domingo, 26 de agosto de 2012

A Garota Morta

Tive uma grata surpresa com esse "A Garota Morta". É a tal coisa, por mais que a pessoa assista muitos filmes ao longo do ano sempre escapam uma ou outra preciosidade. É o caso desse aqui. Assisti sem maiores expectativas. Isso porque a falecida Brittany Murphy fez muitos filmes tolinhos ao longo da carreira e nunca coloquei muita fé em seu talento como atriz. Que pena, logo quando ela começava a despontar aconteceu aquela tragédia em sua vida. Interpretando a jovem prostituta Krista, Brittany dá um show de interpretação. O filme obviamente gira em torno de sua estória - a Garota Morta do título - e seu segmento, o último, joga por terra a impressão negativa que tinha dela. Em um papel muito forte Murphy mostra muito talento e controle em cena. Surpresa completa. 

O enredo mostra uma jovem tendo que lidar com vários problemas em sua vida. Além da destruição de seus laços familiares ela ainda tem que sobreviver na dureza das ruas onde prevalece realmente a chamada Lei da Selva, onde apenas os mais fortes sobrevivem. Como já foi dito o roteiro segue aquele esquema que tanto conhecemos: várias estórias são contadas de forma independente para no final entendermos que todas elas estão interligadas. O argumento, ótimo por sinal, não poupa o espectador das misérias humanas, das condições de dor e sofrimento que certas pessoas passam em sua vidas. A direção é da atriz e cineasta Karen Moncrieff, o que é muito bem-vindo por causa do tema do filme. Na realidade o tema central dessa produção é a vida de mulheres que vivem em situação de risco, prostitutas, adolescentes grávidas e outras situações que as deixam à mercê de sofrerem todo tipo de violência física, mental ou sexual. É um retrato cru da vida de jovens que se colocam numa posição que as deixam extremamente vulneráveis. Assim nada melhor do que uma mulher para dar sua visão feminina aos aspectos mostrados no filme. Com um elenco de apoio todo bom (Toni Collete, Rosie Byrne e até James Franco) "A Garota Morta" é uma bela obra que deve ser redescoberta pelos cinéfilos que gostam de temas fortes com interpretações edificantes. Está mais do que recomendado.  

A Garota Morta (The Dead Girl, Estados Unidos, 2006) Direção: Karen Moncrieff / Roteiro: Karen Moncrieff / Elenco: Toni Collette, Brittany Murphy, Marcia Gay Harden, Piper Laurie, Rose Byrne, Mary Steenburgen, Bruce Davison, James Franco, Giovanni Ribisi / Sinopse: O filme mostra um mosaico de momentos de várias vidas de mulheres que se encontram em situações de risco.  

Pablo Aluísio.

O Homem das Sombras

Escrever sobre esse filme é complicado. Isso porque ele tem muitas nuances que se eu fosse comentar revelaria grande parte de seu impacto. A trama começa como filme de terror mas depois há uma reviravolta no argumento e descobrimos que se trata de algo mais complexo. A premissa é a seguinte: Numa cidade pobre e estagnada do interior dos EUA ocorre uma onda de desaparecimentos de crianças. Não se sabe o que exatamente acontece com elas, simplesmente desaparecem sem deixar vestígios. De comum apenas a proliferação de relatos de testemunhas afirmando terem visto um homem alto nas sombras se dirigindo para o meio da floresta com as crianças a tiracolo. É o Tall Man do título original, que na tradução literal significa “Homem Alto”. Mas ficam as dúvidas: Quem é esse homem alto? Um serial killer? Uma entidade espiritual que vive na floresta sombria? Ou tudo não passa de mero folclore ao estilo lobisomen, tão comum em cidades interioranas como aquela? Verdade ou lenda? É óbvio que não vou contar nada aqui mas de antemão posso dizer que a verdadeira razão dos desaparecimentos vai deixar você surpreendido. Falando francamente poucas vezes vi o tema do desaparecimento de crianças mostrado no cinema de forma tão original.

