segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Aconteceu em Woodstock

Elliot Tiber (Demetri Martin) é filho do dono de um pequeno hotel localizado perto de uma fazenda chamada Woodstock. Ele tem a idéia de usar o local para organizar um festival de rock. Mal sabia que estava prestes a fazer parte de um dos maiores festivais de rock da história. O filme é muito bom. Tem um bom elenco e um roteiro bem desenvolvido. Os coadjuvantes são destaques e a reconstituição de época foi perfeita (as cenas com a multidão de hippies foi realmente muito bem executada, principalmente para quem já assistiu o documentário original do festival). Bem no clima dos anos 60 acompanhamos como o maior festival de música da história nasceu quase que por acaso, sem pretensão. O que seria um festival de fundo de quintal (literalmente) acabou virando um dos maiores eventos que se tem notícia! Embora seja um filme bom existem alguns reparos. 

O roteiro é focado quase que completamente nos bastidores do festival - assim o festival em si, as apresentações e as músicas não aparecem (provavelmente por causa do alto custo dos direitos autorais). Existe um erro histórico ao tocar uma música dos Doors na trilha (o grupo de Jim Morrison não foi aceito no festival por causa dos problemas de Morrison com a lei na época). Assim ficou deslocado e de mal gosto tocar logo a música do grupo que foi esnobado pelos organizadores do festival. A cena de viagem de LSD dentro da Kombi foi bem feita, porém ficou a sensação ruim de que havia uma apologia ao uso de drogas ali. De qualquer maneira o filme vale a pena sim. Não é completo ou perfeito mas serve muito bem ao objetivo de mostrar os personagens que fizeram Woodstock.  

Aconteceu em Woodstock (Taking Woodstock, Estados Unidos, 2009) Direção: Ang Lee / Roteiro: James Schamus / Elenco: Demetri Martin, Liev Schreiber, Emile Hirsch, Jeffrey Dean Morgan / Sinopse: Elliot Tiber (Demetri Martin) é filho do dono de um pequeno hotel localizado perto de uma fazenda chamada Woodstock. Ele tem a idéia de usar o local para organizar um festival de rock. Mal sabia que estava prestes a fazer parte de um dos maiores festivais de rock da história.  

Pablo Aluísio.

Falcões da Noite

Deke DaSilva (Sylvester Stallone) é um policial que tem que lidar com um perigoso terrorista internacional conhecido como Wulfgar (Rutger Hauer). Essa é uma antiga produção policial estrelado por Stallone. Ele já era um ator bem conhecido na época mas ainda não era o mega astro de sucessos de bilheteria que viria a ser na década que nascia, os anos 80, onde iria estrelar um sucesso atrás do outro, colecionando fartas bilheterias e polpudos cachês. Quando "Falcões da Noite" estreou Stallone era basicamente aquele ator que havia estrelado o primeiro filme da série Rocky. Esse policial então veio bem a calhar para a carreira do ator, não há como negar. 

Revendo ele hoje se percebe que ainda é um eficiente thriller policial. Stallone usa uma caracterização que bebe diretamente da fonte de Serpico, com Al Pacino. Apesar disso ambos os filmes são bem diferentes. Serpico era baseado numa história real e mostrava os dramas do cotidiano de um policial de Nova Iorque lutando contra a corrupção na corporação. Era basicamente um drama policial. Já em Falcões da Noite Stallone também incorpora um tira, mas sem qualquer aprofundamento do personagem. Aqui temos um filme policial de ação. Na essência ele é um caçador, que sai ao encalço de um terrorista vivido por Rutger Hauer (também prestes a estourar com Blade Runner e Feitiço de Áquila). Para quem gosta de boas cenas de ação e pirotecnia, é um prato cheio. De quebra ainda tem uma cena final surpreendente que acabou se tornando uma das mais lembradas da carreira de Sly.  

Falcões da Noite (Nighthawks, Estados Unidos, 1981) Direção: Bruce Malmuth / Roteiro: David Shalber / Elenco: Sylvester Stallone, Rutger Hauer, Billy Dee Williams, Lindsay Wagner / Sinopse: Deke DaSilva (Sylvester Stallone) é um policial que tem que lidar com um perigoso terrorista internacional conhecido como Wulfgar (Rutger Hauer)

Pablo Aluísio.

