quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Um Crime Perfeito

Título no Brasil: Um Crime Perfeito
Título Original: A Perfect Murder
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Andrew Davis
Roteiro: Patrick Smith Kelly
Elenco: Michael Douglas, Gwyneth Paltrow, Viggo Mortensen, David Suchet
  
Sinopse:
Baseado na peça escrita por Frederick Knott, o filme mostra os detalhes de um crime planejado pelo frio e calculista Steven Taylor (Michael Douglas). Ele é um homem de negócios arruinado que precisa levantar uma grande soma rapidamente. Para isso ele resolve então assassinar sua própria esposa Emily Bradford Taylor (Gwyneth Paltrow), herdeira de 100 milhões de dólares. Sua plano é que outra pessoa cometa o crime, para que ele consiga se livrar através de um bem elaborado álibi. Para isso acaba usando o próprio amante da mulher! Filme vencedor do Blockbuster Entertainment Awards na categoria de Melhor Atriz - Suspense (Gwyneth Paltrow).

Comentários:
Esse filme é na verdade o remake de um dos maiores clássicos do cinema, "Disque M para Matar" (1954) de Alfred Hitchcock. A primeira questão que vem em nossa mente é se havia realmente necessidade de se refazer uma obra prima como aquela? Apesar de ser uma boa produção, bem realizada, elegante, contando com bom elenco, meu veredito é que esse filme dos anos 90 sequer precisava existir. A estória de crime e acobertamento de um marido assassino em busca da fortuna de sua esposa já havia encontrado sua versão final e definitiva pelas mãos do mestre do suspense. Tudo soa desnecessário. Se formos comparar então cada nome do elenco as coisas só pioram. Quem, em sã consciência, poderia preferir a gelada Gwyneth Paltrow ao invés da princesa Grace Kelly da versão original? É forçar demais a barra, não é mesmo? O filme só existe por causa dos caprichos do astro Michael Douglas. Ele queria dar seu toque pessoal nessa nova versão. Ao produzir essa nova versão Douglas quis soar como um renovador de antigos clássicos, como ele próprio declarou em entrevistas durante o lançamento do filme. O que ele não soube explicar é se havia mesmo alguma necessidade disso! Após assistir ao filme respondo com tranquilidade que não. Embora tenha uma bonita fotografia e alguns bons momentos, esse remake é como todo e qualquer remake de grandes clássicos: uma obra que sequer precisava existir.

Pablo Aluísio.

Amor Além da Vida

Título no Brasil: Amor Além da Vida
Título Original: What Dreams May Come
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Vincent Ward
Roteiro: Ronald Bass
Elenco: Robin Williams, Cuba Gooding Jr., Max von Sydow, Annabella Sciorra
  
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Richard Matheson o filme "Amor Além da Vida" conta a estória de Chris Nielsen (Robin Williams). Após sua morte em um acidente de carro ele começa a procurar obsessivamente no mundo espiritual por sua esposa, também falecida, após cometer suicídio. Chris, que foi um bom homem em vida, é enviado ao paraíso, mas sua esposa suicida é enviada para outro lugar. Em nome do amor Chris não aceita o destino dela e parte em sua busca. Filme vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Esse filme é visualmente belíssimo, com cenas extremamente bem feitas (a tal ponto que foi premiado com o Oscar). O enredo se tornou ainda mais interessante após a morte do ator Robin Williams. Como todos sabemos ele se matou após ser diagnosticado com uma doença sem cura. No filme sua esposa é também uma suicida que é punida por seu ato, sendo enviada para um lugar espiritualmente conturbado e doloroso (uma metáfora para o próprio inferno das religiões de origem cristã e judaica). O interessante desse inspirado enredo é que o céu também é retratado sob uma perspectiva bem subjetiva. O personagem de Williams é enviado para lá e o lugar mais se parece com quadros clássicos (ele havia sido um amante das artes plásticas em vida). Embora tenha sido bem criticado em seu lançamento, acusado de entre outras coisas ser superficial e sem conteúdo, o fato é que como obra puramente cinematográfica sempre considerei um filme acima da média. E o seu maior mérito não se resume nas belas imagens que desfilam pela tela. Há todo um complexo repertório subliminar em seu roteiro que merece ser desvendado pelo espectador mais atento. Enfim, um bom romance de natureza sobrenatural, especialmente indicado para pessoas espiritualistas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Incógnito