O subtexto dessa solução vai incomodar alguns. Como se sabe a crise econômica nos EUA tem sido mais forte e persistente do que muitos julgavam. O nível de miséria e pobreza aumenta a cada dia jogando milhares de pessoas em uma situação muito difícil naquele país. Grande parte dos americanos hoje vive abaixo da linha de pobreza. Com a crise aumenta a exclusão social, a criminalidade e a destruição dos laços familiares. A sociedade obviamente fica doente e os freios morais se vão. Penso que de certa forma há um toque de preconceito na proposta do roteiro e isso certamente vai deixar algumas pessoas de cabelo em pé. Mais do que isso não vale a pena comentar. O segredo do filme é sua solução final. No geral a produção é boa, (a atriz Jéssica Biel é uma das produtoras) e a direção consegue manter o suspense até o final. O elenco é correto, nenhum grande destaque surge em cena mas mantém o bom nível. O diferencial de “The Tall Man” realmente é seu roteiro intrigante. Dessa nova safra de produções de terror esse se revelou um dos mais interessantes. Não deixe de assistir mesmo que você venha depois a não gostar da solução da trama. De uma coisa tenho certeza você não ficará indiferente ao que acontece no filme. Vale a indicação para o público em geral.

O Homem das Sombras (The Tall Man, Estados Unidos, 2012) Direção: Pascal Laugier / Roteiro: Pascal Laugier / Elenco: Jessica Biel, Jodelle Ferland, Stephen McHattie, William B. Davis / Sinopse: Numa cidade corroída pela crise da economia americana várias crianças desaparecem. A polícia investiga os desaparecimentos mas não consegue chegar numa solução dos eventos. A única pista vem dos depoimentos de testemunhas que afirmam ter visto um homem alto, de capuz, levando as crianças para o meio da floresta! Verdade ou pura lenda?

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de agosto de 2012

Desafio à Corrupção

"Desafio à Corrupção" é uma crônica sobre o fracasso pessoal. O personagem principal, Eddie Felson (Paul Newman), é em essência um pequeno golpista que leva sua vida em espeluncas de sinuca onde engana os desavisados. Ele se faz passar por um idiota que não sabe jogar, perdendo algumas partidas fáceis. Seu papel de "pato" atrai outros jogadores que aceitam apostar quantias vultuosas pensando ganhar um dinheiro fácil. Uma vez apostado somas altas Eddie finalmente se revela mostrando toda sua grande habilidade no jogo. Sem emprego, casa ou destino, Eddie vai levando sua vida partida após partida, até enfrentar um grande jogador como ele, Minnesota Fats (Jackie Gleason) . O destino desse confronto vai mudar os rumos de sua vida. Eddie pretende vencer o grande mestre para provar a si mesmo que é um vencedor e não um fracassado como foi definido por Bert Gordon (George C. Scott), um agenciador de apostas e escroque local. 

É impressionante a quantidade de grandes filmes na carreira de Paul Newman. Aqui ele realiza uma de suas atuações mais brilhantes, tanto que foi indicado ao Oscar de Melhor ator. Injustamente não venceu o prêmio mas a justiça se faria anos depois quando Newman retornaria ao mesmo personagem em "A Cor do Dinheiro" ao lado de Tom Cruise. Após tanto tempo Paul Newman finalmente sairia vencedor na categoria. Justiça tardia mas bem-vinda certamente. Outro atrativo do elenco é a presença de Jackie Gleason como Minnesota Fats. O comediante se revela um ator dramático de mão cheia. "Desafio à Corrupção" foi indicado a vários prêmios, inclusive Melhor Filme, mostrando sua imensa qualidade cinematográfica. O roteiro, muito bem escrito, disseca a tênue linha existente entre a vitória e a derrota. A vida é representada pela mesa de bilhar, onde destinos parecem fluir ao sabor das tacadas, resultando numa excelente metáfora sobre a vida e morte dos personagens. "The Hustler" é uma obra prima do cinema. Simplesmente obrigatório.  

