quarta-feira, 11 de julho de 2012

Solteiros Com Filhos

O modelo de família monoparental, ao estilo tradicional, tem sido substituído ultimamente por novas formas de relacionamento, algumas bem excêntricas, outras decorrentes do alto número de divórcios que a cada ano tem aumentado. O fato é que as pessoas finalmente entenderam que o importante na vida é ser feliz e não seguir dogmas de relacionamento impostos por tradições arcaicas e ultrapassadas. Assim se tornou bobagem hoje em dia ter uma certa postura rígida imposta por velhos costumes, como se casar em tal idade, ter forçosamente filhos, etc. Muitos hoje preferem seguir por outro caminho, permanecendo solteiros, sem filhos, com maior liberdade pessoal. Hollywood tentando entender o que se passa enfoca o tema nessa nova comédia romântica chamada "Friends With Kids". No enredo dois solteirões, Jason Fryman (Adam Scott) e Julie Keller (Jennifer Westfeldt) resolvem ter um filho por conta própria, mesmo permanecendo solteiros, não estando apaixonados um pelo outro e nem querendo algo parecido com o que acontece com seus amigos mais próximos, pessoas casadas ao velho estilo cujas vidas são infelizes e cheias de crises. Os casais do filme inclusive me lembraram de um antigo ditado que diz: "Poucas coisas no mundo são mais indicadas para destruir um ótimo relacionamento do que o casamento". 

De fato os casais que passeiam pela tela vivem aos berros, em clima de total desrespeito pelo companheiro, estressados, com pouco carinho envolvido na relação (se é que isso ainda consiga resistir a monotonia típica de um casamento quadrado e tradicional). O casamento de Ben (Jon Hamm), por exemplo, destruiu até mesmo uma das poucas coisas boas que ainda tinha com sua esposa, a vida sexual. "Solteiros Com Filhos" até desenvolve bem toda a situação de pais solteiros com um filho em comum que continuam a se relacionar com outras pessoas sem qualquer culpa e stress. O problema é que em seus minutos finais, sem qualquer lógica ou fundamento, o comportamento dos personagens muda radicalmente e o filme sofre um viés conservador e bobo que leva tudo a perder. Jennifer Westfeldt, que estrela, dirige e assina o roteiro do filme se mostra muito inovadora no desenvolvimento do tema mas muito boba na conclusão da fita, transformando tudo em mais uma comédia romântica água com açúcar que Hollywood produz todos os anos. Faltou coragem para ela ir até as últimas consequências. O projeto nas mãos de alguém mais corajoso e menos conservador teria rendido excelentes frutos. Do jeito que ficou ficamos certos da falta de pulso da realizadora que preferiu o caminho fácil, piegas. Uma pena.  

Solteiros Com Filhos (Friends With Kids, Estados Unidos, 2012) Direção: Jennifer Westfeldt / Roteiro: Jennifer Westfeldt / Elenco: Jennifer Westfeldt, Adam Scott, Maya Rudolph, Jon Hamm, Kristen Wiig, Chris O'Dowd, Megan Fox, Edward Burns / Sinopse: No enredo dois solteirões, Jason Fryman (Adam Scott) e Julie Keller (Jennifer Westfeldt) resolvem ter um filho por conta própria, mesmo solteiros, não estando apaixonados um pelo outro, e nem querendo algo parecido com o que acontece com seus amigos mais próximos, pessoas casadas ao velho estilo cujas vidas são infelizes e cheias de crises.  