Solomon Kane

Mais um filme baseado em um personagem inspirado na chamada literatura pulp fiction (que depois viraria Graphic Novel). Solomon Kane foi criado pelo mesmo autor de Conan, Robert E. Howard. Embora tenha seus admiradores nunca conseguiu igualar a popularidade do famoso bárbaro. Assim como acontece com Conan, Solomon vive em um mundo onde magia e violência convivem simultaneamente. Se você for fã de quadrinhos muito provavelmente vai gostar. Solomon Kane é um ex-mercenário arrependido que vendeu a alma ao diabo em troca de fortuna e sucesso em suas campanhas militares. Quando o próprio Satã vem pedir a recompensa ele vai para um convento tentar escapar do diabo. Depois é expulso de lá e assim começa a aventura do filme... 

A produção em si é modesta mas bem feita. Não há uso exagerado de efeitos digitais, só na cena final temos uma maior presença de efeitos (quem curte monstros digitalmente produzidos provavelmente vai gostar do visual do enviado de satã). Em contrapartida o filme é bem fotografado e durante toda a projeção demonstra ter uma razoável mas eficaz direção de arte. Não há grandes astros no elenco, o mais conhecido é Max Von Sydow que só aparece em duas cenas, embora sejam vitais para a trama do filme. Como divertimento ligeiro, se você não tiver nada para fazer em um domingão sonolento, até cai bem. Em essência é um capa e espada com toques sobrenaturais, misturada com bastante fantasia religiosa. Não é uma maravilha de filme mas os fãs de HQs não reclamarão, pelo menos assim acredito.  

Solomon Kane (Solomon Kane, Estados Unidos, 2009) Direção: Michael J. Bassett / Roteiro: Michael J. Bassett baseado no personagem "Solomon Kane" criado por Robert E. Howard / Elenco: James Purefoy, Max Von Sydow, Lucas Stone / Sinopse: Solomon Kane é um ex-mercenário arrependido que vendeu a alma ao diabo em troca de fortuna e sucesso em suas campanhas militares. Quando o próprio Satã vem pedir a recompensa ele vai para um convento tentar escapar do diabo. Depois é expulso de lá e assim começa a aventura do filme.  

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Anjo do Desejo

Acabei de conferir esse bizarro, para dizer o mínimo, filme. Eu sinceramente gostaria de conhecer o produtor que teve a coragem de investir tempo e dinheiro em uma coisa tão idiota como essa! O argumento não tem a menor lógica: Garota com asas, Megan Fox (que atriz péssima, vou te contar), é resgatada de um circo de quinta categoria por um músico fracassado (Mickey Rourke, totalmente deformado e com um figurino de assustar de tanto mal gosto). Juntos iniciam um romance de meia tigela que não convence ninguém - e pra piorar são perseguidos por um criminoso local (Bill Murray, em péssima atuação - será que o sujeito tá falido pra entrar em um mico desses?) A produção é ridicula - totalmente mal feita, com uso de pavorosos efeitos (ou seria defeitos) especiais. 

Lamento por nomes como Mickey Rourke e Bill Murray estarem no meio desse abacaxi. Mickey inclusive já soltou farpas contra o filme em algumas entrevistas dizendo que é uma bomba. Devo discordar dele, o filme não é apenas uma bomba mas sim uma bomba nuclear! Já a Megan Fox é uma coisa mesmo. Provavelmente seja a atriz mais medíocre do mundo - não consegue fazer uma expressão convincente - a mulher é de uma canastrice sem igual!. Ver ela ao lado de Mickey Rourke é uma coisa mais bizarra que o próprio filme. Em poucas palavras: Passion Play é um pavor de ruindade. Lixo!  

Anjo do Desejo (Passion Play, Estados Unidos, 2010) Direção: Mitch Glazer / Roteiro: Mitch Glazer / Elenco: Mickey Rourke, Megan Fox, Bill Murray / Sinopse: Homem encontra garota com asas em circo e se apaixona por ela. 

Pablo Aluísio.

