segunda-feira, 30 de junho de 2025

Divórcio Dele, Divórcio Dela

Divórcio Dele, Divórcio Dela
Não deixa de ser uma ironia termos a existência de um filme como esse. Explico. Elizabeth Taylor e Richard Burton casaram e se divorciaram tantas vezes em suas vidas que já até perdemos a conta. Então de divórcio eles entendiam bem. E o filme foi realizado quando eles já estavam maduros, coroas mesmo e... nas portas de um novo divórcio! Foi uma espécie de avaliação do que aconteceu com eles próprios ao longo da vida. A razão que leva um casamento à ruína é exposta sob o ponto de vista do marido e depois da esposa. Dando origem a duas partes bem distintas que se unem para formar um todo bem coerente. A mesma história, mas sob pontos de vista bem diferentes. 

O filme foi produzido inicialmente para ser lançado nos cinemas, mas o corte final se revelou longo demais, com três horas de duração! O estúdio achou excessivo. Então os produtores fizeram um acordo com uma emissora de televisão da época e acabou exibindo o filme em duas partes separadas, uma após a outra, em dias distintos. Primeiro, o fim do casamento no olhar do marido, interpretado por Burton, depois a mesma crise sobre o olhar da esposa, na pele de uma ainda bonita Elizabeth Taylor. Eu gostei do resultado. Tem uma edição bem diferente, com idas e vindas entre passado e presente. Por isso o espectador precisa de atenção redobrada em cada detalhe. É uma linha narrativa muito inovadora para aquela época. Penso que algo assim funcionaria melhor no cinema, já que na TV costumamos perder a concentração. De qualquer forma está valendo. Recomendo a versão definitiva que saiu em DVD nos Estados Unidos. Edição completa, sem cortes. É um bom drama sobre relacionamentos perdidos, à beira da falência completa. 

Divórcio Dele, Divórcio Dela (Divorce His - Divorce Hers, Estados Unidos, 1973) Direção: Waris Hussein / Roteiro: John Hopkins / Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton, Carrie Nye / Sinopse: Um casamento em crise. A esposa se ressente do marido que não lhe dá a devida atenção e negligencia a vida do próprio filho. O marido, por sua vez, encontra no trabalho uma fuga para não ter que lidar com os problemas de seus relacionamentos pessoais. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 29 de junho de 2025

Cleópatra e Marco Antônio

Cleópatra e Marco Antônio
Quando Júlio César foi assassinado no senado romano, nos idos de março, a jovem rainha Cleópatra decidiu ir embora imediatamente de Roma. Ela temia por sua vida e de seu filho, o legítimo herdeiro de Júlio César. Agindo assim estava mais do que certa. Os que almejavam chegar ao poder máximo em Roma estavam decididos a eliminar seus opositores. O mais ambicioso deles era justamente um dos sobrinhos de César, chamado Caio Otávio. Ele iria se tornar o primeiro imperador de Roma, assumindo o título de Augusto (o divino). 

Cleópatra nunca foi bem aceita pela sociedade romana. As matriarcas das grandes famílias romanas a detestavam. Ela era muito à frente de seu tempo, usava maquiagem e roupas elegantes e sensuais. Também era uma mulher muito inteligente que se recusava a ficar à sombra de qualquer homem, mesmo que esse fosse o grande Júlio César. Submissão não era com ela, de jeito nenhum! As matronas da velha casta viam aquilo com ojeriza. E sem dúvida havia uma rede de difamação e injúria contra ela por todo o (curto) tempo em que viveu em Roma. Assim, quando surgiu a oportunidade, ela nem perdeu tempo. Embarcou em sua frota e retornou para Alexandria, sede de seu trono no Egito. 

Só que Cleópatra, mesmo distante, continuaria a chocar Roma. Principalmente quando boatos começaram a circular de que ela agora estaria envolvida com o General Marco Antônio, que havia sido um dos amigos mais próximos de Júlio César, seu braço direito. Quando César foi assassinado, Marco Antônio, com coragem, foi até o senado resgatar o corpo de seu grande amigo. Carregando ele nos braços, com sua toga romana cheia de sangue, discursou ao povo de Roma. Foi tão marcante que imediatamente explodiu uma rebelião popular na cidade, exigindo a morte dos assassinos de César. Sem saída, os senadores que participaram da conspiração da morte de Júlio César fugiram da cidade. 

Marco Antônio foi alçado ao posto de herói do povo romano, mas agora todos estavam surpresos e chocados com a notícia de que havia se tornado o novo amante da rainha Cleópatra. Não poderia haver maior traição ao morto, tanto da parte do militar romano, como também daquela exótica Rainha do Nilo. Caio Otávio, um homem inteligente e sagaz, percebeu que havia chegado sua oportunidade política. Ele queria o poder máximo! Declarou que tanto Marco Antônio como Cleópatra deveriam ser executados pela traição à memória de Júlio César. E não tardou a reunir as legiões que lhe eram fiéis. Uma grande guerra civil começava a surgir no horizonte de Roma e do Egito. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 28 de junho de 2025

A Casa do Dragão - Segunda Temporada

Título no Brasil: A Casa do Dragão
Título Original: House of Dragon Season 2
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Miguel Sapochnik, 
Roteiro: George R.R. Martin, Ryan J. Condal
Elenco: Emma D'Arcy, Matt Smith, Rhys Ifans, Steve Toussaint, Sian Brooke, David Horovitch

Sinopse:
As casas e os clãs seguem seu caminho de disputa do trono de ferro. E o inimigo não está apenas lá fora, mas dentro das próprias dinastias, onde um parente próximo pode ser o próximo assassino do aspirante ao poder máximo. Segunda temporada exibida originalmente entre junho a agosto de 2024. 

Comentários:
Eu fiquei realmente surpreso com a qualidade dos episódios dessa segunda temporada. Se formos comparar com a primeira, tudo melhorou! Os roteiros estão mais bem escritos, os personagens são bem mais desenvolvidos, não se perde mais tempo com situações desnecessárias e não há mais tentativas de se alongar demais as tramas. Tudo está bem encaixado, enxuto, na medida certa. E os efeitos especiais também melhoraram demais. Para uma série de fantasia com dragões, nada melhor do que ter muitos deles em cena, em combate, tentando esconder sua real natureza, destruindo os exércitos inimigos, etc. Para uma série que começou com a sombra enorme de "Game of Thrones" pairando sobre si, as coisas melhoraram demais! Penso até que temos aqui episódios que superam inclusive o que assistimos na série original. Não é pouca coisa! É sem dúvida um ótimo caminho. Torço para que continue assim. E que venha a terceira temporada agora! 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Capitão América: Admirável Mundo Novo

Capitão América: Admirável Mundo Novo 
Eu não sei vocês, mas eu já estou um tanto farto desses filmes de super-heróis da Marvel. É aquele tipo de filme que já saturou demais, entretanto como ainda consegue render boas bilheterias eles vão seguindo em frente, esmigalhando e tirando o último suco desse cana triturada! Aqui temos mais um filme do Capitão América, ou quase isso... Não se trata do personagem original, do Steve Rogers que foi criado por Joe Simon e Jack Kirby na década de 1940 para socar nazistas... nada disso. É outro Capitão América, seu sucessor, um personagem chamado Sam Wilson! Ele tem asas mecânicas e voa... Pois é, temos aqui um Capitão América da cultura Woke! Complicado, mas sigamos em frente...

O filme também traz o Hulk, mas (de novo!) não é o Hulk verde do Stan Lee que estamos acostumados. É o Hulk vermelho, transformação do velho general e agora presidente dos Estados Unidos Thaddeus Ross. Esse personagem é interpretado por um envelhecido e cansado Harrison Ford. Eu sou um espectador de cinema das antigas, que cresceu vendo o Harrison Ford sendo o Han Solo e o Indiana Jones. Aos 82 anos de idade o veterano astro do passado já deveria ter se aposentado. Ele parece muito aborrecido de fazer esse filme, com muita antipatia no rosto. Deveria estar curtindo seus milhões em algum rancho no interior dos Estados Unidos. Chega Ford, vá cuidar dos seus netos nesses anos que lhe restam... você já fez o suficiente na história do cinema. 

Fora isso, nada muito a acrescentar. O roteiro é fraco. O que se salva desse novo e saturado filme da Marvel são os bons efeitos especiais, principalmente quando o Hulk vermelho entra em cena. Aí melhora, mas fique sabendo que tudo termina numa grande pancadaria que parece não ter mais fim. Também pudera, algumas histórias em quadrinhos são exatamente assim. Entre mortos e feridos essa é apenas mais uma produção Marvel de rotina, com tudo de ruim que isso possa significar. 

