sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Sam Whiskey o Proscrito

Título no Brasil: Sam Whiskey, o Proscrito
Título Original: Sam Whiskey
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Arnold Laven
Roteiro: William W. Norton
Elenco: Burt Reynolds, Angie Dickinson, Clint Walker, Ossie Davis

Sinopse:
Uma bonita e jovem senhorita convence um cowboy aventureiro a lhe ajudar no transporte de uma fortuna em ouro. No total mais de 400 quilos do precioso metal que devem ser transportado por regiões infestadas de bandoleiros e bandidos de todos os tipos, em plena corrida ao ouro, no oeste americano.

Comentários:
Um faroeste do final dos anos 1960 com muitas aventuras e bom humor - foi assim que essa produção foi vendida nos cinemas. Estrelada por Burt Reynolds, pouco antes de se tornar um dos maiores campeões de bilheteria do cinema americano na década que viria, e pela veterana (e ainda bela naquela ocasião) Angie Dickinson. A intenção dos produtores era realizar um piloto para uma série de TV que seria exibida pelo canal NBC. O problema é que apesar do bom êxito comercial desse "Sam Whiskey" o ator Burt Reynolds resolveu cair fora do projeto. Obviamente ele ambicionava um sucesso no cinema e não na TV. No final das contas acertou, pois se tivesse assumido o compromisso de ser um astro da telinha certamente jamais se tornaria o astro que foi. Já do filme em si não espere por muita coisa. No fundo é apenas uma bobagem divertida que usa o cenário e o contexto histórico do western americano para entreter, usando de muito humor e romance. Pode ser dispensado sem maiores problemas.

Pablo Aluísio.

Gatilhos da Violência

Título no Brasil: Gatilhos da Violência
Título Original: A Time for Dying
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: Corinth Films
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Budd Boetticher
Elenco: Richard Lapp, Anne Randall, Audie Murphy

Sinopse:
Cass Bunning (Richard Lapp) é um cowboy bom de mira e rápido no gatilho que chega na pequena cidade de Silver City. Assim que coloca os pés por lá, resolve salvar uma jovem chamada Nellie Winters (Anne Randall) de se tornar a nova prostituta do bordel local. Depois se casa com ela em uma cerimônia presidida pelo famoso juiz Roy Bean (Victor Jory). Agora, com as novas responsabilidades de um homem casado resolve se tornar caçador de recompensas, o que lhe fará encontrar com bandidos famosos e perigosos como Jesse James (Audie Murphy).

Comentários:
Último filme da carreira de Audie Murphy (aqui atuando ainda como produtor) e também último western assinado pelo cineasta Budd Boetticher. Só esses fatos já levariam o filme a ser considerado essencial pelos fãs de faroestes. O problema é que apesar de ser o adeus de dois grandes nomes do gênero, "Gatilhos da Violência" não consegue impressionar, muito pelo contrário, pois logo se torna uma decepção completa. O roteiro é completamente sem foco, disperso e mal escrito. Há uma tentativa de inserir humor em certos momentos, mas o tiro sai pela culatra pois todas as cenas cômicas são constrangedores de tão sem graça. Audie Murphy surge tão rapidamente como desaparece. Ele só tem uma cena no filme inteiro quando encontra o tal caçador de recompensas no meio do deserto. Fala duas linhas de diálogo e some, dando adeus ao cinema para sempre. Melhor se sai o ator Victor Jory que interpreta o juiz Roy Bean (aquele mesmo do filme com Paul Newman). Atuando muito bem, salva o filme de ser uma bomba completa. Já Richard Lapp que interpreta o cowboy protagonista é um desastre completo. Canastrão, não consegue convencer. Provavelmente só foi escolhido por ter uma semelhança incrível com Audie Murphy quando ele era bem mais jovem. No geral, infelizmente, é isso, não há outra conclusão, o filme é bem ruim mesmo. Uma despedida melancólica de Murphy e Boetticher do velho oeste.

Pablo Aluísio.

Os Longos Dias da Vingança

Título no Brasil: Os Longos Dias da Vingança
Título Original: I lunghi giorni della vendetta
Ano de Produção: 1967
País: Itália
Estúdio: Produzioni Cinematografiche Mediterranee 
Direção: Florestano Vancini
Roteiro: Fernando Di Leo, Augusto Caminito
Elenco: Giuliano Gemma, Francisco Rabal, Gabriella Giorgelli, Conrado San Martín, Franco Cobianchi

Sinopse:
Após três longos anos de trabalhos forçados numa prisão de segurança máxima, o prisioneiro Ted Barnett (Giuliano Gemma) consegue fugir, ganhando a liberdade. Agora ele vai atrás dos responsáveis por sua condenação numa jornada de vingança sem fim. E ele sabe exatamente onde irá encontrar cada um deles, que por traição o colocaram na prisão anos atrás. 