O Lutador

O filme que marcou o verdadeiro renascimento artísitco do ator Mickey Rourke. Com roteiro sensível e humano e direção do talentoso cineasta Darren Aronofsky, O Lutador se tornou um dos filmes mais badalados de 2008. Aqui Mickey Rourke interpreta o tocante papel de Randy 'The Ram' Robinson, um decadente lutador de luta livre cuja glória há muito passou em sua vida. Vivendo de empregos medíocres Randy tenta reencontrar a felicidade e o caminho do sucesso de outrora. O diretor tentou imprimir um tom semi-documental que dá uma carga extra de veracidade para a estória. As locações não são estilizadas, pelo contrário, tudo surge em tela de forma bem autêntica, tal como na vida real. A direção é segura e interfere o mínimo possível nos acontecimentos. Darren Aronofsky é um cineasta de filmes inteligentes e bem escritos (tais com Pi, Réquiem Para um Sonho e Cisne Negro) e respeita muito a inteligência do espectador, jamais tomando caminhos fáceis demais em seus filmes. De fato ele não manipula as emoções, apenas as apresenta de forma isenta na tela. 

O argumento obviamente trazia muitas semelhanças com a própria vida de Mickey Rourke que conheceu ao longo de sua vida tanto a glória como o fracasso completo. Desprezado ousou manter sua dignidade intacta mesmo quando todos o abandonaram. A interpretação de Mickey Rourke como Randy 'The Ram' Robinson foi realmente fenomenal e valeu a ele indicações aos principais prêmios do cinema. Venceu o Globo de Ouro de Melhor Ator mas perdeu o Oscar para Sean Penn apesar de ter sido apontado como o favorito. Não faz mal, O Lutador é uma obra prima que trouxe de volta ao primeiro time esse ator tão especial. 

O Lutador (The Wrestler, Estados Unidos, 2008) Direção: Darren Aronofsky / Roteiro: Robert D. Siegel / Elenco: Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood / Sinopse: Em "O Lutador" Mickey Rourke interpreta o tocante papel de Randy 'The Ram' Robinson, um decadente lutador de luta livre cuja glória há muito passou em sua vida. Vivendo de empregos medíocres Randy tenta reencontrar a felicidade e o caminho do sucesso de outrora.  

Pablo Aluísio.

Harley Davidson & Marlboro Man

Depois de vários anos revi esse filme cujo nome mais parece comercial de empresas: Harley Davidson & Marlboro Man. Curiosamente não parece ser o caso pois as próprias empresas colocaram um aviso logo no começo do filme explicando que não se tratava de marketing disfarçado. Na realidade o uso dessas marcas vem de encontro à proposta de se criar personagens de estilo. Tanto o Cowboy (Don Johnson) quanto o Motoqueiro (Mickey Rourke) são apenas estereótipos na realidade. O mesmo vale para os bandidos, em casacos de couro à la Matrix eles também são puro design, sem qualquer tipo de profundidade por trás. O filme foi dirigido por Simon Wincer que havia se destacado pelo estranho filme "DARYL" e que curiosamente iria dirigir seu maior sucesso após esse aqui, o filme sessão da tarde "Free Willy". 

"Harley Davidson & Marlboro Man" é uma fita assumidamente simples (apesar de todo o estilo) e investe basicamente em várias cenas de ação - com destaque para o salto na piscina em um hotel de Las Vegas e o tiroteio em um cemitério de aviões da força aérea americana. Mickey Rourke e Don Johnson estão em seus tipos habituais. Na verdade fizeram o filme porque a carreira de ambos começava a declinar e tentavam emplacar um sucesso de bilheteria. Não conseguiram. O filme rendeu pouco e não conseguiu se pagar nos cinemas (a coisa só melhorou um pouco depois no mercado de vídeo). Enfim é isso, apesar de ter sido rodado nos anos 90 o filme mais parece um produto da década de 80. Se você gosta de filmes daqueles anos pode se divertir sem problemas.   

Harley Davidson & Marlboro Man (Idem, Estados Unidos, 1991) Direção: Simon Wincer / Roteiro: Don Michael Paul / Elenco: Mickey Rourke, Don Johnson, Tia Carrera, Tom Sizemore, Chelsea Field / Sinopse: Harley Davidson (Mickey Rourke) e Marlboro Man (Don Johnson) se envolvem com um perigoso grupo de traficantes e contrabandistas high tech.  

