrás e que por isso estaria disposto a literalmente se vingar do mundo. Enfim, revelar mais seria equivocado de minha parte. Basta apenas dizer que o roteiro vai aos poucos desvendando os traumas, obsessões e marcas psicológicas que marcam esse sumo pontífice. Para uma série dos dias atuais essa profundidade psicológica explorada em um dos personagens já está de muito bom tamanho, vamos ser sinceros. / The Young Pope 1.03 - Episode 1.3 (Estados Unidos, Itália, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.04 - Episode 1.4 
Enquanto o país vai derretendo com mais uma crise política aproveitei o tempo livre para assistir mais alguns episódios das séries que acompanho. Dentre elas uma das melhores é "The Young Pope". Nesse quarto episódio da primeira temporada as intrigas palacianas no papado do Papa Pio XIII continuam. Aqui surge um novo vidente. Um sujeito com cara de maluco, um criador de ovelhas, que diz ver e ouvir a virgem Maria. Ele aparece na TV, enquanto o Papa fuma tranquilamente seu cigarro. Essa cena, diga-se de passagem, ficou hilária por causa da cara cínica que Jude Law faz! Impagável. Outro ponto divertido desse episódio surge quando o Papa recebe a visita da primeira ministra da distante e fria Groenlândia. Os católicos por lá são minoria, embora tenha sido a primeira religião a chegar na ilha, cinco séculos atrás. O Papa então pergunta o que estaria por baixo de tanto gelo naquele distante lugar. Com a premier meio embaraçada ele conclui: "Acho que Deus está por baixo de todo aquele gelo!". Um diálogo muito espirituoso e bem escrito, demonstrando que os roteiros dessa série são bem caprichados. Em outro momento no mínimo curioso o Papa comunica ao seu secretário geral que todos os gays do clero devem ser expulsos! A reação do velho cardeal é igualmente divertida. Enfim, se existe uma boa série em cartaz atualmente essa é "The Young Pope", mesmo com sua ironia de humor negro. / The Young Pope 1.04 - Episode 1.4 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.05 - Episode 1.5
O Papa Pio XIII (Jude Law) não é um homem de moderação. Ele resolve assim usar as roupas mais extravagantes, as mais suntuosas e manda trazer de novo a tiara romana, uma coroa usada pelos papas da idade média. Cheia de jóias e materiais preciosos, passa longe da humildade. Em sua forma de ver o povo deve ir atrás da igreja e não o contrário. Enquanto o novo Papa vai armando sua nova visão de mundo, alguns cardeais começam uma conspiração contra ele. Algumas fotos são tiradas com o Papa e a jovem loirinha, que trabalha no Vaticano, tudo com o objetivo de constrangê-lo ou quem sabe promover um escândalo, com a renúncia do Papa. Mas nada saiu do mero planejamento. Enquanto isso o Papa reencontra seu velho amigo, o Cardeal Dussolier (Scott Shepherd). Eles foram criados juntos no mesmo orfanato. O Cardeal agora trabalha em Honduras, um país assolado pelo poder dos traficantes de drogas e é chamado pelo Papa para Roma, para lhe ajudar em seu novo papado. Juntos eles recordam dos velhos tempos, saindo para dar algumas voltas. Compram cigarros, fumam e fazem um lanche com fast food. Afinal o papa é pop! / The Young Pope 1.05 - Episode 1.5 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.06 - Episode 1.6
O Papa Pio XIII (Jude Law) se encontra com o primeiro ministro da Itália. Um político com cara de formiga, muito astuto e metido a espertinho, inteligentinho. Querendo dar uma de politicamente correto o político tenta confrontar o Papa, mas leva uma lição de como se deve realmente temer o poder do Vaticano. Astuto de verdade é o Papa, não aquele sujeito que pensa ser o dono da bola. Depois o Papa decide visitar a loirinha que acabou ganhando seu afeto. O hospital é todo fechado para a visita do líder da igreja católica. Ele vai lá e num momento de distração acaba deixando o bebê recém nascido escapar de seus braços. Depois de volta ao Vaticano, uma grande cerimônia é celebrada na Capela Sistina. O Papa decide nomear um novo cardeal, para ir até os Estados Unidos resolver uma questão da igreja. O sujeito tem problema com bebidas e não parecer ser o mais indicado, mas vale a decisão papal. Por fim há uma cena interessante nesse episódio quando um cardeal morre na sala de jantar da cúria. Quando ele cai, falecido, um observador irônico decreta: "Ele morreu da mesma coisa que a nossa igreja vai morrer: de velhice!" / The Young Pope 1.05 - Episode 1.6(Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.07 - Episode 1.7
