domingo, 9 de junho de 2024

As Origens de Cleópatra

As Origens de Cleópatra
A Rainha do Egito, mesmo após tantos séculos de sua morte, ainda desperta paixões! E isso nada tem a ver com Roma ou com a morte de César, mas sim com sua aparência pessoal. É curioso porque na antiguidade isso não era tão vital, porém atualmente, para se provar seu ponto de vista, isso acaba se tornando crucial! Recentemente vi em uma rede social uma extensa polêmica envolvendo a cor da pele da Rainha do Egito Cleópatra.

Teria sido ela uma mulher negra ou branca? Na verdade a resposta a essa pergunta é bem mais simples do que parece. Basta descobrir de onde vinha a linhagem nobre da família de Cleópatra, de onde ela descendia geneticamente, quem eram seus pais e avôs. Cleópatra na verdade pertencia à dinastia dos Ptolomeus. O que isso significa exatamente? Significa que ela tinha origem genética grega, pois a família dos Ptolomeus não era originária do Egito, como os antigos faraós das dinastias do passado, mas sim de invasores gregos que dominavam o Egito desde os tempos de Alexandre, o Grande.

Ptolomeu foi o general de Alexandre, o Grande, que herdou o Egito depois da morte do grande conquistador. Uma vez instalado lá ele deu origem a uma linhagem de descendentes que ficaram no poder por séculos no Egito. Essa linha nobre passou a se chamar dinastia dos Ptolomeus, os filhos, netos, bisnetos e as gerações que sucederam, todas provenientes inicialmente desse grande general grego. Cleópatra era uma de suas descendentes. Um fato que reforça ainda mais a tese de que ela era uma europeia branca é que os membros dessa dinastia jamais se casavam com pessoas fora de sua família, tudo para manter o poder entre eles mesmos. Primos casavam com primos, tios com sobrinhas e até irmãos com irmãs! Para um Ptolomeu o mais importante era manter o trono do Egito dentro dos laços familiares, fosse qual fosse o preço a se pagar por isso.

Assim a Rainha Cleópatra era realmente branca e não negra como alguns defendem. Outro aspecto digno de nota é que em nenhuma representação antiga da Rainha que conseguiu sobreviver ao tempo ela aparece representada como uma mulher negra, pelo contrário. Sua esfinge é claramente a de uma mulher branca, inclusive com o nariz tão característico dos membros descendentes de Ptolomeu. Assim a dúvida fica historicamente devidamente sanada. Todos os quadros, pinturas e até mesmo representações de Hollywood, com a rainha sendo interpretada pela atriz Elizabeth Taylor, por exemplo, não estão errados do ponto de vista histórico. Ela era realmente branca, de descendência grega e europeia.

Pablo Aluísio. 

sábado, 8 de junho de 2024

The Beatles - A Hard Day's Night - Parte 4

The Beatles - A Hard Day's Night - Parte 4
Apesar da correria para compor e gravar toda a trilha sonora desse filme podemos dizer que os Beatles se saíram muito bem. Não há nenhuma música ruim no repertório desse álbum. John e Paul estavam particularmente entrosados e motivados para trazer o melhor material possível para seus fãs. E não podemos deixar de notar que poucas vezes John Lennon esteve tão presente em um disco dos Beatles. Aliás podemos dizer sem medo de errar que esse foi o disco em que ele mais colaborou. Grande parte das canções foram compostas por ele e depois aprimoradas ao lado de Paul no estúdio. 

"Any Time at All", por exemplo, é uma música nitidamente feita por John Lennon. É um rock com uma pegada bem firme, uma característica que Lennon particularmente apreciava pois ele gostava de dizer que era acima de tudo um roqueiro que tocava em uma banda de rock. Por essa razão nem sempre ele gostou daquelas músicas mais românticas de Paul. E piorou muito quando Paul trouxe, anos depois, músicas que Lennon considerava não apropriadas para um grupo de rock, como "Honey Pie" (do álbum branco) e "Maxwell’s Silver Hammer" (do Abbey Road) que ele achava uma grande porcaria. 