Título no Brasil: Incógnito
Título Original: Incognito
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions
Direção: John Badham
Roteiro: Jordan Katz
Elenco: Jason Patric, Irène Jacob, Thomas Lockyer
  
Sinopse:
Harry Donovan (Jason Patric) é um artista frustrado que decide mudar sua vida. Não reconhecido por seus quadros ele resolve então entrar no ramo criminoso das pinturas falsificadas. Ele tem talento para isso. Em pouco tempo pinta um quadro e depois tenta passar para o mercado dizendo ser um original do grande pintor Rembrandt. Para seu golpe dar certo porém ele precisa da ajuda de uma especialista em arte, Broeck (Jacob).

Comentários:
Anda bem esquecido esse thriller de ação e suspense estrelado pelo ator Jason Patric. Ele era apontado na época como um dos mais promissores futuros astros de Hollywood, algo que nunca aconteceu. Ele certamente atuou em bons filmes, mas nunca chegou ao topo. Esse filme "Incógnito" tem sua dose de sofisticação e charme. Esse mundo das artes sempre foi muito sofisticado. Mesmo quando se trata de um criminoso em cena há inegavelmente um certo glamour no ar. O filme de um modo em geral é bom, porém nem todos vão gostar, uma vez que ele tem um ritmo um pouco mais lento do que o habitual. Pessoalmente sempre gostei muito do trabalho do cineasta John Badham. Seu grande sucesso na carreira veio com o musical "Os Embalos de Sábado à Noite", mas há outros excelentes filmes assinados pelo diretor como, por exemplo, "Drácula", "Jogos de Guerra" e até mesmo o policial "Tocaia". Esse filme segue sendo um de seus filmes menos conhecidos, mas isso não significa que seja fraco ou ruim, bem ao contrário, é uma boa produção explorando o submundo dos quadros falsificados em um mercado milionário. Vale conferir.

Pablo Aluísio.

Grandes Esperanças

Título no Brasil: Grandes Esperanças
Título Original: Great Expectations
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Mitch Glazer
Elenco: Gwyneth Paltrow, Ethan Hawke, Hank Azaria, Robert De Niro
  
Sinopse:
Baseado no conto atemporal de Charles Dickens, esta é uma história do amor de um homem por uma mulher inacessível. Atualizado para o dias atuais, modernos, de uma Nova York caótica, o enredo revela o amor que um modesto jovem nutre por uma garota extremamente rica e fora de seu alcance. Tudo muda quando ele é agraciado pela generosidade de um benfeitor. Com status e dinheiro, ele então parte para a conquista de sua amada que amou platonicamente por anos e anos. Filme indicado ao Boston Society of Film Critics Awards.

Comentários:
Monótono. Essa é a palavra que melhor expressa essa espécie de modernização da obra de Charles Dickens. O texto original foi publicado pela primeira vez em 1861 como parte do livro "Great Expectations". Na literatura tínhamos uma longa estória em três volumes sobre as desventuras de um jovem órfão na era vitoriana. Pegar uma obra clássica como essa e tentar adaptar para os dias atuais foi um erro. Primeiro porque ao se retirar o contexto histórico original tudo o que sobra é uma estorinha até bem frouxa e sem grandes atrativos. Charles Dickens foi um escritor de seu tempo, ele denunciava em seus textos a exploração das camadas mais pobres da Inglaterra, tentar tirar a essência desses escritos é simplesmente equivocado. Outro problema vem do elenco. Sempre achei a atriz Gwyneth Paltrow um tanto superestimada. Dona de uma frieza incomum (que alguns confundem com elegância e sofisticação), ela não consegue passar muito calor humano em cena, o que sinceramente era esperado. Pior vem com a opaca e fraca atuação de Ethan Hawke. Esse fez sua carreira interpretando homens fracos, vacilantes, sem força interior. Aqui ele repete esse tipo de personagem. Do elenco sem inspiração não escapa nem mesmo Robert De Niro. Sua presença no filme não faz qualquer diferença substancial, se revelando apenas uma perda de tempo desnecessária. Enfim, essa adaptação de "Grandes Esperanças" nos anos 90 é simplesmente sem brilho e sem alma. Não recomendamos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A Garota no Trem

