domingo, 18 de junho de 2023
Elvis - The Great Performances
terça-feira, 13 de junho de 2023
Elvis - NBC Special
segunda-feira, 12 de junho de 2023
Elvis em Hollywood
sábado, 10 de junho de 2023
Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 4
Essa canção foi composta por Stan Kesler. Ele foi um artista da Sun Records e seu caminho crusou com o de todos os cantores da pequena gravadora de Sam Phillips. Era amigo de Jerry Lee Lewis e Johnny Cash. De sua autoria Elvis gravaria diversas músicas, como por exemplo "I'm Left, You're Right, She's Gone" e "I Forgot to Remember to Forget", Além disso tocava sempre nas gravações de Carl Perkins. Enfim, foi um membro menos conhecido dessa geração pioneira de roqueiros surgidos nos anos 1950 pelo selo amarelo da Sun, em Memphis. Uma figura importante, mas hoje em dia pouco conhecida.
E por falar em Sun Records, esse álbum também trazia uma antiga faixa gravada por Elvis nesse pequeno estúdio de Memphis. Era "You're a Heartbreaker". Ela foi gravada por um Elvis Presley ainda muito jovem, quase amador, em dezembro de 1954. Segundo fontes mais seguras essa foi uma das primeiras sessões na Sun, contando apenas com Elvis, tocando violão, Scotty Moore em sua guitarra e Bill Black com aquele grande contrabaixo que hoje em dia pertence a Paul McCartney.
Dentro da discografia de Elvis essa baladinha country foi lançada originalmente em janeiro de 1955 como lado B do single "Milkcow Blues Boogie". Outra boa gravação que foi desperdiçada? Em termos. Não podemos ignorar o fato de que naquele tempo ninguém sabia se Elvis iria dar certo como cantor profissional, por isso a inclusão da gravação em um compacto da Sun Records, por mais simples que fosse, para todos os envolvidos já era um sinal de que eles tinham mesmo gostado do resultado final. Eram outros tempos, outras prioridades na vida do jovem Elvis Presley.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 31 de maio de 2023
Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 3
Elvis gravou pouco do material inesquecível e marcante de Bill Halley, mas o admirava bastante, tendo inclusive se encontrado pessoalmente com ele. É famosa a foto de Elvis, já devidamente fardado para o exército, ao lado de Halley. De qualquer maneira essa versão de Elvis não faria muito sucesso em sua voz pois seu potencial comercial já tinha se esgotado com o lançamento do single de Bill Haley.
A baladinha country "I'm Left, You're Right, She's Gone" foi gravada por Elvis Presley na Sun Records na data de 5 de março de 1955. É interessante notar que quando a Sun vendeu o passe de Elvis para a RCA Victor havia uma cláusula nesse contrato que dava para a nova gravadora direito a toda e qualquer gravação feita por Elvis no estúdio de Sam Phillips. Era o que se costumava chamar na época de "cláusula universal de direitos autorais".
Isso se referia a tudo, desde uma música completa gravada por Elvis na Sun, até pequenos takes, ensaios, restos de gravação, qualquer coisa, qualquer registro em áudio. E quando Elvis foi para a RCA também foram os tapes que ele havia gravado em Memphis. Alguns deles perfeitos e bem gravados, que não foram negligenciados pela gravadora de Nova Iorque. Assim essa música não deixou também de ter seu espaço nesse álbum com o selo da multinacional. E esse country foi até bem comercializado pela gravadora pois disquinhos de jukebox foram enviados para a região sul, principalmente ali perto do Arkansas, onde acabou fazendo bastante sucesso.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 24 de maio de 2023
Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 2
"I Was The One" foi escrita pelo time de compositores formado por Aaron Schroeder, Claude Demetrius, Hal Blair e Bill Peppers. Por que ela foi tão trabalhada? Acontece que essa balada romântica fez parte das primeiras sessões de Elvis na RCA Victor. Era janeiro de 1956 e o estúdio estava nervoso, tentando recuperar rapidamente o dinheiro investido em sua contratação. As músicas que Elvis gravou nesse período foram bem estudadas, escritas pelos produtores, em especial Steve Sholes, que estava bem preocupado com seu emprego. Caso Elvis não se tornasse um sucesso de vendas ele certamente seria demitido.
