quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Filmes no Cinema - Edição IV
O outro filme a ocupar muitas salas será a animação "LEGO Batman: O Filme". Eu fico até surpreso desses filmes da LEGO conseguirem tanto espaço no circuito comercial. Isso porque nunca consegui visualizar uma linha de separação muito clara entre o filme como produto cinematográfico e a pura propaganda de uma franquia de brinquedos! Já tinha conhecimento de filmes anteriores da LEGO explorando o universo Star Wars, etc, mas essa sociedade com a DC Comics me parece bem estranha (e oportunista).
Já para quem quiser fugir do arrasador marketing do novo filme de E.L. James e dos brinquedos da LEGO, fica a sugestão do filme alemão "Toni Erdmann". O roteiro se propõe a ser um drama com muitas doses de humor mostrando uma filha tendo que lidar com um pai bem fora dos padrões. É bom para conhecer melhor o cinema germânico - austríaco da atualidade. Só não espere que o filme seja exibido em muitas salas. Outra dica para quem gosta de cinema europeu é o drama romântico francês "Marguerite & Julien: Um Amor Proibido". Devo dizer porém que o tema do roteiro é bem polêmico - enervante para alguns - pois se trata do amor incestuoso que nasce entre dois irmãos! Não me recordo de ter visto nada parecido vindo da filmografia francesa.
Voltando para as produções americanas outro filme que chega nas telas hoje é "Vale da Luta". É um filme de lutas, estrelado por mulheres! Uma jovem se envolve no submundo das lutas clandestinas e acaba sendo espancada numa floresta distante. Ela é dada como morta, mas sua irmã resolve investigar o que teria acontecido. O elenco é liderado por Susie Celek e Chelsea Durkalec. E para finalizar vamos falar dos filmes nacionais que chegam nas telas hoje. No drama "Redemoinho" de José Luiz Villamarim, temos dois amigos que se reencontram após muitos anos. No interior de Minas Gerais eles começam a relembrar fatos do passado de suas vidas. Em "A Cidade onde Envelheço" da cineasta Marília Rocha, acompanhamos a luta de duas portuguesas que se mudam para o Brasil, enfrentando toda a barra de se viver agora em um outro país, um outro continente.
Pablo Aluísio.
Dicas do Youtube
O que Assistir no Youtube?
Bom, as pessoas passam horas e horas navegando no Youtube em busca de algo para assistir. Aqui nessa postagem eu vou colocar algumas dicas de bons vídeos que assisti naquela plataforma recentemente. Não são os melhores vídeos de todos os tempos, nada disso, apenas vídeos interessantes que assisti nesse último mês do ano de 2020. Para facilitar a pesquisa dos vídeos irei colocar aqui exatamente como os títulos estão no Youtube.
Elvis Presley - Blue Christmas (Official Animated Video) - O canal oficial do cantor Elvis Presley tem produzido alguns clips muito bons para o Youtube. Como estamos no final do ano, chegando na época do natal, o canal disponibilizou uma animação com esse clássico natalino "Blue Christmas" do disco de 1957 chamado "Elvis Christmas Album". A animação ficou uma graça, de muito bom gosto, nostálgica. Os desenhos todos em tonalidades de azul e branco são certamente um destaque. Um vídeo para aquecer o coração nesse ano tão complicado de nossas vidas.
Mengele - A vida e morte do médico nazista - Esse vídeo é do canal da Youtuber Bel Rodrigues. Ela aqui comenta sobre o livro "Mengele - A história completa" que inclusive estou lendo no momento e que em breve pretendo colocar uma resenha aqui em nosso blog. Bom, Mengele foi um carrasco nazista, um médico que fez coisas horrorosas no campo de concentração de Auschwitz. Ele fugiu depois da guerra e veio parar na América do Sul, onde viveu nos países da Argentina, Paraguai e por fim Brasil. Morreu em uma praia de Santos, sem ter pagado por seus crimes. Bom vídeo da Bel. Ela comete alguns pequenos deslizes, mas nada que vá estragar o bom trabalho que ela produz no Youtube.
John Lennon - 40 anos da morte no Youtube - Hoje, 8 de dezembro de 2020, completa-se 40 anos da morte de John Lennon. Ele foi morto por um fã enlouquecido dos Beatles que acreditava que ele era um traidor de seus próprios ideais, um sujeito que cantava uma coisa, mas que na realidade vivia como um milionário. Também começou a acreditar que ele era o verdadeiro John Lennon. Completamente insano, o assassino resolveu matar o ex-Beatle pois ele seria na verdade um "impostor". Loucura, loucura demais. John morreu, com vários tiros dados à queima roupa, pelas costas, na mais pura covardia.
