Como todo brasileiro eu de certa forma também acompanhei a longa carreira do cantor Roberto Carlos. Confesso que não posso ser considerado um fã de carteirinha mas obviamente conheço todos os seus grandes sucessos, até porque é simplesmente impossível ignorar as músicas mais conhecidas dele, já que estavam a todo tempo tocando nas rádios. Também não sou particularmente interessado no trabalho que ele desenvolveu a partir dos anos 70 mas admito que gosto bastante de seus discos dos anos 60, justamente os da fase chamada Jovem Guarda. Naquela época Roberto Carlos era um cantor jovem cujo público também era jovem como ele. Não é de se admirar portanto o nome desse álbum (um dos poucos a receber um título próprio já que o cantor se notabilizou por ter a grande maioria de seus discos chamados simplesmente de "Roberto Carlos"). O clima aqui é de doce inocência, namoro no portão, enquanto a mãe não chama para dentro de casa. Tudo muito puro e juvenil, bem típico dos jovens daqueles anos. A primeira vez que conheci as músicas desse trabalho foi quando veio parar em minhas mãos um compacto duplo da CBS com as seguintes faixas: "História de Um Homem Mau", "Os Sete Cabeludos", "Parei... Olhei" e "Eu Sou Fã do Monoquini".
Logo que de cara gostei bastante de "História de Um Homem Mau", uma versão de Roberto Rei para a canção americana "Ol'man Mose". Como sempre fui fã de westerns, ouvir aquela letra, muito bem bolada e simpática, foi realmente gratificante. Já os "Os Sete Cabeludos" de Roberto e Erasmo tinha um certo toque cinematográfico, inclusive com efeitos sonoros bem legais. Uma faixa forte para os padrões da jovem guarda, sempre tão doce e apaixonada. Também gostei bastante de "Eu Sou Fã do Monoquini", que usava uma letra bem cafajeste (no bom sentido) para louvar a nova moda que estava quase estourando nas praias cariocas (e que ficaria conhecida anos depois como "Topless"). Já das faixas do álbum sempre gostei bastante de "Brucutu", outra versão nacional para uma música americana. O estilo satirizando o famoso personagem dos quadrinhos mostrava o quanto o disco era pop e antenado com a cultura jovem da época. Há obviamente faixas bem açucaradas e românticas que são a cara da jovem guarda como por exemplo "Não Quero Ver Você Triste" (que tem uma melodia muito bonita) ou até mesmo a doce "Rosita". No geral Roberto Carlos, apesar da pouca idade, já mostrava sinais de que iria de fato se tornar o cantor número 1 do país. Era um jovem focado, carismático, que acima de tudo cantava muito bem. Um artista talentoso realmente. Além disso discos saborosos como esse ajudaram e muito em sua subida para a fama e o sucesso. Um disco para ser redescoberto, certamente.
Roberto Carlos Canta para a Juventude (1965)
História de Um Homem Mau (Ol'man Mose)
Noite de Terror
Como É Bom Saber
Os Sete Cabeludos
Parei... Olhei
Os Velhinhos
Eu Sou Fã do Monoquini
Aquele Beijo Que Te Dei
Brucutu (Alley-oop)
Não Quero Ver Você Triste
A Garota do Baile
Rosita
Pablo Aluísio.
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