Título no Brasil: Não Olhe para Trás
Título Original: Danny Collins
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Dan Fogelman
Roteiro: Dan Fogelman
Elenco: Al Pacino, Christopher Plummer, Annette Bening, Jennifer Garner, Bobby Cannavale, Katarina Cas
Sinopse:
Danny Collins (Al Pacino) é um velho ídolo dos anos 60 que ainda vive de seus antigos sucessos. Geralmente se apresentando para seus fãs da época, em concertos nostálgicos, Collins leva uma vida ridícula, casado com uma jovem que poderia ser sua neta, viciado em cocaína e completamente parado no tempo no que diz respeito a sua carreira. As coisas mudam quando seu empresário (Plummer) lhe dá de presente uma velha carta que John Lennon escreveu a Collins no começo de sua carreira. Inspirado por ela o velho cantor resolve então mudar de vida, procurando um recomeço em sua carreira e no relacionamento com seu filho, que mal conhece. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - comédia ou musical (Al Pacino).
Comentários:
"Danny Collins" tenta mostrar a realidade dos antigos astros da música que são engolidos pelo tempo. De ídolos jovens eles passam a ser meros cantores nostálgicos, cantando velhos hits para um público na terceira idade. Mesmo assim ainda insistem em viver como se tivessem 20 anos de idade, se envolvendo com garotas bem mais jovens (que sempre os traem) e completamente viciados em drogas de todos os tipos. Uma caricatura do músico envelhecido e decadente. O filme, com esse enredo, poderia muito bem se tornar um drama pesado, até melancólico. O diretor e roteirista Dan Fogelman resolveu porém ir por outro caminho, procurando por um estilo mais soft, light, nada muito sério ou dramaticamente pesado. O personagem de Al Pacino tem uma fixação pelo beatle John Lennon pois no passado foi comparado a ele. Quando descobre que o próprio Lennon lhe escreveu uma carta dizendo que todo artista deveria ser fiel apenas a ele mesmo, literalmente decide mudar de vida. Começa a compor novas canções, com letras mais profundas, e resolve procurar seu único filho que há muito tempo não vê. O sujeito é um homem comum, pai de família, que mora em um subúrbio de New Jersey. Ele leva uma vida bem simples e tem muitos ressentimentos contra o pai que nunca quis saber muito dele. Assim o velho Collins precisará se esforçar bastante para reconquistar a amizade e o carinho de seu filho.
Al Pacino é aquela coisa, por sua história e filmografia, vale qualquer ingresso. Ele aqui não tem uma grande atuação (na verdade sua indicação ao Globo de Ouro foi exagerada), mas mantém o interesse, procurando trazer carisma para seu protagonista decadente. Seu único erro é tentar cantar em cena, pois Pacino certamente é um dos piores cantores de todos os tempos! Quando ele abre a boca cantando fica extremamente complicado de acreditar que ele se tornou um ídolo da música daquele jeito! A trilha sonora do filme aliás é toda composta por canções de John Lennon, o que achei uma escolha acertada. No geral é um bom filme sobre redenção, sobre recomeçar a vida, consertando aquilo que não deu muito certo. Para quem gosta do mundo da música certamente há aspectos que no final ajudarão a manter o interesse, muito embora o roteiro fique apenas no meio do caminho. É um filme que diante das obras primas do passado de Al Pacino certamente ficará ofuscado, mas que ao menos serve para manter o veterano ator em atividade. Vale a pena conferir, nem que seja pela mera curiosidade de rever o bom e velho Pacino nos dias atuais.
Pablo Aluísio.