terça-feira, 19 de abril de 2016

Vozes do Além

Título no Brasil: Vozes do Além
Título Original: White Noise
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Geoffrey Sax
Roteiro: Niall Johnson
Elenco: Michael Keaton, Deborah Kara Unger, Ian McNeice

Sinopse:
John Rivers (Michael Keaton) é um sujeito que acredita estar entrando em contato com uma mulher morta através de um canal sem sintonia da TV. Conhecido como FVE (Fenômeno de Voz Eletrônica) a suposta técnica permitiria uma ponte de comunicação entre mortos e vivos. Quando Rivers decide usar esse sistema para tentar entrar em contato com sua mulher falecida as coisas rapidamente fogem do controle.

Comentários:
A ideia até que era boa. Essa questão de tentar unir sobrenatural com ciência não é de hoje, mas o filme tenta desvendar essa, digamos, "técnica" de se tentar entrar em contato com o outro lado, o além, usando rádios e TVs. O resultado logo se percebe é bem morno, talvez por causa da pequena densidade dramática do enredo. De repente o espectador se cansa de tanto papo furado e deixa de se importar com o destino do personagem de Michael Keaton, naquela altura do campeonato bem inexpressivo, se limitando a fazer caretas de assombrado. Essa produção de fato não recomendo e olha que tive a oportunidade de assistir no cinema com tudo o que um cinéfilo tem direito - som, imagem e efeitos especiais em alta definição - mas mesmo assim não funcionou. Agora imagine na telinha de casa, provavelmente o efeito será bem mais pífio do que se esperava. Por fim não vá confundir com o filme "From Beyond the Grave" de 1974 que no Brasil também se chamou "Vozes do Além", pois são duas produções com enredos, estórias e propostas bem diferentes.

Pablo Aluísio.

Wimbledon - O Jogo do Amor

Título no Brasil: Wimbledon - O Jogo do Amor
Título Original: Wimbledon
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, StudioCanal
Direção: Richard Loncraine
Roteiro: Adam Brooks, Jennifer Flackett
Elenco: Kirsten Dunst, Paul Bettany, Jon Favreau

Sinopse:
Peter Colt (Paul Bettany), um jogador inglês de tênis em seus trinta anos, despenca na classificação geral da categoria, saindo de uma boa posição, décimo primeiro no ranking para o vexatório 119º lugar. Ela vai se acostumando com a ideia de que está velho demais para o esporte e que não tem mais grandes chances de se recuperar. Seus pensamentos e mentalidade mudam porém quando se apaixona pela americana Lizzie Bradbury (Kirsten Dunst), uma jovem tenista em ascensão. Isso motiva Colt a disputar pela última e decisiva vez o prestigiado torneio de Wimbledon, onde ele fará de tudo para voltar a ser um desportista competitivo e vencedor.

Comentários:
"Wimbledon - O Jogo do Amor" é aquele tipo de filme que você locaria em um fim de semana se não houvesse mais nada de interessante nas prateleiras das locadoras. É um romance que tenta pegar carona no carisma da dupla central de atores. Kirsten Dunst aproveitando a popularidade de sua carreira em filmes como "Homem-Aranha" tenta trazer algum interesse. Já Paul Bettany não está lá muito convincente como galã romântico britânico - as americanas, para quem não sabe, possuem uma quedinha por ingleses, por causa de sua finesse e classe, algo que definitivamente falta nos homens americanos, sempre mais rudes e diretos. O resultado final soa bem mais ou menos. Não consegui ver muita química entre os atores - algo que não pode faltar nesse tipo de fita. Além disso a tentativa de ser um produto mais elitizado lhe dá uma postura de esnobismo que cansa também. Talvez para as mais românticas até venham a agradar mas para o público masculino em geral o interesse decai. Filme indicado ao Empire Awards UK na categoria de Melhor Ator Britânico (Paul Bettany).

Pablo Aluísio.