Desafio à Corrupção (The Hustler, Estados Unidos, 1961) Direção: Robert Rossen / Roteiro: Sidney Carroll, Robert Rosset baseado na obra de Walter Tevis / Elenco: Paul Newman, Jackie Gleason, Piper Laurie, George C. Scott, Murray Hamilton / Sinopse: Eddie Felson (Paul Newman) é um "Hustler", um enganador de mesas de sinuca. Se fazendo passar por um "pato" ele leva pessoas a apostarem grandes somas de dinheiro com ele. Após apostado todo o dinheiro ele finalmente se revela como o grande jogador que é, ganhando a aposta.  

Pablo Aluísio.

A Casa Silenciosa

Jovem garota, seu tio e seu pai vão até uma casa antiga pertencente à sua família com a finalidade de consertar algumas coisas para coloca-la à venda. O local é escuro e está em mal estado. O que eles não contavam é que estranhos acontecimentos rondam a velha construção. Bem interessante esse “A Casa Silenciosa”. Na verdade se trata do remake americano do filme "La casa muda" que conseguiu uma boa repercussão quando foi lançado. Para quem já viu o original nenhuma surpresa porém o filme pode ser uma boa opção para os que não conhecem a estória e nem o mistério que ronda a casa na floresta. Particularmente gostei do desfecho dos acontecimentos pois acabamos descobrindo que nada é o que aparenta ser. O enredo também foge dos velhos clichês de filmes de casas mal assombradas e aposta numa abordagem mais pé no chão, explorando com bastante eficiência o tema do abuso infantil. Comentar mais seria temerário então cesso por aqui os comentários sobre o roteiro e o argumento do filme.

“A Casa Silenciosa” joga muito com os sustos que se encontram na penumbra do ambiente. Não esqueço uma frase muito inteligente do Stephen King afirmando que a raiz de todos os medos do ser humano se acentua muito quando nos deparamos com uma porta entreaberta para um quarto escuro. Ele tem razão e esse filme explora muito bem esse tipo de situação. A garota passa quase todo o tempo indo de quarto e quarto da casa, totalmente escura ou com iluminação insuficiente. Só esse jogo de sombras já equivale a mais da metade do suspense e terror de “Silent House”. Outro aspecto curioso é o fato de que mesmo os clichês são justificáveis pelo estado de terror com que se encontra a garota. Nesse ponto não há trégua, a tensão realmente está presente da primeira à última cena e nada do que surge em cena é gratuito. A Casa Silenciosa foi dirigido pelo casal Chris Kentis e sua esposa Laura Lau. Seu filme mais famoso até o momento é o singular “Mar Aberto”, onde jovens turistas são esquecidos em alto mar, cercados por tubarões famintos por todos os lados. Lembro que essa produção causou reações extremas na época de seu lançamento, sendo que alguns amaram e outros odiaram o resultado. Certamente “A Casa Silenciosa” vai pelo mesmo caminho. De qualquer forma recomendo pois o filme consegue ser eficiente naquilo que se propõe sem ofender a inteligência do espectador.

A Casa Silenciosa (Silent House, Estados Unidos, 2011) Direção: Chris Kentis e Laura Lau / Roteiro: Gustavo Hernández, Laura Lau / Elenco: Elizabeth Olsen, Adam Trese, Eric Sheffer / Sinopse: Jovem garota (Elizabeth Olsen), seu tio e seu pai vão até uma casa antiga pertencente à sua família com a finalidade de consertar algumas coisas para coloca-la à venda. O local é escuro e está em mal estado. O que eles não contavam é que estranhos acontecimentos rondam a velha construção.

Pablo Aluísio.