E nesse dia tão triste, quando o mundo relembrou sua morte, vários canais do Youtube fizeram vídeos em homenagem ao ex-Beatle, cantor, compositor e poeta. Um deles foi o canal Alta Fidelidade, que fez um review do último CD duplo do cantor que chegou nas mãos dos fãs nesses últimos dois meses. O "Let it Beatles" procurou fazer um panorama geral de tudo o que aconteceu e o Beatles School fez um vídeo bem diferente, contando uma história de como John Lennon havia sobrevivido a esse atentado. Claro, isso nunca aconteceu, John Lennon morreu mesmo, foi assassinado, mas de qualquer forma não custa sonhar. Na imaginação, na mente, tudo é possível. Basta sonhar com dias melhores, tanto do passado, como do futuro.
Dinastia RomanovO Youtube, via de regra, tem muito lixo, mas quem estiver disposto a cavar bons vídeos, certamente vai encontrar coisa boa. Nesses últimos dias assisti a 3 bons vídeos sobre o fim da Dinastia Romanov. Como sabemos o último czar russo Nicolau II foi assassinado por revolucionários durante a revolução russa. Nicolau II foi fuzilado ao lado da esposa Alexandra e dos filhos Olga, Tatiana, Maria, Anastásia e Alexei.
Eles foram executados em um porão e seus corpos foram escondidos em uma floresta. Levou décadas - 80 anos - para que seus restos mortais fossem encontrados. O documentário no NetGeo "Os Romanov" explora a pesquisa científica para confirmar que aqueles corpos pertenciam realmente à família real russa. Os resultados foram positivos.
Outra dica vai para o canal de Paulo Rezzutti. O escritor é conhecido pelos ótimos livros que escreveu sobre a família imperial do Brasil, mas seu canal não se resume a isso. Ele também tem ótimos vídeos sobre outras monarquias da Europa, com destaque a um vídeo de quase uma hora de duração onde ele conta a queda de NIcolau II. O mesmo vai para outro vídeo, também muito bom, onde ele comenta o destino de outros membros da família Romanov, inclusive de alguna parentes do Tsar que ficaram no país e não fugiram para o exterior. Muito, muito interessante.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
A Queda da Indústria Cinematográfica
E qual será o futuro do cinema? Estúdios como a Disney e a Warner tinham esperanças que os cinemas americanos fossem reabrir no próximo mês, porém grandes estados como Nova Iorque, Flórida e Califórnia não vão abrir os cinemas, não pelo menos nos próximos quatro meses. A pandemia entrou com força dentro dos Estados Unidos e os cinemas, como ambientes fechados que são, funcionando com ar-condicionado, seguem sendo um dos piores para contaminação. Sem cinemas abertos, qual será o destino da indústria? Sem as salas de cinemas a produção de grandes filmes se torna praticamente impossível. E quem garante que mesmo estando reabertos os cinemas vão atrair o público? O medo está grande. Provavelmente vai levar meses para que as pessoas se sintam seguras novamente para assistir a uma sessão de cinema.
E no meio desse caos qual seria a saída? Há duas possibilidades a curto e médio prazo. O primeiro é o lançamento por streaming, em plataformas como Netflix, etc. O problema é que esse tipo de distribuição não garante o orçamento de grandes filmes. Apenas o cinema independente conseguiria sobreviver com seus filmes pequenos, de curto orçamento. A outra saída seria a venda direta ao consumidor através de DVDs e Blu-Ray. E é curioso que a indústria agora se volte para esse mercado. Desde o fim do videocassete nunca mais os estúdios faturaram como na era do VHS. Naqueles tempos a maioria dos filmes eram pagos com o dinheiro das locações de vídeo. Agora a tendência é tentar de alguma forma revitalizar esse mercado, se bem que vai ser como tentar ressuscitar um dinossauro extinto. De qualquer forma vamos torcer para que o cinema sobreviva a essa grande crise que se abate sobre o nosso mundo.
Pablo Aluísio.
Cinema 2020: O Ano está perdido!
O ano de 2020 está perdido para a indústria de cinema mundial. Essa foi a conclusão a que chegaram os principais executivos dos grandes estúdios de Hollywood. Praticamente todos os grandes lançamentos foram adiados. Não haverá nenhum grande blockbuster a ser lançado nos cinemas esse ano. Embora a vacinação contra o coronavírus esteja prestes a se concretizar, pelo menos nos Estados Unidos e Europa, o fato é que não existe mais tempo hábil para que os cinemas recebam um grande filme nesse ano de 2020. A Inês está morta!