Título no Brasil: A Garota no Trem
Título Original: The Girl on the Train
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Pictures
Direção: Tate Taylor
Roteiro: Erin Cressida Wilson
Elenco: Emily Blunt, Haley Bennett, Rebecca Ferguson, Lisa Kudrow
  
Sinopse:
Após ser abandonada pelo marido, Rachel (Emily Blunt) entra em uma crise depressiva e autodestrutiva. Todas as manhãs ela pega o trem em direção a Nova Iorque e passa bem em frente a sua antiga casa. Seu ex-marido vive com uma nova mulher, tem um filho recém-nascido e parece feliz. Isso acaba destruindo ainda mais a auto estima e o amor próprio de Rachel. Ela se torna inconveniente, invasiva e começa a beber demais. O que ela jamais poderia esperar é acabar se envolvendo em um caso de assassinato e crime. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Emily Blunt).

Comentários:
Eu esperava por outro tipo de filme quando comecei a assistir a esse "A Garota no Trem". Como não havia praticamente lido nada sobre ele pensei tratar-se de um drama existencial sobre a infelicidade de uma mulher apaixonada que fora trocada por outra, vendo sua vida praticamente ser destruída por isso. Também esperava por um roteiro que explorasse mais a fundo o alcoolismo da personagem principal. Em poucas palavras, esperava por um filme dramático, com tintas pesadas sobre o fracasso pessoal. Não é bem isso o que encontrei. Sim, a personagem foi traída, colocada de lado e tem problemas com bebidas. Isso é um fato, só que o roteiro não está concentrado apenas nisso. Na verdade tudo o que se vê em torno desse tipo de construção da protagonista é apenas um pano de fundo, um aspecto secundário, do que o argumento está mesmo interessado. Sob esse ponto de vista o filme não é um drama, mas um thriller de suspense apoiado em um assassinato e na busca da verdadeira identidade do próprio assassino. Para ser sincero essa escolha achei até muito banal.

Como é de se esperar nesse tipo de suspense a premissa mais desenvolvida pelos roteiristas se resume em deixar uma série de pistas falsas no meio da investigação para confundir o espectador. Uma hora ele pensará que o personagem A é o assassino, para depois entender que quem cometeu o crime foi B. Esse tipo de fórmula se desgastou muito nos últimos anos. Não traz nada de novo. Além disso o tal mistério nem é tão complicado de descobrir... Se você for atento o suficiente conseguirá descobrir a verdadeira identidade do assassino (ou assassina) com antecedência. Assim a minha impressão foi essa mesma, a de leve decepção. "A Garota do Trem" poderia ser um ótimo drama sobre relacionamentos fracassados e a impossibilidade que certas pessoas possuem de fechar as portas do passado atrás de si para sempre. O roteiro porém ignorou isso e foi por um caminho muito mais fácil e bem mais banal.

Pablo Aluísio.

Dr. Dolittle

Título no Brasil: Dr. Dolittle
Título Original: Doctor Dolittle
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Betty Thomas
Roteiro: Hugh Lofting, Nat Mauldin
Elenco: Eddie Murphy, Peter Boyle, Ossie Davis
  
Sinopse:
Dr. Dolittle (Eddie Murphy) é um médico veterinário que descobriu ter um dom absolutamente incrível - ele consegue conversar e se comunicar com os animais. Isso obviamente o deixa em uma posição completamente à frente dos outros colegas de profissão. Só que Dolittle precisará também colocar sua vida nos eixos e para isso contará com a ajuda de seus amigos animais. Filme indicado ao MTV Movie Awards.

