O rock "Shake, Rattle and Roll" se notabilizou e fez sucesso na voz de Bill Haley e seus Cometas. Ele foi uma espécie de pai cinquentão do Rock em seu surgimento, pois quando começou a fazer sucesso já tinha passado da idade de ser considerado um rockstar, tal como Elvis. Isso porém não o impediu de fazer muito sucesso, principalmente com seu clássico absoluto "Rock Around The Clock", considerado o primeiro grande sucesso de Rock´n´Roll nos Estados Unidos.
Elvis gravou pouco do material inesquecível e marcante de Bill Halley, mas o admirava bastante, tendo inclusive se encontrado pessoalmente com ele. É famosa a foto de Elvis, já devidamente fardado para o exército, ao lado de Halley. De qualquer maneira essa versão de Elvis não faria muito sucesso em sua voz pois seu potencial comercial já tinha se esgotado com o lançamento do single de Bill Haley.
A baladinha country "I'm Left, You're Right, She's Gone" foi gravada por Elvis Presley na Sun Records na data de 5 de março de 1955. É interessante notar que quando a Sun vendeu o passe de Elvis para a RCA Victor havia uma cláusula nesse contrato que dava para a nova gravadora direito a toda e qualquer gravação feita por Elvis no estúdio de Sam Phillips. Era o que se costumava chamar na época de "cláusula universal de direitos autorais".
Isso se referia a tudo, desde uma música completa gravada por Elvis na Sun, até pequenos takes, ensaios, restos de gravação, qualquer coisa, qualquer registro em áudio. E quando Elvis foi para a RCA também foram os tapes que ele havia gravado em Memphis. Alguns deles perfeitos e bem gravados, que não foram negligenciados pela gravadora de Nova Iorque. Assim essa música não deixou também de ter seu espaço nesse álbum com o selo da multinacional. E esse country foi até bem comercializado pela gravadora pois disquinhos de jukebox foram enviados para a região sul, principalmente ali perto do Arkansas, onde acabou fazendo bastante sucesso.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 31 de maio de 2023
terça-feira, 30 de maio de 2023
Godless
Quer uma boa dica de faroeste na Netflix? Eu indico essa minissérie chamada Godless. A história se passa em uma pequena cidade do velho oeste. É uma região de mineração e quando ocorre um grave acidente dentro dessa mina praticamente todos os homens morrem. Ficam apenas as mulheres, os idosos e as crianças. Uma situação delicada, ainda mais sabendo-se que uma quadrilha de bandoleiros liderados pelo assassino e "pastor" Frank Griffin (Jeff Daniels) está chegando na região em busca de vingança. Acontece que um dos bandidos de seu grupo fugiu com o dinheiro de um roubo a banco e ele se escondeu exatamente nessa região. Coloque na galeria de bons personagens também um xerife que está ficando cego e uma jovem viúva disposta a defender seu rancho de todas as formas.
Western dos bons, com bom roteiro que valoriza cada personagem, dando espaço a cada um deles. Foi particularmente gratificante ver também um bom ator como Jeff Daniels voltando a fazer algo relevante. E ele está ótimo no papel desse bandido com inspirações religiosas. Uma bíblia e um colt ao lado, velho tema explorado nos antigos filmes de faroeste. Também vale salientar a boa presença da atriz Michelle Dockery que interpreta uma das personagens centrais, uma bela mulher, mas firme e forte que defende seu rancho de criação de cavalos. Quem está acostumado a vê-la na popular série inglesa Downton Abbey vai ter uma surpresa. A beleza feminina não significa fraqueza, muito pelo contrário. Enfim, gostei muito. Espero que a Netflix produza mais material nessa linha. Os assinantes agradecem.