E nos bastidores está ocorrendo uma verdadeira guerra comercial entre os estúdios e as grandes companhias de salas de cinema e distribuidoras. Tudo porque essas empresas prometem boicotar os filmes dos estúdios que lançarem grandes filmes no sistema de streaming. Recentemente se cogitou lançar o novo filme da Mulher Maravilha nas plataformas de video on demand, como Netflix, Amazon e similares. Os donos de cinemas fizeram barulho. Caso isso fosse feito nenhum filme mais da Warner seria exibido nesses grandes grupos de exibição. O mesmo aconteceu com Duna. Nenhum distribuidor ou empresa de cinema admite que ele seja disponibilizado nas plataformas de streaming. Até porque se isso acontecer realmente teremos um golpe fatal nas salas de exibição.
Atualmente os cinemas que estão abertos e em funcionamento, estão exibindo filmes de pequenos orçamentos ou então filmes menores. Nenhum blockbuster se encontra entre eles. E algo curioso aconteceu. Muitos críticos disseram nos Estados Unidos que a qualidade dos filmes em cartaz melhorou muito. Ao invés de dezenas de filmes sobre super-heróis, agora temos bons dramas, filmes independentes, sendo exibidos. Pena que com a pandemia ainda não seja algo simples essa coisa de ir ao cinema. As salas de exibição, os cinemas, já foram catalogados pela OMS como locais de super disseminação do vírus. Que pena, um dos prazeres mais amados do mundo virou risco de vida, principalmente para pessoas idosas e com problemas de saúde.
Fica para o ano que vem, porque nesse terrível 2020 realmente não parece haver salvação. O ano, pelo menos para a indústria do cinema, está completamente perdido. Estamos em fins de novembro, daqui a pouco será dezembro e aí o ano chegou ao fim. Espero sinceramente que todas as pessoas sejam vacinadas e que no ano que virá todas as pessoas possam ir ao cinema sem medo. Afinal o espetáculo não pode mesmo parar.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Medici: Masters of Florence
Esse trágico acontecimento abre uma caixa de Pandora para a briga pela sua herança entre os filhos, mas antes disso o espectador é enviado para um longo flashback, mostrando a força dos Medici na sucessão do novo Papa em Roma. Detalhe histórico interessante: muitos membros da família Medici conseguiram se tornar papas, principalmente entre os séculos XV e XVI. Havia se tornado uma tradição para essa rica e poderosa família colocar seus próprios membros no trono em um Vaticano repleto de corrupção e barbárie. A Igreja Católica, naqueles tempos, era muito provavelmente a instituição mais poderosa do mundo ocidental.
De maneira em geral gostei dessa série histórica. Mesmo assim devo dizer que o roteiro poderia ser melhor organizado, pois as idas e vindas entre presente e passado não ficam muito claras ao espectador, o que poderá causar uma certa confusão, principalmente para quem não conhece muito as fontes históricas em que a série foi baseada. Geralmente sabemos que algo está sendo desenrolado no passado simplesmente por causa da presença do mestre Giovanni Medici (Dustin Hoffman), uma vez que ele morre envenenado logo na primeira cena. Um pouco mais de capricho dos roteiristas cairia muito bem. A produção é boa, embora algumas cenas de computação gráfica recriando antigas construções não tenham sido tão convincentes. Mesmo assim, apesar desses pequenos tropeços, recomendo a série pelo conjunto da obra.
Medici: Masters of Florence (Sin, Inglaterra, Itália, 2016) Estúdio: RAI, Netflix / Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: Nicholas Meyer / Elenco: Richard Madden, Dustin Hoffman, Stuart Martin, Annabel Scholey, Guido Caprino, Alessandro Sperduti / Sinopse: Essa série se propõe a contar a história real da poderosa família Médici, que dominou o poder político e religioso durante a Idade Média e o renascimento na Europa continental.
Pablo Aluísio.
Raised by Wolves
Raised by Wolves 1.01 - Raised by Wolves
Esse primeiro episódio foi dirigido pelo grande Ridley Scott, que dispensa maiores apresentações. Aqui temos um casal de androides que chega em uma nave no distante planeta Kepler 22b. Um planeta rochoso, com boas condições de sustentar vida. Eles trazem consigo embriões humanos congelados. Sua missão é acelerar o processo de vida desses embriões para que eles venham a nascer com saúde para povoar esse novo planeta. Ao todo nascem oito crianças, mas as coisas, como era de esperar, não saem exatamente como estava inicialmente planejado. Esse roteiro, que à primeira vista, pode até parecer simples, traz conceitos filosóficos bem interessantes, como a crença ou não em uma criador, a eterna luta entre ciência e a religião e, como é bom familiar a Ridley Scott, uma discussão sobre a origem da vida em planetas distantes do universo. Aqui a teoria poderia ser levada até mesmo a explicar, de forma indireta, a origem da vida inteligente em nosso planeta.