Comentários:
O que fazer quando você é parado numa blitz policial e no dia seguinte todos os jornais dizem que você estava com um travesti dentro do carro, supostamente comprando favores sexuais (entenda-se prostituição) e muito provavelmente será processado? Bom, no caso do Eddie Murphy o que ele fez foi lançar um filme infantil! Absurdo demais para você? Pois foi justamente isso que aconteceu. Eddie estava no meio de um escândalo sexual, com a imprensa pegando no pé, quando chegou aos cinemas esse "Dr. Dolittle". O mais curioso é que o filme acabou se saindo bem nas bilheterias, algo que era uma novidade para o comediante naquela época, já que ele vinha colecionando um fracasso comercial atrás do outro. Pelo visto o caso do travesti de certa maneira serviu para indiretamente (e pelos meios errados) divulgar o filme nos cinemas. Tirando toda essa baixaria de lado o que temos aqui é realmente um produto bem infantil, indicado para crianças até seis ou sete anos de idade. Essa coisa de animais falando não parece perder nunca a atratividade para a garotada. E sinceramente os efeitos especiais são muito bons. O carisma do velho Eddie também está lá. A única coisa realmente ruim é o roteiro, bem fraco. De qualquer forma a criançada não pareceu estar muito preocupada com isso. O sucesso acabou sendo certeiro.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

It - Capítulo Dois

Título no Brasil: It - Capítulo Dois
Título Original: It Chapter Two
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Andy Muschietti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Jessica Chastain, James McAvoy, Bill Skarsgård, Bill Hader, Isaiah Mustafa, James Ransone,

Sinopse:
Mais um filme baseado na obra-prima escrita por Stephen king. A trama se passa vinte e sete anos depois dos primeiros acontecimentos mostrados no primeiro filme. Aqui o grupo de amigos vai precisar se reunir mais uma vez para enfrentar o terrível palhaço assassino Pennywise (Bill Skarsgård).

Comentários:
A crítica não gostou muito. Alguns fãs de Stephen King voltaram a criticar negativamente, mas nem essa onda toda conseguiu atrapalhar o filme em termos de bilheteria. Somando-se o mercado americano com o internacional o filme já rompeu a barreira dos 700 milhões de dólares arrecadados. Um ótimo número, ainda mais para um filme de terror e mais, uma sequência. De fato é algo inédito dentro da indústria. No mais gostei de praticamente tudo por aqui. Alguns disseram que o filme ficou longo demais e em algumas partes cansativo. Discordo. Achei tudo no lugar certo, inclusive no desenvolvimento de todos os personagens. Alguns leitores de King reclamaram dizendo que o filme não havia sido fiel ao livro original. Ora, nem o primeiro filme foi, então pedir algo assim para sua continuação não soa bem ou adequado. Literatura e cinema são linguagens diferentes. Mudanças já eram esperadas para essa adaptação para as telas. O que vale muito a pena aqui é rever todos os personagens, agora adultos, tendo que lidar com um antigo problema, o palhaço sobrenatural Pennywise. Ele está de volta para aterrorizar a vida de todos eles, para deleite dos fãs de filmes de terror.E se você gosta da obra de Stephen King, então corra para assistir. É mesmo um momento imperdível do escritor na sétima arte.

Pablo Aluísio.

Segredos Imperiais da China

Título no Brasil: Segredos Imperiais da China
Título Original: China's Megatomb Revealed
Ano de Produção: 2016
País: Inglaterra, China
Estúdio: National Geographic
Direção: Hugh Ballantyne, Kaige Chen
Roteiro: Nic Young
Elenco: Dong Chunguang, Liming Geng, Ma Kun
  
Sinopse:
Documentário da National Geographic que enfoca as revelações arqueológicas e descobertas realizadas na tumba milenar do primeiro imperador da China. Qin Shihuang foi o primeiro governante na história do povo chinês que conseguiu conquistar os cinco grandes estados que dominavam as vastas extensões territoriais chinesas de sua época, unificando pela primeira vez o enorme território da China sob um único poder. Ele reinou dois séculos antes do nascimento de Jesus e foi um dos mais sangrentos e despóticos governantes que se tem notícia na história, tendo construído a maior tumba da história, além da sempre lembrada muralha da China. 