Godless (Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Frank / Roteiro: Scott Frank / Elenco: Jeff Daniels, Michelle Dockery, Jack O'Connell, Merritt Wever, Thomas Brodie-Sangster / Sinopse: Uma quadrilha de bandoleiros liderados pelo procurado assassino Frank Griffin (Jeff Daniels) parte em direção a uma pequena cidade do velho oeste habitada apenas por mulheres, idosos e crianças. Ele quer vingança contra um de seus comparsas que fugiu levando todo o dinheiro de um roubo a banco.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 29 de maio de 2023
Um Rei em Nova York
Chaplin tinha planos de filmar uma fábula que havia escrito na Suíça onde morou em seus anos finais. Era a estorinha de uma adolescente que um dia acordava com asas. O projeto não foi em frente porque era uma produção complicada, com muitos efeitos especiais e só poderia ser produzida em Hollywood. Como ele também não queria voltar aos Estados Unidos resolveu filmar esse outro roteiro que havia escrito, uma comédia em tom de sátira sobre um monarca de um pequeno país da Europa que ia até Nova Iorque passar férias e acabava se tornando uma espécie de celebridade televisiva. Não demorava muito e acabava sendo acusado de ser um comunista infiltrado na América por direitistas fanáticos da extrema direita norte-americana.
Chaplin aproveitava essa história ficcional para disparar algumas farpas contra a direita americana, uma vez que ele próprio havia sido acusado de ser um comunista antes de fazer as malas e ir embora definitivamente dos Estados Unidos. É um filme interessante, o último em que Chaplin realmente trabalhou com afinco como ator. Ele porém não gostou muito do produto final. Era um perfeccionista por excelência e nunca chegou a ficar contente com o corte final do filme. Sem a estrutura de Hollywood, o veterano artista se viu fazendo concessões em termos de produção que ele jamais faria em seus tempos de glória no cinema. Ainda assim considero um bom filme. Um retrato dos anos finais de Chaplin, quando ele já estava praticamente aposentado. De fato podemos considerar esse seu último filme verdadeiro atuando como ator, aparecendo em praticamente todas as cenas. Foi uma despedida digna do ator Chaplin, não há como negar.
Um Rei em Nova York (A King in New York, Reino Unido, 1957) Direção: Charles Chaplin / Roteiro: Charles Chaplin / Elenco: Charles Chaplin, Maxine Audley, Jerry Desmonde, Oliver Johnston, Dawn Addams / Sinopse: O filme "A King in New York" cconta a história de um monarca de uma pequenino país do leste europeu que vai a Nova Iorque de férias e acaba se envolvendo em diversas confusões, tanto do ponto de vista pessoal como também político. Filme premiado pelo Cahiers du Cinéma.
Pablo Aluísio.
domingo, 28 de maio de 2023
O Milagre
Esse filme conta a história de uma menina que passa a ser considerada santa em um pequeno vilarejo da Irlanda durante o século XVIII. Os moradores passam a pensar assim depois que ficam sabendo que ela não se alimenta mais, vivendo apenas da fé em Deus. Uma enfermeira inglesa então é enviada para observar e analisar o caso. Provavelmente aqueles velhos homens do conselho da vila queriam algum tipo de aprovação da ciência sobre o que estaria acontecendo, mas a realidade é que assim que a enfermeira passa a ter suas conclusões, começa a sofrer forte pressão desses mesmos homens. Só vale se ela confirmar as crenças deles. Qualquer conclusão diferente iria realmente causar problemas para ela.
Gostei muito do filme. O tema é por demais interessante, lidando com fanatismo religioso e a verdadeira face de certas pessoas que se dizem cristãs. Cuidado com gente que vive colocando sua religião na cara dos outros, na maioria das vezes se trata de pessoas sórdidas. E é justamente o que vemos nesse filme. Os tais membros do conselho no fundo não querem a verdade dos fatos. Eles querem apenas a comprovação de suas crentices mais aburdas. E qualquer coisa que vá contra isso será combatido. São hipócritas! E não importa se a menina vai ou não morrer de fome, eles no fundo não ligam para ela, mas apenas para seus fanatismos. Nesse aspecto o filme realmente se supera, abrindo margem para muitas reflexões pessoais sobre as armadilhas (algumas delas fatais) colocadas dentro do pensamento religioso fanatizado.
O Milagre (The Wonder, Reino Unido, Estados Unidos, 2022) Direção: Sebastián Lelio / Roteiro: Sebastián Lelio / Elenco: Florence Pugh, Tom Burke, Kíla Lord Cassidy / Sinopse: Uma menina passa a ser vista como santa em uma vila irlandesa após passar 11 dias sem comer nada. Uma comissão da vila contrata uma enfermeira para observar tudo, mas as coisas não saem exatamente como eles queriam.