O visual da série se revela muito interessante, como ótimo design de produção. Inicialmente o espectador vai estranhar um pouco o fato dos androides serem chamados pelas crianças de "pai" e "mãe", mas tudo tem uma razão de ser, como bem demonstrado aos poucos no transcorrer desse primeiro episódio. Gostei do resultado, achei inteligente, desafiador e irei acompanhar os próximos episódios para saber aonde essa história vai parar. / Raised by Wolves 1.01 - Raised by Wolves (Estados Unidos, 2020) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Aaron Guzikowski / Elenco: Amanda Collin, Abubakar Salim, Winta McGrath.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
The Tudors: A Realeza nas Telas!
O seriado agora se encontra na terceira temporada, no período posterior a morte de sua terceira esposa, Jane Seymour. As temporadas seguintes enfocaram a longa luta de Henrique para anular seu casamento com sua primeira esposa, Catarina, e contrair matrimônio com Ana Bolena, sua amante. A luta de Henrique contra a Igreja e o Papa, que se negou a anular sua primeira união, é analisada em detalhes, embora a série não seja 100% fiel aos fatos. A intenção dos produtores nunca foi mesmo a de ser historicamente impecável, apenas de contar uma bela história de amor e poder. Nesse ponto foram extremamente bem sucedidos, pois a série é bem recomendada até mesmo para quem nunca gostou muito de história na escola. Nesse caso o seriado pode muito bem ser encarado como um belo romance de época.
A mesma trama envolvendo a corte de Henrique VIII é também o foco do filme O Homem que não vendeu sua Alma. Embora a época do auge Tudor seja tratado de forma honesta o filme se perde um pouco ao analisar a história de Thomas More, o chanceler real, que se negou a romper com sua fé católica em favor de Henrique e que pagou caro por ter mantido firme sua posição. O filme foi premiado com o Oscar e é um marco da história do cinema, porém é um pouco superficial do ponto de vista histórico. Embora Thomas More sem dúvida seja um personagem cativante, que procurou manter firme suas convicções até o fim, o filme deixou de retratar o lado mais sombrio de sua biografia, pois é fato que ele mandou centenas de pessoas para a fogueira, principalmente luteranos. Ao invés de mostrar tanto o seu lado positivo como negativo, a narrativa se concentrou apenas no lado virtuoso de More, o que pode levar muitos a considerá-lo um tipo de mártir do catolicismo. A própria Igreja Católica inclusive ignorou esse lado mais obscuro e o canonizou em 1935. Enfim, por ser parcial demais o Homem que não vendeu sua Alma não é dos mais indicados para os que querem conhecer a fundo o período Tudor na história inglesa.
Para os que desejam algo mais ameno dois recentes filmes são altamente recomendados. O primeiro é A Duquesa. Aqui somos apresentados à história da Duquesa de Devonshire que é brilhantemente interpretada pela atriz Keira Knightley. Essa nobre é uma antepassada da própria Princesa Diana e ficou famosa pela intensa luta que travou em favor de vários direitos feministas. O filme é belíssimo, de encher os olhos com a maravilhosa produção de época. Nesse mesmo estilo temos ainda a nova produção de Martin Scorsese, A Jovem Vitória. A película mostra os primeiros anos de reinado da Rainha Vitória, que simbolizou para muitos o auge do Império Britânico e deu nome a toda uma era, a chamada Era Vitoriana. O filme em si é uma aula de bom gosto, lindos figurinos e impecável reconstituição de época. Ótimo. Em suma, ficam aí as dicas para quem deseja ter belos momentos de entretenimento e descontração com bastante estilo e elegância.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Não Há Dia Fácil
Depois conta em detalhes o momento em que entraram na casa de Bin Laden, subindo pavimento por pavimento atrás do criminoso internacional. Ele morava em um imóvel amplo, com três pavimentos e com portas reforçadas. Apenas um dos que estavam na casa ao seu lado esboçou uma reação e foi morto de forma imediata. Um dos filhos de Bin Laden também tentou uma reação mas suas chances contra um grupo da elite militar americana como aquele eram simplesmente nulas. Foi alvejado imediatamente e depois jogado de lado pelos membros da equipe para desbloquear o caminho. O militar não demonstra qualquer reação diante da morte de um garoto como aqueles, simplesmente afirma que o tiraram de lado mas a poça de seu sangue prejudicou o grupo pois o chão ficou escorregadio demais para as botas dos SEALs. Não há lugar para piedade dentro de um grupo como esse.
O ápice do relato ocorre quando os militares chegam no quarto onde estava Bin Laden. Para o autor do livro ele agiu como um verdadeiro covarde. Não chegou a ter reação e nem entrou em conflito armado com o grupo americano. Simplesmente foi atingido na cabeça quando procurou ver o que estava acontecendo. Quando Mark Owen e seu grupo entrou no quarto o encontrou caído, tendo convulsões (pois o tiro havia pego em cheio). Após averiguarem que não estava armado o grupo se posicionou e atirou em seu peito, liquidando o líder do grupo Al -Qaeda de forma definitiva. Simples, firme e objetivo. Depois de Owen tirar algumas fotos o corpo do terrorista foi levado pelos militares para o helicóptero que os levou de volta para sua base. Lá o entregaram para um grupo Ranger do exército americano. Tudo durou menos do que 30 minutos. Mesmo com o acidente logo no começo da operação tudo correu como planejado.