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Comando Para Matar

Se algum dia seu filho lhe perguntar como era o cinema de ação da década de 80 eu sugiro que você passe para o garoto esse "Commando". Pegando carona nos sucessos de Stallone o austríaco Arnold Schwarzenegger estrelou em 1985 o filme brucutu da década! Enquanto Stallone ainda se preocupava em armar toda uma situação dramática para desenvolver minimamente seus personagens, os filmes de Scharzennegger não perdiam tempo com esses detalhes. Se Rambo chorava pela perda do Vietnã, o Coronel John de "Commando" simplesmente usava um facão e uma bazuca para colocar ordem no mundo. Nada de sutilezas, filmes testosterona por excelência, porrada pela porrada e nada mais, sem discursos, sem papo furado, só pancadaria sem limites (e coloca sem limites nisso já que o filme de tão exagerado acabou ficando engraçado com os anos pois Arnold Schwarzenegger com apenas uma arma vence praticamente um exército inimigo inteiro no muque! Coisa de louco!). Os filmes de ação dos anos 80 eram assim mesmo, ao estilo "quebra ossos"! Tudo o que se precisava era de uma razão qualquer para se começar a matança desenfreada. 

Nesse "Comando Para Matar" o halterofilista Schwarzenegger mata centenas e centenas de inimigos sem muito esforço (geralmente os mesmos figurantes que morriam e apareciam na cena seguinte para também levar sua cota de balas e cair morto mais uma vez!). Nem preciso dizer que o filme foi mais um grande sucesso na carreira do ator. Para se ter uma ideia "Commando" custou menos de 10 milhões de dólares e rendeu quase sete vezes mais mundo afora! Nada mal. O filme acabou gerando (junto com Rambo) outros pequenos filmes de ação de roteiros semelhantes ao estilo "exército de um homem só". Em sua esteira vieram coisas como "Braddock" (com o baixinho indestrutível e marrento Chuck Norris) e centenas de cópias baratas que enchiam as locadoras (era a época do estouro do VHS no mercado brasileiro e mundial). Hoje em dia muitos atribuem essa overdose de violência no cinema ao momento político em que vivia os EUA. Com um governo ultra direita e republicano no poder (a chamada era Ronald Reagan) não parecia haver qualquer limite para a beligerância norte-americana. Eu acho essa visão um pouco exagerada, no fundo talvez tudo não passe apenas de um nicho de público que os estúdios descobriram na época. Os espectadores pareciam se divertir como nunca ao presenciarem o brutamontes austríaco mandando alguns inescrupulosos para o inferno! Mais anos 80 do que isso impossível! Diversão escapista em suma. 

Comando Para Matar (Commando, Estados Unidos, 1985) Direção: Mark L. Lester / Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Rae Dawn Chong, Dan Hedaya, Vernon Wells. / Sinopse: Jenny Matrix (Alyssa Milano) é sequestrada por um grupo paramilitar. Um ex-ditador latino-americano tenta usar a garota como meio de troca para que seu pai, o Coronel John Matrix (Arnold Schwarzenegger) mate um rival político que atualmente está no poder em seu país. Como descobrirá depois essa definitivamente não foi uma boa idéia.  

Pablo Aluísio.

O Clube dos Cafajestes

Esse filme foi feito no final dos anos 70 mas na realidade é um dos grandes precursores do estilo de comédia que seria feito na década seguinte. Produzido pela revista de humor National Lampoon o filme trazia como atrativo o comediante John Belushi, já naquela altura um dos mais populares dos EUA, graças ao programa SNL. Escrachado, glutão e nojento seu estilo de humor caiu muito bem no papel de um estudante universitário de uma fraternidade lixo, cheio de péssimos alunos, garotas de moral duvidosa e muitas festas (inclusive a famosa festa da toga, com todo mundo vestido de romano). Esse universo de fraternidade é tipicamente americano e geralmente vira tema de filmes e seriados (como o recente Greek), sendo "Animal House" um dos pioneiros do estilo. 

Visto hoje o filme obviamente envelheceu um pouco. Seu estilo de humor com muita anarquia foi considerado na época uma inovação e tanto mas nos dias de hoje já não choca mais. Além disso algumas gags podem soar ingênuas demais para os jovens de hoje. Apesar disso e de ter um roteiro simples em demasia o filme ainda consegue divertir se levarmos em conta todos esses fatores. De resto fica a nostalgia e a lamentação de ver um comediante tão talentoso como Belushi ter morrido tão precocemente. Ele certamente poderia ter feito muito mais se não tivesse sucumbido de uma overdose alguns anos depois da realização desse filme.  

