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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O Cálice Sagrado

Esse é o primeiro filme da carreira de Paul Newman. Isso por si só já basta para atiçar a curiosidade de qualquer cinéfilo. Além de Newman há no elenco atores e atrizes que de uma forma ou outra entraram na história do cinema como Jack Palance (como Simão, o Mago) e Pier Angeli (a namoradinha e grande amor da vida de James Dean). Pois bem, a primeira coisa que chama a atenção de quem assiste "O Cálice Sagrado" é sua estranha direção de arte. Tudo soa estilizado no filme, principalmente os cenários que são pouco realistas, parecendo até mesmo ambientações para peças de teatro. Cheguei a pensar que se tratava de uma produção pobre mesmo mas depois em uma cena de crucificação coletiva entendi finalmente a intenção do diretor. Não é que o filme seja mal feito mas se trata realmente de uma opção artística do cineasta Victor Saville (um veterano da época do cinema mudo).

O roteiro mistura ficção com realidade histórica (pelo menos para os que aceitam o conteúdo bíblico como fato histórico). Personagens que na Bíblia são secundários aqui ganham bastante atenção como José de Arimatéia e Simão, o Mago. Esse último é citado no novo testamento como um mágico que desafiou Pedro publicamente. Ofereceu dinheiro pelo poder de realizar milagres e foi repelido pelo principal apóstolo de Cristo. A cena final com Simão tentando provar ao imperador Nero que poderia voar (algo que nem Jesus conseguiu em vida) é muito divertida mesmo. Enfim, apesar de Newman ter odiado sua atuação aqui (chegou a publicar um pedido de desculpas em um jornal americano por sua fraca atuação) não posso dizer que o resultado final seja ruim. "O Cálice Sagrado" é um épico diferente, estranho até em certas passagens, mas que tenta ser inteligente e instigante. Isso já justifica sua existência.

O Cálice Sagrado (The Silver Chalice, Estados Unidos, 1954) Direção: Victor Saville / Roteiro: Thomas B. Costain, Lesser Samuels / Elenco: Paul Newman, Virginia Mayo, Pier Angeli, Jack Palance / Sinopse: Escravo de nome Basilio (Paul Newman) é designado para a confecção daquele que teria sido o último cálice usado por Jesus Cristo na última ceia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Anos de Ternura

Título no Brasil: Anos de Ternura
Título Original: The Green Years
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Victor Saville
Roteiro: Robert Ardrey
Elenco: Charles Coburn, Tom Drake, Beverly Tyler, Dean Stockwell, Gladys Cooper, Jessica Tandy

Sinopse:
Com roteiro baseado na novela escrita por A.J. Cronin, o filme "Anos de Ternura" conta a história do jovem irlandês Robert Shannon, Quando seus pais morrem, ele é enviado para morar com seus parentes na Escócia. E lá fica muito próximo do avô, Alexander Gow (Charles Coburn), um homem de bom coração, embora fosse dado a contar lorotas e beber em demasia. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Charles Coburn) e melhor fotografia (George J. Folsey).

Comentários:
Que ótimo filme! Adorei! É uma daquelas belas obras cinematográficas que caem injustamente no esquecimento. É um drama que conta a história de um rapaz que passa a ser criado por uma numerosa família escocesa após a morte de seus pais. E cada um dos parentes que passa a conhecer tem sua própria visão de mundo. Seu tio é um sujeito com mania de economizar em tudo, o que é até compreensível pois a família Leckie não é rica e tendo muitos membros precisa contar com cada centavo. A avó é do tipo austera, religiosa ao extremo. E aqui o filme abre um aspecto interessante. O pequeno rapaz por ter sido criado na Irlanda é católico, mas sua nova família é toda protestante, pois eles são escoceses. Porém nada supera o grande talento do ator Charles Coburn. Ele é o avô do menino. Um homem de coração imenso, mas incorrigível na questão da bebida e da mania de contar mentiras, lorotas sobre seu passado. Coburn foi indicado ao Oscar por esse papel e na minha opinião deveria ter vencido. Ele está excepcional no filme. No mais é um belo clássico do cinema que merece ser conhecido pelas novas gerações. Muitos jovens vão se identificar, principalmente na luta do jovem protagonista em estudar para entrar numa boa universidade. Um tipo de batalha pessoal que é realmente atemporal.

Pablo Aluísio.