Capitão América: Admirável Mundo Novo (Captain America: Brave New World, Estados Unidos, 2025) Direção: Julius Onah / Roteiro: Rob Edwards, Malcolm Spellman / Elenco: Anthony Mackie, Harrison Ford, Liv Tyler / Sinopse: Um novo Capitão América precisa enfrentar um novo desafio, nada mais, nada menos do que o Presidente dos Estados Unidos que esconde um grave segredo, ele é na verdade o furioso e perigoso Hulk vermelho! 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 26 de junho de 2025

As Viagens de Gulliver

As Viagens de Gulliver
Esse filme é ruim demais! Pior é que acabei assistindo meio enganado. Estava atrás do clássico original e acabei me deparando, já nos primeiros segundos, com esse filme de jack Black! Dancei bonito, estava vendo o filme errado... Que Deus me proteja! Como já tinha começado o filme resolvi seguir em frente, mesmo sabendo, bem de antemão, que vinha porcaria pela frente.... e não deu outra! Bom, não foi por falta de aviso... Eu não consigo entender como um estúdio de cinema com um material original tão rico em mãos para adaptar produz um roteiro tão pobre como esse! Eles possuem hoje em dia todo o aparato tecnológico para reproduzir o mundo imaginado pelo autor do livro original. Ao mesmo tempo não conseguem fazer nada direito em termos de roteiro. O desse filme é muito ruim! O que era fantasia e lirismo, acabou virando apenas vulgaridade! Que pena, que lástima...

O Jack Black, em minha opinião, não tem graça nenhuma! Nunca consegui gostar de seu humor rasteiro. Agora, incompreensível mesmo, é entender como uma atriz de classe como Emily Blunt faz um filme como esse! Logo ela, que sempre considerei uma das atrizes mais criteriosas de Hollywood, sempre escolhendo com cuidado os filmes em que vai atuar. O que diabos se passava em sua cabeça? Aqui ela errou feito, errou rude! O filme é um de seus maiores constrangimentos na carreira! Quando algum jornalista hoje em dia pergunta sobre o filme para ele, logo desconversa, morta de vergonha... Eu entendo muito bem sua reação! 

As Viagens de Gulliver (Gulliver's Travels, Estados Unidos, 2010) Direção: Rob Letterman / Roteiro: 
Joe Stillman, Nicholas Stoller, Jonathan Swift / Elenco: Jack Black, Emily Blunt, Jason Segel / Sinopse: Ao viajar para realizar uma matéria jornalística sobre turismo para o jornal onde trabalha, Lemuel Gulliver (Jack Black) se dá muito mal, indo parar em um estranho mundo onde as pessoas são minúsculas, vivendo em eterna guerra!

Pablo Aluísio. 

Hotel Transilvânia 3

Hotel Transilvânia 3 
Mantém o mesmo nível das três primeiras animações. O diretor dessa é animação é o russo Genndy Tartakovsky, um craque do ramo, tendo criado personagens inesquecíveis dos desenhos animados como cientista mirim Dexter e as Meninas Super Poderosas. As crianças adoram esses personagens. Então nem vá se preocupar em termos de qualidade. Está tudo aqui, novamente, repetido com talento pela terceira vez. Na estorinha a filha do Drácula está preocupada com ele. Afinal faz séculos que ele tirou suas últimas férias! Então ela faz uma surpresa ao paizão: Um cruzeiro onde ele vai relaxar e descansar de seu velho hotel. E juntos vão todos os monstros da trupe que o cerca desde as animações anteriores. 

E como está há muitos séculos solitário, Drácula também encontra o amor, justamente na capitã do navio, uma balzaquiana loira chamada Erica. Seria uma boa, se apaixonar agora bem mais velho, já com netos e tudo mais. Só que o Drácula está entrando numa cilada. Ela na verdade é bisneta de um inimigo histórico do Drácula, o lendário caçador de vampiros Van Helsing. Desse modo ela não quer namorar o vampirão, mas sim acabar com ele! Então vira um Deus nos acuda, com direito a certas sequências que lembram até mesmo os bons tempos dos filmes de Indiana Jones. Então é isso, boa animação. Essa franquia nunca deixou a bola cair em termos de qualidade. Talvez por isso siga sendo tão bem sucedida comercialmente. Merecido sucesso, é bom salientar. Assista com muita pipoca e guaraná e não se esqueça de chamar a criançada para ver também. A diversão é garantida. 

Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas (Hotel Transylvania 3: Summer Vacation, Estados Unidos, 2018) Direção: Genndy Tartakovsky / Roteiro: Genndy Tartakovsky, Michael McCullers / Elenco: Adam Sandler, Andy Samberg, Selena Gomez, Fran Drescher, Steve Buscemi, Kevin James, Mel Brooks / Sinopse: Após passar séculos sem curtir umas férias, o Conde Drácula resolve seguir os conselhos de sua filha e embarca em um cruzeiro. Pode ser uma boa, mas ele precisa ter cuidado pois tudo pode se revelar uma grande cilada, uma armadilha! 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 25 de junho de 2025

A Casa dos Mortos

A Casa dos Mortos 
Um grupo de jovens resolve fazer algumas pesquisas e experimentos em uma velha casa onde no passado aconteceu uma tragédia, um massacre, com várias pessoas assassinadas. Então eles se reúnem e partem. No começo as coisas até fluem bem. Alguns pequenos eventos inexplicáveis vão surgindo, mas nada muito fora do comum. Até que eles encontram um círculo devotado ao Diabo no chão da sala. Ao sentarem ali, decidem evocar espíritos presentes na casa. Mal sabem que estão na verdade abrindo as portas do inferno, para que uma velha entidade do Mal finalmente se liberte, causando morte por onde passa! 

OK, já vimos essa história antes em vários filmes. Antes de qualquer coisa, quando vi jovens indo para essa casa mal assombrada, com a intenção de fazer uma sessão de espiritismo, já sabia que tudo iria terminar mal. Até ai, nada de surpresas. O que me irrita nesses filmes novos de terror é que confundem medo e suspense com sustos! Um som absurdamente alto que surge numa cena completamente silenciosa, vai dar um susto no público! É uma reação natural do organismo do ser humano! Não tem nada a ver com desenvolvimento correto de uma história de terror. Essa é apenas uma artimanha um tanto apelativa. Quando vejo muito disso em filmes de terror já desanimo. É um sinal bem óbvio que o diretor não é lá muito bom! 

E segue sendo esse o principal problema do filme. O demônio em si não causa muito medo e nem traz nada de novo. Na maioria das vezes é apenas um dos jovens atores do filme com maquiagem bem mediana, sangrando muito pela boca! Para não falar que não tem mais nada de interessante, pelo menos a "parte policial" da história ainda gera algum interesse, embora não tenha nenhum grande ator em cena. Pelas pequenas surpresas dessa parte deixo pelo menos uma classificação de mediana para boa no filme. Nada mais do que isso. O resto é mesmo prato requentado de outros roteiros do passado (que eram bem melhores do que esse, claro!). 

A Casa dos Mortos (Demonic, Estados Unidos, 2015) Direção: Will Canon / Roteiro: Max La Bella, Will Canon / Elenco: Dustin Milligan, Scott Mechlowicz, Cody Horn / Sinopse: No passado essa velha casa foi palco de um terrível crime. Agora um grupo de jovens interessados no sobrenatural decide ir até lá, fazer uma investigação com base na ciência. Só que eles estão lidando com forças do oculto que desconhecem e nada vai terminar bem após cruzarem suas portas. 

Pablo Aluísio. 

Premonição

Título no Brasil: Premonição
Título Original: Final Destination
Ano de Lançamento: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: James Wong
Roteiro: Glen Morgan, James Wong
Elenco: Devon Sawa, Ali Larter, Kerr Smith

Sinopse:
Jovem adolescente tem o dom da premonição. Ao entrar em um avião comercial no qual viajaria, ela descobre que aquela aeronave iria cair. Então ele tenta alertar a todos, mas no final só consegue fazer confusão, sendo expulsa pela tripulação. O resultado não poderia ser outro... e novas premonições não tardam a acontecer! 

Comentários:
O estúdio contratou James Wong porque gostou de seu trabalho na série "Arquivo X". Agora ele teria que colocar em frente um projeto que ele mesmo criou. Disso resultaria esse filme que faria um invejável sucesso comercial que pegaria muita gente de surpresa. O resultado foi tão bom que acabou dando origem a toda uma longa franquia de filmes com o mesmo tema. Esse primeiro tem seus méritos. Os trinta primeiros minutos do filme realmente são muito bem escritos. Depois decai um pouco. Infelizmente as várias continuações que viriam depois iriam perder gradualmente a qualidade cinematográfica. Algo prevísivel. Se esse primeiro filme já não era grande coisa, imagine suas sequências. De minha parte nunca gostei muito dessa franquia e olha que sou um fã de filmes de terror em geral. Enfim, dá para assistir, mas não é nada memorável. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Homem com H

Homem com H 
Conforme tem ocorrido dentro do cinema dos Estados Unidos, aqui no Brasil também estamos vivendo essa moda de cinebiografias de grandes astros da música, seja do passado, como também do presente. E são filmes direcionados para os fãs desses artistas, muitas vezes contando com a aprovação desses mesmos músicos (se ainda vivos) ou de seus familiares (quando eles já se foram). Aqui nesse filme o foco vai para Ney Matogrosso. Uma história realmente bem interessante, mesmo que você não seja fã dele. Na verdade o que vi aqui foi a trajetória de um homem (sim, com H!) que realmente decidiu que iria viver de acordo com seus próprios termos, sem se importar com a opinião dos outros. Ele estava mais do que certo agindo assim. A vida é de cada um e cada um a vive como bem entender. 