Comentários:

O ser humano tem uma certa atração por tiranos sanguinários e assassinos. Só esse aspecto da natureza humana poderia explicar a subida ao poder de um sujeito como o primeiro imperador da China. Ele era um verdadeiro psicopata que não tinha qualquer respeito pela vida humana. No auge de seu poder teve sob seu domínio pessoal mais de 700 mil escravos que utilizou para construir uma megatumba própria. Durante dez anos ele massacrou milhares de pessoas para dar vazão ao seu ego descomunal. Esse documentário realizado na China nos dias de hoje mostra parte dessas revelações arqueológicas. Além de esqueletos de trabalhadores o filme revela também a extensão do tamanho da tumba imperial que era maior do que Manhattan!!! O interessante é que apesar de se saber sua localização e as possibilidades de descobrir tesouros incríveis o governo chinês nunca autorizou a escavação do lugar onde o imperador foi enterrado, que segue sendo intocado. O que se pesquisou foram sítios arqueológicos periféricos como aquele onde foi encontrado o exército de terracota. Soldados que o imperador queria levar para o outro mundo para continuar suas guerras de conquistas sem fim. Um documentário bem revelador que mostra até que ponto pode chegar a megalomania do ser humano. Não deixe de assistir. 

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Tempestade

Título no Brasil: Tempestade
Título Original: Hard Rain
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: British Broadcasting Corporation (BBC)
Direção: Mikael Salomon
Roteiro: Graham Yost
Elenco: Morgan Freeman, Christian Slater, Randy Quaid, Minnie Driver
  
Sinopse:
Durante uma enorme tempestade, um carro forte, de transporte de valores, levando mais de três milhões de dólares, fica atolado no meio do lamaçal. A oportunidade assim se torna perfeita para que criminosos ataquem o transporte, levando a fortuna. Dito e feito. Uma grande operação é montada, o carro é metralhado, mas um dos seguranças, Tom (Christian Slater), consegue fugir, levando todo o dinheiro, em um jogo de sobrevivência. 

Comentários:
Um bom filme de ação e suspense tecendo toda uma trama de violência e morte no meio do caos. O caos aqui é o da natureza, pois os personagens tentam sobreviver no meio de uma tempestade jamais vista antes. É óbvio que o roteirista Graham Yost mesclou dois subgêneros cinematográficos bem conhecidos. Um deles, o chamado "Filme de assalto", quando geralmente temos um grupo de ladrões profissionais tentando roubar uma grande soma em dinheiro. O outro é o conhecido "Filme-catástrofe", quando um grupo de pessoas tenta sobreviver a um grande cataclisma da natureza. A boa notícia é que pelo menos aqui a fusão funcionou muito bem. Os personagens passam longe do clichê, sendo que até mesmo o xerife da cidade, o tira Mike Collins (Randy Quaid), quer roubar os milhões, mostrando que não há espaço para policiais heróis ou virtuosos dos antigos filmes. O elenco é bom, com atores da categoria de Morgan Freeman. O problema nesse aspecto porém vem da escalação de Christian Slater. Ele não tem muito cacife para levar um filme inteiro nas costas. É um ator fraco, de carisma apagado. Curiosamente o papel deveria ser de Mel Gibson, que acabou recusando por não encontrar espaço em sua agenda (na época ele estava bem ocupado trabalhando não apenas como ator, mas também como diretor). Mesmo assim o filme funciona no final das contas. "Hard Rain" sobreviveu até mesmo ao opaco Christian Slater.

Pablo Aluísio.

No Embalo da América

Título no Brasil: No Embalo da América
Título Original: Telling Lies in America
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Banner Entertainment
Direção: Guy Ferland
Roteiro: Joe Eszterhas
Elenco: Kevin Bacon, Brad Renfro, Maximilian Schell
  
Sinopse:
O filme conta a estória do imigrante Karchy (Brad Renfro) que deixa seu país natal, a Hungria, e se muda para os Estados Unidos durante a década de 1960. Lá ele conhece um novo mundo, uma nova cultura. Aos poucos vai se enturmando no novo lar. Sua vida muda porém quando conhece o DJ Billy Magic (Kevin Bacon) que promove eventos e concursos de canto, música e dança. Filme premiado pelo National Board of Review.