"I'll Cry Instead", também presente no lado B do álbum em sua versão inglesa, era outra faixa que seguia essa linha. O mais interessante é que Lennon aqui colocou algumas pitadas de sua própria personalidade na letra, embora a música fosse um pouco acima do melodramático para seu gosto. Nessa época da juventude John gostava de projetar uma imagem mais de durão, então ele ficava meio embaraçado de cantar uma música em que admitia que era um tanto tímido e que poderia chorar por causa de uma garota. 

Ser piegas não era bem o que ele queria demonstrar naqueles anos, mas ainda assim Paul achou uma boa canção e ajudou seu parceiro a terminar a música. Como os Beatles estavam precisando completar o disco para cumprir suas obrigações contratuais com a gravadora EMI ela então foi finalizada e gravada, tudo em um final de semana. So que na verdade John nunca ficou muito satisfeito com essa canção, tanto que nunca a levou para os palcos, se tornando assim uma autêntica música lado B dos Beatles. E vamos convir que a gravação ficou muito boa, acima até da média. Afinal eram os Beatles e eles estavam em uma fase muito criativa nessa época. 

Pablo Aluísio. 

Janis Joplin - Janis Joplin's Greatest Hits

Janis Joplin - Janis Joplin's Greatest Hits
Sempre que eu coloco um disco da Janis Joplin para tocar eu me surpreendo com o que ouço. Ela era uma americana do Texas, com problemas de autoestima. Uma garota branca até bem normal de seu tempo, incluindo aí sua fase dentro do movimento hippie. Entretanto quando ela começava a cantar a impressão que sempre tive foi a de ouvir uma cantora negra de blues e jazz. Nesse aspecto ela tinha semelhanças com Elvis, pois eram artistas brancos que soavam e tinham um estilo mais voltado para a cultura preta dos Estados Unidos. Infelizmente sempre achei sua discografia muito bagunçada. Ela fez parte de diversos grupos e em cada um deles lançou um disco. Muitos desses álbuns foram lançado por selos obscuros e depois de alguns anos se tornaram raros de encontrar. Por isso colecionar seus discos nunca foi algo fácil de se fazer. 

Por essa razão não me admiro pelo fato de que seu disco mais vendido foi justamente esse aqui. Uma coletânea de seus maiores sucessos. Um disco que vendeu tanto na época que levou disco de platina. Um sucesso comercial em vinil que a Janis Joplin nunca alcançou em vida. Claro que foi uma bem bolada jogada de marketing de sua gravadora, lançado três anos após sua morte precoce, de overdose de drogas, com apenas 27 anos de idade. Outro aspecto a se considerar é que o som da Janis Joplin não é indicado para todos. Ela tinha esse estilo visceral de cantar, que para muitos vai soar como alguém desesperado ou exagerado demais no microfone. Era o estilo dela. De qualquer forma vale a referência, nem que seja por esse grande sucesso com a marca de seus maiores sucessos. A Janis Joplin merecia esse reconhecimento comercial, ainda que póstumo. 

Janis Joplin - Janis Joplin's Greatest Hits (1973)
Piece Of My Heart
Summertime
Try (Just A Little Bit Harder)
Cry Baby
Me And Bobby McGee
Down On Me
Get It While You Can
Bye, Bye Baby
Move Over
Ball And Chain

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Força Policial

Título no Brasil: Força Policial
Título Original: Power: What do the police do?
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Yance Ford
Roteiro: Yance Ford, Ian Olds
Elenco: Charlie Adams, Nikhil Pal Singh, Julian Go

Sinopse:
Documentário que mostra as origens e o desenvolvimento da polícia, tal como a conhecemos hoje em dia. Inicialmente criada para defender interesses de grandes fazendeiros na época da escravidão, a polícia ganhou o mundo urbano, se tornando um instrumento de segurança pública. E atualmente se discute sobre sua real posição dentro de uma sociedade moderna e democrática. 