O Clube dos Cafajestes (Animal House, Estados Unidos, 1978) Direção: John Landis / Roteiro: Harold Ramis, Douglas Kenney / Elenco: John Belushi, Karen Allen, Tom Hulce, Kevin Bacon, Stephen Furst / Sinopse: O filme mostra o cotidiano de uma fraternidade americana na década de 60. Bebedeiras, festas e confusões envolvendo os alunos com a direção da universidade.  

Pablo Aluísio.

Da Magia à Sedução

Título no Brasil: Da Magia à Sedução
Título Original: Practical Magic
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Griffin Dunne
Roteiro: Alice Hoffman, Robin Swicord
Elenco: Sandra Bullock, Nicole Kidman, Stockard Channing, Dianne Wiest, Evan Rachel Wood, Aidan Quinn
  
Sinopse:
Duas irmãs, Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman), tentam fugir de uma maldição secular. As mulheres de sua família, bruxas em um passado distante, não conseguem ser felizes no amor. Os homens com quem elas se envolvem geralmente acabam tendo finais trágicos. Para fugir desse destino tão cruel elas então tentam mudar o futuro, olhando para as lições do passado. Filme vencedor do Blockbuster Entertainment Awards na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Stockard Channing).

Comentários:
É um filme que hoje em dia está mais do que datado. E isso nem faz muita diferença pois o filme realmente nunca foi grande coisa! O roteiro jamais convence, é tudo muito popzinho, inofensivo, nada marcante. Revisto hoje em dia o maior atrativo vem obviamente do elenco, com uma ótima dupla de beldades de Hollywood, ainda bem jovens, bonitas e sensuais na época, prestes a se tornarem grandes estrelas de cinema (na época do filme elas ainda não tinham atingido esse status, sendo apenas atrizes promissoras). Como escrevi o argumento é bobinho, bobinho, tudo baseado na obra teen da escritora Alice Hoffman (alguém ainda lembra dos livros dela?). Nicole Kidman, já com os cabelos alisados, sem aqueles grandes cachos do começo de sua carreira, mas ainda bem ruivos, rouba todas as atenções com sua beleza. Já Bullock faz a linha mais inteligente, intelectual, embora também esteja muito bonita em cena. Um detalhe curioso: esse foi um dos primeiros trabalhos de Evan Rachel Wood (de "Westworld"). Ela era apenas uma garotinha e foi indicada, veja só, ao prêmio da Young Artist Awards! Mas enfim, esse é mesmo um desses filmes sobre magia que eram direcionados mais para o público jovem dos anos 90. Hoje em dia anda bem esquecido, o que não deixa de ser completamente compreensível porque é um filme bem mais ou menos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Mary e Max - Uma Amizade Diferente

Existem filmes que são tão pequeninos mas com uma alma tão grande! Um dos grandes exemplos disso é esse lírico "Mary and Max" que me foi indicado com tanta convicção por uma amiga que resolvi conferir. Ela estava mais do que certa. O que posso dizer? Simplesmente genial. Fazia muito tempo que não assistia uma animação tão inspirada (e inspiradora) como essa. A forma como a história (que o filme esclarece ser real) é contada é sublime e maravilhosa. A trama é das mais simples: Max Jerry Horovitz (Philip Seymour Hoffman) é um senhor judeu e nova iorquino que certo dia recebe uma carta de Mary Daisy Dinkle (Toni Collette), uma garotinha de apenas oito anos que mora do outro lado do mundo, na Austrália. Eles se tornam amigos por correspondência durante anos. Max sofre da síndrome de Asperger que o isola do mundo ao redor, se tornando solitário e sem amigos. Finalmente com Mary ele consegue criar um genuíno laço de amizade com outra pessoa. Parece triste mas não é. O humor é ótimo, embora em muitas cenas seja entrelaçado com um gostinho amargo de melancolia. De qualquer forma além de tratar de um assunto sério (a síndrome de Asperger que atinge Max) o filme apresenta um roteiro tão bem escrito que coloca muito longa convencional no chinelo. 