Os militares estavam esperando fogo cerrado pois se tratava de Bin Laden mas tudo o que encontraram foi um velho numa casa sem segurança adequada, rodeado de mulheres e crianças. O livro tem causado muita polêmica nos EUA porque a versão contada por Mark Owen (não é seu nome real mas um pseudônimo) é diferente da versão oficial divulgada pelo governo americano. Segundo a Casa Branca, Bin Laden foi morto após trocar tiros com os militares americanos. Owen afirma que isso jamais ocorreu. Laden tinha armas em seu quarto mas estavam sem munição. Ele foi atingido pelo batedor da tropa e isso não ocorreu sob fogo cruzado. Seu maior erro foi colocar a cabeça para fora do quarto onde estava para tentar ver o que ocorria no corredor. Foi nesse momento que o militar americano, obviamente um atirador de elite, o acertou bem em cheio. Em vista das diferenças de versões a confusão está armada, principalmente agora no meio da campanha presidencial americana. Afinal Bin Laden foi executado ou morto em combate? O livro traz a versão de quem esteve lá, no calor dos acontecimentos. Mark Owen pode ser punido uma vez que relata em seu livro uma operação militar altamente secreta. Ele se justifica dizendo que tem a obrigação de dizer a verdade. Cabe ao leitor depois tirar suas próprias conclusões. Realmente no mundo em que vivemos não há dia fácil.
Não Há Dia Fácil
Um Líder da Tropa de Elite Americana Conta Como Mataram Osama Bin Laden
1a. edição, 2012
Autor: Mark Owen
Editora Paralela
Pablo Aluísio.
O cinema dos anos 80
Para completar o momento nostalgia acabamos assistindo alguns trechos de filmes que há anos não tinha revisto. Um deles provavelmente só assisti uma única vez, lá no velho cinema municipal, quando eu deveria ter no máximos uns 13 anos de idade. Seu nome é bem sutil e delicado, "Jogo Bruto", onde o dublê de ator e halterofilista Arnold Scharzennegger destroçava em poucos segundos um exército de mafiosos mal encarados, ou seja, tudo o que um garoto de 13 anos realmente quer ver quando vai ao cinema. É muito interessante se deparar com um filme do qual você tinha adorado muitos anos depois. Tudo em Jogo Bruto respira a anos 80: os carrões que parecem verdadeiras banheiras, os ternos cafonas, os penteados estranhos e as eternas ombreiras que pareciam ser item obrigatório nas mulheres ditas chiques. Puxa, como o tempo passa não é mesmo? Tudo muda com a passagem dele, menos é claro a canastrice de Scharzennegger que ele hoje a utiliza no mundo da política e não mais no mundo do cinema.
Depois de Jogo Bruto acabamos vendo trechos daquele que acho ser o filme símbolo do cinema de ação dos anos 80: Stallone Cobra! Nossa, aquela imagem de Stallone com óculos escuros, palito de dente no canto da boca e uma metralhadora de mira a laser é uma das mais ícônicas do cinema dos anos 80, principalmente para quem viveu naquela época. Quem estava lá não esquece, o filme foi considerado violento demais por um ministro chamado Paulo Brossard que num ato de devaneio acabou proibindo o filme para menores de 18 anos. Imagine a repercussão que isso teve! De repente assistir Stallone Cobra virou um ato de honra e coragem para os garotos dos anos 80. Todos os dias durante o intervalo das aulas a conversa girava sempre sobre como entrar no cinema para assistir Cobra! Quem poderia arranjar umas carteiras falsas para a turma entrar? Como conseguir?
A quantidade de carteiras falsas que circulou naquele ano deve ter sido uma das maiores da história! Todos queriam ver Stallone Cobra e quando conseguiam corriam para se vangloriar com os amigos menos sortudos! Depois lançaram o filme com cortes para menores e depois sem cortes... uma loucura! Assistir hoje Stallone Cobra é como voltar aos bons e velhos tempos. Claro que visto sobre o prisma de hoje o filme é só um policial cheio de clichês mas como marcou toda uma geração de garotos dos anos 80 ele acabou sendo envolto numa clima bom de nostalgia. Quem em sã consciência esqueceu uma das frases mais marcantes do filme? "Você é uma doença e eu sou a cura" falava Stallone com seu conhecido rosto sem expressividade. Nem é preciso dizer que isso era simplesmente o máximo para a garotada que fazia de tudo para lotar as sessões. Enfim, relembrar essas pequenas histórias dos tempos colegiais foi muito bom, foi uma bela viagem ao passado. Quem sabe não começo a rever daqui em diante os filmes da minha infância e adolescência. Coisas como Os Caça Fantasmas, De Volta Para o Futuro, Karatê Kid e até mesmo a série Rambo! Ah os anos 80!... eu era feliz e não sabia!