Comentários:
Como surgiu a polícia? Para que serve mesmo a força policial? Essas e outras perguntas são levantadas nesse documentário muito interessante que pode ser assistido na Netflix. Por exemplo, ficamos sabendo que a polícia nasceu em um momento histórico bem definido, quando escravocratas contratavam homens armados para recapturar escravos fugitivos. Após alguns séculos a ideia se mostrou ainda mais relevante, mas no meio urbano. A polícia então passa a ser uma instituição de Estado, com policiais não mais servindo a homens poderosos e seus interesses privados, teoricamente servindo apenas como arma contra a criminalidade, exercendo uma função estatal. Pelo menos na teoria. Hoje em dia a questão das policiais militarizadas está na ordem do dia. Não são poucos os que defendem sua modificação, transformação e até mesmo sua extinção em meios mais radicais. Pena que por ser um documentário feito nos EUA a questão das milícias não seja analisada. Até porque essa questão do policial se tornar um miliciano é um problema bem brasileiro. De qualquer forma deixo a dica. Como dizia a letra do rock, "Quem precisa de polícia?"

Pablo Aluísio.

Umberto Eco: Uma Biblioteca do Mundo

Título no Brasil: Umberto Eco: Uma Biblioteca do Mundo
Título Original: Umberto Eco: A Library of the World 
Ano de Lançamento: 2022
País: Itália
Estúdio: Film Commission Torino-Piemonte
Direção: Davide Ferrario
Roteiro: Davide Ferrario
Elenco: Umberto Eco, Emanuele Eco, Carlotta Eco

Sinopse:
Documentário sobre a biblioteca particular do escritor Umberto Eco. Ao longo da vida ele colecionou todos os tipos de livros, desde os mais raros, antigos e consagrados, até mesmo aos da chamada literatura popular, sendo um leitor até mesmo de histórias em quadrinhos! 

Comentários:
Através da biblioteca pessoal de Eco vamos conhecendo mais a vida do escritor. Ao longo de sua vida ele adquiriu mais de 40 mil livros! Depois de sua morte a família decidiu doar todo o acervo para as universidades de Bolonha e Milão. Um dos aspectos mais interessantes que é mostrado nesse documentário é o bom humor do escritor. Ele tinha aversão ao mundo digital e tinha tiradas muito espirituosas sobre o tema. Além disso Eco também gostava de mostrar os livros raros que tinha em seu acervo sobre bobagens, misticismo, teorias furadas e lorotas em geral, mas que na época de sua publicação foram tratados como material sério, digno de estudo. Coisas como, por exemplo, alquimia, livros de feitiçaria, crendices, ocultismo, etc. Era uma forma dele rir da suposta seriedade do mundo literário. Enfim, um bom momento que resgata a vida e o bom humor desse grande escritor europeu. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Assassinos da Lua das Flores

Título no Brasil: Assassinos da Lua das Flores
Título Original: Killers of the Flower Moon
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Apple Studios
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Eric Roth, Martin Scorsese
Elenco: Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone, John Lithgow, Brendan Fraser

Sinopse:
No começo do século XX um bando de caipiras de interior, homens brancos criminosos, começam a se casar com nativas herdeiras de vastas terras com muito petróleo em seu subsolo. Após o casamento eles planejam envenenar suas esposas, tudo com o claro objetivo de se tornarem os únicos donos do rico ouro negro! Filme indicado ao Oscar em dez categorias. 