O fato de ser uma animação pode afastar algumas pessoas da produção, principalmente os que acham que animação é apenas coisa de criança mas mesmo para esses recomendo "Mary and Max" pois tudo é tão tocante e sincero que faz valer a pena cada minuto de exibição. Aliás é bom esclarecer que a animação usada no filme é algo que acrescenta muito ao resultado final. A técnica de "massinhas" (Stop Motion onde cada movimento é capturado lentamente em estúdio) ajuda ainda mais no jeito charmoso do filme pois cria um clima de ternura e sensibilidade que casa muito bem com o enredo. Muito provavelmente esse tipo de roteiro perderia muito de seu charme se fosse rodado de outra forma. É seguramente uma das animações mais ternas e sensíveis que já assisti na minha vida. Simplesmente imperdível (e emocionante). Minhas palmas para Mary e Max. Nota 10.

Mary e Max - Uma Amizade Diferente (Mary and Max, Estados Unidos, 2009) Direção: Adam Elliot / Roteiro: Adam Elliot / Elenco (vozes): Toni Collette, Philip Seymour Hoffman, Eric Bana / Sinopse: Max Jerry Horovitz (Philip Seymour Hoffman) é um senhor judeu e nova iorquino que certo dia recebe uma carta de Mary Daisy Dinkle (Toni Collette), uma garotinha de apenas oito anos que mora do outro lado do mundo, na Austrália. Eles se tornam amigos por correspondência durante anos. Max sofre da síndrome de Asperger que o isola do mundo ao redor, se tornando solitário e sem amigos. Finalmente com Mary ele consegue criar um genuíno laço de amizade com outra pessoa.  
 
Pablo Aluísio.

Nada é Para Sempre

No Estado americano de Montana, no começo do século XX, dois jovens crescem e enfrentam as adversidades da vida adulta. São filhos do reverendo Maclean (Tom Skerritt). Paul (Brad Pitt) é impulsivo, rebelde e aventureiro. Norman (Craig Sheffer) apenas deseja seguir os passos de seu pai. O estouro da I Guerra Mundial trará grandes modificações no seio familiar. Eu poderia escrever um texto bem longo sobre essa produção dirigida por Robert Redford mas isso iria ser desnecessário porque o filme pode ser resumido numa frase simples: "Nada é Para Sempre" é um filme bonito. Isso mesmo. A produção não é apenas bonita por ter sido filmada numa das reservas naturais mais belas dos Estados Unidos, o que resultou numa fotografia de encher os olhos. Ele é bonito porque tem um roteiro com muito lirismo, nostalgia e saudosismo. 

Baseado em fatos reais o filme se apóia nas ternas lembranças de Norman Maclean, um professor em idade avançada que vai recordando os anos de sua juventude ao lado de seu irmão e seus pais. Como pano de fundo as pescarias que faziam juntos, com o rio servindo como um símbolo da própria vida que passa por nós! Tudo muito suave, relembrado com muita ternura. Embora seja estrelado pelo ator Craig Sheffer, o filme acabou sendo um dos primeiros de repercussão do jovem Brad Pitt. Ainda meio desconhecido dentro da indústria Brad mostra muita desenvoltura e boa disposição no papel de Paul, o filho caçula dos Macleans. Interessante notar que mesmo em um filme dirigido por Redford o praticamente novato Pitt não se intimidou e aparece bem à vontade, num sinal do grande astro que ele iria se transformar dentro de alguns anos. Esse papel causou suspiros em suas jovens fãs no começo dos anos 90 pois Brad estava no auge da juventude e beleza. Como se isso não bastasse o filme ainda é agraciado por uma das melhores trilhas incidentais que já ouvi. "Nada é Para Sempre" é isso, bonito como sua fotografia, belo como o lirismo de seu roteiro e um colírio para os olhos por suas lindas paisagens naturais. Se ainda não assistiu fica a dica, sendo você um amante da beleza ou não. 