Assim a música, que seria lançada como lado B do single "Heartbreak Hotel" foi lapidada mesmo, com todo mundo dando sugestão. O resultado ao meu ver ficou excelente. Como foi lançada em compacto, não fez parte da seleção musical do primeiro álbum de Elvis na RCA, o que sempre achei um grande erro de mercado. Aliás nem mesmo "Heartbreak Hotel", o grande clássico, entrou no disco original. Enfim, essas eram regras não escritas dentro da indústria musical da época. Os Beatles, alguns anos depois, iriam seguir por esse mesmo caminho. Só depois é que todos iriam perceber que era um erro.
"My Baby Left Me" foi escrita pelo compositor negro Arthur "Big Boy" Crudup. Ele foi muito importante dentro da carreira de Elvis porque sua primeira gravação profissional na Sun Records foi justamente feita em cima de uma de suas criações. Infelizmente Grudup morreu pobre e esquecido, destino de muitos artistas negros que viviam no sul dos Estados Unidos. No final da vida uma de suas únicas fontes de renda vinha justamente dos direitos autorais provenientes das gravações de Elvis. O próprio cantor lhe fez uma pequena homenagem lhe mandando uma placa em bronze com palavras de agradecimento. A versão que ouvimos aqui nesse disco foi gravada no dia 30 de janeiro de 1956, nos estúdios da RCA Victor.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de maio de 2023
Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 1
Durante esse longo período fora, a RCA Victor não poderia ficar sem discos novos de sua maior estrela. No auge do sucesso, no pique da glória, Elvis conseguia vender mais que todos os demais artistas do selo juntos. Ele era um cantor indispensável para a saúde comercial da gravadora. Uma coisa era certa: o mercado não podia ficar sem discos novos de Elvis. Era preciso encontrar alguma saída, alguma solução para esse problema.
Assim a gravadora começou o lançamento de uma série de coletâneas. Usando fotos novas do artista, criava-se uma ilusão de que era um álbum novinho em folha do Rei do Rock. Só que na verdade todas as faixas eram meras rerises. Algumas até bem-vindas, pois só tinham sido lançadas antes pela Sun Records. E como se sabe a pequena gravadora de Memphis não tinha alcance nacional e nem muito menos internacional. Seus compactos foram vendidos em números limitados de cópias. Dar ao fã de Elvis na época a chance de ouvir as primeiras gravações do cantor, ainda no comecinho da carreira, não era ruim, pelo contrário, era um deleite para os colecionadores. Nasceu assim esse LP feito somente para fãs.
E foi através desse disco que muita gente ouviu pela primeira vez a música "That's All Right" que foi a primeira música gravada por Elvis Presley a ser lançada comercialmente. Chegou ao mercado pela primeira vez em um pequeno single da Sun Records. Foi gravada em julho de 1954, com um Elvis de apenas 19 anos de idade. Na época ele era motorista de caminhão da companhia de energia elétrica de Memphis. Composta originalmente por um artista negro chamado Arthur Crudup, o "Big Boy", essa música foi virada pelo avesso por Elvis. No estúdio ele deu seu toque pessoal para a baladinha country e acabou mudando a história da música mundial.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 10 de maio de 2023
Elvis Presley - Don´t / I Beg Of You
Já o lado B do single vinha com outra canção que foi gravada na costa oeste em 1957 e que ficou bastante tempo arquivada, isso para os padrões dos anos 50 evidentemente! Tom Parker não gostou muito do resultado final e por isso seu lançamento foi sendo sistematicamente adiado até que ela foi finalmente colocada como lado B do single "Don't". Talvez para agradar Parker ou o próprio Elvis a música acabou tendo duas versões com arranjos diferenciados. Aquele que acabou prevalecendo e que se tornou oficial não é o melhor na minha opinião, pois a outra versão tem muito mais pique e energia. A mais rápida só iria chegar aos lançamentos da gravadora de Elvis muitos anos depois no CD "Essential Elvis - Stereo 57". Essa coleção acabou sendo a precursora do projeto "Follow That Dream" (FTD) que ao longo dos anos tem lançado vasto material inédito de Elvis, seja através de apresentações dos anos 70, seja pelo lançamento de edições revisionistas de seus álbuns clássicos, seja por meio de discos de takes alternativos. De qualquer forma "I Beg Of You" é um belo exemplo do melhor rock de Elvis Presley nos anos 50. Imperdível.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 3 de maio de 2023
Elvis e a Balada Sangrenta
quarta-feira, 26 de abril de 2023
Elvis Presley - Hard Headed Woman / Don't Ask Me Why
Enquanto isso o single “Hard Headed Woman” não conseguia o mesmo sucesso, não alcançando o topo entre os mais vendidos, algo que a RCA Victor vinha apostando quando o colocou no mercado. Os singles (ou compactos simples como eram chamados no Brasil) eram produtos considerados essenciais para o sucesso ou fracasso de um projeto fonográfico. Geralmente eles eram usados como “pontas de lança” no mercado, chegando inicialmente nas lojas para promover as demais músicas do álbum principal que viriam depois com o lançamento do chamado LP.