Vítimas de Uma Paixão

Uma série de mortes ligadas a anúncios pessoais em jornais acaba levando o policial Frank Keller (Al Pacino) a uma suspeita muito bonita e sensual, Helen (Ellen Barkin). Não demora muito para o policial se apaixonar por ela. Resolvi rever recentemente "Sea of Love". Fazia tanto tempo que tinha assistido pela última vez que resolvi recordar esse verdadeiro revival da carreira do mito Pacino. O ator aqui está em seu habitat natural interpretando um tira com problemas pessoais (um casamento destruído justamente por um colega de trabalho e um indisfarçável problema com bebidas). Esse tipo de caracterização sempre fica ótima na pele do Al. Ele, como grande ator que é, sabe como poucos fazer esse tipo (muito provavelmente porque cresceu ao redor de tiras assim em Nova Iorque, caras que viviam no limite). Ao seu lado ainda temos o simpático comediante bonachão John Godman, ainda ganhando destaque dentro do cinema na época. A produção na época foi encarada como um retorno de Pacino aos filmes comerciais. Ele havia de certa forma se queimado com o fracasso monumental do filme "Revolução" mas aos poucos foi retomando o rumo do sucesso.

Por fim como seu interesse romântico temos em cena a atriz Ellen Barkin, muito charmosa e sensual, aqui esbanjando no visual exagerado tipicamente 80´s (com muito laquê no cabelo e maquiagem pesada). O filme não chega aos pés de outros clássicos policiais da carreira de Al Pacino como o sempre lembrado "Serpico" mas consegue manter o interesse e o suspense durante toda a sua duração. A trilha sonora e os momentos calientes ajudam muito nesse aspecto. Pena que o diretor Harold Becker não tenha feito nada de muito relevante depois desse filme. Digno de nota mesmo apenas sua outra bem sucedida parceria ao lado de Pacino em "City Hall". Muito pouco para quem prometia tanto. De qualquer modo assista "Sea of Love" caso não tenha visto ainda, certamente você não vai se arrepender.

Vítimas de Uma Paixão (Sea Of Love, Estados Unidos, 1989) Direção: Harold Becker / Roteiro: Richard Price / Elenco: Al Pacino, Ellen Barkin, John Goodman, Michael Rooker, Richard Jekins, William Hickey, Samuel L. Jackson. / Sinopse: Uma série de mortes ligadas a anúncios pessoais em jornais acaba levando o policial Frank Keller (Al Pacino) a uma suspeita muito bonita e sensual, Helen (Ellen Barkin). Não demora muito para o policial se apaixonar por ela.

Pablo Aluísio.

X-Men: Primeira Classe

Certamente Hollywood não iria deixar essa franquia de lado. Embora o último filme tenha sido de certa forma definitivo, fechando inclusive a estória, não restavam dúvidas que mais cedo ou mais tarde os mutantes de Stan Lee voltariam às telas. Vivemos atualmente uma verdadeira moda de filmes baseados em personagens de quadrinhos e sendo X-Men um dos mais populares desse universo era certo que eles voltariam de um jeito ou de outro. A solução aqui foi recomeçar tudo praticamente do zero. "X-Men: Primeira Classe", como seu próprio nome sugere, é o começo de uma nova série de filmes, com novos atores e nova proposta. A boa notícia é que esse primeiro filme é divertido, tem bons efeitos, um roteiro bem bolado e bom elenco. Dito isso é interessante salientar também que não é, na minha opinião, um filme isento de falhas. 

O filme caminha bem mas não consegue fugir da fórmula dos demais da franquia X-Men. Essa inclusive foi uma das decepções que tive. Após ler sobre ele antes de assistir fiquei com a impressão que esse seria o mais singular da série, algo mais inovador, mas isso definitivamente não acontece. Claro que seu diferencial é explicar a origem de muitos dos principais personagens da série porém não foge do formulaico para isso. Um pouco mais de ousadia dos realizadores cairia bem. Assim acabamos ficando com sabor de Deja Vu. Perceba que as coisas meio que se repetem. O grupo é formado, eles se conhecem, há um período de treinamento, etc, etc. Nesse quesito mais do mesmo. O grande mérito de First Class é realmente seu elenco (com muitos atores de seriados americanos como Damages, Mad Men, etc). O destaque obviamente vai para a estrela adolescente Jennifer Lawrence. Bonita e talentosa ela rouba todas as cenas em que aparece. O vilão interpretado por Kevin Bacon é outro ponto positivo. De certa forma ele me lembrou muito os primeiros vilões da franquia 007 e como a trama do filme é passada nos anos 60 então encaixou bem. Já Magneto e Xavier são personagens tão carismáticos que funcionam por si mesmos. Então é isso. First Class é um bom filme? Certamente. É inovador dentro da franquia? Não. De qualquer forma vale a pena assistir.  