E para o Ney foi mesmo complicado. Ele era filho de um militar da força aérea com aquele tipo de mentalidade atrasada que já bem conhecemos desse tipo de pessoa. Um troglodita, vamos colocar nesses termos. Ainda assim o Ney seguiu em frente. Um aspecto curioso é que ele era totalmente fora dos padrões quando surgiu no trio Secos e Molhados. Simplesmente não havia nada parecido com ele no cenário musical. Surgiu em cena pintado, com roupas pra lá de exóticas. Em plena ditadura militar ele quebrou inúmeros tabus de comportamento. Só isso já o colocaria no panteão dos grandes nomes da nossa arte. Mas Ney Matogrosso ia além desse visual ousado e provocador. Ele também era ótimo cantor! Então uniu mesmo esses dois elementos essenciais na carreira de todo artista. Inovação e talento sempre chamam atenção. Eu gostei bastante do filme e recomendo, caso você seja fã do Ney Matogrosso ou não. É um bom filme em seus próprios méritos. 

Homem com H (Brasil, 2025) Direção: Esmir Filho / Roteiro: Esmir Filho / Elenco: Jesuíta Barbosa, Rômulo Braga, Hermila Guedes / Sinopse: Essa cinebiografia musical conta a história do artista Ney Matogrosso. Filho de militar linha dura e intolerante, bem no meio da ditadura militar no Brasil, ele ousou seguir sua liberdade, se tornando um dos cantores mais populares da história da música brasileira. Filme atualmente disponível no catálogo da Netflix. 

Pablo Aluísio. 

Tim Lopes - Histórias de Arcanjo

Tim Lopes - Histórias de Arcanjo 
Tim Lopes foi um jornalista da Globo que foi morto com requintes de crueldade por um traficante chamado Elias Maluco há alguns anos. Esse foi um crime tão bárbaro que chocou o Brasil! Impossível você não se lembrar do que aconteceu. Pois bem, esse documentário procura contar a história do Tim Lopes, mostrando seus principais trabalhos no jornalismo, além de sua coragem de entrar em certas "bocadas" no Rio de Janeiro que nem os policiais entrariam. E esse estilo de fazer um jornalismo tão forte acabou custando a vida desse homem, pai, amigo, filho e principalmente jornalista de primeira grandeza. 

Quem presta depoimentos sobre o Tim Lopes e dirige o documentário é seu próprio filho. Ele inclusive visita o lugar onde o pai foi assassinado, bem no alto do morro, em um lugar conhecido como Pedra do Sapo (ou algo assim). O Tim Lopes foi um jornalista que trouxe o lado mais sórdido da sociedade carioca para os jornais em que trabalhou. Revelou esquemas de corrupção no IML, mostrou o cotidiano das prostitutas exploradas e oprimidas, pegou estrada para mostrar como viviam os caminhoneiros, enfim, um jornalista que deixará saudades. Esse documentário é uma bela homenagem a ele. Que sua história jamais seja esquecida!
 
Tim Lopes - Histórias de Arcanjo (Brasil, 2013) Direção: Guilherme Azevedo / Roteiro: Bruno Quintella / Elenco: Tim Lopes (em arquivos de imagens e fotos) / Sinopse: A história do jornalista investigativo da Rede Globo que foi brutalmente assassinado no Rio de Janeiro durante a realização de uma de suas matérias jornalísticas. 

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 23 de junho de 2025

O Último Clarão do Crepúsculo

Título no Brasil: O Último Clarão do Crepúsculo
Título Original: Twilight's Last Gleaming
Ano de Lançamento: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Ronald M. Cohen, Edward Huebsch
Elenco: Burt Lancaster, Richard Widmark, Charles Durning, Burt Young, Roscoe Lee Browne

Sinopse:
Durante a Guerra Fria, um general americano surta e decide que vai tomar de assalto uma instalação militar de onde são lançados mísseis nucleares em direção à União Soviética. Após ser bem sucedido nessa operação, ele exige entrar em contato direto com o presidente dos Estados Unidos e expõe seus termos de negociação: Ele exige receber uma fortuna em dinheiro, um avião para ir embora dos Estados Unidos com segurança e a publicação em jornais de grande circulação dos documentos oficiais secretos sobre a Guerra do Vietnã! Filme também conhecido como "O Último Brilho no Crepúsculo". 

Comentários:
Sem dúvida a Guerra Fria gerou bons filmes ao longo de muitos anos. Esse aqui não figura entre os melhores, mas ainda assim é um filme interessante que retrata até bem sua época. O elenco é formado por veteranos. Burt Lancaster é o velho general que cansou da hipocrisia e da mentira dos altos escalões do governo dos Estados Unidos. Ele agora se une a dois bandidos comuns e toma posse uma instalação de ogivas nucleares. Ele conhece o lugar, inclusive tendo projetado a segurança dali. Agora, no controle da situação, joga as suas ameaças. Ou fazem o que ele quer ou então ele lançará os mísseis intercontinentais em direção aos comunistas da União Soviética! Imaginem que situação delicada! O roteiro se mantém interessante até o final, mas perde o pique em vários momentos. Penso que a história tinha mais potencial. Além disso a produção não é classe A. Todo filmado dentro de uma base militar americana abandonada na Alemanha Ocidental, a película não tem uma produção de encher os olhos. Então é isso. Um retrato daqueles tempos mais do que paranoicos e de seus militares insanos no limite!

Pablo Aluísio.

Almas em Chamas

Oficial General linha dura (Gregory Peck) é designado para comandar uma esquadrilha de bombardeiros da força aérea americana durante a II Guerra Mundial. Sua missão é realizar várias excursões sobre as instalações industriais do Terceiro Reich visando destruí-las, quebrando assim o eixo econômico do inimigo. Para isso deveriam realizar operações diurnas que eram extremamente perigosas para os pilotos que participavam dessas incursões ao território inimigo. "Almas em Chamas" é um excelente filme de guerra que foi realizado apenas quatro anos depois do fim do maior conflito armado da história da humanidade. Essa proximidade temporal permitiu aos realizadores do filme se utilizarem dos mesmos aviões reais que participarem dessas missões. Além disso a maioria dos figurantes eram aviadores da USAF que inclusive estiveram lá no front, no campo de batalha, a começar pelo próprio Peck que foi educado em colégio militar e se alistou durante a Guerra indo para a Europa enfrentar as forças nazistas. Com tanto grau de veracidade o resultado não poderia ser melhor. As cenas de batalha que surgem no filme com a guerra nos ares entre os pesadões bombardeiros americanos e os caças alemães são todas verídicas, reais, como é informado ao espectador logo no começo do filme.

"Almas em Chamas" tem além das excelentes cenas de guerra um bônus a mais. Seu roteiro é extremamente bem escrito com muito cuidado no desenvolvimento dos personagens em terra. Cada membro da equipe é cuidadosamente construído. O General Frank Savage, personagem de Peck, por exemplo, é mostrado como um militar que sabe que tem que cumprir uma perigosa missão e vai fazer de tudo para cumpri-la da melhor forma possível. Ao contrário do comandante anterior ele não tinha a menor intenção de ser popular entre seus pilotos, pelo contrário, logo impõe respeito e ordem à esquadrilha. Em outras palavras é um sujeito realmente "Caxias" que não se importa de ser assim, pelo contrário, faz questão de ser. "Almas em Chamas" foi dirigido pelo ótimo Henry King de tantas aventuras medievais. Apesar de veterano nas telas esse foi apenas seu segundo filme de guerra (curiosamente o anterior, "Um Americano na Aviação", também focava em membros da força aérea). Seu grande mérito aqui realmente foi não cair na armadilha de fazer um filme vazio de ação e nada mais. Seu cuidado com os personagens em cena fez toda a diferença. Em suma "Almas em Chamas" é quase um documentário dessas missões de destruição do parque industrial alemão. Se você gosta de história militar o filme é obrigatório. Não perca!