Comentários:
Sempre vi essa produção como uma tentativa do ator Kevin Bacon em repetir o sucesso do musical "Footloose". Dito isso é bom saber que o filme realmente não é grande coisa. Tem uma estorinha meio derivativa, quase boba, e algumas músicas pelo menos interessantes na trilha sonora. É um filme independente baseado em parte na história do próprio escritor Joe Eszterhas, também um imigrante que foi tentar "fazer a América". De certa forma, se tivesse seguido mais à risca a história real o filme poderia ser mais interessante, porém como ele é parte ficcional, não se pode esperar por nada muito espetacular. Curiosamente o roteiro só conseguiu ser filmado por causa do ator veterano Maximilian Schell. Ele comprou os direitos da adaptação e praticamente bancou de forma independente a produção do filme. Não era necessário tanto esforço, já que "Telling Lies in America" passa longe de ser uma obra prima ou algo que o valha. Embora tenha uma bonita direção de arte, com boa reconstituição de época, com todos aqueles carrões do modelo rabo de peixe dos anos 60, o roteiro deixa um pouco a desejar. Nada é muito dramático ou forte. Tudo soa meio plástico e vazio. No geral é apenas levemente divertido, nada muito acima da média. Para os fãs de Kevin Bacon (apenas para eles, é bom frisar) porém até que pode ser interessante. Mesmo assim não vá esperando por nada muito marcante ou fenomenal.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Kull - O Conquistador

Título no Brasil: Kull - O Conquistador
Título Original: Kull the Conqueror
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Nicolella
Roteiro: Charles Edward Pogue
Elenco: Kevin Sorbo, Tia Carrere, Thomas Ian Griffith
  
Sinopse:
Kull (Kevin Sorbo) é um guerreiro bárbaro que consegue se tornar rei em um duelo mortal. Com a morte do monarca ele seria assim o legítimo sucessor do trono, porém os herdeiros do rei morto não aceitam a subida ao poder de Kull, que dessa forma precisará lutar com toda a voracidade e fúria para sentar no trono que ele considera seu por direito e honra.

Comentários:
Mais um filme adaptado da obra do escritor Robert E. Howard. Obviamente o personagem bárbaro Kull não chega aos pés do guerreiro mais popular criado por Howard, o Conan. Mesmo assim há aspectos que poderiam ser bem aproveitados nas telas, como as origens do guerreiro descritas no livro original  (ele teria nascido na Atlântida Pré-Cataclísmica há mais de 10 mil anos, crescido com piratas selvagens, lutado grandes batalhas). Infelizmente todo o passado glorioso de Kull acabou sendo colocado de lado pelos produtores desse filme para se contar apenas uma estorinha quase que completamente banal. O curioso é tudo isso partir de Raffaella De Laurentiis, a filha do grande produtor Dino. Ela poderia ter aprendido mais com a experiência do pai (que produziu os dois primeiros filmes de Conan para o cinema) e ter optado por um roteiro melhor. O elenco também não colabora muito. Sempre achei muito equivocada a escolha do astro de TV Kevin Sorbo para interpretar o protagonista. Isso porque ele já estava muito associado às séries "Hércules" e "Xena", o que prejudicou bastante o filme como um todo. Assim, no geral, o filme apresenta muitos problemas. Para os fãs da obra de Robert E. Howard essa produção é certamente uma das piores já feitas. Não chegaria a tanto. Tudo bem, passa longe de ser um bom filme, mas pelo menos diverte, se você conseguir se focar apenas na pura diversão sem pretensões.

Pablo Aluísio.

Dr. T E as Mulheres

O diretor Robert Altman foi um cineasta talentoso, mas também teve sua cota de bobagens em sua filmografia. Afinal ninguém é perfeito nesse mundo. Antes de falecer em 2006 Altman deu essa derrapada ao dirigir esse fútil exercício sobre o nada absoluto chamado "Dr. T & the Women". O filme é bem fraco, com enredo girando em torno de um médico bonitão e metido a conquistador chamado Dr. T. O papel foi dado para Richard Gere que aqui não faz nada muito além do básico, exagerando com seus momentos de canastrice assumida. Ele precisa resolver uma série de problemas envolvendo ex-namoradas, esposas, clientes, filhas, conhecidas, ou seja, tentando superar todas as mulheres que giram em torno de sua vida.