Definitivamente “Hard Headed Woman” e nem “Don´t Ask Me Why” tinham essa força. Eram canções medianas, não se tornariam grandes hits. Já “Trouble” tinha letra bem escrita e uma performance marcante por parte de Elvis. Tanto que foi utilizada novamente dez anos depois no NBC Special. Outra curiosidade que sempre me chamou a atenção sobre “Hard Headed Woman” é o fato de que no filme “Balada Sangrenta” ela é pessimamente utilizada em cena. Veja, Elvis canta praticamente todas as canções do álbum no filme, mas “Hard Headed Woman” surge incompleta, timidamente, pela metade.
A letra também não ajudava muito sendo bem vazia e até mesmo de certa forma ofensiva para as mulheres de uma maneira em geral. Que letra péssima! É uma bobagem, se formos pensar bem, fazendo uma viagem ao passado, tentando trazer exemplos rasos de mulheres que foram "cabeça-dura", teimosas. E que besteira de versos são esses que ligam "mulheres de cabeça-dura" a "homens de coração mole"? Que pobreza poética! Olha, uma besteira sem pé e nem cabeça, vou te contar. Hoje em dia seria vetada por executivos de gravadoras, com certeza absoluta. Assim não dá mesmo para entender porque ele foi alçada como música título desse compacto. Também implico com sua sonoridade que mistura rock com jazz com resultados bem abaixo do que ouvimos em “Trouble”, por exemplo. Enfim, em minha opinião o single foi mal pensado e mal composto. Mais um ponto negativo para ser debitado na conta da RCA Victor.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - King Creole - Discografia Americana
King Creole (1958)
KING CREOLE
AS LONG AS HAVE I HAVE YOU
HARD HEADED WOMAN
TROUBLE
DIXIELAND ROCK
DON'T ASK ME WHY
LOVER DOLL
CRAWFISH
YOUNG DREAMS
STEADFAST,LOYAL AND TRUE
NEW ORLEANS
King Creole - O disco com a trilha sonora do filme King Creole não chegou a vender tão bem quanto os discos anteriores de Elvis nessa época. Na realidade seu estilo musical mais diferenciado, com toques de jazz, não animou tanto assim os fãs de Elvis na época, afinal eram praticamente todos adolescentes, pessoas que associavam o jazz a "música de gente velha". Mesmo assim passou longe de ser um disco mal sucedido comercialmente. Pelo contrário, vendeu muito bem e por vários meses, afinal o fã mais fiel de Elvis jamais deixaria de comprar um álbum oficial de sua discografia. As músicas que mais se destacaram nas rádios, por sua vez, foram Trouble e King Creole. Hard Headed Woman também se destacou por causa do single lançado. As demais ficaram praticamente restritas ao contexto do filme em si e não foram necessariamente grandes hits. Circularam, de modo em geral, apenas entre os fãs. Abaixo seguem as capas dos discos originais, das primeiras edições nos Estados Unidos.
Compactos Duplos extraídos deste disco:
King Creole vol 1
King Creole
New Orleans
As Long As I Have You
Lover Doll
Lançado em setembro de 1958 conseguiu grande êxito de vendas chegando ao primeiro lugar na parada de compactos duplos da Billboard. De certa forma foi o material mais bem sucedido tirado dessa trilha sonora de Elvis.