Comentários:
Não me entenda mal, Martin Scorsese continua sendo um mestre do cinema, mas inegavelmente esse seu novo filme apresenta problemas. E é um problema conceitual. Veja, os personagens principais da história são seres asquerosos, repugnantes. Basicamente homens brancos que se aproveitavam de mulheres indígenas para roubar suas terras cheias de petróleo. E como atingiam seus objetivos? Casando com elas e depois as matando envenenadas! Como alguém em sã consciência vai criar um vínculo com esse tipo de pessoa? Não dá! E Scorsese falha miseravelmente ao tentar retratar esses caipiras homicidas com uma lente de leve simpatia e bom humor! Ficou bizarro! Eu lamento tudo isso porque o filme é tecnicamente impecável. Apresenta uma ótima produção, roteiro bem escrito e elenco classe A - embora os astros interpretem esses seres humanos de quinta categoria! Outro ponto que acredito que Scorsese errou foi na duração do filme. Mais de três horas de duração em uma história que com uma edição mais equilibrada seria contada no tempo médio dos filmes atuais. Até porque esses jovens atuais não aguentam mesmo ficar 3 horas no cinema assistindo a um filme! Alguém deveria ter alertado Scorsese sobre isso. Enfim, filme muito bem realizado, mas com uma postura equivocada em relação aos principais personagens nessa história de crime que se propõe a contar. 

Pablo Aluísio.

Relação Violentada

Título no Brasil: Relação Violentada
Título Original: Rape and Marriage - The Rideout Case
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Lorimar Productions
Direção: Peter Levin
Roteiro: Hesper Anderson
Elenco: Mickey Rourke, Linda Hamilton, Rip Torn

Sinopse:
Após ser violentada, Greta Rideout (Linda Hamilton) acusa seu próprio marido de estupro. Os advogados de John Rideout (Mickey Rourke) porém alegam que a acusação é ridícula, pois um marido jamais poderia ser acusado do estupro de sua própria esposa, afinal de contas o relacionamento íntimo entre pessoas ligadas pelo casamento seria um direito do marido, protegido e previsto por lei. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
No auge do mercado de vídeo nos anos 80 foi lançado esse telefilme que para os fãs de Mickey Rourke (categoria no qual estou inserido) era uma grata surpresa. Essa aliás era uma das grandes qualidades de se ter uma verdadeira explosão de locadoras de fitas VHS por todo o país naqueles anos. Você poderia entrar em um loja de bairro e de repente encontrar preciosidades como essa, bem escondida nas prateleiras. A fita mostra um Mickey Rourke ainda muito jovem, recém saído do mitológico Actors Studio, mas já demonstrando ser um talento nato. Sua parceira em cena, interpretando uma corajosa vítima de estupro, era a atriz Linda Hamilton, que alguns anos depois também se tornaria um rosto conhecido no mundo do cinema ao estrelar a franquia de enorme sucesso "O Exterminador do Futuro". Já Rourke surge com todos os maneirismos que iria consolidar sua fama nos anos 80, cabelo despenteado, barba por fazer e estilo cool de ser. Um telefilme no final das contas que se mostra bem acima da média, valorizado pelo elenco promissor ainda no começo da distante década de 80.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Paixão Bandida

Título no Brasil: Paixão Bandida 
Título Original: Feeling Minnesota
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Steven Baigelman
Roteiro: Steven Baigelman
Elenco: Keanu Reeves, Cameron Diaz, Courtney Love, Vincent D'Onofrio, Dan Aykroyd

Sinopse:
Jjaks Clayton (Keanu Reeves) conhece Freddie Clayton (Cameron Diaz) e se apaixona à primeira vista por ela. Bonita, jovem e loira, a garota é simplesmente de fechar o trânsito, mas há muitos problemas para que esse relacionamento amoroso vá em frente. A principal delas é que Freddie já está comprometida com outro homem. 

Comentários:
Eu não gostei muito da primeira vez que assisti, ainda nos anos 90. Mas é a tal coisa, a nostalgia muitas vezes melhora filmes com o passar dos anos. É o caso aqui. Rever todos esses atores, ainda jovens e bonitos, é sem dúvida, um prazer. A atriz Cameron Diaz estava especialmente bonita. Ela não era uma grande atriz, temos que reconhecer, mas tinha carisma e muito feeling e timing para o humor, tanto que mesmo esbanjando beleza, ela ainda caprichava nos momentos de bom humor do filme. Aliás o humor fora de lugar talvez seja o maior problema desse roteiro. Algumas cenas são verdadeiras palhaçadas (no mal sentido) beirando o humor pastelão! Não penso que ficou legal, ficou chato, nada divertido e em alguns momentos até constrangedor. Deveriam ter investido mais no lado romântico da história. Com Reeves e Diaz bonitões e jovens, não precisaria de mais nada para que o filme agradasse seu público alvo. 

