A garota é a mesma corista Kay que havia conhecido no saloon onde encontrara seu filho, só que agora acompanhada de um jogador, Harry Weston (Rory Calhoun), que pretende tomar posse de uma mina de ouro que ganhou em um jogo de cartas. Como ambos não possuem experiência com corredeiras logo são aconselhados por Matt a desistirem de descer rio abaixo. Weston porém ignora o conselho e o pior, decide roubar Matt, levando sua arma, provisões e o único cavalo da fazenda para chegar mais rápido em seu destino. Kay porém decide ficar no rancho ao lado de Matt e seu filho pois não concorda com os atos violentos de Weston. Depois de recuperado Matt decide finalmente ir no encalço de Weston para reaver tudo o que lhe foi roubado.
“O Rio das Almas Perdidas” foi o único western da carreira de Marilyn Monroe. Um fato que chama a atenção mesmo, já que o gênero estava no auge e as atrizes da época geralmente participavam de vários filmes do estilo. Aqui temos uma produção lindamente fotografada em uma das regiões mais belas do Canadá (dois parques nacionais de preservação do país situados próximos da cidade de Alberta). Impossível não ficar impressionado com a beleza do lugar onde o filme foi realizado. As cenas misturam imagens reais captadas no local com back projection (onde os atores atuavam em frente a uma grande tela ao fundo que projetava imagens do rio). Felizmente há um maior número de cenas feitas em locação, captando a maravilhosa paisagem natural. Como sempre acontecia com filmes com Marilyn Monroe esse aqui também está recheado de histórias de bastidores tão interessantes quanto o próprio filme. Marilyn inclusive quase morreu afogada ao cair no rio. Suas botas ficaram inundadas e ela afundou literalmente, sendo salva pela equipe técnica. Depois fingiu ter quebrado a perna para ganhar alguns dias de descanso – fato que deixou o diretor Otto Preminger furioso. A atriz porém não se importou preferindo aproveitar um pouco do lindo lugar, quase como se estivesse de férias.
Também desenvolveu uma grande amizade com Robert Mitchum, que muito bem humorado costumava fazer provocações a ela, contando piadas sujas ou então disputando para ver quem bebia mais vinho no barracão da produção. Esse clima ameno passou para as telas. Enciumado Joe DiMaggio resolveu ir para as distantes locações com receios de que Marilyn o traísse com Mitchum. O personagem de Marilyn é bem mais interessante do que algumas loiras burras que interpretou. É uma garota durona, de fala firme que não aceita levar desaforos para casa, embora fique muitas vezes cega por causa de seus sentimentos. Marilyn Monroe canta várias canções no filme e mostra que era de fato uma cantora talentosa. A trilha sonora incidental também é das mais belas que já ouvi em um western (executada por um lindo coral feminino). O resultado final é muito positivo. Não tenho receio de escrever que esse é sem dúvida um dos melhores filmes de western da Fox e certamente o mais bonito de se assistir. Se ainda não viu não perca mais tempo, pois é um excelente filme.
O Rio das Almas Perdidas (River of No Return. Estados Unidos, 1954) Direção: Otto Preminger / Roteiro: Frank Fenton, Louis Lantz / Elenco: Robert Mitchum, Marilyn Monroe, Rory Calhoun / Sinopse: Fazendeiro sai no encalço do ladrão que lhe roubou sua arma, seu cavalo e provisões de alimentos. Para chegar mais rápido na cidade para onde o ladrão se dirige resolve enfrentar as corredeiras do rio, tendo que superar pelo caminho todos os desafios da natureza.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirO Rio das Almas Perdidas
PablO Aluísio.
Pablo:
ResponderExcluirVocê já reparou que antigamente muitos atores cantavam. Digo que cantavam mesmo, bem, afinados e vendiam discos. Até o Sean Connery da um palhinha em O Satânico Dr. No, na cena da praia em que vê pela primeira vez a Úrsula Andress.
Por que será que essa foi uma habilidade que se perdeu nos últimos 40 anos?
Antigamente os atores e atrizes passavam por uma formação, até mesmo dentro dos estúdios. A Marilyn Monroe, por exemplo, aprendeu a cantar na Fox, sendo ensinada por um diretor musical. Hoje em dia, infelizmente, muitos "atores" não sabem nem atuar, imagine cantar, dançar, etc...
ResponderExcluirNem atuar é ótimo! Kkkkkk
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