Histórias Cruzadas

Durante a década de 60 a jovem Skeeter (Emma Stone), uma recém formada que tem planos de ser tornar escritora, decide escrever um livro retratando o cotidiano das empregadas domésticas negras do sul dos EUA. Em busca de material para seu texto ela consegue o apoio de Aibileen (Viola Davis), governanta de um amigo. Através dela Skeeter começa a ouvir também outras empregadas domésticas de sua cidade, dando forma ao seu livro que acabaria revelando um lado nada lisonjeiro das relações patroas e empregadas no sul racista americano. Em um ano relativamente fraco de bons filmes "Histórias Cruzadas" se tornou uma tábua de salvação. Além de roteiro socialmente consciente fez uma ótima bilheteria nos cinemas mostrando que ainda existe público para filmes que toquem em assuntos relevantes, com roteiros bem escritos e atuações inspiradas. A produção é de muito bom gosto, com ótima reconstituição de época. No elenco nenhuma estrela, o que é um alivio pois se alguma atriz de maior nome estivesse envolvida no meio certamente o filme deixaria a temática importante de lado para super promover ela, como sempre acontece aliás. É um filme baseado em ótimos diálogos e boas interpretações como bem demonstra os vários prêmios que recebeu, entre eles o Oscar e o BAFTA de Melhor Atriz Coadjuvante para Octavia Spencer e os Globos de Ouro de Melhor Elenco, Melhor Atriz (Viola Davis) e Melhor Atriz Coadjuvante (mais um prêmio nessa categoria para Octavia Spencer).

Emma Stone, que nunca fez nada de muito importante (só uma listinha de filmes tolinhos e esquecíveis), mostra muito talento e desenvoltura interpretando a aspirante á escritora que ousou contar em pleno sul racista dos EUA as histórias das empregadas domésticas negras da região. Toda a hipocrisia, a falta de caráter, o racismo e a ignorância de uma sociedade que ficava chocada ao saber que uma empregada negra usava o mesmo banheiro das madames brancas. De certa forma a produção demonstra que a questão racial ainda está presente dentro da sociedade americana, principalmente em cidades sulistas onde essa questão ainda não parece ter sido totalmente superada. Enfim, ótimo trabalho assinado pelo jovem diretor Tate Taylor que mostra muita segurança e bom gosto nessa história tocante.

Histórias Cruzadas (The Help, EUA, 2011) Direção: Tate Taylor / Roteiro: Tate Taylor, baseado na obra de Kathryn Stockett / Elenco: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer, Bryce Dallas Howard, Mike Vogel, Allison Janney / Sinopse: Durante a década de 60 a jovem Skeeter (Emma Stone), uma recém formada que tem planos de ser tornar escritora, decide escrever um livro retratando o cotidiano das empregadas domésticas negras do sul dos EUA. Em busca de material para seu texto ela consegue o apoio de Aibileen (Viola Davis), governanta de um amigo. Através dela Skeeter começa a ouvir também outras empregadas domésticas de sua cidade, dando forma ao seu livro que acabaria revelando um lado nada lisonjeiro das relações patroas e empregadas no sul racista americano

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Os Goonies

Título no Brasil: Os Goonies
Título Original: The Goonies
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Donner
Roteiro: Steven Spielberg, Chris Columbus
Elenco: Sean Astin, Josh Brolin, Jeff Cohen

Sinopse:
Dois jovens irmãos resolvem procurar um tesouro perdido dos piratas. O lugar onde a fortuna se encontra está em um velho mapa, como era de se esperar. Assim eles se unem aos amigos, a quem chamam de os Goonies, para a maior aventura de suas vidas. No caminho enfrentam perigosos piratas dos sete mares.

Comentários:
É um clássico do cinema juvenil dos anos 80. Confesso que nunca foi dos meus preferidos pois sempre optei por coisas mais sofisticadas, mesmo quando era apenas um garotinho. Assim preferia, por exemplo, "O Enigma da Pirâmide", outra aventura juvenil da mesma época. De qualquer maneira não há como negar que fez a diversão de toda uma geração pois o enredo realmente não tinha limites para a imaginação, colocando um grupo de jovens enfrentando piratas e personagens bem adequados para a idade do público a que o filme é destinado. E como também contou com a maravilhosa produção e roteiro de Steven Spielberg (naquele momento considerado o verdadeiro "Rei Midas" de Hollywood, em seu auge de popularidade), não há mesmo como negar a importância do filme como um todo. Ah, e como esquecer a trilha sonora? Impossível ouvir e não pintar uma dose de grande nostalgia daqueles anos em que éramos felizes e não sabíamos.

Pablo Aluísio.