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Cantores do Passado: Dean Martin
Dean Martin é o que se chamava de um bon vivant nos anos 50 e 60. Amigo do barman nunca largava seu copo de whisky e tinha uma postura relaxada e descontraída que lhe valeu inclusive o carinhoso título de "Mr Cool". Era aquele tipo de pessoa que parecia conquistar seus objetivos sem maior esforço pessoal, tudo na base do "ok, isso pode ser interessante, vamos ver se dá certo". Teve uma carreira vitoriosa não apenas no mundo do disco mas no cinema também. Mesmo após romper sua parceria com Jerry Lewis seguiu em frente estrelando boas produções, seja ao lado do Rat Pack, seja em carreira solo (onde fez ótimos westerns). Musicalmente conseguiu grandes feitos mesmo depois que seu estilo musical ficou rotulado de "careta" pela geração da contra cultura dos anos 60. Um exemplo de sua força foi o maior hit de sua carreira: Em pleno auge da Beatlemania ele conseguiu um feito e tanto tirando os Beatles do primeiro lugar das paradas para ocupar a mesma posição com sua imortal "Everybody Loves Somebody". E depois ainda tirou onda enviando um telegrama para Elvis perguntando ao Rei do Rock: "Viu como se faz?"
Dean Martin sempre foi citado como um amigo de todos do show business. Também era extremamente solidário aos amigos mais próximos. Quando John Kennedy venceu as eleições presidenciais (inclusive com sua ajuda, cantando de graça no palanque de JFK) ele se decepcionou com a atitude de recém eleito presidente que não convidou seu amigo negro, Sammy Davis Jr, para a posse. (Davis era casado com uma branca e por isso Kennedy temia a reação dos sulistas racistas na festa). Em solidariedade ao amigo barrado resolveu também não ir, em protesto. Atitudes como essa demonstravam bem seu caráter pessoal. Seguiu em frente, inclusive com um programa de tv próprio onde quase nunca aparecia para ensaiar (que ele obviamente achava uma perda de tempo!), o que é fácil de entender pois afinal ele era a própria personificação do jeito cool de ser.
Mas como a vida nem sempre é uma festa eterna os anos finais de Mr Cool foram difíceis. Seu adorado filho, que venerava, morreu em um trágico acidente. A tragédia atingiu em cheio o artista que entrou em um processo irreversível de depressão e angústia. Em seus anos finais foi ficando cada vez mais isolado e distante dos amigos. O casamento também acabou depois de longos anos. Martin abandonou a carreira musical e de ator e preferiu uma vida longe dos holofotes. Em seus últimos momentos se limitava a ir em sua cantina preferida comer o mesmo jantar noite após noite. Também não abriu mão do fumo e da bebida que acabaram o levando à morte em 1995. Não importa, o mais precioso em Dean Martin foi preservado: sua ótima voz interpretando lindos standarts da música norte-americana. Isso bastou para o Mr Cool entrar na história.
Discografia Comentada:
Dean Martin - Dream with Dean: The Intimate Dean Martin
Dean Martin tinha uma voz maravilhosa. Aqui o cantor resolveu apostar em algo bem intimista. Ele gravou o álbum com apenas quatro músicos ao seu lado, Ken Lane ao piano, Irv Cottler na bateria, Red Mitchell no baixo e Barney Kessel na guitarra (Kessel chegou a trabalhar com outros grandes nomes como Elvis Presley na década de 1960). Nada de orquestras e nada de arranjos mais sofisticados como era praxe em seus discos anteriores, já que Martin sempre seguiu os passos de Sinatra nesse aspecto. A ideia era mesmo mudar um pouco, produzindo algo bem intimista (o que fica bem claro na própria capa do álbum, com Martin ao lado da lareira com um cigarro em mãos, fazendo todo o charme possível, bem de acordo com sua imagem de Mr. Cool). Para produzir o disco na Capitol, Martin trouxe o produtor Jimmy Bowen, praticamente uma lenda do meio musical americano, tendo trabalhado com dezenas de cantores ao longo da carreira, entre eles o próprio Frank Sinatra, além de produzir grandes sucessos para Sammy Davis, Jr., Kenny Rogers, Hank Williams, Jr., The Oak Ridge Boys, Reba McEntire e George Strait. Era tão competente que Frank Sinatra o escalou para produzir os primeiros discos de sua filha, Nancy.