Nada é Para Sempre (A River Runs Through It, Estados Unidos, 1992) Direção: Robert Redford / Roteiro: Richard Friedenberg baseado no livro de Norman Maclean / Elenco: Craig Sheffer, Brad Pitt, Tom Skerritt / Sinopse: No Estado americano de Montana, no começo do século XX, dois jovens crescem e enfrentam as adversidades da vida adulta. São filhos do reverendo Maclean (Tom Skerritt). Paul (Brad Pitt) é impulsivo, rebelde e aventureiro. Norman (Craig Sheffer) apenas deseja seguir os passos de seu pai. O estouro da I Guerra Mundial trará grandes modificações no seio familiar. 

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de julho de 2012

Protegendo o Inimigo

"Protegendo o Inimigo" é um eficiente thriller de espionagem que tenta renovar os filmes de espiões que andam tão em baixa ultimamente em Hollywood. O curioso é que o roteiro tem nuances claramente inspiradas em uma das séries mais populares atualmente nos EUA, "Homeland". Tal como acontece na TV aqui temos também agentes da CIA pouco confiáveis, com intenções nem sempre claras e toda uma rede de conspiração que liga desde os altos escalões até os níveis mais baixos da hierarquia da principal agência de inteligência norte-americana. No meio dessa situação não se sabe ao certo quem está ao seu lado e quem é o inimigo. Curioso porque ultimamente o povo americano parece ter perdido a inocência sobre essas agências do governo. A CIA, por exemplo, que sempre aparecia nas telas antigamente como pilar da liberdade e da legalidade hoje surge quase sempre envolta em neblina e obscuridade. Também tem se tornado comum vermos em seriados e filmes atos de tortura promovidos por agentes dessa agência, num claro sinal que há uma certa resignação nos métodos criminosos que supostamente são usados para retirar informações dos prisioneiros. 

Depois dos abusos cometidos nos últimos conflitos em que os EUA se envolveu o povo daquele país tem tomado consciência que a linha que separa mocinhos e criminosos está cada vez mais tênue. Em um dos diálogos mais interessante do filme um alto membro da CIA afirma que "ninguém quer saber a verdade". De fato, o filme apesar de não ir tão fundo nesse ponto (é basicamente uma fita de ação) não deixa de expor a vasta teia de interesses escusos que rondam esses setores da inteligência norte-americana. O elenco é liderado pelo sempre correto e regular Denzel Washington. Incrível como esse ator consegue sempre manter uma excelente regularidade em sua carreira, nunca participando de filmes ruins ou abaixo de um certo nível de qualidade. Ao seu lado, vivendo um jovem e inexperiente agente da CIA temos o Ryan Reynolds. Se Denzel tem uma regularidade de bons filmes em sua filmografia Ryan parece seguir o sentido contrário, estrelando péssimos filmes como "Lanterna Verde", por exemplo. Espero que melhore daqui pra frente. "Protegendo o Inimigo" é o primeiro filme de repercussão do diretor Daniel Espinosa. Pelo resultado final desse bom thriller podemos apostar algumas fichas no novato. Vamos esperar. 

Protegendo o Inimigo (Safe House, Estados Unidos, 2012) Direção: Daniel Espinosa / Roteiro: David Guggenheim / Elenco: Denzel Washington, Ryan Reynolds, Robert Patrick / Sinopse: Tobin Frost (Denzel Washington) é um ex-agente da CIA acusado de alta traição que é capturado na África do Sul e colocado sob os cuidados do novato e inexperiente agente Matt Weston (Ryan Reynolds) que fará de tudo para manter o procurado sob sua custódia. 

Pablo Aluísio.