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, Estados Unidos, 2011) Direção: Matthew Vaughn / Roteiro: Ashley Miller, Zack Stentz baseados nos personagens criados por Stan Lee para a Marvel Comics / Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Kevin Bacon, Rose Byrne, January Jones / Sinopse: Grupo de mutantes são reunidos em uma mesma instituição para ensino e treinamento liderados pelo professor Charles Xavier (James McAvoy). 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Professora Sem Classe

Mas o que aconteceu com os filmes juvenis?! Nos anos 80 os filmes eram divertidos, engraçados, bem escritos. Basta lembrar de John Hughes para entender do que estou falando. O humor hoje surge com tintas ofensivas, geralmente querendo rebaixar as demais pessoas. Além disso a vulgaridade de certas produções chegam a dar vergonha alheia. É um deserto de idéias sem fim. Nem me lembro mais quando assisti um bom filme desse estilo pela última vez. Definitivamente "Bad Teacher" não é um deles. Usando e abusando de clichês o roteiro dessa comédia adolescente além de ser sem graça consegue ser extremamente ofensivo, em especial para com os professores de uma forma em geral. A personagem principal é uma péssima profissional, odeia o que faz e quer mais é se dar bem com algum marido rico (e de preferência idiota) que encontrar pela frente. Ela não tem a menor vocação para ensinar nada e passa o filme inteiro pensando em formas de ganhar dinheiro fácil. Toda a sua motivação se resume a isso: dinheiro. Acontece que a moça quer fazer uma cirurgia de implante de silicone nos seios a todo custo. 

Para atingir esse objetivo a professora interpretada por Cameron Diaz não mede esforços. E aí está o principal problema do filme. Não há como se identificar com uma personagem tão antipática, vazia e imbecil. Os professores que gostam de lecionar são retratados como idiotas pelo roteiro (em especial Justin Timberlake fazendo um professor nerd e boboca). Então para que torcer por uma completa "bitch" como aquela?! Para finalizar a ruindade ainda tem uma cena totalmente nonsense entre Diaz e Timberlake fazendo sexo "vestidos"! Não consegui mesmo entender o proposito daquilo! Enfim, fraco, chato e o pior... sem graça. Ai que saudades do Hughes...]

Professora Sem Classe (Bad Teacher, Estados Unidos, 2011) Direção: Jake Kasdan / Roteiro: Lee Eisenberg, Gene Stupnitsky / Elenco: Cameron Diaz, Jason Segel, Justin Timberlake, Thomas Lennon, Molly Shannon, John Michael Higgins, John Michael Higgins, Jerry Lambert / Sinopse: Elizabeth Halsey (Cameron Diaz) é uma professora colegial nos EUA que odeia sua profissão. Decidida a mudar de vida fará de tudo para conseguir o dinheiro para pagar uma cirurgia de implante de seios. O objetivo é arranjar um marido rico para viver de pernas pro ar.  

Pablo Aluísio.