Esse álbum traz aquele que talvez seja o maior sucesso de toda a carreira de Dean Martin, a faixa "Everybody Loves Somebody". A história dessa canção é bem interessante pois quebrou a supremacia que os Beatles tinham nas paradas de sucesso da época. Foi uma das poucas canções americanas a tirarem do número 1 da Billboard gravações do grupo inglês que naquela época vivia a febre da Beatlemania. Reza a lenda que o próprio Dean Martin teria ligado para Elvis e dito em tom de piada que aquele era o jeito certo de enfrentar a invasão britânica nas rádios e paradas de sucesso. Tirando esses aspectos comerciais de lado, o que podemos dizer é que esse é certamente um disco maravilhoso, sob qualquer ângulo que se analise. A sonoridade em geral é de uma beleza ímpar, muito suave e delicada. O que sempre se sobressai é a excelente vocalização de Martin, com intervenções sutis da guitarra de Kessel, acompanhada da melodia do piano de Ken Lane, tudo intercalado por um baixo quase inaudível do talentoso Mitchell (que vinha do jazz). Nos Estados Unidos o álbum ganhou uma recente edição de luxo, simplesmente excepcional.
Dean Martin - Dream with Dean: The Intimate Dean Martin
1. I'm Confessin' (That I Love You) 2. Fools Rush In 3. I'll Buy That Dream 4. If You Were The Only Girl 5. Blue Moon 6. Everybody Love Somebody 7. I Don't Know Why (I Just Do) 8. "Gimmie" A Little Kiss 9. Hands Across The Table 10. Smile 11. My Melancholy Baby 12. Baby Won't You Please Come Home.
Dean Martin - Memories Are Made Of This
Em plena explosão do rock americano em meados dos anos 50, eis que surge nas paradas um grande sucesso romântico cantado por Dean Martin. A bonita e singela "Memories Are Made Of This" acabou derrubando vários roqueiros das primeiras posições, chegando ao número 1, ficando por lá por cinco semanas! Um feito e tanto! Dean Martin conseguiu inúmeras vezes essa proeza. É bem lembrado que foi ele também quem derrubou os Beatles do Top 1 em 1964 com sua "Everybody Loves Somebody", o que fez com que tirasse uma enorme onda com esse feito! Em pleno auge da Beatlemania lá estava o velho e bom Dean Martin ocupando seu espaço. Pois é, Dean Martin era realmente bom de vendas no mercado de singles.
Essa canção tem um swing bem peculiar, poderia inclusive ter feito parte de qualquer disco de Frank Sinatra. Aliás falando em comparações é interessante dizer que Martin não tinha uma voz mais bonita do que a de Sinatra, porém era bem mais forte e impressionante. Frank Sinatra em termos de voz ganhava em beleza, ao que Dean Martin o superava em potência e poderio vocal. Um detalhe sobre essa canção que poucos sabem é que a primeira versão a sair em disco nos Estados Unidos foi gravada pela orquestra de Ray Conniff. Essa primeira gravação tem uma suntuosidade que Martin dispensou em sua versão, já que ele procurava criar um clima de intimidade, romantismo. Já o maestro Ray procurava pela explosão sonora. Outro fato interessante para os fãs do cantor: com o sucesso do single a gravadora Capitol lançou um EP com mais duas faixas, que também venderam muito bem. Então é isso. Entre os grandes sucessos musicais da parada da Billboard de 1956 lá estava o romântico Dean Martin se sobressaindo entre um oceano de roqueiros rebeldes. O romantismo sempre se faz presente, não importando o momento.
Dean Martin - Memories Are Made Of This (1956)
Memories Are Made Of This / Change of Heart / I Like Them All (EP) / Ridin Into Love (EP).
Dean Martin - Collected Cool
Está sendo lançado nos EUA e Europa um box maravilhoso com 3 CDs e 1 DVD enfocando os melhores anos da carreira de Dean Martin. Uma verdadeira preciosidade. Tudo de extremo bom gosto acompanhado de um maravilhoso livreto informativo com muitas fotos fantásticas e informações preciosas. Para quem é fã do Dino é realmente um dos melhores lançamentos atuais sobre o artista. Quem acompanha meus textos sabe que eu sempre prezo pela discografia oficial lançada ainda quando o cantor estava vivo. Nesse aspecto tudo me atrai, o vinil original, as capas com direções de arte que refletem as tendências artísticas que estavam na moda no ano em que o disco foi lançado e todo aquele sabor nostálgico que geralmente acompanha esse tipo de material. Infelizmente nem todos os grandes cantores do passado tem sua discografia original relançada em novos formatos, o que dificulta muito chegar nos produtos originais. É o caso de Dean Martin cujo legado ficou esquecido durante muito tempo.