Como Altman bem gostava de fazer, o roteiro é todo no estilo mosaico, com inúmeras estórias acontecendo ao mesmo tempo sem transparecer que elas estejam ligadas de alguma forma. Só no final todas as pontas e linhas se ligam, mostrando que no fundo era um só elo de ligação unindo todos os personagens. No fim de tudo quem salva a produção de afundar completamente é o seu elenco feminino. Fazendo jus ao título do filme as mulheres se destacam, desde as beldades mais jovenzinhas como Tara Reid, Kate Hudson e Liv Tyler, até as mais maduras como Helen Hunt e Farrah Fawcett. Essa última aliás, a famosa pantera loira da popular série de TV nos anos 70, teve um raro momento de destaque no cinema. Sempre achei a Farrah Fawcett bem injustiçada em Hollywood. Talvez por ser uma bela mulher, símbolo sexual, nunca a levaram à sério como atriz dramática. Uma pena. O Altman até tentou lhe dar uma chance aqui, mas como o filme como um todo é bem fraco seus esforços acabaram sendo em vão.

Dr. T E as Mulheres (Dr. T & the Women, Estados Unidos, 2000) Direção: Robert Altman / Roteiro: Anne Rapp / Elenco: Richard Gere, Helen Hunt, Farrah Fawcett, Laura Dern, Shelley Long, Tara Reid,  Kate Hudson, Liv Tyler / Sinopse: Bem sucedido na carreira profissional, o médico Dr. T (Gere) vive uma verdadeira bagunça na sua vida emocional e afetiva. Filme indicado ao Leão de Ouro do Festival de Veneza.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O Principal Suspeito

Título no Brasil: O Principal Suspeito
Título Original: Nightwatch
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Ole Bornedal
Roteiro: Ole Bornedal
Elenco: Ewan McGregor, Nick Nolte, Josh Brolin, Patricia Arquette
  
Sinopse:
Martin Bells (Ewan McGregor) é um jovem estudante de direito que para pagar suas contas até sua formatura acaba arranjando emprego como guarda noturno em um necrotério. Seu turno é realizado durante as madrugadas e é justamente nesse horário que ele descobre que algo muito estranho anda acontecendo pelos corredores escuros do lugar onde trabalha. Pior do que isso, ele termina sendo acusado de uma série de crimes ligados ao morgue que ele definitivamente não cometeu. Agora terá que se virar para sobreviver e provar sua inocência.

Comentários:
A Dimension Films é uma companhia cinematográfica especializada em filmes de fantasia, terror e suspense. Nos anos 90 ela produziu esse curioso filme de suspense e ação que chamou bastante a atenção da crítica. Na verdade o que temos aqui é um thriller psicológico muito bem amarrado, com roteiro inspirado, que usa de uma situação básica e banal para dar origem a um grande e complexo sistema envolvendo crimes em série. A imagem que sempre me vem à cabeça em relação a essa produção é a de um jovem Ewan McGregor desesperado com um taco de beisebol nas mãos percorrendo as salas e corredores sinistros de um necrotério, completamente sozinho à noite, sem saber que está entrando em um perigoso jogo mortal. O grande diferencial é que na direção temos a presença do talentoso cineasta dinamarquês Ole Bornedal. Embora não fosse na época muito conhecido nos Estados Unidos ele tinha uma reputação e tanto em seu país natal. Realmente ele dirigiu excelentes filmes como "Nightwatch - Perigo na Noite". Assim ele acabou imprimindo para essa produção Made in USA aquele ritmo mais sofisticado e cadenciado das produções europeias, o que trouxe um estilo muito elegante ao filme como um todo. Infelizmente como não conseguiu ser muito bem sucedido dentro da indústria americana em termos comerciais acabou voltando para a Dinamarca. Não faz mal, esse "O Principal Suspeito" é sem dúvida o legado e a prova de seu talento como Filmmaker. Filme vencedor do Málaga International Week of Fantastic Cinema na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

O Príncipe do Egito

Título no Brasil: O Príncipe do Egito
Título Original: The Prince of Egypt
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Animation
Direção: Brenda Chapman, Steve Hickner
Roteiro: Philip LaZebnik, Nicholas Meyer
Elenco: Val Kilmer, Ralph Fiennes, Michelle Pfeiffer, Sandra Bullock, Patrick Stewart, Helen Mirren
  
Sinopse:
Baseado no texto bíblico, "O Príncipe do Egito" conta a história de Moisés (Val Kilmer). Originário do povo judeu ele é abandonado nas águas do Rio Nilo. Encontrado por uma mulher pertencente à família real do Egito acaba sendo criado como um verdadeiro príncipe da realeza daquela antiga nação, até descobrir suas origens. Chamado por Deus para libertar seu povo, Moisés começa uma verdadeira saga pessoal que marcaria a história para sempre. Filme vencedor do Oscar na categoria melhor canção original ("When You Believe" de Stephen Schwartz). Também indicado ao Globo de Ouro na mesma categoria.