As Três Faces de Eva

Eve (Joanne Woodward) é uma jovem com transtornos psiquiátricos que desenvolve três personalidades diferentes: Eve (sua personalidade normal), Eve Black (em que apresenta um espírito livre e sensual, sem as amarras sociais da Eve real) e Jane (que é bem mais racional que as demais). Ela então começa um tratamento com os médicos Curtis Luther (Lee J. Cobb) e Francis Day (Edwin Jerome) que ficam intrigados com sua situação médica. "As Três Faces de Eva" não é um filme fácil - achei pesado, tenso e que exige atenção do espectador. Joanne Woodward brilha, isso é um fato. Ela encarna três personagens na verdade, todas elas surgindo várias vezes em uma única cena. Eva White é meiga, submissa, mãe e tímida. Eva Black é extrovertida, atirada, falastrona e adora dançar com soldados e marinheiros. Por fim Jane, uma senhora elegante, racional e consciente de sua situação (ao ponto de dizer ao amado que não pode amar em plenitude pois sofre de uma doença mental)

São três personalidades bem diferentes entre si mas Joanne mostra muito talento ao tornar todas elas bem verossímeis. Esse papel acabou dando o Oscar de melhor atriz para Joanne Woodward, prêmio mais do que merecido aliás. Ela está totalmente convincente em todas as caracterizações. O filme em sua essência é indicado para pessoas que atuam nas áreas de psiquiatria e psicologia. O roteiro propõe uma tese sobre o que teria causada essa personalidade múltipla e para apreciar mesmo o filme é necessário aceitar a explicação que é apresentada no desfecho. Eu pessoalmente achei interessante mas não completa. Enfim, um filme curioso e interessante que conta com a ótima atuação da esposa do Paul Newman. Vale a pena conhecer.

As Três Faces de Eva (The Three Faces of Eve, Estados Undos, 1957) Direção: Nunnaly Johnson / Roteiro: Nunnally Johnson baseado no livro de Corbett Thigpen / Elenco: Joanne Woodward, Lee J. Cobb, David Wayne, Vince Edwards, Nancy Kulp, Ken Scott, Edwin Jerome, Alena Murray / Sinopse: Eve (Joanne Woodward) é uma jovem com transtornos psiquiátricos que desenvolve três personalidades diferentes: Eve (sua personalidade normal), Eve Black (um personalidade livre e sensual, sem as amarras sociais da Eve real) e Jane (que é bem mais racional que as demais). Ela então começa um tratamento com os médicos Curtis Luther (Lee J. Cobb) e Francis Day (Edwin Jerome) que ficam intrigados com sua situação.

Pablo Aluísio. 

sábado, 7 de julho de 2012

Deixe-me Entrar

"Deixe-me Entrar" é o remake americano do excelente filme sueco "Deixa Ela Entrar" que causou frisson mundo afora em 2008. Muita gente torceu o nariz para essa produção pois o original já era tão bom e definitivo. Como todo mundo sabe odeio remakes, principalmente de filmes que gosto muito (e eu particularmente adoro o filme de Tomas Alfredson) mas aqui certamente abrirei uma exceção. Desnecessária uma refilmagem menos de dois anos depois do primeiro filme ter sido lançado? Certamente. Apesar de tudo isso vou dar o meu braço a torcer. Não acredito que a existência de "Deixe-me Entrar" tenha sido totalmente inútil. Eu acabei gostando dessa releitura. As pessoas podem até defender a tese de que sua própria existência não tem razão de ser e no fundo há uma certa verdade em pensar assim, porém já que o filme foi feito pelos americanos devo dizer que é muito bom saber que eles realmente fizeram um remake bem acima da média. É importante deixar claro que o filme não é a refilmagem take por take do original. Algumas coisas foram acrescentadas e no balanço final nada está em excesso ou em falta na versão americana. É um filme bem fechado em si mesmo.

Talvez o segredo da bem sucedida refilmagem esteja no elenco. Não tanto do garotinho (interpretado por Kodi Smit-McPhee) pois considero o do original melhor mas sim da jovem atriz Chloe Moretz. Sua interpretação é literalmente "sinistra" alternando momentos de ternura com fúria selvagem. Os efeitos especiais também estão no tom certo. Eu tinha receio de que na versão americana eles fizessem uma orgia de efeitos gratuitos, mas não, isso não acontece. Eles certamente estão em maior número do que no filme original mas são discretos e bem colocados. Acredito que quem assistiu ao original vai gostar também desse remake, pois não adianta mais chorar sobre o leite derramado. Curiosamente o filme acabou sendo uma decepção nas bilheterias. O público norte-americano mesmo estando em um momento particularmente muito interessado em vampiros (vide o sucesso da saga Crepúsculo) acabou rejeitando a produção. O que aconteceu afinal? Provavelmente a estória de "Deixe-me Entrar" seja europeia demais para os gringos ou então sofisticada além do limite para o americano médio que consome pipoca nas salas de shopping center. De qualquer maneira isso é o de menos, "Deixe-me Entrar" e o original "Deixa Ela Entrar" são mais do que recomendados aos fãs de terror. Se um é pouco, dois já está bom demais.