Por isso vou aqui elogiar esse box. É obviamente uma coletânea de seus maiores sucessos mas também traz material inédito, o que por si só já é motivo para comemorar. Praticamente todas as faixas foram remasterizadas digitalmente, procurando trazer as gravações para um padrão de qualidade aceitável na atualidade. O trabalho ficou magnífico – basta comparar até mesmo com os últimos CDs lançados de Martin no mercado há cinco ou dois anos. A diferença é realmente marcante. A lamentar apenas a exclusão de muitas gravações excelentes de Martin na fase em que trabalhou na gravadora de seu amigo Frank Sinatra, a Reprise Records. Ao que parece (nada é confirmado oficialmente) há uma disputa judicial sobre os direitos dessas músicas. De qualquer maneira momentos como “Everybody Loves Somebody” acompanhada de um lindo arranjo de quarteto de cordas faz tudo valer a pena. A gravação é deslumbrante! O terceiro CD traz várias gravações ao vivo de Dean Martin em Lake Tahoe e o DVD traz a histórica apresentação de Dean Martin em Londres no mitológico The Apollo Victoria Theatre. Em suma, um trabalho de resgate com muito bom gosto e elegância. Coisa fina.
Dean Martin Collected Cool (2013)
CD 1 - Dean's Spoken Word Introductions / My Own, My Only, My All / Powder Your / Face With Sunshine (Smile! Smile! Smile!) / I Don't Care If The Sun Don't Shine / That's Amore / If I Could Sing Like Bing / Sway / Long, Long Ago / Memories Are Made Of This / Pardners / Volare / Rio Bravo / On An Evening In Roma / Sleep Warm / Ain't That A Kick In The Head / Just In Time / Arrivederci Roma / Return To Me / A Hundred Years From Today / CD 2 - Tik-A-Tee, Tik-A-Tay / Senza Fine / Who's Got The Action? / Guys And Dolls / Marina / Everybody Loves Somebody / The Door Is Still Open (To My Heart) / You're Nobody 'Til Somebody Loves You / In The Misty Moonlight / Sophia / Send Me The Pillow You Dream On / In The Chapel In The Moonlight / Welcome To My World / Houston / I Will / Somewhere There's A Someone / My First Country Song / LA Is My Home / CD 3 - Drink To Me Only With Thine Eyes / Almost Like Being In Love / I Love Tahoe (Paris) / My Kind Of Girl / Break It To Me Gently / Rock-A-Bye Your Baby With A Dixie Melody / Primrose Lane / You Are Too Beautiful / Carolina In The Morning / Love Walked In/ I Love Being A Girl / Beautiful Dreamer / You Made Me Love You / It Had To Be You / Nevertheless / I'm Gonna Sit Right Down And Write Myself A Letter / Volare / On An Evening In Roma / I Love Paris.
Dean Martin Sings Songs from "The Silencers"
Trilha sonora do filme "O Agente Secreto Matt Helm". Pois é, assim como Elvis Presley, o Dean Martin achou por bem encher alguns de seus filmes com um vasto repertório, para depois lançar como LP (o velho álbum de vinil) no mercado. O resultado? Uma porção de músicas bem fracas no meu ponto de vista. Veja, esse é um caso clássico de grande cantor em material de segunda linha. Nenhuma das músicas do filme (pessimamente apresentadas entre as cenas) soa marcante ou memorável.
Algumas são meros trechos engraçadinhos como "Empty Saddles in the Old Corral" em que Dean Martin aproveitava para dar uns amassos numa garota vestida de cowgirl no filme. Ok, sua maravilhosa voz estava lá, só que faltava letra nas músicas, além de serem completamente descartáveis. Grande parte desse repertório fraco foi composto por Billy Hill que recebia do estúdio de cinema a cena que deveria ser musicada. Assim ele ia fazendo as músicas, sem muito capricho. Apenas a música tema, "The Silencers" (composta pelo maestro Elmer Bernstein), merece maior atenção. Mesmo assim ele quase não escapa do resultado bem medíocre do resto do disco. É meio decepcionante bem no meio de uma até boa canção você ouvir o Dean Martin cantando sobre o "Big O", o vilão caricato do filme. Quando isso acontece vem aquela sensação de tempo perdido que destrói qualquer disco que você comprou. Enfim, esse disco foi mesmo uma "bola fora" do grande Dean Martin em sua rica discografia.
Dean Martin Sings Songs from "The Silencers" (1966)
The Glory of Love / Empty Saddles in the Old Corral / Lovey Kravezit / The Last Round-Up / Anniversary Song / Side by Side / South of the Border / Red Sails in the Sunset / Lord, You Made the Night Too Long / If You Knew Susie (Like I Know Susie) / On the Sunny Side of the Street / The Silencers,
Pablo Aluísio.