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sábado, 10 de setembro de 2022

Não! Não Olhe!

Título no Brasil: Não! Não Olhe!
Título Original: Nope
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jordan Peele
Roteiro: Jordan Peele
Elenco: Daniel Kaluuya, Keke Palmer, Brandon Perea, Michael Wincott, Steven Yeun

Sinopse:
Dois irmãos que herdaram a criação de cavalos no rancho do seu pai, acabam lidando com um estranho fenômeno no céu em sua propriedade. Uma nuvem que parece nunca sair do lugar. Pessoas desaparecendo no meio do nada. O que estaria acontecendo? Seria algum tipo de invasão extraterrestre? Ou apenas um estranho evento da natureza, desconhecido da ciência?

Comentários:
Do ponto de vista do roteiro. o filme até que começa bem. Entretanto é bem o tipo do caso em que o filme começa bem e depois desaba no final. Não me convenceu nem um pouco a explicação do que seria aquele estranho fenômeno que surge sobre o rancho do protagonista. Seria um disco voador ou seria algum tipo de fenômeno natural? E aí, quando surge finalmente a explicação, vem a decepção. Uma bobagem enorme! A sensação que tive foi que havia perdido meu tempo. Eu até me lembrei de uma recente pesquisa feita por cientistas que afirmaram que poderia existir vida sobre a atmosfera de Vênus. Estranhos seres totalmente desconhecidos, pairando sobre aquele planeta. Só que é melhor esquecer isso. O roteiro não é tão inteligente. O que me surpreende é que esse filme acabou sendo o mais assistido em sua semana de estreia nos Estados Unidos. Não deixa de ser um sintoma bem visível da crise de criatividade que se abate sobre o cinema americano nos dias atuais.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de dezembro de 2019

Nós

Eu deveria ter ligado os pontos antes de começar a assistir a esse filme. O diretor Jordan Peele é o mesmo de "Corra!" e eu não havia gostado muito desse seu filme anterior. Porém deixei de prestar atenção e fui conferir esse novo terror. É a tal coisa, alguns filmes apresentam muito clima, muito estilo até, mas se formos pensar bem tem pouco ou nenhum conteúdo. É o caso desse "Us". Começa até bem convencional. Uma família de negros parte para suas férias. O paizão aluga uma casa perto de um bonito lago. Ele gostaria de ir para a praia, mas a esposa tem problemas e traumas desde a infância. Ela entrou em uma velha casa de espelhos quando criança. Esse tipo de coisa era bem popular nos anos 50, ainda mais naquelas cidades que viviam de turismo à beira-mar. Só que esses velhos parques de diversões também faliram com os anos e acabaram se transformando em cenários naturais para filmes de terror. Toda aquela decadência, aqueles brinquedos enferrujados, aqueles cartazes velhos, mostrando coisas bizarras. Pois bem, é justamente nesse lugar que a Adelaide (Lupita Nyong'o) entrou quando era apenas uma garotinha. E lá ela também encontrou uma versão em carne e osso de si mesma. Uma duplicata. Como explicar essa coisa surreal? Esqueça, nem o roteiro vai te explicar direito. Apenas embarque na proposta e veja como o filme vai ficando cada vez mais esquisito com o passar do tempo.

São sombras que ganharam vida? São pessoas marginalizadas que vivem nos bueiros e esgotos da cidade? São seres de puro mal, representando o lado obscuro de cada um? Ora, nem adianta perder muito tempo procurando explicações porque esse roteiro não vai lhe dar nada em definitivo. Penso apenas que partir de uma premissa interessante não garante um grande filme. Ainda mais quando ele se rende aos piores clichês de produções de terror ao estilo gore. Muitas cenas são estupidamente violentas e desnecessárias. O sangue jorra através de tesouradas e o espectador acaba bocejando de tédio. Esse é um problema e tanto a superar. No final achei o filme bem cansativo. Essas ideias que o Jordan Peele criou para seu filme não levam a nada. É legal até certo ponto, mas deixa aquela sensação de cansaço após quase duas horas de busca pela explicação. No fundo não tem explicação nenhuma. É apenas um conceito, uma ferramenta que o filme usa como muleta narrativa.

Nós (Us, Estados Unidos, 2019) Direção: Jordan Peele / Roteiro: Jordan Peele / Elenco: Lupita Nyong'o, Winston Duke, Elisabeth Moss, Tim Heidecker, Shahadi Wright Joseph, Evan Alex / Sinopse: Família de negros de classe média passa a ser perseguida por estranhas pessoas desconhecidas. Quando chegam perto demais descobrem que são versões violentas delas mesmas! Como isso pode acontecer? Quem são essas pessoas duplicadas? De onde vieram? O que querem? Como superar uma situação tão bizarra como essa?

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Corra!

Há filmes inegavelmente medianos concorrendo ao Oscar de melhor filme nesse ano, porém esse "Corra!" é francamente ruim! As coisas começam a ficar estranhas logo quando o filme começa. Você vê a abertura com a marca da Blumhouse Productions e fica desconfiado porque essa companhia cinematográfica é especializada na produção de filmes B de terror e suspense. Ora, o que um filma da Blumhouse estaria fazendo entre os concorrentes ao principal prêmio da academia? Quando a estória começa você chega a pensar que está enganado, que vem boa coisa por aí. Um casal formado entre uma garota branca e um cara negro decide ir visitar os pais dela. Já começa a tensão porque todos sabemos como funciona a sociedade americana (impossível negar que há muito racismo dentro dela).

Até ai tudo bem, você começa a pensar que está para ver um bom drama discutindo a questão racial, porém esqueça. Não vem pela frente um filme como aqueles clássicos com Sidney Poitier, não vem um bom drama sobre esse tema sempre relevante e polêmico. Nada disso. O filme faz jus à marca da Blumhouse e assim começa mais um daqueles roteiros B, sem pé e nem cabeça, que junta em um mesmo balaio temas que ficariam até legais em um trash, mas não em uma produção que absurdamente foi indicada ao Oscar de melhor filme do ano! O que exatamente estou falando? Sem querer dar spoilers, você encontrará pela frente negros sendo submetidos a uma hipnose para se tornarem zumbis, escravos sexuais ou empregados escravos, de seus algozes brancos. Tudo feito com aquela áurea de argumento vagabundo que estamos acostumados a ver em filmes B ou Z que de vez em quando pipocam nos cinemas de tempos em tempos. No fim de tudo, depois de um banho de sangue ao mais fiel espírito trash dos anos 80, você fica se perguntando o que se passou na cabeça dos membros da Academia para indicarem um filminho desses para o prêmio de melhor do ano? Será que foram hipnotizados e viraram zumbis psíquicos como os personagens bobocas desse filme? Só pode ser isso...

Corra! (Get Out, Estados Unidos, 2017) Direção: Jordan Peele / Roteiro: Jordan Peele / Elenco:  Daniel Kaluuya, Allison Williams, Bradley Whitford / Sinopse: Rapaz negro que namora garota branca descobre ao visitar os pais dela que há algo de errado acontecendo naquele lugar sinistro! O que se esconderá por trás de todos aqueles falsos sorrisos? Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Daniel Kaluuya), Melhor Direção e Melhor Roteiro Original (Jordan Peele).

Pablo Aluísio.