Almas em Chamas (Twelve O'Clock High, Estados Unidos, 1949) Direção de Henry King / Roteiro: Sy Bartlett, Beirne Lay Jr./ Elenco: Gregory Peck, Hugh Marlowe, Gary Merrill, Dean Jagger / Sinopse: Oficial General linda dura (Gregory Peck) é designado para comandar uma esquadrilha de bombardeios da força aérea americana durante a II Guerra Mundial. Sua missão é realizar várias excursões de bombardeios sobre as instalações industriais do Terceiro Reich.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de junho de 2025

Long Bright River

Título no Brasil: Long Bright River
Título Original: Long Bright River
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Max
Direção: Hagar Ben-Asher, Mona Fastvold
Roteiro: Alye Capone, Tricia V. Johnson
Elenco: Amanda Seyfried, Nicholas Pinnock, Ashleigh Cummings, John Doman, Dash Mihok, Callum Vinson

Sinopse:
A policial Mickey (Amanda Seyfried) tem vários problemas para enfrentar. Além de ser divorciada e criar o filho sozinha, ela precisa encontrar a própria irmã mais jovem que tem problemas com drogas e pelo visto vive pelas ruas da Filadélfia em busca da próxima dose. Pior é saber que há um serial killer à solta pela cidade, matando exatamente jovens mulheres com problemas de vícios em drogas. 

Comentários:
Essa série é muito boa! Não se trata apenas de mais uma série policial mostrando uma patrulheira que vive o dia a dia barra-pesada de uma cidade norte-americana cheia de moradores de rua e viciados em drogas. O roteiro é muito bem escrito e a série tem excelentes desenvolvimentos dramáticos de todos os principais personagens. Além disso mostra um ponto de mudança significativa da carreira da atriz Amanda Seyfried. Ela se tornou popular com várias comédias românticas ao longo de todos esses anos. Bonita, loira e com belos e grandes olhos azuis, ela tinha mesmo o visual certo para esse tipo de filme. Agora enfrenta seu primeiro papel sério e realmente adulto de sua carreira. E foi uma ótima escolha porque a série, como já frisei, é bem acima da média do que se assiste por aí nos canais de streaming. Vale muito a pena acompanhar seus episódios.  Está mais do que bem recomendada.

Pablo Aluísio.

Ponto de Virada: A Guerra do Vietnã

Título no Brasil: Ponto de Virada: A Guerra do Vietnã
Título Original: Turning Point: The Vietnam War
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Brian Knappenberger
Roteiro: Brian Knappenberger
Elenco: John Kennedy, Lindon Johnson, Richard Nixon (em arquivos de imagens). 

Sinopse:
Esse documentário conta a história da Guerra do Vietnã, um dos maiores erros políticos da história dos Estados Unidos e um verdadeiro desastre militar para as forças armadas daquela nação. Através de análises e estudos, a tragédia desse conflito é mostrada em detalhes históricos precisos. 

Comentários:
A Guerra do Vietnã foi o maior erro histórico de política internacional dos Estados Unidos. Um verdadeiro desastre de grandes proporções. Uma lástima completa! Esse bom documentário, dividido em episódios, conta essa história, mostrando não apenas o lado dos americanos, mas do povo do Vietnã também. É um precioso registro histórico sobre tudo o que aconteceu. E a série começa mostrando os erros cometidos pelos presidentes americanos na avaliação desastrada de mandar tropas para o Vietnã. Algo que custaria milhares de vidas de jovens norte-americanos que sequer sabiam direito o que estavam fazendo naquele país distante. Cinquenta mil jovens morreram em vão naquelas selvas tropicais! E para falar a verdade, nem os presidentes sabiam, como bem podemos ver aqui. Foi um verdadeiro erro de avaliação militar e política por parte de todos os envolvidos. E o mais assustador de tudo é saber que a lição não foi aprendida. Os Estados Unidos seguem cometendo os mesmos erros! Triste e desastroso para o mundo. 

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de junho de 2025

Titan: O Desastre da OceanGate

Título no Brasil: Titan: O Desastre da OceanGate
Título Original: Titan: The OceanGate Disaster
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Mark Monroe
Roteiro: Mark Monroe
Elenco: Stockton Rush, Emily Hammermeister, David Lochridge

Sinopse:
Documentário da Netflix que resgata a história do submarino de altas profundezas Titan, que era utilizado para descer no local onde o Titanic havia afundado. Após não aguentar a profundidade em que desceu, o submarino cedeu às pressões do oceano, matando todos os tripulantes, inclusive o dono da empresa OceanGate. 

Comentários:
Essa foi uma tragédia anunciada. Durante uma semana a notícia da explosão por pressão do mini submarino Titan dominou os noticiários. Não era para menos. Ao descer até o Titanic ele não suportou as pressões das profundezas. Ele explodiu, foi esmagado pela pressão da água! A razão disso descobrimos nesse documentário. Por pura questão de gastos, o CEO da empresa OceanGate decidiu que o casco do submergível não seria feito de Titânio, que era o recomendado, o usual para esse tipo de equipamento. Ao invés disso optou pelo material da fibra de Carbono. Era algo novo, nunca tentado antes, jamais recomendado pelos técnicos e especialistas nesse tipo de mergulho em altas profundidades. Então deu no que deu e não foi por falta de aviso da natureza. No documentário vemos os testes que foram feitos, todos mostrando que a fibra de Carbono não aguentaria tamanha pressão. No final morreram todos, seja por avareza, burrice ou narcisismo do dono da empresa. Sim, todos esses elementos em excesso podem certamente ser fatais! Vamos ser sinceros, o cara era um babaca arrogante e egocêntrico! 

Pablo Aluísio.

Plantão Policial

Título no Brasil: Plantão Policial 
Título Original: On Call
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: Amazon Prime
Direção: Eriq La Salle, Brenna Malloy
Roteiro: Molly Manning, Tim Walsh
Elenco: Troian Bellisario, Brandon Larracuente, Eriq La Salle

Sinopse:
Essa série da Amazon mostra o cotidiano da patrulheira Traci Harmon (Troian Bellisario). A cada dia nas ruas de Los Angeles ela precisa acima de tudo sobreviver a toda aquela violência e criminalidade. E como policial veterana ela também passa a ser designada pelo departamento para treinar um jovem policial novato. Não vai ser nada fácil!

Comentários:
Eu gosto de séries policiais, de patrulheiros de Los Angeles e tudo mais. Por isso não iria deixar passar em branco essa série de episódios curtos (30 minutos cada um). Gostei do que vi. Os episódios são bem produzidos e os roteiros mais caprichados. No centro da ação temos uma policial - uma patrulheira de rua - que precisa completar o treinamento de um novato. As ruas da cidade são violentas, uma verdadeira selva, então será algo complicado de se fazer. E para piorar ela não parece ser uma policial comum, geralmente cedendo aos seus próprios instintos, indo atrás de um criminoso violento sem mesmo ter autorização de seus superiores para isso! Uma mulher que tem seus problemas emocionais e usa a profissão para colocar tudo para fora. Inclusive sua irmã vive pelas ruas, viciada em drogas pesadas e ela vai tentar resolver tudo na base da brutalidade policial. Enfim, vale a pena conferir. E se você curte séries policiais americanas não vá deixar passar sem ver. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Rita Lee - Mania de Você

Rita Lee - Mania de Você 
Rita Lee se foi... e esse documentário emocional tem como objetivo contar parte de sua história, tanto no aspecto familiar como profissional. Para isso conta com os preciosos depoimentos do eterno companheiro de vida, Roberto de Carvalho, além de trazer os três filhos do casal falando sobre a artista, relembrando seu passado. Eu, que acompanhei essa história apreciando a música maravilhosa da Rita Lee, gostei de tudo. Uma bela homenagem, sem dúvida. 

Agora só uma coisa me incomodou um pouco. O período de Rita Lee nos Mutantes foi ignorado. Quem assistir ao documentário e não conhecer a história dela vai pensar que sua carreira começou quando ela se uniu ao grupo Tutti-Frutti nos anos 70. Não foi bem assim. Rita Lee tem todo um passado riquíssimo, do ponto de vista artístico, ao lado dos Mutantes nos anos 60. Acredito que eles foram colocados de lado porque a separação da Rita Lee dos Mutantes não foi uma coisa amigável ou pacífica. Mágoas ficaram pelo meio do caminho, então até entendo a opção de deixar isso de lado. Provavelmente uma decisão da família e quem sabe até mesmo da Rita Lee antes de morrer (não conheço os detalhes sobre isso). 

De qualquer maneira nada disso vai mesmo atrapalhar. Esse é um excelente documentário que resgata não apenas a pessoa da Rita Lee como artista, mas também como mãe e esposa. É um documentário, mas também uma homenagem das pessoas da vida de Rita Lee. Aqui falam seu marido, seus filhos, sua irmã, artistas que trabalharam com ela. Foi mesmo uma maneira muito bela de homenagear esse grande artista da música brasileira. 

