terça-feira, 16 de abril de 2013
Um Estranho no Ninho
Em “Um Estranho no Ninho” Jack interpreta Randle Patrick McMurphy, um prisioneiro que decide simular sintomas de doença mental para ser transferido da prisão onde cumpre pena para um hospital psiquiátrico pensando encontrar lá um sistema menos rígido e disciplinador do que dentro das grades da penitenciaria. Para sua surpresa porém nada era o que ele esperava encontrar. No hospício encontra um sistema rígido, baseado em um forte controle de cada passo dos pacientes, tudo sob comando da enfermeira-chefe Ratched (Louise Fletcher). A partir daí Patrick começa uma série de desentendimentos com a direção do lugar, tudo para conseguir impor um sistema bem mais liberal do que o que está em vigor. Esse é o tipo de papel em que Jack Nicholson se esbalda em cena. Cabelo despenteado, sorriso insano, olhar vidrado, tudo de acordo com o estilo indomado do ator. Sua interpretação de fato é brilhante, alternando momentos de pura malandragem de seu personagem com ataques de insanidade sem controle. Sem Jack o filme certamente não teria o impacto que teve. Por seu trabalho venceu o Oscar, o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio dos críticos de Nova Iorque (NYFCCA). Todos mais do que merecidos. Não se engane, “Um Estranho no Ninho” traz Jack Nicholson em sua mais pura essência. Uma verdadeira obra prima!
Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo's Nest, Estados Unidos, 1975) Direção: Milos Forman / Roteiro: Lawrence Hauben, Bo Goldman / Elenco: Jack Nicholson, Louise Fletcher, Danny DeVito, William Redfield, Brad Dourif / Sinopse: Preso se faz passar por maluco para ser levado para uma instituição psiquiátrica onde espera encontrar um lugar mais ameno, com mais regalias. Para sua surpresa porém o local é controlado rigidamente por uma enfermeira-chefe linha dura que não admite mudanças em seu cronograma pessoal. Filme vencedor dos Oscars de melhor filme, melhor ator (Jack Nicholson), melhor atriz (Louise Fletcher), melhor direção (Milos Forman) e melhor roteiro adaptado. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias melhor filme / drama, melhor direção, melhor ator / drama (Jack Nicholson), melhor atriz / drama (Louise Fletcher), melhor revelação masculina (Brad Dourif) e melhor roteiro.
Pablo Aluísio.
domingo, 14 de abril de 2013
Veículo 19
“Vehicle 19” foi produzido pelo próprio ator Paul Walker que estrela o filme. Seu personagem não larga o volante em nenhum momento do filme. Na verdade a estória se passa em apenas seis horas, desde o momento em que o americano aluga o carrro errado até o clímax, quando ele tentará sobreviver a um intenso cerco policial comandado por um chefe de polícia corrupto. Nesse meio termo acontecerá várias perseguições, tiroteios e tudo o mais que fazem a festa dos fãs de filmes de ação. As filmagens foram todas realizadas na maior cidade da África do Sul. Ao lado de prédios majestosos convive toda uma população (em sua maioria negra) na mais absoluta miséria. O roteiro claro não perde muito tempo com isso mas essas locações já dão uma boa idéia da cidade. Algumas cenas foram feitas em favelas de Johannesburg, locais bem parecidos com as favelas cariocas. Em suma é isso. Paul Walker em um genérico mais modesto de seu maior sucesso, “Velozes e Furiosos”. Pise fundo e se divirta!
Veículo 19 (Vehicle 19, Estados Unidos, África do Sul, 2013) Direção: Mukunda Michael Dewil / Roteiro: Mukunda Michael Dewil / Elenco: Paul Walker, Naima McLean, Gys de Villiers / Sinopse: Americano na África do Sul aluga sem querer um veículo que está sendo perseguido pela polícia local. Agora é pisar fundo para sobreviver ao cerco policial.
Pablo Aluísio.
Amistad
Quando assisti recentemente o filme “Lincoln” me lembrei imediatamente desse filme anterior de Spielberg que tem uma estrutura muito semelhante. Spielberg se propõe a usar um fato da história americana para trazer de volta ao debate temas caros ao povo americano. No roteiro de Amistad várias questões atuais voltam ao centro de discussões, inclusive o racismo, a posição do negro dentro da sociedade e a batalha entre direito e moral. O negro africano que chegava nas colônias americanas não era sequer considerado uma pessoa, um ser humano, mas sim um objeto, que deveria ser considerado mera propriedade de seu senhor. Spielberg fez um filme correto, historicamente preciso (embora com algumas licenças históricas) e assim como aconteceu com “Lincoln” foi acusado de ter realizado uma obra muito burocrática, fria e sem emoção dramática. Não compartilho dessa visão. Acredito que “Amistad” é um momento muito interessante da filmografia de Spielberg que tem a coragem de tocar novamente em uma das feridas mais abertas da nação americana. Produção requintada, com atuações marcantes, “Amistad” é mais uma chance de ter contato com um Spielberg mais adulto e socialmente consciente.