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Morte Sobre o Nilo

Assim como os livros de James Bond os livros escritos por Agatha Christie seguiam uma fórmula básica. No caso dessa autora ela geralmente reunia várias pessoas suspeitas em um ambiente fechado (como um barco ou trem) e colocava o leitor na situação de tentar descobrir quem seria o assassino. É exatamente isso que temos aqui nesse "Morte sobre o Nilo". Vários personagens se tornam suspeitos da morte de uma rica herdeira que misteriosamente é morta durante um cruzeiro turístico pelo Egito. O filme em si é muito interessante, tem ótimas cenas externas (filmadas no templo de Karnak e nas pirâmides de Gizé) e um elenco de encher os olhos de qualquer cinéfilo.

O destaque obviamente vai para o grande ator Peter Ustinov que aqui interpreta um dos personagens mais famosos da escritora, o inspetor Hercule Poirot (que todos pensam ser francês mas que é belga na verdade). Ustinov domina a cena, tentando descobrir quem teria cometido o crime. Nunca assisti uma atuação fraca de Ustinov e aqui não seria exceção. Ao lado dele, o auxiliando, temos outro grande ator, David Niven. Já envelhecido, prestes a se aposentar o ator ainda tinha uma bela presença de cena. Entre as atrizes o filme traz uma Mia Farrow fazendo mais uma personagem perturbada e a grande diva Bette Davis, discreta, elegante e atuando ao lado da também excelente Maggie Smith. Enfim, só pela oportunidade de ver tanta gente talentosa junta já vale a existência do filme. Assista, se divirta e tente descobrir o quebra cabeça da trama.

Morte Sobre o Nilo (Death on the Nile, Inglaterra, Estados Unidos, 1978) Direção de John Guillermin / Elenco: Peter Ustinov, Bette Davis, David Niven, Mia Farrow / Sinopse: Grupo de ricos em turismo pelo Egito acabam entrando em um cruzeiro pelo Rio Nilo aonde um assassinato é cometido. Todos no navio tem algum motivo para ter matado a vítima. Quem teria afinal feito o terrível crime? Baseado na famosa obra de Agatha Christie.

Pablo Aluísio.

Meia Noite em Paris

Achei esse um dos filmes mais acessíveis da carreira de Woody Allen. Ao contrário das produções mais intelectuais do diretor aqui tudo soa como algo inofensivo, simples, diria que "Meia Noite em Paris" é o produto mais pop do cineasta. Curtinho, levinho, muito bonito e com direção e roteiro redondinhos não me admira em nada que tenha sido a melhor bilheteria do diretor. Diria que basicamente estamos na presença de um "De Volta Para o Futuro para intelectuais (ou pseudo intelectuais)", um filme para ser exibido em shopping center sem exigir muito do espectador. Ao lado dos encontros do personagens com nomes famosos do passado em Paris (em boa atuação de Owen Wilson, cheio de maneirismos do próprio Alllen) há uma estorinha de turistas americanos curtindo a cidade luz. Nada muito aprofundado, bem básico, assim como também são os célebres do passado que surgem no decorrer do filme. 

De certa forma Dali, Picasso, Fritzgerald e outros são mostrados em caracterizações bem clichês - e de forma bem rasa, algumas vezes com diálogos bem didáticos para informar aos espectadores quem são aqueles que surgem em cena. Algumas vezes funciona e em outras não, virando o mais puro e rasteiro clichê (como Dalí que é retratado como um maluco delirante). É a tal coisa, se o espectador entrar e comprar a idéia de Allen vai curtir mesmo que em nível superficial. Aliás se eu tenho uma crítica a "Meia Noite em Paris" é justamente essa: é um filme superficial e bonitinho demais onde o diretor abusou de imagens e estereótipos em excesso para agradar o povão. Parece que o diretor, que sempre foi um artista ousado e inovador, preferiu puxar o freio de mão para agradar às massas sem perder sua imagem de intelectual de Nova Iorque. O tiro saiu pela culatra na minha opinião. Prefiro o Allen complexado e neurótico do que esse aqui embalado para consumo rápido em praça de alimentação de shopping center. Se fosse resumir diria que "Meia Noite em Paris" é o fast food de Woody Allen, ou melhor dizendo, um croissant para turista americano de bermudão.  

Meia Noite em Paris (Midnight in Paris, Estados Unidos, Espanha, 2011) Direção: Woody Allen / Roteiro:: Woody Allen / Elenco: Owen Wilson, Rachel McAdams, Kathy Bates / Sinopse: Americano em férias em Paris acaba encontrando grandes nomes do passado em suas andanças noturnas pela cidade luz.  

Pablo Aluísio.