Rita Lee - Mania de Você (Brasil, 2025) Direção: Guido Goldberg / Roteiro: Guido Goldberg, Julián Troksberg / Elenco: Rita Lee (em imagens de arquivo), Roberto de Carvalho, Beto Lee, Antônio Lee, João Lee, Casagrande, Marília Gabriela, Gilberto Gil / Sinopse: Documentário em que parentes, amigos e pessoas próximas de Rita Lee relembram sua carreira, sua vida pessoal e sua luta contra uma terrível doença. 

Pablo Aluísio. 

Leopoldina - A Imperatriz do Brasil

Leopoldina - A Imperatriz do Brasil 
Durante muitos anos os historiadores esqueceram da importância da Imperatriz Leopoldina na história do Brasil. Os livros tradicionais não traziam o destaque que ela merecia no processo de independência do Brasil. Então, de uns tempos para cá, sua real participação em todos esses eventos históricos está sendo resgatada por novos historiadores, pesquisadores e especialistas nesse período da nossa história. E o que saiu de toda essa pesquisa foi o retrato de uma mulher forte, inteligente, determinada e decidida a transformar o Brasil em uma nação independente. Ela foi sem dúvida uma heroína esquecida de nossa história oficial. Ela e Dom Pedro I decidiram juntos libertar o Brasil de Portugal. Não foi pouca coisa! E não podemos esquecer que esse jovem casal, de vinte e poucos anos, foi o principal responsável por trazer a independência de um país continental!

E se no campo político foi uma figura de grande importância, no campo pessoal sofreu muito com a infidelidade do marido, o imperador Dom Pedro I, que era um homem muitas vezes irresponsável em seus atos, dono de uma personalidade complicada, muitas vezes agindo com pura paixão e zero racionalidade. Leopoldina sofreu humilhações públicas terríveis quando Pedro I praticamente assumiu seu caso extraconjugal com a Marquesa de Santos. Tanta infidelidade e desrespeito por seu casamento acabaram minando a saúde de Leopoldina que não teve um final feliz em sua vida. De qualquer maneira, antes tarde do que nunca, pelo menos aqui temos o resgate de sua memória, onde sua importância é novamente colocada no lugar que sempre lhe foi devida. 

Leopoldina - A Imperatriz do Brasil (Brasil, 2023) Direção: Belisario Franca, Bianca Lenti / Roteiro: Belisario Franca, Bianca Lenti / Elenco: Historiadores e pesquisadores do Primeiro Reinado do Brasil / Sinopse: A história da arquiduquesa austríaca que ao se casar com o Imperador Dom Pedro I do Brasil se tornou a primeira imperatriz da jovem nação brasileira. Uma figura histórica muito importante no processo de indenpência do nosso país. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Watchmen - Volume II

Watchmen - Volume II 
A segunda animação começa exatamente onde a primeira terminou. Rorschach está preso, mas é retirado de lá pelo Coruja, que elabora e executa uma operação de resgate dentro da prisão de segurança máxima onde ele cumpre sua pena. A intenção é descobrir quem teria matado o Comediante e outros heróis de um passado glorioso e distante desses personagens. Nesse Volume 2 também há muito espaço para o personagem do Dr. Manhattan. No passado ele foi um cientista brilhante, mas depois de ter sido exposto a altas doses de radiação se transformou nesse ser, muito poderoso e praticamente indestrutível. Só ele pode salvar a humanidade de seu triste futuro de caos e destruição, mas em crise existencial ele parte em direção a Marte, onde se pergunta se a humanidade merece mesmo ser salva de sua própria aniquilação. Essa parte da animação abre espaço para algo mais reflexivo, porém não espere por grandes divagações existencialistas, pois no fundo tudo fica mesmo ali na base da superficialidade! 

De qualquer maneira esse Volume 2 traz o desfecho de todo o enredo. O Homem mais inteligente do mundo se torna uma peça chave. Não achei ele tão inteligente assim, confesso, mas como estamos diante de uma adaptação dos quadrinhos, não adianta também exigir em demasia. Dentro de seu nicho, Watchmen é de fato um belo trabalho de criação do complicado e temperamental Alan Moore. Vale inclusive ter a coleção original em seu acervo pessoal, caso seja um apreciador da nona arte. 

Watchmen - Volume II (Watchmen: Chapter II, Estados Unidos, 2024) Direção: Vinton Heuck, Brandon Vietti / Roteiro: Dave Gibbons, Alan Moore, J. Michael Straczynski / Elenco: Troy Baker, Adrienne Barbeau, Michael Cerveris / Sinopse: Após Rorschach deixar a prisão, ele se une novamente ao Coruja para descobrir de uma vez por todas quem seria a mente pensante por trás das mortes dos veteranos super-heróis. Segunda e última parte da adaptação da Graphic Novel Watchmen de Alan Moore para o mundo da animação. 

Pablo Aluísio. 

A Lista

A Lista 
Um executivo vai vendo sua vida entrar pelo buraco. Primeiro ele é deixado de lado na promoção da empresa para um sujeito mais novo e ambicioso, na verdade um verdadeiro escroto! Depois ele descobre que sua esposa o está traindo com seu melhor amigo! Complicado demais, não é verdade? Ele então decide afogar as mágoas no bar mais próximo. Lá encontra um sujeito com um aspecto nada amigável. Ainda assim insiste em puxar conversa com o desconhecido. Não custa nada jogar conversa fora numa noite solitária... Ele não sabe, mas aquele sujeito ali no bar ao seu lado é um assassino profissional altamente treinado. Meio de saco cheio daquela conversa toda de tristezas, o assassino então diz para ele que escreva em um pequeno papel uma lista com as cinco pessoas que ele gostaria de ver mortas. O executivo ri, acha engraçado e começa a escrever o nome daqueles que ele gostaria de ver numa cova rasa! O que ele não sabe é que o assassino vai levar à sério aquela lista. Naquele mesmo dia ele vai começar a matar um a um, terminando com a esposa traidora. O que começa com uma piada de humor negro logo vira um pesadelo...

Gostei do filme. Não, não é nada demais, não é uma obra-prima da sétima arte e nem tem um elenco de astros ou estrelas. Porém, inegavelmente, a história simplista funciona... Chegou até mesmo a me lembrar de Tom Cruise naquele filme em que ele também interpretava um assassino profissional, o hoje até elogiado "Colateral". Dito isso quero frisar mais uma vez que o filme, apesar de ser bem modesto, funciona até bem. Eu gostei do jogo, da lista, das mortes... Algumas coisas não se brincam, entre elas a morte. Fica a dica! 

A Lista (The Hit List, Estados Unidos, 2011) Direção: William Kaufman / Roteiro: Chad Law, Evan Law / Elenco: Cuba Gooding Jr, Cole Hauser, Jonathan LaPaglia / Sinopse: Executivo em um momento ruim da vida casualmente conhece um assassino em série em um bar. E acaba cometendo o maior erro de sua vida ao dar, por pura ironia, uma lista das pessoas que ele gostaria de ver mortas! 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Peter Pan: Pesadelo na terra do nunca

Peter Pan: Pesadelo na terra do nunca 
Os direitos autorais dos personagens infantis do passado estão entrando em domínio público. E curiosamente uma nova safra de cineastas estão usando eles em sangrentos filmes de terror! Atitude mais tóxica de encontrar, impossível! Pois bem, depois do Ursinho Pooh, chegou a vez do Peter Pan entrar na dança. Só que o Peter Pan aqui é outro (nem precisaria enfrentar a questão dos direitos autorais para falar a verdade!). Nessa história Peter Pan é um psicopata muito violento e demente. Sua especialidade é raptar crianças, levar elas para sua casa sombria e sinistra, prometendo que elas vão para a terra do nunca, onde jamais deixarão de ser crianças! Bom, já se pode ter uma ideia do que vai acontecer... É de dar arrepios...

Deus que me perdoe, mas eu lembrei do Michael Jackson! Pois é, a tal casa do psicótico se chama Neverland, tem aquele clima doentio de mitologia infantil, mas que no fundo simula um estado de falsa inocência em um ambiente que na verdade é mentalmente muito doentio, criminoso! O filme também tem uma Sininho, uma mulher mais velha, antiga vítima do psicopata, que demonstra ter muitos problemas de retardamento mental. E não esqueçamos do Capitão Gancho, aqui um monstro mesmo, provavelmente uma criança raptada em um passado distante. Ele vive em um porão escuro há décadas, mas como veremos, não esqueceu de quem lhe fez muito mal. Enfim, slasher sangrento, nojento, ao estilo "Sangue e Tripas". Se você não suporta nem ouvir falar nesse tipo de filme, já sabe, fique bem longe!

Peter Pan: Pesadelo na terra do nunca (Peter Pan's Neverland Nightmare, Estados Unidos, 2025) Direção: Scott Chambers / Roteiro: Scott Chambers / Elenco: Megan Placito, Martin Portlock, Kit Green / Sinopse: Psicopata leva crianças para sua casa isolada e sombria, prometendo a elas que vão viver incríveis aventuras em Neverland, a terra do nunca das histórias infantis do Peter Pan! 