Uma Linda Mulher

Título no Brasil: Uma Linda Mulher
Título Original: Pretty Woman
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Garry Marshall
Roteiro: J.F. Lawton
Elenco: Richard Gere, Julia Roberts, Jason Alexander

Sinopse:
Edward Lewis (Richard Gere) é um sujeito bonitão e milionário que resolve contratar os serviços de uma bonita acompanhante, a carismática Vivian Ward (Julia Roberts), durante uma viagem a Los Angeles. O que começa como um programa casual e sem maiores envolvimentos emocionais, logo se torna algo mais. Edward e Vivian desenvolvem uma forte atração que imediatamente ultrapassa a linha que separa um mero cliente de sua "prestadora de serviços". Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Julia Roberts).

Comentários:
Uma das comédias românticas mais queridas do cinema americano, até os dias de hoje. De fato é um conto de fadas moderno que não se preocupe e nem tem vergonha em abraçar um caráter nitidamente de fábula. A personagem de Julia Roberts é uma garota de programa, uma acompanhante, que encontra o príncipe encantado, um sujeito com o charme do Richard Gere, isso literalmente falando. Ele então será aquele que vai lhe salvar daquela vida e daquela dureza. Curiosamente nem o próprio estúdio acreditava na produção que foi lançada em uma temporada considerada de baixa no cinema americano, quando o mercado não é muito competitivo e as bilheterias são fracas. Quase um tapa buraco nas salas de cinema. Rapidamente porém o filme foi agradando e caindo na propaganda boca a boca, considerada a grande impulsionadora de bilheterias. O resultado todos sabemos, a fita que antes era desacreditada e sem maiores pretensões acabou virando um enorme sucesso de bilheteria, revivendo inclusive a carreira do decadente Richard Gere que vinha tão em baixa que já nem mais escolhia os filmes em que iria estrelar. E também transformou Julia Roberts em uma estrela. Revisto hoje em dia "Pretty Woman" ficou um pouco datado, mas o charme e o enredo atrativo ainda cativa, principalmente as mulheres que mesmo adultas ainda sonham com a chegada do príncipe em seu cavalo branco. E além disso quem pode resistir a essa trilha sonora maravilhosa? Impossível não se embalar com o grande hit cantado por Roy Orbison. Assista e se encante mais uma vez.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de abril de 2016

Predadores

Título no Brasil: Predadores
Título Original: Predators
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Nimród Antal
Roteiro: Alex Litvak, Michael Finch
Elenco: Adrien Brody, Laurence Fishburne, Topher Grace, Alice Braga 

Sinopse:
Um grupo de humanos é enviado para um planeta distante para se tornarem iscas em um jogo mortal com os predadores, aliens guerreiros que os utlizarão em treino, em campo aberto. O grupo é formado pelo mercenário Royce (Adrien Brody), pela militar Isabelle (Alice Braga), pelo soldado russo Nikolai (Oleg Taktarov), pelo doutor Edwin (Topher Grace) e pelo traficante Chuchillo (Danny Trejo), isso sem esquecer de Noland (Laurence Fishburne), peça chave naquela situação de vida ou morte. Apenas os mais fortes sobreviverão. Filme indicado ao Scream Awards na categoria de Melhor Filme de Ficção.

Comentários:
Esse filme é uma tentativa da Twentieth Century Fox em tornar novamente viável do ponto de vista comercial a franquia "Predator". Como sabemos os filmes vinham de mal a pior, agravado pela fraca série "Predador Vs Alien". A intenção assim foi tentar retornar para as origens, procurando se inspirar o máximo possível nos elementos que fizeram do filme estrelado por Arnold Schwarzenegger e dirigido por John McTiernan um marco do cinema de ação e ficção dos anos 1980. O resultado porém se mostra apenas mediano. A produção é muito boa, onde se nota capricho por parte do estúdio em termos de efeitos especiais e direção de arte. O problema ao meu ver vem da escalação equivocada do ator Adrien Brody! Ele nunca foi um profissional desse gênero, desse ramo cinematográfico. Na realidade sempre se saiu melhor em filmes dramáticos com roteiros sensíveis. Não consegui visualizar nele em momento algum um verdadeiro herói de filmes de ação! Colocar Brody para caçar predadores no meio de uma selva em um planeta distante soa como uma escolha forçada demais. No final das contas a fita servirá apenas como passatempo e pura diversão ligeira. Não conseguiu ser marcante e pelo visto não foi também tão bem sucedido comercialmente como era de se esperar.