Comentários:
Aqui o diretor Florestano Vancini decidiu assinar o filme como Stan Vance. Velho esquema publicitário muito usado nos filmes de faroeste produzidos na Itália. Os diretores e atores geralmente usavam pseudônimos americanizados para dar a impressão que o filme era importado dos Estados Unidos. Sob uma visão atual algo desnecessário já que o chamado Western Spaghetti abriu seu caminho, ganhou seu espaço, sem precisar ter que se parecer com o faroeste Made in USA. E o astro dessa festa cinematográfica de violência estilizada foi nada mais, nada menos, do que o ator Giuliano Gemma. Ele foi um dos atores de faroeste mais populares, inclusive no Brasil, onde seu nome no cartaz garantia boas bilheterias em nosso mercado. Gemma sabia portar um colt 45 e não errava a mira nas cenas de duelos nas ruas empoeiradas do velho oeste. E nesse aspecto esse filme não decepcionou seus velhos admiradores. Usando do tema da "vingança pessoal" conseguiu lucrar bem nos cinemas dos anos 60. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

O Diabo Feito Mulher

Título no Brasil: O Diabo Feito Mulher
Título Original: Rancho Notorious
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Daniel Taradash, Silvia Richards
Elenco: Marlene Dietrich, Arthur Kennedy, Mel Ferrer

Sinopse:
Filme baseado na obra "Gunsight Whitman" de Silvia Richards. No enredo conhecemos Altar Keane (Marlene Dietrich), ex-dona de saloon e cantora de cabarés, que resolve ajudar um homem acusado de assassinato, após ele se envolver em um crime de vingança pela morte de sua ex-noiva, que morreu nas mãos de um bandoleiro com a cabeça à prêmio.

Comentários:
Um western bem diferenciado, isso porque foi dirigido pelo mestre Fritz Lang, sendo estrelado pela diva Marlene Dietrich, sendo que ambos jamais foram conhecidos por realizar faroestes em suas carreiras. Lang, um mestre do expressionismo alemão, trouxe pela primeira vez ao gênero toda a estética de sua escola cinematográfica. Isso pode ser sentido de maneira bem clara na iluminação e no próprio enredo noir que o roteiro traz (o que não deixa de ser um aspecto maravilhoso do filme em si). Some-se a isso a narração pouco comum, em forma de balada, e a presença enigmática e poderosa da estrela Marlene Dietrich e você terá um western realmente diferente de tudo o que você já viu antes. Em relação a Marlene Dietrich temos uma curiosidade interessante (e saborosa) de bastidores. Foi durante as filmagens desse filme que começaram a surgir boatos de que ela estaria tendo um caso com o pai do futuro presidente dos Estados Unidos JFK, o patriarca Joseph P. Kennedy! Pelo visto o gosto por estrelas de cinema passava realmente de pai para filho na poderosa família Kennedy.

Pablo Aluísio.

A Ferro e Fogo

Título no Brasil: A Ferro e Fogo
Título Original: Randy Rides Alone
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Harry L. Fraser
Roteiro: Lindsley Parsons
Elenco: John Wayne, Alberta Vaughn, George 'Gabby' Hayes

Sinopse:
Randy Bowers (John Wayne) é um cowboy honesto que é preso por crimes que nunca cometeu. Com a ajuda de Sally Rogers (Alberta Vaughn) ele finalmente consegue fugir da prisão. Uma vez solto, começa a ser caçado pelo xerife local. Em fuga acaba parando em um esconderijo de uma quadrilha de renegados. Seu plano agora é provar sua inocência ao mesmo tempo em que procura descobrir quem é o verdadeiro criminoso.

Comentários:
Western estrelado por John Wayne na Republic Pictures. Como muitas outras fitas de Wayne nos anos 1930 essa aqui também é um faroeste de matinê, com meros 53 minutos de duração - o que o qualifica como um média-metragem. Esses pequenos e curtos filmes faziam muito sucesso, principalmente entre a garotada que adorava filmes passados no velho oeste americano. A produção é modesta, tem cenários simples, com figurinos de época no padrão geral que imperava dentro desse tipo de filme. O que se destaca mesmo são as cenas externas, rodadas em um rochedo em Santa Clarita, na Califórnia. Outro ponto digno de observação vem do próprio figurino de John Wayne. Ele se apresenta com uma roupa muito semelhante à de Tom Mix, o mais famoso cowboy dos primórdios do cinema americano. Enfim, como diversão pura, "Randy Rides Alone" vale bastante a pena.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

A Vingança dos Daltons

Título no Brasil: A Vingança dos Daltons
Título Original: When the Daltons Rode
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Marshall
Roteiro: Harold Shumate, Emmett Dalton
Elenco: Randolph Scott, Kay Francis, Brian Donlevy

Sinopse:
Tod Jackson (Randolph Scott) é um jovem advogado que vai até o distante Kansas para visitar seus clientes e amigos, os Daltons, que possuem um belo e próspero rancho na região. O problema agora é que uma poderosa empresa cobiça as terras dos Daltons e estão dispostos a colocar as mãos naquela propriedade de todas as formas possíveis, inclusive levantando falsas acusações de crimes contra todos os que ousam desafiar o poder da companhia.