Amistad (Amistad, Estados Unidos, 1997) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: David H. Franzoni / Elenco: Anthony Hopkins, Morgan Freeman, Matthew McConaughey, Nigel Hawthorne, Djimon Hounsou, David Paymer, Pete Postlethwaite / Sinopse: Após a captura de um navio negreiro espanhol na costa dos Estados Unidos se instala um conflito de direito internacional na Suprema Corte daquele país. Para defender os negros surge a figura do ex-presidente americano, John Quincy Adams (Anthony Hopkins). Filme indicado aos Oscars de Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins), Fotografia, Figurino e Trilha Sonora). Indicado aos Globos de Ouro de Direção, Melhor Filme Drama, Ator (Djimon Hounsou), Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins).
Pablo Aluísio.
sábado, 13 de abril de 2013
Wall Street
Depois do grande sucesso de “Atração Fatal” o ator Michael Douglas resolveu unir forças com o polêmico diretor Oliver Stone. Ambos sempre foram ideologicamente muito próximos, seguindo a linha mais liberal e essa sincronia de pensamentos os levou a trabalhar juntos nesse “Wall Street”. O filme obviamente soava como uma crítica nada sutil aos executivos de Wall Street, o centro financeiro de Nova Iorque. Lá, onde fortunas eram ganhas praticamente da noite para o dia, convive uma série de "tubarões" do sistema capitalista americano, entre eles um dos mais agressivos é justamente Gordon Gekko (Michael Douglas), um sujeito sem qualquer escrúpulo que está mais interessado em especular e ganhar rios de dinheiro a todo custo, mesmo que de modo fraudulento, do que qualquer outra coisa. Do outro lado surge um recém chegado naquele mundo, o jovem Bud Fox (Charlie Sheen), que não demora a entender as regras do jogo naquele ambiente hostil e realmente selvagem.
Por falar em Charlie Sheen o ator era na época de “Wall Street” um dos mais promissores astros da nova geração de Hollywood. Ele havia estrelado o sucesso “Platoon” com o mesmo diretor Oliver Stone e na época era apontado, ao lado de Tom Cruise, como um dos grandes mega astros do futuro. O problema é que enquanto Cruise fazia de tudo para manter sua vida pessoal e imagem na linha, Sheen seguia o caminho oposto se envolvendo em escândalos com esquemas de prostituição e drogas, afundando suas pretensões de virar realmente uma estrela de cinema de primeira grandeza. Já Oliver Stone encontrou aqui um palco adequado para dar mais uma vez seu recado. Profundo contestador do sistema americano ele aqui centra fogo contra o lado mais desumano do capitalismo ianque, criticando dentro de sua estória um regime onde muitos não possuem quase nada e pouquíssimos se esbaldam em luxos e riqueza (muitas vezes sem nada terem feito de concreto para isso). Com sua visão política apurada Oliver Stone logo virou alvo de muitas críticas mas isso no fundo não importa pois o que sobressai no final é o fato de que o filme “Wall Street” é realmente muito bom, se tornando ainda hoje muito atual.
Wall Street – Poder e Cobiça (Wall Street, Estados Unidos, 1987) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Stanley Weiser, Oliver Stone / Elenco: Michael Douglas, Charlie Sheen, Tamara Tunie, Franklin, Martin Sheen / Sinopse: No mundo de Wall Street um velho e um novo especulador tentam enriquecer dentro do milionário mercado de ações da economia americana.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
O Novato
Como acontece em todo filme sobre espionagem fica logo óbvio que nada é realmente o que aparenta ser. Um dos maiores perigos dentro de uma agência de inteligência, seja de que país for, é a infiltração dos chamados agentes duplos. É dentro dessa perspectiva que as coisas começam a realmente complicar dentro de seu treinamento. “O Novato” foi dirigido por Roger Donaldson. Sempre considerei esse cineasta muito eficiente e competente, basta lembrar de seus filmes ao lado de Kevin Costner (“Sem Saída” e “Treze Dias Que Abalaram o Mundo”) para perceber que Donaldson transita muito bem nesse mundo de filmes sobre espionagem e política internacional. Aqui porém se percebe um certo clima de preguiça por parte dele em avançar mais nas possibilidades do roteiro. O que poderia desbancar para uma intrigada e complexa rede de inteligência acaba trilhando o caminho da acomodação pura e simples, se rendendo a clichês batidos do gênero. Mesmo com esses problemas o filme não pode ser considerado ruim, em absoluto, as presenças de Pacino e Farrell conseguem manter o interesse, só não espere nada excepcional em cena.