Comentários:
Quando Spielberg criou o novo estúdio DreamWorks ele bem sabia que para vencer nesse concorrido mercado cinematográfico, ele teria que vencer também no mundo da animação. Não era fácil. Havia obviamente o domínio completo da Disney, algo consolidado por anos e anos de tradição. Fora o estúdio do Mickey Mouse havia igualmente vários outros estúdios consolidados no meio. Assim abrir um canal de sucesso foi um dos grandes obstáculos para Spielberg e sua empresa. "O Príncipe do Egito" tinha uma proposta bem inovadora, adaptando o velho testamento para um longa-metragem de animação. A história de Moisés, amplamente conhecida, ganhou assim sua versão animada. Ficou realmente muito bom, porém o peso de ser comparado com o grande clássico da era de ouro "Os Dez mandamentos" cobrou o seu preço. A animação do estúdio de Spielberg não foi considerada tão grandiosa ou marcante como o filme original. Também pudera, era uma comparação absurda e fora de propósito. De toda forma a indicação segue valendo. Do que a DreamWorks produziu ao longo de todos esses anos em termos de desenhos animados, esse é seguramente um de seus melhores momentos na sétima arte. Vale muito a pena conferir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Um Refúgio

O filme se passa na Guerra Civil americana. Logo na introdução os produtores colocaram uma frase do general da União William Sherman, um dos mais notórios e infames carniceiros daquele conflito que devastou os Estados Unidos. Na opinião de Sherman a guerra sempre seria um lugar de crueldade e violência, não importando as outras coisas que se atribuíam a ela. Nesse ponto ele tinha razão, haja visto que ele promovia todos os tipos de atrocidades por onde passava. Foi certamente uma figura histórica desprezível. Pois bem, o filme mostra uma fazenda no sul prestes a ser invadida pelas tropas de Sherman. Sua tática era destruir não apenas os exércitos confederados, mas também o espírito dos sulistas. Para isso valia de tudo, até mesmo crimes de guerra como estupros, assassinatos à sangue frio e violência irracional. E é justamente isso que ocorre quando dois batedores do exército da União chegam em um pequeno povoado do sul.

Ao se depararem com a bela Augusta (Brit Marling) eles resolvem persegui-la, indo até sua fazenda no meio rural. O pior é que Augusta está praticamente indefesa. Os homens da casa foram embora lutar na guerra e lá ficaram apenas ela, sua irmã mais jovem que está doente e uma escrava negra. Os yankees estão chegando com toda a brutalidade conhecida e Augusta precisa defendê-las! Para isso conta apenas com um velho rifle e muita coragem. O roteiro explora basicamente essa situação e o faz muito bem. Obviamente em temos de guerra era de se esperar por muita violência e isso certamente você encontrará no filme. Há inclusive cenas de estupro e assassinatos sumários. O ponto de vista de uma mulher, civil, tentando sobreviver a uma guerra insana como aquela, é o grande triunfo desse roteiro, porque ao invés de explorar as grandes batalhas ele foca sua ponto de vista para o medo e a agonia de quem está fora do campo de batalha, em casa, mas que teve que lidar com tudo após a própria guerra chegar em sua porta. Um bom filme, valorizado por algumas belas cenas como a que está no poster, com Augusta vendo o horizonte vermelho por causa das explosões no front de batalha.

Um Refúgio (The Keeping Room, Estados Unidos, 2014) Direção: Daniel Barber / Roteiro: Julia Hart / Elenco: Brit Marling, Hailee Steinfeld, Sam Worthington / Sinopse: Três mulheres tentam sobreviver em uma velha casa de fazenda do sul quando os primeiros soldados da União chegam na região durante a Guerra Civil Americana. Em tempos de vida ou morte apenas as mais fortes conseguirão sobreviver.

Pablo Aluísio.