Um Homem Misterioso

Americano (George Clooney) chega numa pequena cidade italiana e começa a despertar a curiosidade dos moradores locais. Discreto, agindo quase sempre nas sombras, ninguém ao certo sabe quem realmente ele é e a razão dele estar na região. O roteiro desse filme é bem curioso. Para se ter uma idéia nunca descobrimos qual é o nome verdadeiro do personagem de George Clooney. Na maior parte do tempo ele é apenas "O Americano", que inclusive dá origem ao título original em inglês. O estranho sujeito parece não ter quaisquer laços familiares e nem afetivos (seu relacionamento mais sério é com uma prostituta italiana do qual ele não tem certeza se deve confiar). Também não descobrimos ao certo qual era o tipo de serviço que fazia antes de sua chegada na vila italiana e nem exatamente o que ele deveria fazer por lá. Tudo leva a uma determinada direção mas sempre fica a dúvida pairando no ar. Tudo o que o espectador pode fazer nesse filme é simplesmente especular pois certeza não terá de nada! Esse é o aspecto que mais me chamou a atenção em "Um Homem Misterioso" pois o enredo, fazendo jus ao título do filme, também deixa tudo em mais profundo mistério. 

A produção é mais uma na interessante filmografia de George Clooney. Ultimamente o ator tem se dedicado a várias causas humanitárias ao redor do globo e quando encontra tempo nessa sua cruzada para salvar o mundo volta aos bons filmes. De sua safra mais recente esse é certamente um dos filmes mais interessantes. Além do misterioso personagem título o filme ainda apresenta uma bela fotografia que tira todo o proveito das belas locações italianas. Curiosamente a pequenina cidade onde foi rodado o filme (Castel del Monte, L'Aquila, Abruzzo) lembra bastante o clima de certas cidades interioranas do Brasil, principalmente do interior de Minas Gerais e São Paulo. Os imigrantes italianos que chegaram em nosso país certamente trouxeram também sua arquitetura, costumes, cultura e tradições da Itália. O que se vê na tela nos parece bem familiar justamente por isso. O filme foi dirigido por Anton Corbijn com experiência em vídeos musicais (em especial com a banda U2). Como sempre acontece Clooney geralmente escolhe amigos para dirigir seus filmes, algo que novamente acontece aqui. O resultado é bom, interessante e de certo modo até mesmo inteligente. Vale a pena assistir nem que seja pelo menos uma vez. 

 Um Homem Misterioso (The American, Estados Unidos, 2010) Direção: Anton Corbijn / Roteiro: Rowan Joffe, Martin Booth / Elenco: George Clooney, Thekla Reuten, Irina Björklund, Bruce Altman / Sinopse: Americano (George Clooney) chega numa pequena cidade italiana e começa a despertar a curiosidade dos moradores locais. Discreto, agindo quase sempre nas sombras, ninguém ao certo sabe quem realmente ele é e a razão dele estar na região.  

Pablo Aluísio.

Tropas Estelares: Invasion

Uma equipe de elite é enviado para um setor distante do universo para investigar o que teria acontecido com uma nave que perdeu contato com a terra. Sem sinais e vagando pelo espaço os soldados liderados pelo Major Henry 'Hero' Varro acabam descobrindo uma situação terrível. Animação conjunta entre Estados Unidos e Japão com produção da Sony Pictures. Esse foi o caminho encontrado pelos produtores da franquia Tropas Estelares para levar em frente a série, saem os atores de carne e osso e entra a tecnologia digital. Em termos puramente técnicos o resultado é satisfatório mas não impressionante. O problema que mais incomoda aqui é a falta de uma maior expressividade no rosto dos personagens – todos ficam com expressões típicas de videogame. Já nas cenas de ação onde não se foca muito nas expressões dos soldados o resultado é bem melhor. Para inovar um pouco novos tipos de insetos foram acrescentados na franquia, alguns bem curiosos.

Outra coisa que chama a atenção em “Tropas Estelares – Invasion” é a escolha de uma postura mais adulta. Há cenas de nudismo, com as militares de seios à mostra andando nuas para lá e para cá. Por essa razão não é recomendado aos pais de crianças menores que comprem o DVD para seus filhos. O roteiro é redondinho, fechando bem a trama em si. Personagens da franquia original retornam aqui bem mais velhos e com patentes mais elevadas como Johnny Rico. A maior parte da equipe técnica é formada por japoneses. A animação foi dirigida por Shinji Aramaki, especialista em animações e animes nipônicos. No saldo final é um bom passatempo. Talvez daqui para frente Tropas Estelares sobreviva como produto justamente nesse tipo de formato. Não deixa de ser interessante. Os fãs da franquia agradecem.