Pablo Aluísio.

Meu Vizinho Suspeito

Título no Brasil: Meu Vizinho Suspeito 
Título Original: Getting Away with Murder
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Savoy Pictures
Direção: Harvey Miller
Roteiro: Harvey Miller
Elenco: Jack Lemmon, Dan Aykroyd, Lily Tomlin

Sinopse:
Jack Lambert (Jack Lambert) é um pacato professor de ensino médio nos Estados Unidos. Um dia, assistindo ao noticiário, ele descobre que seu vizinho, um senhor idoso chamado Max Mueller (Jack Lemmon), foi no passado o comandante de um campo de concentração nazista. E agora, o que ele planeja fazer para se livrar daquele sujeito?

Comentários
Pela sinopse podemos ver que poderia ser um filme muito bom. O tema é espinhoso, mas abriria diversas possibilidades nessa narrativa. Infelizmente não espere por grande coisa. Como foi um filme produzido e estrelado pelo Dan Aykroyd não haveria como ser diferente. Ele optou por apenas desenvolver cenas sem graça de seu personagem tentando matar seu vizinho, mas tudo feito de forma atrapalhada. Pois é, foram pelo caminho mais óbvio e menos interessante. Se o filme não é bom, pelo menos temos a oportunidade de assistir a uma das últimas aparições do grande Jack Lemmon no cinema. Claro que por sua história ele merecia muito mais do que participar de uma comédia boboca como essa, mas é a tal coisa, sua simples presença já é motivo para despertar o interesse de qualquer cinéfilo. E esse foi um de seus últimas personagens. Uma pena que não tenha contado com um bom roteiro para atuar. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de junho de 2024

O Magnífico Matador

Título no Brasil: O Magnífico Matador
Título Original: The Magnificent Matador
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Budd Boetticher, Charles Lang
Elenco: Maureen O'Hara, Anthony Quinn, Manuel Rojas

Sinopse:
Karen Harrison (Maureen O'Hara) é uma jovem americana, pertencente a uma família rica e tradicional, que acaba se apaixonando por um aventureiro mexicano, um matador de touradas chamado Luís Santos (Anthony Quinn). Após ir ao México para conhecer o mundo das tradicionais touradas daquele país, ela começa a se tornar mais próxima da cultura e do folclore dos mexicanos.

Comentários:
O cineasta Budd Boetticher era apaixonado por touradas. Sempre que havia algum tempo livre ele ia até o México para assistir aos grandes espetáculos do gênero. Segundo o livro de memórias do filho de Randolph Scott, o diretor tentou de todas as formas convencer o ator a estrelar esse filme que para Budd seria sua obra prima. Ele próprio havia escrito o roteiro mas teve que esperar por longos três anos para que a Fox aprovasse a realização da produção, que não seria barata pois teria que ser rodada no México, nas arenas de matança. Maureen O'Hara e Anthony Quinn foram escalados e todos então partiram não para uma filmagem comum, mas para uma verdadeira aventura. Em dias de politicamente correto algo assim poderia incomodar, afinal os grandes heróis da fita são justamente os matadores, grandes especialistas em touradas sangrentas. Anthony Quinn nunca esteve tão intenso em cena e sua colega Maureen O'Hara ficou belíssima em trajes do folclore local. É um western diferente, rodado no México, com protagonistas mexicanos. Se na Hollywood da época eles eram retratados sempre como bandoleiros indigestos de sombreros, aqui temos uma visão menos estereotipada e ofensiva. Um belo filme sem dúvida.

Pablo Aluísio.