Deixe-me Entrar (Let Me In, Estados Unidos, 2010) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Matt Reeves, John Ajvide Lindqvist / Elenco: Chloë Grace Moretz, Kodi Smit-McPhee, Richard Jenkins / Sinopse: Owen (Kodi Smit-McPhee) é um garoto solitário que sofre bullying na escola onde estuda. Tudo começa a mudar quando ele se torna amigo de Abby (Chloë Grace Moretz) uma menina da sua idade que se torna sua vizinha.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Projeto X

Um grupo de adolescentes resolve fazer uma festa de aniversário para um amigo em sua casa quando seus pais saem para celebrar seu próprio aniversário de casamento. O que começa como uma pequena festinha com alguns colegas de escola acaba desvirtuando para uma festa monstruosa, com milhares de pessoas vindo de todos os lugares - com direito a mulheres nuas, depredação da casas, brigas, bebedeiras, drogas e até um anão violento que é colocado dentro do forno da cozinha! "Projeto X" é um filme novo feito de uma piada velha. Esse tipo de produção feita para jovens e adolescentes tem longa tradição na história do cinema americano. Seu auge foi certamente na década de 80 quando vários filmes desse estilo se tornaram grandes sucessos, virando franquias de muita bilheteria como por exemplo "Porky´s", "O Último Americano Virgem" e aquele que foi considerado o filme predecessor de todos eles, o famoso "O Clube dos Cafajestes". 

Recentemente houve uma franquia que deu origem a muitos filmes chamada "American Pie". Em essência todos esses filmes são iguais: adolescentes loucos para transar se metem em confusões para perderem suas virgindades. A única diferença mais marcante de "Projeto X" para todos esses filmes é o ponto de vista para o espectador. Aqui acompanhamos tudo pela lente de um dos amigos que vai filmando tudo com sua câmera caseira. O filme tem suas qualidades e seus defeitos. Entre as qualidades estão a pouca duração (que deixa tudo muito ágil e eficiente) e o trio de jovens atores principais, todos carismáticos. Claro que os estereótipos estão todos lá: O idiota metido a querer ser popular e se dar bem, o Geek, o gordinho que é motivo de piada dos demais, a garota linda da escola que é o objeto de desejo de todos eles e os populares, geralmente valentões e beberrões. O lado ruim de "Projeto X" é sua mensagem subliminar que afirma que para ser popular o sujeito tem que promover uma festa daquelas com direito a todos os abusos e exageros possíveis (até jovens fumando crack surgem em cena!). De qualquer forma a produção pode servir como uma diversão ligeira, sem maiores pretensões mas para isso você terá que desligar seu modo pensante e crítico. Feito isso poderá até dar algumas risadas com o absurdo da situação.  

Projeto X - Uma Festa Sem Controle (Project X, Estados Unidos, 2012) Direção: Nima Nourizadeh / Roteiro: Matt Drake, Michael Bacall / Elenco: Thomas Mann, Oliver Cooper, Jonathan Daniel Brown / Sinopse: Um grupo de adolescentes resolve fazer uma festa de aniversário para um amigo em sua casa quando seus pais saem para celebrar seu próprio aniversário de casamento. O que começa como uma pequena festinha com alguns colegas de escola acaba desvirtuando para uma festa monstruosa, com milhares de pessoas vindo de todos os lugares - com direito a mulheres nuas, depredação de casas, incêndios, tumultos, brigas, bebedeiras, drogas e até um anão violento que é colocado dentro do forno da cozinha!

Pablo Aluísio.