King Creole vol 2
Trouble
Young Dreams
Crawfish
Dixieland Rock
Lançado em setembro de 1958 também conseguiu se tornar outro grande êxito de vendas chegando ao primeiro lugar na parada de compactos duplos da Billboard. O lançamento de dois EPs extraídos daa mesma trilha sonora demonstrava que a RCA não havia ficado mesmo contente com o resultado das vendas do LP. Esse EP, por sua vez, teve suas vendas impulsionadas pela presença da música Trouble.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de abril de 2023
Elvis Presley - King Creole - Parte 5
New Orleans é no sul. New Orleans então está em Dixieland. Agora o interessante é que a cultura de New Orleans é tão própria que podemos dizer que se existe uma cidade sulista que seja bem diferente do resto do sul, essa seguramente é New Orleans. Aqui há forte herança da cultura negra, dos escravos que chegaram no novo mundo nas caravelas dos escravocratas das fazendas de algodão do sul. Nesse novo mundo os negros mantiveram seus costumes, sua cultura e sua música. Ao mesmo tempo eles trouxeram para si parte também da cultura francesa, pois a Louisiana pertenceu por muitos anos à coroa francesa, daí vem seu nome, a terra de Louis, rei da França.
"Dixieland Rock" é uma boa gravação de King Creole, o álbum, mas também temos que convir que com todo esse peso cultural que caiu sobre ela, as coisas se tornaram um pouco turvas. É um bom momento do disco, um momento cheio de vibração e energia, com Elvis em pleno pique. Só não vale tentar comparar com a herança cultural que o nome Dixieland evoca, até porque aí seria realmente até mesmo uma covardia. Séculos e séculos de cultura esmagariam esse música pop / rock da nascente cultura roqueira da década de 1950.
E sobre "Hard Headed Woman", que já tive oportunidade de escrever, não vejo muita salvação. O ritmo é legal, bem rock, muito positivo, pra frente, go, go, go... Só que convenhamos... a letra é realmente péssima. A própria expressão que dá título à música soaria de mau gosto nos dias de hoje. Soaria vulgar, de cultura rasteira. Aqui foi desperdiçado o bom trabalho vocal de Elvis e sua banda, além dos instrumentistas da orquestra de metais que o acompanhou. Tudo isso para chamar uma jovem senhorista de "mulher cabeça-dura"? Não, não me soa interessante. Um momento anacrônico de uma trilha sonora muito boa. Essa música assim perde muitos pontos por causa da letra, embora o ritmo seja muito bom.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 12 de abril de 2023
Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 5
quarta-feira, 5 de abril de 2023
Elvis Presley - King Creole - Parte 4
Felizmente os compositores, arranjadores e produtores desse álbum tiveram o bom senso de mesclar o estilo de Elvis com o estilo da Louisiana. E não é que deu certo mesmo! Basta ouvir a canção "New Orleans" para entender bem isso. Os arranjos de metais estão todos lá, mas também há o estilo único de Elvis cantar, os Jordanaires e parte de sua banda original. É uma mistura que parecia ser impossível, mas que no final deu certo. Mesmo que os jovens fãs de Elvis viessem a estranhar certos aspectos dessa trilha sonora, eles não iriam detestar o que iriam ouvir. Conseguiram chegar em um bom equilíbrio, algo que muitos achavam que não iria dar certo.
E para suavizar ainda mais tudo, havia o lote de músicas românticas cantadas por Elvis, faixas como "Don't Ask Me Why". Imagine para uma fã adolescente de Elvis nos anos 1950, apaixonada platonicamente por seu ídolo, ouvindo versos como "Eu vou continuar lhe amando / Não me pergunte o porquê / você é tudo o que estou desejando / Não diga adeus / Eu preciso de você mais e mais...". Claro, as jovens iam nas nuvens, sonhando com o "namorado perfeito" que era o próprio Elvis. Isso iria superar qualquer estranhamento que elas viessem a ter com os arranjos fora do padrão desse álbum "King Creole".