Comentários:
Mais um ótimo western com o mito Randolph Scott. Infelizmente é uma de suas produções menos lembradas, já que após sua estreia nos cinemas ficou décadas fora de circulação - só mais recentemente foi relançado nos Estados Unidos dentro de um box de DVDs que resgatou parte da filmografia esquecida do eterno cowboy do velho oeste. Alguns aspectos merecem menção. Como se sabe com a expansão das estradas de ferro rumo ao Pacífico muitas companhias entraram em atritos com rancheiros e fazendeiros que não abriam mão de suas terras - justamente aquelas por onde os trilhos teriam que passar. Quando o dinheiro não bastava para convencer a venda dessas terras entrava em ação bandoleiros contratados por essas empresas para intimidar e coagir a venda, muitas vezes usando de métodos violentos e ilegais. Esse pedaço esquecido da história serve justamente de mote para esse bom faroeste que certamente agradará em cheio aos fãs do western mais clássico do cinema americano.

Pablo Aluísio.

A Estância Sinistra

Título no Brasil: A Estância Sinistra
Título Original: Shadow Ranch
Ano de Produção: 1930
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Louis King
Roteiro: Frank Howard Clark, George M. Johnson
Elenco: Buck Jones, Marguerite De La Motte, Kate Price

Sinopse:
Sim Baldwin (Buck Jones) e Ranny Williams (Frank Rice) são dois cowboys que acabam sendo dispensados após o carregamento de um rebanho de gado no Texas. Depois disso partem em busca de trabalho nos ranchos locais, mas tudo o que encontram é uma guerra não declarada entre donos de terras rivais. Após a morte de Ranny numa emboscada covarde, Baldwin decide se vingar do assassinato do amigo.

Comentários:
Um dos grandes sucessos da carreira do ator Buck Jones, que aqui acabou indo parar em um western por demais interessante, que procura também valorizar os aspectos de suspense e tensão dentro de uma propriedade conhecida como o "Rancho Sombrio". Curiosamente apesar de também ser uma fita de matinê o cineasta Louis King resolveu adicionar ao cardápio toques de sobrenatural, pegando emprestado um clima mais mórbido, tão típico dos filmes de terror da época, em especial das fitas da Universal Pictures que vinham fazendo grande sucesso. Essa mistura de gêneros porém nunca se revela completa, ficando apenas na sugestão, até porque a Columbia teve receios de que uma mistura assim não seria muito bem recebida pelos fãs de faroeste, em especial da garotada, que afinal de contas havia pago para ver um filme passado no velho oeste e não no castelo de Drácula. Mesmo assim essa tentativa de unir os dois gêneros acaba sendo o grande diferencial da fita até os dias de hoje. Vale muito a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

A Tribo Misteriosa

Título no Brasil: A Tribo Misteriosa
Título Original: Daredevils of the West
Ano de Produção: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: John English
Roteiro: Ronald Davidson, Basil Dickey
Elenco: Allan Lane, Kay Aldridge, Eddie Acuff

Sinopse:
1880, Canyon City. June Foster (Kay Aldridge) é a proprietária de uma companhia de diligências no velho oeste. Seu plano é expandir seu negócio, abrindo um novo caminho bem no meio de terras selvagens ocupadas por uma tribo comanche hostil. Para isso dar certo ela terá que não apenas transportar seus passageiros com segurança como também superar os interesses de posseiros que desejam tomar o lugar para montar suas próprias fazendas. O conflito de interesses leva June a pedir apoio com o Capitão Duke Cameron (Allan Lane), comandante da cavalaria na região. 

Comentários:
Western interessante produzido pelo extinto estúdio Republic Pictures que foi uma das companhias cinematográficas mais importantes do surgimento do cinema americano. Fundada em 1935 realizou ao todo quase mil filmes até ter suas portas fechadas em 1959 com o melancólico "Ghost of Zorro". O curioso é que na sua primeira montagem "Daredevils of the West" originou um copião com 196 minutos, considerado excessivo pelos produtores do estúdio. Não haveria como tornar um filme tão longo bem sucedido comercialmente. A solução encontrada pela Republic foi então transformar a estória em uma série de matinê, com 12 episódios (que infelizmente estão perdidos atualmente). O que sobreviveu ao tempo foi justamente essa versão completa do diretor John English. A fita é estrelada pelo ator Allan Lane (não vá confundir com Alan Ladd de "Os Brutos Também Amam" de 1953) e Kay Aldridge, bonita starlet, modelo de sucesso nos anos 1930 que se casaria pouco tempo  depois, abandonando sua carreira de atriz apenas dois anos após a realização desse faroeste, se despedindo com o cult "Fantasma da Rua 42" de Albert Herman.

Pablo Aluísio.