O Novato (The Recruit, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Roger Towne, Kurt Wimmer, Mitch Glazer / Elenco: Al Pacino, Eugene Lipinski, Colin Farrell, Bridget Moynahan, Brian Rhodes, Gabriel Macht / Sinopse: Jovem novato dentro da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) se tornar o preferido de veterano instrutor que parece ter algo muito sério a esconder de todos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
As Cores da Violência
Sean Penn brilha ao lado do veterano (e excelente ator) Robert Duvall. É curioso ver o jovem Penn já muito preocupado em desenvolver um personagem socialmente consciente, que também parece caminhar numa fina linha que separa o crime da lei. Em um mundo tão selvagem não é de se admirar que os próprios policiais, forjados na guerra das ruas, incorporem muitos dos comportamentos dos próprios criminosos que perseguem. O filme na época de seu lançamento chocou o público por causa de sua crueza. A equipe de filmagem filmou toda a produção nas periferias mais violentas. Ao melhor estilo “câmera na mão” o elenco e o diretor Dennis Hopper saíram percorrendo becos, ruas sujas e locais perigosos para dar todo um realismo ao filme em si. O resultado é certamente dos melhores e mostra sem paleativos o problema do jovem pobre das grandes cidades. Não importa se é Rio ou Los Angeles, São Paulo ou Nova Iorque, o desafio segue anos após ano mostrando que Colors certamente está mais atual do que nunca!
As Cores da Violência (Colors, Estados Unidos, 1988) Direção: Dennis Hopper / Roteiro: Michael Schiffer / Elenco: Sean Penn, Robert Duvall, Maria Conchita Alonso / Sinopse: Dois policiais, um veterano e um novato, combatem gangues pelas ruas mais pobres de Los Angeles. Há uma guerra em curso entre os Crips e os Bloods, e os policiais tentarão evitar que tudo não acabe em uma grande explosão de violência e ódio racial.
Pablo Aluísio.
Amigos Inseparáveis
De volta às ruas ele reencontra Doc (Christopher Walken) e Hirsch (Alan Arkin). O problema é que Doc está contratado para liquidar Valentine a mando de um poderoso chefão da máfia local. O mais interessante é que Valentine, bastante experiente, logo toma consciência disso. Afinal são negócios, nada pessoal. Assim ele parte para aqueles que são seus últimos momentos. Aproveitar o pouco tempo que lhe resta de vida. Junto aos colegas acaba se envolvendo em diversas situações, esperando com isso curtir suas últimas horas. “Amigos Inseparáveis” até que começa muito bem, afinal ver um trio de atores tão talentoso é ótimo para qualquer cinéfilo. O problema é que conforme o filme avança ele perde o foco, não mais se decidindo em ser um drama, uma comédia ou um filme policial. A única coisa que parece sobreviver a essa indecisão toda é o carisma imbatível de Al Pacino. Ele realmente parece estar se divertindo como nunca ao lado de Arkin e Walken, o que acaba salvando o filme do desastre completo. É lógico que com um elenco desses “Amigos Inseparáveis” poderia ser muito melhor, quase uma obra prima do cinema, mas não parece ter sido essa a escolha dos realizadores. De qualquer maneira é Pacino – o que já torna o filme obrigatório para qualquer fã de cinema. Afinal bons vinhos nunca devem ser desperdiçados.