Também me chama a atenção que uma parte das canções dessa trilha sonora eram bem mais convencionais do que as chamadas típicas de New Orleans. Essas poderiam estar em qualquer outro disco ou álbum normal de Elvis, sem problemas. Algumas vezes havia um mix, como em "Young Dreams". Aqui havia uma letra bem mais mediana, com pequenos, leves toques e nuances, para lembrar só um pouquinho do jazz do sul. Essa faixa aqui sempre me lembrou muito de "Young and Beautiful" pois as duas falam de romances juvenis, de amores de adolescentes. A juventude é louvada, aclamada, colocada em um pedestal. Elvis canta que tem jovens lábios para beijar, jovens braços para abraçar sua amada. E convida sua namorada para viverem juntos jovens sonhos de amor ao seu lado. Nada como um amor adolescente, na flor da idade, meus caros. As fãs de Elvis da época, nem preciso dizer, suspiravam ao ouvirem esses versos...
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 29 de março de 2023
Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 4
quarta-feira, 22 de março de 2023
Elvis Presley - King Creole - Parte 3
Só que no caso dessa canção não havia outra alternativa. Elvis cantava a bela música em uma sacada em New Orleans enquanto uma senhora negra passava pela rua vendendo lagostim. Ela anunciava seus produtos à venda cantando, ao qual o personagem de Elvis respondia, também cantando. Uma bela cena, evocativa do dia a dia daquela cidade, de seus vendedores ambulantes e dos hábitos culinários da região. Quando foi a hora de decidir se a música traria ou não a participação da cantora Kitty White no álbum, o Coronel tentou tirar a participação dela da trilha sonora. Só que isso iria deixar a música sem sentido. Assim a RCA e a Paramount Pictures decidiram que ela estaria sim no disco e como eles mandavam por questões contratuais, a decisão foi mantida. Sabiamente ninguém deu ouvidos aos absurdos do Coronel. Até porque isso também poderia ser interpretado como uma questão de racismo, o que iria pegar muito mal perante os fãs de Elvis.
De todas as músicas de "King Creole" a única que Elvis levou em frente na sua carreira foi "Trouble". Ela inclusive iria ter uma importância incrível dentro do NBC TV Special em 1968. De fato é uma canção com vida própria, que poderia ser mesmo aproveitada dentro da carreira de Elvis dissociada desse filme e do contexto onde ela era apresentada no cinema. A letra também era ideal para o personagem de Elvis em "Balada Sangrenta", uma vez que ele tinha seu lado sombrio, vinculado ao submundo do crime em New Orleans. Aliás os únicos personagens de Elvis no cinema que tinham esse lado mais perigoso e criminal eram justamente o Danny de "King Creole" e o Vince de "Jailhouse Rock", não por acaso seus papéis mais fortes na sétima arte.
"As Long As I Have You" é uma boa balada do disco. Não teve muito uso fora da trilha sonora do filme. Todos os filmes de Elvis tinham sua dose de canções românticas. Fazia parte do pacote, afinal naqueles tempos os filmes de Elvis poderiam ser considerados como romances musicais (em alguns casos, comédias musicais), onde seus personagens invariavelmente tinham que cortejar a mocinha do filme, namorar com ela, tudo para encantar seu público feminino na época que no caso era formado nessa fase de sua carreira por uma imensa maioria de adolescentes. Fazia parte dos roteiros ter sempre uma ou mais cenas românticas onde essas baladas se encaixavam perfeitamente bem.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de março de 2023
Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 3
quarta-feira, 1 de março de 2023
Elvis Presley - King Creole - Parte 2
Basta colocar o disco para tocar e ouvir as primeiras notas da música tema, "King Creole", para perceber que vinha coisa muito boa por aí. Essa canção foi encomendada especialmente para a dupla Leiber e Stoller. Eles já tinham uma parceria de enorme sucesso ao lado de Elvis. Basta lembrar da trilha sonora anterior, "Jailhouse Rock" para bem entender que essa união de talentos tinha dado mais do que certo. Essa é uma faixa forte, com arranjos marcantes e letra relevante. Nada de bobagens, apenas um recado duro e visceral. Interessante é que a interpretação de Elvis da música no filme é um tanto convencional, dentro dos padrões. Para uma música tão marcante o diretor Curtiz deveria ter pensado em algo mais forte, contundente.