Há um boato circulando dentro das altas esferas de poder do Vaticano. Dizem os cardeais que o novo Papa Pio XIII (Jude Law) simplesmente não acredita em Deus! Ele seria ateu! Haveria absurdo maior na história da Igreja Católica? Acredito que não! O próprio Papa parece bem decepcionado com seu papado e chega até mesmo a falar em renúncia. Enquanto as coisas vão ficando ruins no Vaticano ele vai se aproximando ainda mais do jovem casal com quem parece ter uma aproximação fora do comum. Órfão, ele parece ter uma fixação com as questões familiares. E é justamente em cima disso que uma cena é armada. Um casal, se dizendo os verdadeiros pais do Papa, o visitam no Vaticano. O Papa porém não nasceu ontem e sabe que tudo não passa de uma armação. Ele diz que sua mãe não tem o mesmo cheiro que ele se lembra e por isso a farsa é desmontada. Esse porém não é o único desapontamento do Papa. Seu grande amigo e fiel aliado, o Cardeal Dussolier (Scott Shepherd), é assassinado em Honduras. Ele caiu em uma emboscada armada pelo principal chefe do tráfico do país. Morto com um tiro, é deixado agonizando no meio da estrada, no meio do nada, para apodrecer, voltando ao pó de onde viera! Tal como preconizada pelas escrituras sagradas! /  The Young Pope 1.07 - Episode 1.7 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.08 - Episode 1.8
Aconselhado por sua relações públicas, o Papa Pio XIII (Jude Law) resolve fazer sua primeira viagem internacional, algo que imediatamente chama a atenção da imprensa mundial, uma vez que o novo papa não se deixa fotografar e nem aparecer publicamente. A viagem é programada para a miserável África. Lá uma freira montou um centro de ajuda aos pobres, mas o Papa descobre que ela na verdade é uma cretina que usa a água, tão escassa na região, para chantagear as pessoas em seu favor. Pior do que isso, a freira é lésbica e troca até mesmo favores sexuais em troca do precioso líquido. Para piorar o país é dominado por um daqueles ditadores africanos sanguinários que todos conhecem tão bem. Na visita há um encontro programado entre o Papa e o ditador, mas ele não aparece. Ao invés diz proclama um discurso nos alto falantes falando sobre paz e harmonia. O discurso é excelente, dizendo que enquanto não houver paz ninguém terá a honra de sua presença e nem a de Deus. É um raro momento de acerto em um Papado que parecia mergulhar no desastre completo! / The Young Pope 1.08 - Episode 1.8 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.09 - Episode 1.9
Esse foi um dos episódios que mais gostei até o momento. Nele acompanhamos a luta solitária do enviado do Papa até os Estados Unidos. Sua missão é descobrir se uma alta autoridade da Igreja esteve mesmo envolvido em casos de pedofilia. Como o sujeito é poderoso e influente fica bem complicado de arranjar testemunhas, mas eis que surge seu próprio filho para desmascará-lo. Além dele o cardeal Gutierrez (Javier Cámara) descobre imagens comprometedoras do arcebispo Kurtwell (Guy Boyd) com o jovem. Ele chegou até a inaugurar uma quadra de tênis apenas para safisfazer os desejos do rapaz! Outro ponto importante desse episódio é a morte do cardeal Michael Spencer (James Cromwell). Seu diálogo final com o papa é bem emocionante e sugere que Pio XIII é capaz até de fazer milagres! Enfim, belo episódio, mostrando toda a qualidade dessa série que é realmente acima da média. / The Young Pope 1.09 - Episode1.9 (Estados Unidos, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando.

The Young Pope 1.10 - Episode 1.10
Essa série caminhou muito bem... até esse episódio final (final mesmo, a série acaba aqui!). Os roteiros foram bem escritos de uma maneira em geral, com uma ou outra bobeirinha no meio dos episódios. O mais bizarro de tudo foi investir na figura de um Papa chamado Pio XIII (nome que aliás poderá ser adotado em algum momento da história) que foge completamente dos padrões da igreja católica. Ele não quer aparecer em público, evita exibições e aparições públicas (por achar puro exibicionismo) e abomina os holofotes. Ao invés disso acaba adotando uma retórica dura (dura demais para a maioria dos fiéis!). A série também insinua que ele teria o dom dos milagres, curando pessoas à beira da morte ou então fazendo com que casais com problemas de fertilidade tenham filhos! Esse episódio final tem algumas cenas extremamente interessantes, como aquela em que Pio XIII se vê diante de todos os papas do passado, ali, materializados ao seu lado! São facilmente identificáveis os papas João XXIII (o Papa Bondoso) e Júlio II (um dos mais famosos Papas imperadores da história). Pena que diante de uma ideia tão boa os roteiristas não tenham explorado mais esse estranho encontro sobrenatural de uma forma mais criativa, explorando mais a situação surreal! Dito isso devo também dizer que achei a cena final um tanto decepcionante (principalmente com aquele globo terrestre, bem fraquinho, beirando a breguice!). Mesmo assim com esse tropeção final não vou deixar de elogiar "The Young Pope". Particularmente gostei mesmo da série e olha que me considero um bom católico. Não ofendeu a fé das pessoas e nem virou galhorfa. Valeu a pena ter acompanhado os dez episódios. Na pior das hipóteses foi uma série inteligente e divertida. / The Young Pope - Episode 1.10 (Estados Unidos, Itália, 2016) Direção: Paolo Sorrentino / Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello / Elenco: Jude Law, Diane Keaton, Silvio Orlando, James Cromwell, Javier Cámara, Scott Shepherd.
                      
Pablo Aluísio.