Helen Ellswirth (Elizabeth Taylor) é uma americana que vive em Paris ao lado de sua irmã Marion (Donna Reed) e seu pai, James (Walter Pidgeon), um velho espirituoso e excêntrico que apesar de estar na ruína financeira não deixa o jeito de ser típico de milionários generosos. No dia em que Paris é libertada do domínio nazista Helen acaba conhecendo o jovem soldado americano Charles Wills (Van Johnson) e se apaixona por ele. O problema é que Charles, assim como Helen, não tem um tostão. Mesmo assim iniciam um breve romance que logo vira casamento. Charles resolve abandonar o exército e se emprega como correspondente jornalístico em Paris para um jornal europeu. Logo nasce sua primeira filha e ele dá início ao seu sonho de ser um grande escritor. Infelizmente porém seus textos vão sendo recusados um após o outro pelas editoras. Vendo seu sonho fracassar e começando a ter problemas com as bebidas, Charles começa a ver seu sonho Parisiense naufragar. “A Última Vez Que Vi Paris” é um dos clássicos românticos da carreira de Elizabeth Taylor. Aproveitando o cilma romântico de uma das cidades mais famosas e românticas do mundo o filme foi o último de Liz antes de começar as filmagens do grande sucesso de sua carreira, o mitológico Giant (Assim Caminha a Humanidade).
O roteiro foi baseado no famoso livro do escritor F. Scott Fitzgerald (o mesmo autor dos clássicos “O Grande Gatsby”, “Suave é a Noite” e “O Último Magnata”). O enredo é essencialmente construído em torno do amor atribulado dos personagens Helen e Charles. Ela é uma americana que tenta ser feliz ao lado do marido que agora vivencia o desmoronamento de seus sonhos literários. A impossibilidade de realizar seu sonho de tornar-se escritor trará conseqüências trágicas para o casal. Elizabeth Taylor está belíssima em cena. Com seu visual clássico, cabelos negros e olhos azuis, ela impressiona pela bela presença. Van Johnson não convence muito como personagem trágico mas felizmente não compromete. Uma das surpresas do elenco é a excelente atuação de Walter Pidgeon. Suas ironias e tiradas cômicas são realmente muito espirituosas e bem escritas, uma pena que o roteiro não o explore mais.
Outra curiosidade é a presença de um jovem Roger Moore, fazendo um desportista que seduz e tenta conquistar o coração de Helen (Elizabeth Taylor). O jeito sutilmente canastrão que iria usar anos depois na série James Bond já é bem visível aqui em cena. A recepção de "A Última Vez Que Vi Paris" em seu lançamento foi controversa. Alguns críticos acusaram o filme de tentar ser um novo "Casablanca", usando inclusive dos clichês do clássico de Michael Curtiz. Outros focaram seu alvo em Van Johnson, considerado exagerado em cena. Quem se saiu ilesa das resenhas negativas foi justamente Liz Taylor. No mais o filme aproveita bastante a ótima ambientação de Paris, com todos os seus monumentos e pontos turísticos, além da música, sempre presente e evocativa. “A Última Vez Que Vi Paris” é isso, um romance dramático ambientado no pós Guerra em plena cidade luz que naquele momento histórico renascia para nunca mais se apagar.
A Última Vez Que Vi Paris (The Last Time I Saw Paris, EUA, 1954) Direção: Richard Brooks / Roteiro: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Richard Brooks baseados na obra de F. Scott Fitzgerald / Elenco: Elizabeth Taylor, Van Johnson, Walter Pidgeon, Donna Reed, Roger Moore / Sinopse: Jovem soldado se apaixona por americana que mora em Paris durante as comemorações do dia de libertação da cidade das forças alemãs. Após se casarem ele tenta emplacar uma carreira de escritor de sucesso mas as coisas acabam não indo do jeito que planejava.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirA Última Vez que Vi Paris
Pablo Aluísio.
No livro do Ernest Hamingway, Paris é uma Festa, ele dedica muitas paginas a um viagem meio surrealista que ele faz com F. Scott Fitzgerald e, de certa forma, o pinta como um sujeito meio desequilibrado e fraco, porem muitos dizem que o que o Ernest Hemingway tinha mesmo naquela época era inveja da capacidade do F. Scott Fitzgerald como romancista.
ResponderExcluirA ironia é que no final das contas o Ernest Hemingway era o verdadeiro desequilibrado. Certa vez li uma matéria escrita por um psiquiatra que estudando seu histórico não teve dúvidas de qualificar o escritor como maníaco-depressivo, com sintomas de leve psicopatia.
ResponderExcluirPois é.
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