E as semelhanças de fórmula com outras trilhas sonoras continuavam. Afinal o que era "Lover Doll" a não ser uma nova tentativa de repetir o êxito de Teddy Bear. Só que havia um diferencial por aqui. O personagem de Elvis no filme era um sujeito que vivia em uma linha divisória bem clara, entre ser um bom rapaz ou cair na marginalidade. Na cena do filme ele canta e encanta com essa canção de tema tão pueril enquanto seus comparsas de quadrilha roubam a loja. Pois é meus caros, penso que esse personagem Danny Fisher foi o papel mais forte e marcante de Elvis no mundo do cinema. Falavam muito em James Dean, mas o Danny de Elvis estava mais para um jovem James Cagney, o ator que mais interpretou gângsters famosos nas telas de cinema.
E apesar de Danny ser um cara forjado nas ruas, vivendo em espeluncas administradas pela máfia, ele tentava vencer na vida com os estudos. A família dele acreditava que apenas a formação educacional iria salvar ele do mundo do crime, o que era uma visão certa do mundo naquela fase histórica. Só que ele tinha dois lados. Em uma cena poderia representar o bom moço, para em outra se envolver com pequenos crimes, furtos e coisas do tipo. Para representar o lado bom de Danny, a trilha sonora trazia a canção "Steadfast, Loyal and True", algo como uma espécie de hino escolar, muito tradicional nos Estados Unidos. Os jovens aprendiam a música da escola e depois que se formavam esses temas musicais funcionavam como boas lembravas, como símbolo de nostalgia dos tempos colegiais. Elvis cantou a música praticamente sozinho, com o mínimo de acompanhamento. Um bom momento do disco para curtir apenas sua voz, sem banda e grupo de apoio. Ficou bem bonito.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023
Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 2
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
Elvis Presley - King Creole - Parte 1
Só que ficou mesmo complicado tecer a lenha nesse filme, principalmente quando se tinha Michael Curtiz como diretor. Ele era um símbolo da era de ouro do cinema americano. Dirigiu dezenas de grandes filmes, entre eles "Casablanca", considerada uma obra-prima absoluta das telas. Arrasar com "King Creole" significava arrasar também com Michael Curtiz e isso definitivamente estava fora de cogitação entre os críticos e entre os cinéfilos. Assim eles todos tiveram que reconhecer os méritos do filme, mesmo que para isso precisassem engolir Elvis Presley no elenco.
E a trilha sonora do filme? Outra surpresa maravilhosa. O puro Rock foi deixado um pouco de lado, ou melhor dizendo, as faixas fortes ainda estariam presentes no disco, mas com outra sonoridade. Não havia mais como a banda tradicional de Elvis dar conta dos arranjos, por isso um grupo enorme de músicos foi contratado pela RCA Victor. A maioria deles eram músicos de jazz, de New Orleans. Justamente o tipo de artista que essas músicas pediam. De fato essa sessão de gravação foi a mais peculirar e ímpar da carreira de Elvis até aquele momento. Um tipo de som que ele nunca havia feito antes em sua vida.
E apesar de ser uma espécie de novato nesse tipo de sonoridade, Elvis se deu bem. Ele apenas entendeu que deveria continuar a ser o mesmo cantor de antes. Os arranjos de metais ao seu lado seriam apenas um bônus. E não deixava de ser curioso também que não fazia muito tempo Elvis havia criticado sutilmente o jazz numa entrevista. O jornalista perguntara a ele se gostava de jazz. Elvis respondeu que não. Não iria falar mal do estilo musical, mas que na verdade não ouvia jazz, não gostava e não o entendia muito bem. É de se estranhar que de todos os ritmos musicais Elvis tenha implicado logo com o jazz. Em Memphis esse tipo de música era até bem comum. Só que Elvis parecia bem mais à vontade cantando gospel, blues ou country. O jazz definitivamente não fazia a cabeça daquele jovem de vinte e poucos anos. Porém lá estava ele nos estúdios da RCA Victor, gravando o seu disco mais jazzístico de sua carreira.
Pablo Aluísio.