Pablo Aluísio. 

Frankenstein Tem que Ser Destruído

Frankenstein Tem que Ser Destruído 
Mais um bom filme da Hammer que eu sinceramente não conhecia até assistir. A história segue em frente. Com isso quero dizer que o roteiro desse filme não quis ser mais uma milésima adaptação do livro "Frankenstein" de Mary Shelley. Nada disso. Quando o filme começa o Dr. Frankenstein já está em apuros, sendo procurado por policiais e investigadores. Todo mundo já sabe o que ele tentou fazer antes, criar vida humana através de pedaços de corpos humanos mortos. Ele é considerado um monstro, por isso vive fugindo e se escondendo, o que não quer dizer que ele tenha desistido de suas pesquisas bizarras. Agora ele quer fazer o primeiro transplante de cérebros da história da ciência. Citando Mozart, Newton e outros gênios da humanidade, o perturbado cientista vitoriano entende que determinadas mentes jamais podem morrer e assim ele coloca suas novas pesquisas em frente, sempre fugindo, sempre fazendo as experiências em porões sujos e escondidos, uma agonia. 

Um filme bem legal. Nada picareta, nada trash, como se poderia pensar inicialmente. A Hammer seguramente tinha seu valor e falta de classe não era um de seus defeitos, muito pelo contrário. Muitas vezes utilizando dos chamados monstros clássicos da Universal, já em uma época bem posterior dos filmes originais, eles conseguiam excelentes resultados. Esse é um deles. Um filme bem interessante e satisfatório que tenta seguir em frente com as histórias do Dr. Victor Frankenstein, um sujeito que fazia monstruosidades em nome de uma ciência bem particular. 

Frankenstein Tem que Ser Destruído (Frankenstein Must Be Destroyed, Reino Unido, 1969) Direção: Terence Fisher / Roteiro: Bert Batt, Anthony Nelson Keys / Elenco: Peter Cushing, Veronica Carlson,  Freddie Jones / Sinopse: O Barão Frankenstein passa a ser um homem procurado. Foragido, tenta uma nova pesquisa que o absorve, levando às raias da obsessão. Ele agora almeja fazer o primeiro transplante de cérebros da história! 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 17 de junho de 2025

Gunsmoke

Título no Brasil: Gunsmoke
Título Original: Gunsmoke
Ano de Produção: 1955 - 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Television
Direção: Andrew V. McLaglen, Harry Harris, Ted Post
Roteiro: Jim Byrnes, Dudley Bromley
Elenco: James Arness, Milburn Stone, Amanda Blake
  
Sinopse:
"Gunsmoke" narra a história do xerife Matt Dillon (James Arness) que junto ao seu filho chega em Dodge City, infame cidade do velho oeste conhecida por ser um lugar sem lei e nem ordem, infestada de bandidos, bandoleiros e foras-da-lei procurados pela justiça. Juntos tentarão trazer de volta o respeito à lei naquela desolada e distante região, esquecida por tudo e todos. Famosa série de TV que originou 635 episódios ao longo de vinte anos de exibição no canal norte-americano CBS. Série vencedora dos prêmios Globo de Ouro, Emmy, TV Land Awards e Western Heritage Awards.

Comentários:
Uma das séries mais populares da história da TV americana. "Gunsmoke" atravessou três décadas e no total teve incríveis 20 temporadas, todas com excelentes índices de audiência. Era uma época muito rica entre as emissoras de televisão nos Estados Unidos. Todas elas mantinham de alguma forma séries regulares de western em sua grade de programação. Sobre isso há dois aspectos a considerar. Alguns acreditam que as séries de faroeste contribuíram de alguma forma para a decadência do gênero no cinema, afinal de contas para que se pagaria um ingresso se era possível assistir em casa, completamente de graça? Para outros a forma de entender o sucesso do western na TV era completamente oposta. O sucesso das séries ajudou a criar toda uma nova geração de fãs do gênero, o que acabou resultando em uma sobrevida do Western nos cinemas. De uma forma ou outra é bom salientar que seriados como "Gunsmoke" eram produzidos com requinte, com tudo o que de bom o espectador tinha direito, bons figurinos, roteiros bem escritos e atores carismáticos. Não é assim de se estranhar que tenha ficado tantos anos no ar. Qualidade não lhe faltava. Um clássico do faroeste na TV, até hoje ainda muito cultuado e lembrado pelos fãs em geral.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

De Volta ao Planeta dos Macacos

De Volta ao Planeta dos Macacos 
Essa foi a primeira continuação depois do clássico "O Planeta dos Macacos". E o roteiro segue bem de perto a história original. Uma segunda nave é enviada para localizar o paradeiro de Taylor (Heston), o astronauta perdido do primeiro filme. Pois bem, essa segunda nave cai nas mesmas armadilhas de tempo e espaço da nave do filme original e de repente lá está o novo astronauta de resgate no mesmo Planeta dos Macacos. Nessa altura do filme você vai pensar que estão apenas requentando o roteiro do primeiro filme. Estariam contando a mesma história, só que tentando soar um pouco diferente! A primeira parte do filme é bem isso mesmo, mas espere um pouco, tenha paciência, pois haverá novidades mais na frente. 

Esse segundo astronauta chamado John Brent (James Franciscus) encontra seres humanos mais evoluídos que vivem nas ruinas de uma Nova Iorque há muito destruída. Eles seriam tão avançados que usam apenas a mente para se comunicar. Esse poder também é usado nos macacos, criando ilusões em suas mentes, os mantendo longe da comunidade humana. É a Zona Proibida, algo que só existe mesmo nas mentes das pessoas atingidas por essas ilusões! Só que tem algo muito errado com esses seres humanos do terceiro milênio. Eles idolatram uma bomba atômica como se fosse seu deus! Imagine a loucura! 

Apesar de até trazer algumas boas ideias devo dizer também que certas histórias que terminam muito bem, não precisam de explicações posteriores. O primeiro filme terminou com Taylor encontrando a Estátua da Liberdade nas areias de uma das praias do Planeta dos Macacos. Ótimo! Grande final! A partir daí que cada um que tirasse suas próprias conclusões, mas esse segundo filme vem para explicar tudinho, sendo que na maioria das vezes esse tipo de explicação acaba mesmo é estragando o que vimos no primeiro filme. Nem todas as novas ideias são boas, algumas, para ser bem sincero, são bem bobocas! Dessa maneira deixo a recomendação apenas se você tiver muita curiosidade em seguir vendo os filmes da franquia original. Caso não seja esse o caso, pode dispensar sem maiores problemas. 

De Volta ao Planeta dos Macacos (Beneath the Planet of the Apes, Estados Unidos, 1970) Direção: Ted Post / Roteiro: Paul Dehn, Mort Abrahams / Elenco: James Franciscus, Charlton Heston, Kim Hunter, Maurice Evans / Sinopse: Após a primeira nave espacial se perder e ir parar em um estranho planeta habitado por macacos evoluídos, uma expedição de resgate é enviada para descobrir o que de fato aconteceu. E esses astronautas acabam indo parar no mesmo planeta, em uma situação completamente caótica e brutal. Brent, um dos astronautas, acaba encontrando o que restou da civilização humana inteligente, uma estranha comunidade isolada formada por seres deformados pela radiação que idolatram uma bomba atômica como se fosse o próprio Deus! 

Pablo Aluísio. 

O Colosso de Roma

O Colosso de Roma
Na década de 1960 o ator Gordon Scott foi para Roma. Ele tinha criado fama como Tarzan nos Estados Unidos em uma série de bons filmes de aventura com esse famoso personagem. Na Europa procurava por novas oportunidades. Acabou indo parar em filmes épicos, produzidos por companhias cinematográficas italianas. Esse gênero, que mais tarde seria chamado de "Espadas e Areias" por alguns críticos, gerou alguns filmes interessantes. A maioria deles ambientados na Roma antiga. Não era nada equivocado, afinal os italianos estavam contando sua própria história. Eles tinham lugar de fala nessa questão. 

E a história desse filme retornava bem longe no passado. Um conto passado até mesmo antes da República Romana, muito anterior ao surgimento dos primeiros imperadores. A época histórica aqui se passa na velha monarquia de Roma, onde essa milenar civilização teria sido governada por sete reis tiranos. Até hoje os historiadores debatem se esses reis realmente existiram ou se eram apenas uma base lendária em que se criou essa mitologia de fundação da civilização romana. De qualquer forma o roteiro abraça a mitologia e a história para contar seu enredo. Até que eu gostei do que vi. Não subestime a capacidade de realizar boas produções do cinema italiano nessa época. Eles já tinham uma indústria cinematográfica bem consolidada em Roma naquele período. 

