segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

George Harrison: A Vida Depois dos Beatles

Após o fim dos Beatles o guitarrista George Harrison desenvolveu uma clara aversão ao tema relacionado ao seu antigo conjunto. Ele procurava evitar falar dos Beatles em entrevistas e pouco teve contato com os ex-companheiros de grupo. Assim que os Beatles se dissolveram Harrison gozou de uma excelente fase comercial em sua carreira solo. De fato nos primeiros anos da década de 1970 ele conseguiu, para surpresa de muitos, superar seus ex-parceiros John e Paul no quesito número de cópias vendidas no mercado.

Porém contrariando todas as expectativas sua carreira solo também teve pouco fôlego. Talvez por estar envolvido demais com os problemas legais da Apple ou por causa da linha religiosa hindu que havia decidido seguir, o fato é que os discos solos de George começaram a rarear no mercado, ele pouco compôs em relação aos outros ex-Beatles e não parecia mais ter tanto interesse no trabalho de fazer novos discos todos os anos.

Na verdade George aos poucos foi se tornando um recluso. Ele parou de fazer concertos ao vivo e de aparecer em público. Para muitos George foi ficando paranoico com sua segurança. A morte de John Lennon, covardemente assassinado na frente de seu prédio em Nova Iorque, piorou ainda mais a situação. George passou a ter pavor de encontrar fãs dos Beatles ao acaso, afinal poderia ser mais um lunático como aquele que assassinou Lennon. Tragicamente para ele isso não o deixou a salvo. Muitos anos depois um maluco conseguiu invadir sua mansão. George se viu face a face com um psicótico armado com uma faca. Segundo os laudos George levou várias facadas e sobreviveu milagrosamente. Sua esposa Olivia o salvou, jogando um abajur pesado na cabeça do agressor.

Em relação aos demais Beatles George praticamente não os viu mais. Ele passou a ter uma crescente ojeriza em relação a Paul e ficava incomodado até mesmo de estar na mesma sala do que ele. Para George seria um alívio nunca mais trabalhar ao lado de Paul, mas acabou tendo que engolir seu ponto de vista ao trabalhar ao lado dele no projeto Anthology. Foi um reencontro tenso, marcado por diferenças que jamais seriam superadas. George só voltou porque estava falido. Seu empresário anterior havia se apropriado de parte de sua fortuna e sua companhia cinematográfica estava destruída financeiramente após o lançamento de vários filmes que se tornaram fracassos de bilheteria. Precisando de dinheiro ele participou do Anthology, se comprometendo a participar de três novas faixas com os demais Beatles. Acabou só fazendo duas, por não aguentar mais ter que tocar ao lado de Paul em estúdio. Foi o último suspiro dos Beatles.

Pablo Aluísio.

5 comentários:

  1. Music! - Pablo Aluísio
    George Harrison: A Vida Depois dos Beatles
    Todos os direitos reservados.

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  2. Music! - Pablo Aluísio
    George Harrison: A Vida Depois dos Beatles
    Todos os direitos reservados.

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  3. O George Harrison se ressentia dos Beatles por conta do pouco caso que os gênios John e Paul dispensavam a ele. Na hora que os Beatles se separaram ele se viu livre dessa permanente humilhação. Os Beatles o levaram ao ápice do sucesso mas expos de forma contundente sua limitação artística em comparação a usina de criatividade dos outros dois.
    O problema é que uma vez sozinho, você tem que realizar tudo a aí é que a porca torce o rabo. Fazer sucesso não é fácil em nenhuma atividade humana e na área artística ser o terceiro dos Beatles pode ajudar, mas se o mercado e o publico estabelecerem parâmetros de comparação, também pode atrapalhar, e muito. Fazer Something sendo um Beatle o torna um gênio subestimado, mas um gênio; agora, ser um gênio solo é coisa pra Elvis, Ray Charles, etc. Tanto que nem Paul nem John se tornaram novos Beatles na carreira solo.

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  4. O George Harrison se ressentia dos Beatles por conta do pouco caso que os gênios John e Paul dispensavam a ele. Na hora que os Beatles se separaram ele se viu livre dessa permanente humilhação. Os Beatles o levaram ao ápice do sucesso mas expos de forma contundente sua limitação artística em comparação a usina de criatividade dos outros dois.
    O problema é que uma vez sozinho, você tem que realizar tudo a aí é que a porca torce o rabo. Fazer sucesso não é fácil em nenhuma atividade humana e na área artística ser o terceiro dos Beatles pode ajudar, mas se o mercado e o publico estabelecerem parâmetros de comparação, também pode atrapalhar, e muito. Fazer Something sendo um Beatle o torna um gênio subestimado, mas um gênio; agora, ser um gênio solo é coisa pra Elvis, Ray Charles, etc. Tanto que nem Paul nem John se tornaram novos Beatles na carreira solo.

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  5. O George lutou muito para ter seu próprio espaço. Quando finalmente o teve, na carreira solo, ele parece ter perdido o interesse muito cedo. É a velha máxima, a parte pode ser muito boa, mas jamais conseguirá superar o todo.

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