Tropas Estelares: Invasion (Starship Troopers: Invasion, Estados Unidos, 2012) Direção: Shinji Aramaki / Roteiro: Robert A. Heinlein, Flint Dille / Elenco: Leraldo Anzaldua, Luci Christian, Melissa Davis / Sinopse: Uma equipe de elite é enviado para um setor distante do universo para investigar o que teria acontecido com uma nave que perdeu contato com a terra. Sem sinais e vagando pelo espaço os soldados liderados pelo Major Henry 'Hero' Varro acabam descobrindo uma situação terrível.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Amor Pede Passagem

Mike (Steve Zahn) é um solteirão que trabalha no hotel de beira de estrada de seus pais. Sem perspectivas na vida profissional e afetiva ele acaba conhecendo a executiva bem sucedida Sue Claussen (Jennifer Aniston) e fica completamente apaixonado por ela. Além de ter um amor à primeira vista típico de adolescentes ele ainda sofre de um amor platônico sem amarras. Será que duas pessoas tão diferentes poderiam realmente dar certo? "O Amor Pede Passagem" é mais uma daquelas comédias românticas que apostam na chamada atração dos opostos. O filme para falar a verdade não é de todo mal, tem jeito de produção independente (apesar de não ser), um ritmo leve, um jeito despretensioso e uma vontade enorme de ser alternativo. Bom, ficou na intenção. Apesar de tudo tem seus pontos positivos. 

A Jennifer Aniston, por exemplo, começa o filme fazendo algo um pouquinho diferente de seus personagens habituais. Aqui ela aparece na pele de uma mulher um tanto quanto calculista, fria e sistemática. Pelo menos nas cenas iniciais. A caracterização cai bem em uma personagem que é uma executiva do mundo dos negócios. Steve Zhan repete seu personagem padrão. Quase sempre ele interpreta adultos que psicologicamente nunca conseguem sair da adolescência. Até em trabalhos mais consistentes como a ótima série "Treme" da HBO Zhan repete esse tipo de papel. Não é ruim, apenas repetitivo em excesso. O roteiro lida com situações que se sucedem meio que por acaso ao longo do filme e mais coisas implausíveis vão acontecendo (como o cara ir atrás dela pelo país afora e ela não ficar nem um pouco assustada com esse comportamento totalmente freak!). De fato se algo assim realmente acontecesse na vida real era bem possível que a executiva entrasse com uma ordem de restrição contra o pobre rapaz. O que antigamente eram simples caso de paixões platônicas hoje em dia virou caso de justiça. Aliás o grande problema do filme é esse, tem muita coisa implausível acontecendo, a maior delas é justamente o romance dos dois, algo que na vida real muito provavelmente jamais aconteceria. Recomendo mais para as fãs de comédias românticas já que o filme é assim mesmo, "bonitinho" em demasia e com "final fofo". Se faz o seu estilo então desligue o bom senso e se divirta.  

O Amor Pede Passagem (Management, Estados Unidos, 2008) Direção: Stephen Belber / Roteiro: Stephen Belber / Elenco: Jennifer Aniston, Woody Harrelson, Steve Zahn, Margo Martindale, Fred Ward, Tzi Ma / Sinopse: Mike (Steve Zahn) é um solteirão que trabalha no hotel de beira de estrada de seus pais. Sem perspectivas na vida profissional e afetiva ele acaba conhecendo a executiva bem sucedida Sue Claussen (Jennifer Aniston) e fica completamente apaixonado por ela. Além de ter um amor à primeira vista típico de adolescentes ele ainda sofre de um amor platônico sem amarras. 

Pablo Aluísio.