O Colosso de Roma (Il colosso di Roma, Itália, 1964) Direção: Giorgio Ferroni / Roteiro: Alberta Montanti, Antonio Visone / Elenco: Gordon Scott, Gabriella Pallotta, Massimo Serato / Sinopse: Em uma Roma antiga, dominada por reis brutais, violentos e corruptos, um bravo guerreiro romano tenta demonstrar seu valor, protegendo seus familiares e pessoas amadas dos abusos da monarquia. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 15 de junho de 2025

Júlio César e Cleópatra

Júlio César e Cleópatra
Quando Júlio César desembarcou em Alexandria, no Egito, ele tinha apenas o objetivo de assinar uma série de tratados comerciais com aquela nação. Só que ao andar pelas ruas da milenar cidade fundada por Alexandre, o Grande, ele descobriu que o Egito estava praticamente em guerra civil. Havia um grupo político que apoiava o garoto Ptolomeu para se tornar o novo faraó e existia outro grupo rival, mais organizado e com nomes mais relevantes da sociedade, defendendo a subida da jovem Cleópatra ao trono. Júlio César, um político astuto e oportunista, logo percebeu que poderia tomar proveito daquela situação. 

Ele não achou que Ptolomeu fosse grande coisa. Foi conhecer ele pessoalmente e não ficou nada impressionado. Era jovem, tinha apenas 14 anos de idade, muito arrogante e não tinha nenhuma noção do poder de Roma. César sabia que duas legiões romanas poderiam destruir os exércitos daquele rapaz de uma forma até mesmo fácil. Era só querer e tomar o Egito, transformando aquela antiga civilização do Rio Nilo numa província romana. O ambicioso César porém ficou admirado com a garota Cleópatra, irmã mais velha daquele fedelho insolente. 

Reza a lenda que Cleópatra decidiu fazer uma entrada triunfal para conhecer César. Ela foi enrolada dentro de um grande tapete persa e assim foi colocada dentro do quarto do general romano. César, já um homem maduro, ficou realmente impressionado com ela, com sua beleza. E de fato Cleópatra tinha muito mais a oferecer. Era muito culta, falava vários idiomas e se mostrou ser uma pessoa extremamente inteligente, bem ao contrário de seu irmão mais jovem. Naquela noite, completamente seduzido por Cleópatra, César tomou sua decisão, ficando ao lado daquela bela jovem de 17 anos. Ela iria se tornar a nova Rainha do Egito!

No dia seguinte legionários romanos marchavam por toda a cidade, inaugurando um novo momento histórico do Egito. Ptolomeu foi descartado sumariamente e César colocou no trono a sua nova amada, agora com o título real de Cleópatra VII. Esse relacionamento iria mudar a geopolítico do mundo antigo. César iria ficar perdidamente apaixonado por ela, jogando seu juizo pela janela. Não tardou e a fofoca atravessou o mar e chegou em Roma. Sim, ele estava caindo de amores por uma exótica rainha do Egito. Júlio César não admitia críticas sobre sua vida pessoal e decidiu que iria retornar a Roma em breve, mas agora ao lado de sua nova paixão! A crise política logo iria se instalar na cidade eterna. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 14 de junho de 2025

A Morte de Brian Wilson

A Morte de Brian Wilson
Morreu nessa semana o cantor e compositor Brian Wilson. Ele sempre será lembrado como a alma e o coração dos Beach Boys, uma das bandas mais populares da década de 1960. Esse grupo, que chegaria a rivalizar nas paradas de sucesso com Elvis Presley e Beatles, começou de forma até muito modesta. Era mesmo apenas uma reunião de seus irmãos, um primo e um amigo de infância. Eles queriam fazer um som jovial, adolescente e se deram muito bem nesse aspecto.

Os Beach Boys assinaram com a gravadora Capitol (que tinha Sinatra entre seus artistas) e logo fizeram bonito nas paradas de sucessos. O grupo cantava sobre surf, namoros adolescentes e aspectos da vida de um jovem vivendo na ensolarada Califórnia naqueles anos dourados. Deu tudo muito certo. Em pouco tempo eles se tornaram o grupo americano mais popular de sua época. Depois Brian entendeu que eles não poderiam ficar naquele estilo para sempre e decidiu que o som do grupo devia evoluir. 

Nasceu assim o álbum "Pet Sounds". Foi um marco de mudanças na sonoridade e no conceito do grupo, tudo fruto da mente de Brian. Ele queria mudanças, tal como estava acontecendo com os Beatles. O disco foi um sucesso de crítica, mas não de vendas. Os fãs dos Beach Boys estranharam, muitos não gostaram. Eles estavam esperando outro disco de surf music, o que definitivamente não aconteceu! Houve até mesmo uma certa reação negativa dos outros membros da banda. Brian Wilson sentiu a pressão. Tentou novamente seguir em direção a mudanças no álbum seguinte chamado "Smile", mas no meio das gravações sofreu um colapso, uma crise de saúde mental que o deixou inabilitado para o trabalho. 

Brian vinha sofrendo com isso há muito tempo. Já em 1964 ele teve uma crise séria. Foi algo que o acompanhou a vida inteira e foi potencializado por drogas alucinógenas como o LSD, que havia se tornado muito popular entre os jovens dos anos 60. Brian embarcou nessa "Bad Trip" e de certa maneira nunca mais conseguiu voltar! Ele passou por vários tratamentos de saúde mental, mas nunca conseguiu se recuperar totalmente. Sem sua maior mente pensante os Beach Boys entraram em declínio, passando a sobreviver apenas como um grupo musical de nostalgia na década seguinte. 

Os últimos dias da vida de Brian Wilson foram de dor, sofrimento e perdas pessoais. Seus irmãos, do Beach Boys, faleceram. Outras pessoas queridas também partiram. Ele perdeu sua esposa a quem dizia ter sido a salvadora de sua vida. Entristecido e sofrendo de várias doenças acabou perdendo a consciência de si mesmo ao ser diagnosticado com Mal de Alzheimer. Não tem problema, através de sua música e sua arte ele sempre será lembrado, assim como seu grupo, os Beach Boys, que fizeram algumas das melhores músicas pop de todos os tempos. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Watchmen - Volume 1

Watchmen - Volume 1 
A DC Comics decidiu fazer essas duas animações que nada mais são que adaptações do clássico das histórias em  quadrinhos escrito por Alan Moore. Claro que o velho bruxo inglês odiou tudo! Há muitos anos ele brigou com a editora e vive nesse atrito há muito tempo com eles! Então transformar sua obra-prima em animação foi mais um fato de desapontamento de seu criador. Só que deixemos esse tipo de coisa de lado, afinal não nos diz respeito como leitores e espectadores. Que Moore se entenda com a DC Comics...

De qualquer forma, deixando esse tipo de coisa para lá, vamos ao que interessa. Nesse primeiro volume somos apresentados a esses estranhos super-heróis. Um deles, conhecido como Comediante, é assassinato. Jogam o velho pela janela! O detetive noir Rorschach sai então em busca da solução do mistério. Afinal vários deses heróis do passado estão morrendo, em circunstâncias misteriosas. Ele se une nessa investigação ao Coruja, uma espécie de Batman bem esquisito desse universo paralelo. 

Esse primeiro volume vai até a prisão do Rorschach. Assim temos apenas a metade dessa história. Eu gostei de tudo e achei muito bom que essa animação tenha sido produzida com capricho. Não teria mais paciência para ler o material original. Já havia gostado do filme adaptado, com atores em Live Action, mas agora devo dizer que a história tem mais espaço para ser desenvolvida com mais calma, com o ritmo adequado. Afinal, se nos quadrinhos, tudo era bem desenvolvido, não deveria ser diferente nessas novas animações, que aliás vão satisfazer até aos mais exigentes amantes da Nona Arte. 

Watchmen - Volume 1 (Watchmen: Chapter I, Estados Unidos, 2024) Direção: Brandon Vietti / Roteiro: J. Michael Straczynski, Dave Gibbons / Elenco: Troy Baker, Adrienne Barbeau, Corey Burton / Sinopse: Adaptação para o mundo da animação da famosa Graphic Novel escrita por Alan Moore. Na história, velhos veteranos, super-heróis do passado, passam a morrer de formas misteriosas, o que leva a crer que está havendo um acerto de contas sobre fatos ocorridos décadas antes dos novos crimes. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Desconhecido

Desconhecido
Esse texto contém spoiler! Leia por sua própria conta e risco! Pois bem, dessa safra mais recente de filmes de ação do Liam Neeson esse filme pode ser considerado um dos melhores, com roteiro bem interessante, diria até mesmo inteligente. Ele interpreta esse professor americano que vai até Berlim para uma convenção internacional. Ao chegar no hotel com sua esposa descobre que sua principal mala foi extraviada. Então ele parte de volta ao aeroporto! No caminho seu Táxi bate e cai no mar. Ele fica muito ferido, sofre problemas na cabeça, mas fica vivo! 