Amigos Inseparáveis (Stand Up Guys, Estados Unidos, 2012) Direção: Fisher Stevens / Roteiro: Noah Haidle / Elenco: Al Pacino, Christopher Walken, Alan Arkin, Julianna Margulies, Katheryn Winnick, Vanessa Ferlito / Sinopse: Após sair da prisão por onde esteve por 28 anos, Valentine (Al Pacino) reencontra seus velhos amigos de criminalidade. O que parecia ser apenas um encontro amigável porém logo se revela um complicado acerto de contas.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Oblivion
Esse “Oblivion” não deixa de ser um filme muito bem produzido, interessante, com uma inovadora direção de arte, realmente inspirada, tudo intercalado com algumas ótimas cenas de ação (a Terra devastada também é habitada por alienígenas que percorrem o planeta em busca de recursos vitais). Tom Cruise parece bem à vontade na pele de um misto de soldado e engenheiro que tem que garantir segurança enquanto os últimos recursos da Terra são extraídos. O que complica "Oblivion" é querer se passar por algo que definitivamente não é. O problema é que em determinado ponto do filme o argumento se torna pretensioso, querendo criar um subtexto que chega a lembrar até mesmo grandes clássicos do cinema como “2001”. Essa pretensão sem sentido acaba tornando a trama extremamente confusa (e chata, para dizer a verdade). Obviamente que o diretor Joseph Kosinski passa longe de ser um Stanley Kubrick e por isso tudo acaba indo por água abaixo. Sem saber direito para onde ir o cineasta, depois de promover uma “reviravolta forçada”, tenta consertar o estrago alongando a estória além do necessário, quebrando seu ritmo e cansando o público, que aqui obviamente é aquele que consome “blockbusters” em série, ou seja, nada interessado em roteiros “cabeças” ou profundos demais. A solução de tudo também soa tão decepcionante, quase bobo! Assim “Oblivion” perde a ótima oportunidade de ser apenas uma ficção eficiente, bem realizada, para se tornar um produto que afundou por causa de suas próprias pretensões sem cabimento. Faltou mesmo talento para ir até onde o argumento exigia.
Oblivion (Oblivion, Estados Unidos, 2013) Direção: Joseph Kosinski / Roteiro: Joseph Kosinski, William Monahan / Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Nikolaj Coster-Waldau, Olga Kurylenko / Sinopse: No ano de 2077 a Terra está devastado. Participando de uma missão no planeta Jack Harper (Tom Cruise) acaba encontrando uma sobrevivente de uma nave espacial acidentada. Esse encontro mudará completamente os rumos de sua vida.
Pablo Aluísio.
Anna Karenina
O enredo mostra a paixão que uma aristocrata, Anna Karenina (Kiera Knightley), nutre por um oficial da cavalaria, o Conde Vronsky (Aaron Taylor- Johnson). Ele é filho de uma condessa de alta estirpe. O problema é que Karenina é casada com outro homem, o alto funcionário imperial Karenin (Jude Law), que acaba vendo seu bom nome ser envolvido em um verdadeiro escândalo na corte por causa das aventuras extra-conjugais de sua esposa. Numa Rússia Czarista onde a nobreza vivia em luxos exuberantes enquanto a imensa massa da população sobrevivia na mais absoluta miséria, Anna Karenina toca, mesmo que superficialmente, em questões sociais, morais e políticas. A produção abraça esse ambiente de luxo e ostentação e cada cena logo se torna um colírio aos olhos. Essa adaptação não é extremamente fiel (seria muito complicado levar toda a riqueza de detalhes do livro para as telas) mas mantém um bom nível, muito digno. Já como romance e entretenimento funciona muito bem. Para os que desejam conhecer a obra que lhe deu origem mais a fundo fica a sugestão de ler o texto de Tolstoi que certamente é riquíssimo.
Pablo Aluísio.
Elektra
No enredo do filme o espectador acaba acompanhando as origens da personagem, desde o começo até sua transformação em uma máquina assassina das artes marciais. A atriz Jennifer Garner ficou bastante empolgada com o filme esbanjando simpatia e otimismo nas entrevistas de promoção. O estúdio também acreditou na produção e fez um lançamento de porte, ocupando mais de três mil salas em sua semana de estréia. Os resultados porém não foram nada animadores. A critica de uma maneira em geral detestou o filme, achando seu roteiro básico demais, com uma sucessão de cenas que não empolgavam o espectador. A atriz também foi considerada inadequada, pouco convincente nas seqüências de luta. Com tantas criticas ruins o filme acabou afundando nas bilheterias, rendendo pouco e virando uma decepção completa. Revisto hoje em dia “Elektra” realmente deixa a sensação de algo de fato não deu muito certo. É uma fita bem vazia para falar a verdade, onde muitas vezes se tenta criar todo um clima para esconder suas falhas de roteiro. Assim como o Demolidor, sua parceira de HQs também ainda não encontrou seu espaço no mundo do cinema. Quem sabe um dia isso venha a acontecer.
Elektra (Idem, Estados Unidos, 2005) Direção: Rob Bowman / Roteiro: Zak Penn, Stuart Zicherman, Raven Metzner, baseados na personagem criada por Frank Miller / Elenco: Jennifer Garner, Goran Visnjic, Will Yun Lee, Cary-Hiroyuki Tagawa, Terence Stamp / Sinopse: O filme narra as origens e lutas da personagem Elektra (Jennifer Garner), uma famosa assassina Ninja criada pelo renomado escritor e desenhista Frank Miller na Marvel.
Pablo Aluísio.