Pablo Aluísio.

Cartas Para Julieta

Título no Brasil: Cartas Para Julieta
Título Original: Letters to Juliet
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment, Applehead Pictures
Direção: Gary Winick
Roteiro: Jose Rivera, Tim Sullivan
Elenco: Amanda Seyfried, Gael García Bernal, Vanessa Redgrave

Sinopse:
A jovem garota americana Sophie (Amanda Seyfried) sonha em ser uma escritora. Durante uma viagem de férias na Itália ela toma conhecimento da existência das "cartas de Julieta" e resolve decifrar a história de uma delas, indo atrás de seus protagonistas originais. Filme indicado ao Teen Choice Awards nas categorias de Melhor Atriz (Amanda Seyfried) e Melhor Filme.

Comentários:
Um pequeno filme romântico muito bonito, contando com lindas paisagens de Verona e a Toscana, na Itália, e um enredo docemente leve e carismático. O primeiro ponto que elogiaria é o simples fato de não ser uma comédia romântica - já que de forma em geral esse estilo de filme anda bem saturado. O roteiro se assume como romance puro e isso é um ponto a favor, certamente. Outro aspecto vem do elenco. Amanda Seyfried e seus grandes e impressionantes olhos azuis enche a tela de simpatia, o que contrabalanceia muito bem ao lado da veterana e talentosa Vanessa Redgrave. Eis aqui uma grande profissional, extremamente digna, que soube envelhecer com toda a elegância e charme do mundo. Ela empresta um interesse singular ao filme em si com sua preciosa e delicada atuação. Redgrave tem ótimos diálogos para declamar e uma presença de cena que impressiona. Por fim e não menos importante, aqui vai uma nota triste: esse foi o último trabalho do jovem cineasta Gary Winick. Ele morreu precocemente, com apenas 49 anos de idade em 2011. Deixou como seu último legado esse doce e lírico romance nas telas.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de abril de 2016

Hulk

Título no Brasil: Hulk
Título Original: Hulk
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Marvel Enterprises
Direção: Ang Lee
Roteiro: John Turman, Michael France
Elenco: Eric Bana, Jennifer Connelly, Sam Elliott, Nick Nolte

Sinopse:
Baseado no famoso personagem dos quadrinhos criado por Stan Lee e Jack Kirby, o filme "Hulk" conta a estória de Bruce Banner (Bana), um cientista que acaba sofrendo as consequencias de uma experiência mal sucedida. Após ser exposto a radiação ele se torna um monstro verde enorme conhecido como Hulk, que sai pelas ruas causando destruição e caos. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Música e Efeitos Especiais.

Comentários:
Com orçamento de 140 milhões de dólares era de se esperar um ótimo filme sobre o Hulk. As expectativas porém não foram cumpridas. O roteiro não é bom, há problemas de timing e o elenco parece deslocado. Um dos grandes erros do estúdio foi contratar o cerebral Ang Lee para dirigir o filme. Não é segredo para ninguém que ele é um cineasta cult por excelência, não recomendado para filmes de cultura pop como esse. Talvez para tentar ser autoral ou algo parecido, Ang Lee encheu o filme de cenas e sequências chatas, sem importância. Nick Nolte divaga olhando para o horizonte... Connelly não sabe como atuar direito em um filme como esse e... tudo parece ir por água abaixo. O mais terrível em Hulk é que ele irritou os mais interessados no filme: os próprios fãs do personagem! Para o público em geral o filme não agradou então era de se esperar que ao menos os fãs saíssem satisfeitos do cinema. Não aconteceu isso. A única coisa boa parece ser os efeitos digitais quando o Hulk resolve encarar seus inimigos. Aos gritos de "Hulk esmaga" ela sai arrebentando com o aparato militar do exército - que seja em animações, seja nos quadrinhos, está sempre atrás do monstro verde. Essas cenas porém só surgem quando o espectador já está de saco cheio do filme, então não vão servir muito de consolo. No geral é isso, o primeiro "Hulk" é uma decepção tão grande quanto o tamanho da fera. Esqueça.

Pablo Aluísio.