De volta ao hotel começa o caos. Ninguém mais aceita sua identidade e pior do que isso... sua esposa aparece ao lado de outro homem, dizendo que ele seria sim seu marido! Imagine a confusão em sua mente... como sofreu o acidente pode simplesmente estar sofrendo algum surto delirante ou então perdeu o rumo, esquecendo seu verdadeiro eu! Mas aí que está o grande triunfo do filme. Nada mesmo é o que aparenta ser! 

Eu especialmente gostei da solução desse thriller (bem ao estilo anos 90). Isso porque depois descobrimos que o protagonista faz parte de uma organização de assassinos, um "Lixo Soviético" que sobreviveu ao fim da guerra fria (como um dos personagens definem). Ele apagou sua própria mente para entrar completamente no papel que ele mesmo inventou - e que agora está submerso até o pescoço. A única coisa que não apreciei do texto desse filme foi o súbito bom mocismo que emerge desse mesmo personagem. Pensando bem, não tem a menor lógica um assassino profissional internacional acabar se comportando como mocinho no final de tudo. Isso nunca foi ele - é balela de roteirista! Apesar disso, quando isso acontece, o filme já está no final e o jogo já está vencido. 

Desconhecido (Unknown, Estados Unidos, Reino Unido, 2011) Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Oliver Butcher, Stephen Cornwell / Elenco: Liam Neeson, Diane Kruger, January Jones / Sinopse: Após um acidente, durante uma viagem profissional a Berlim, um professor norte-americano descobre que há uma outra pessoa usando sua identidade, se passando por ele... e as coisas só pioram ao descobrir que até mesmo sua esposa está ao lado de toda aquela farsa!

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 11 de junho de 2025

O Diabo de Cada Dia

O Diabo de Cada Dia 
Com um roteiro ao estilo mosaico, onde várias histórias paralelas são contadas para no final todos se encontrarem, esse filme é uma boa crônica sobre o interior profundo dos Estados Unidos, com todas aquelas cidadezinhas que ninguém nunca ouviu falar. Gente que tenta ser muito religiosa, mas que no final das contas só consegue mesmo ser muito hipócrita e sórdida, para não dizer criminosa mesmo. Eu diria que esse é um dos melhores filmes que já vi sobre aquela região que os cronistas gostam de chamar de cinturão bíblico. E aí entra minha principal advertência: pessoas religiosas demais vão se incomodar muito com esse filme, pode ter certeza! As vísceras serão expostas desse tipo de gente em seu inteligente roteiro!

O filme começa contando a história de três casais. Todos vão ter, mais cedo ou mais tarde, um aspecto religioso atingindo suas vidas e não da maneira mais positiva. Pelo contrário. O menu de personagens estranhos é extenso, indo desde um pastor que não perde tempo em seduzir e transar com as jovens fiéis de seu rebanho, as enganado sempre, passando por um pai violento e abusivo, que tenta salvar a vida de sua esposa que está morrendo de câncer com uma religiosidade fora dos padrões normais - e no final acaba se decepcionando completamente com seu deus! Há também diversos crimes sendo cometidos por pessoas surtadas pela religião, algo muito mais comum do que se pode pensar inicialmente! 

Depois que a trágica história desses casais passa, muitas delas terminando em tragédias, começa a história da próxima geração, de seus filhos. E novas situações negativas, ruins, acontecem. Em suma, esse é um bom filme, de que gostei mesmo. Ele é lento, as coisas se desenvolvem em seu próprio tempo, mas não se pode subestimar a força de sua moral própria. Sabe aquela frase que afirma que fé demais não cheira bem? Pois é, através das histórias de seus personagens o filme explica bem o sentido do que aquela frase significa. Desconfie muito de pessoas religiosas demais ou que vivem jogando sua religião na cara dos outros. Esse tipo de gente, pode ter certeza, pode ser muito perigosa. 

O Diabo de Cada Dia (The Devil All the Time, Estados Unidos, 2020) Direção: Antonio Campos / Roteiro: Antonio Campos, Paulo Campos, Donald Ray Pollock / Elenco: Tom Holland, Bill Skarsgård, Riley Keough, Robert Pattinson, Mia Wasikowska, Haley Bennett / Sinopse: Várias histórias envolvendo diversas pessoas em momentos distintos da história, que sofreram nas mãos de líderes religiosos abusivos ou de fanáticos da religião cometendo crimes em nome de Deus! 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 10 de junho de 2025

De Homem Para Homem

Título no Brasil: De Homem Para Homem
Título Original: Gun Belt
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Global Productions
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Jack DeWitt, Arthur E. Orloff
Elenco: George Montgomery, Tab Hunter, Helen Westcott

Sinopse:
O pistoleiro Billy Ringo (George Montgomery) decide pendurar as armas, comprar um rancho e se casar com Arlene Reach (Helen Westcott). Sua vontade de levar uma vida tranquila é perturbada quando ele é visitado por três ex-membros de uma gangue de que ele participou. Dixon, Hollaway e Hoke querem que ele faça parte de um último grande assalto de banco. Ringo porém resolve tomar outro caminho e entrega os ex-comparsas ao xerife Wyatt Earp que os mata. Ike Clinton, um dos líderes do roubo frustrado, decide então acertar contas com Ringo pelo que ele fez.

Comentários:
Mais um bom trabalho do diretor Ray Nazarro. Seus roteiristas fizeram uma mistura entre ficção e fatos históricos reais. Transformaram o famoso pistoleiro Johnny Ringo em Billy Ringo, de mera ficção. Ao invés do bandido inveterado do mundo real lhe deram uma consciência e um sentimento de arrependimento e justiça (algo que inexistia no verdadeiro Ringo). Depois o colocaram como um informante da lei, onde ele acaba entregando parte do bando de Ike Clinton. Na verdade Ringo era um fora-da-lei sanguinário e cruel mas como estamos no mundo do cinema isso foi invertido em prol do entretenimento. O bandido do mundo real virou um mocinho com crises existenciais. O elenco conta com dois "astros" de faroestes B, George Montgomery e Tab Hunter. Eles eram limitados do ponto de vista dramático, mesmo assim mantém o mínimo suficiente para o filme funcionar. "Gun Belt" é um bang-bang típico dos anos 1950. Está longe de ser uma obra prima mas também não é ruim em nenhum momento.

Pablo Aluísio.

Ordem a Fogo

Título no Brasil: Ordem a Fogo
Título Original: The Marshal of Mesa City
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: David Howard 
Roteiro: Jack Lait Jr
Elenco: George O'Brien, Virginia Vale, Leon Ames

Sinopse:
Virginia King (Virginia Vale) é uma jovem e idealista professora que decide ir para o velho oeste ensinar para as crianças das famílias pioneiras da colonização. No meio da viagem sua diligência é assaltada por um grupo de renegados, mas ela e os demais passageiros são salvos pelo ex-homem da lei Cliff Mason (George O'Brien). Ao chegarem em Mesa City ele é recebido como um verdadeiro herói e o prefeito logo lhe oferece o cargo de xerife da cidade. O lugar é constantemente alvo de saques e ataques de bandidos da região. Após pensar por alguns dias Cliff finalmente aceita a estrela de prata. Agora ele terá um complicado trabalho de novamente impor a lei e a ordem na cidade.

Comentários:
Esse filme foi dado como desaparecido por longos anos, principalmente após um incêndio que destruiu grande parte do acervo da extinta RKO. Para alívio dos fãs de westerns clássicos uma cópia se encontrava com um colecionador de filmes raros do Wyoming e assim a obra conseguiu chegar até nós. O que temos aqui é um típico faroeste B dos anos 1930, estrelado pelo ator George O'Brien (1899 - 1985), um veterano que conseguiu realizar com sucesso a transição entre o cinema mudo para o falado. Ao longo de cinco décadas atuou em quase 100 filmes, mostrando que era um profissional respeitado e requisitado em Hollywood. Mesmo com forte e carismática presença nunca conseguiu se tornar um astro do porte de um John Wayne ou Randolph Scott, mesmo assim seus filmes passam por uma revisão histórica atualmente. Nesse "The Marshal of Mesa City" temos pitadas de enredo que obviamente se inspiraram na vida real do xerife Wyatt Berry Stapp Earp, embora nunca venha a se assumir como tal plenamente, muito provavelmente pelo fato do estúdio não ter os direitos autorais sobre esse personagem (que na época pertenciam à Fox). Com duração curta (meros 67 minutos) o filme hoje é considerado um dos primeiros faroestes B de Hollywood. A fórmula unia orçamento barato, enredos simples e diretos e muita diversão. Deu tanto certo que se tornaria um sub-gênero popular e lucrativo dentro da indústria nos anos que viriam.

Pablo Aluísio.