Pablo Aluísio.
sábado, 27 de maio de 2023
65: Ameaça Pré-Histórica
A premissa desse filme é inegavelmente muito boa. Uma nave espacial vinda de um planeta distante cai no planeta Terra após ser atingida por pedaços de um grande asteroide. Isso foi há 65 milhões de anos! Nessa era primitiva não existia nem sequer a humanidade habitando nosso planeta. O mundo era dominado por grandes dinossauros. Da tripulação da nave acidentada só sobrevive o piloto e uma jovem garota. E agora nesse mundo de monstros devoradores gigantes eles precisam acima de tudo sobreviver e encontrar uma nave pequena que foi parar no alto de uma colina após o acidente, que poderá tira-los da Terra. Bom enredo Sci-fi não é mesmo? Só que o que começa bem vai ficando banal e acaba em um final clichê que, particularmente em meu caso, soou muito decepcionante.
Pense bem. Temos um homem e uma mulher chegando no planeta Terra há 65 milhões de anos. Não existe a humanidade. O que você pensaria de um enredo desses? Ora, no meu caso pensei que esse casal iria se tornar a origem da vida humana na Terra. Uma espécie de fonte primordial de nossa espécia por aqui, um Adão e Eva vindos do espaço. Eram os deuses astronautas? Seria uma boa sacada, um lance muito bem orquestrado nessa fantasia de ficção. Mas o que acontece no final do filme? Os roteiristas perdem uma grande chance de escrever um final arrebatador para tudo. Surge um final onde impera a banalidade e a previsibilidade no desfecho da história. Esqueceram de que todo grande filme de ficção apresenta igualmente um grande final. Basta lembrar, só para citar um exemplo, do final de "O Planeta dos Macacos". Esqueça! Talvez isso seja demais para roteiristas do mundo atual.
65: Ameaça Pré-Histórica (65, Estados Unidos, 2023) Direção: Scott Beck, Bryan Woods / Roteiro: Scott Beck, Bryan Woods / Elenco: Adam Driver, Ariana Greenblatt, Chloe Coleman / Sinopse: A história do filme se passa 65 milhões de anos no passado. Uma nave vinda de um planeta distante cai no primitivo planeta Terra, um mundo dominado por dinossauros. Da tripulação só sobrevive o piloto e uma jovem garota que agora tentarão sobreviver nesse mundo selvagem e pré-histórico.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 26 de maio de 2023
Alias Grace
Gostei bastante dessa minissérie da Netflix. A história se passa no século XIX e começa quando um jovem médico decide fazer uma série de sessões com uma jovem que foi condenada por matar duas pessoas na propriedade rural onde trabalhava como empregada doméstica. Ela parece tão meiga, tão inocente, que sua situação intriga o jovem psiquiatra. Ele quer desvendar sua mente para escrever um artigo científico. E nessas sessões o roteiro desfila uma série de flashbacks contando a história do passado da Grace, mostrando as justificativas e as circunstâncias que levaram aquela jovem a ser condenada à prisão por homícidio qualificado. Como isso teria acontecido?
Alguns aspectos devem ser levados em conta quando for assistir a essa minissérie. A primeira delas é que a dublagem brasileira ficou meio estranha, principalmente no trabalho da dublagem da protagonista. O curioso é que passado o estranhamento inicial, se forma uma familiaridade com aquele estilo que vai fazer você preferir a dublagem mesmo, ainda que ela seja um tanto fora da curva. É o carisma vocal da dubladora. Outro aspecto digno de nota é o bom roteiro que vai mostrando as peças que deram origem a esse crime, inclusive mostrando a vulnerabilidade que jovens mulheres que trabalhavam como domésticas sofriam naqueles tempos. O abuso sexual era uma constante, além dos abusos psicológicos e de preconceito social. Um quadro terrível que levava jovens inocentes até mesmo a cometerem os piores crimes. Então deixo essa dica de boa minissérie. Vale muito a pena acompanhar todos os episódios.
Alias Grace (Estados Unidos, 2017) Direção: Mary Harron / Roteiro: Margaret Atwood / Elenco: Sarah Gadon, Edward Holcroft, Rebecca Liddiard / Sinopse: A minissérie conta a história de Grace Marks, uma jovem vivendo no século XIX que é condenada por matar seu patrão e a governanta de uma fazenda onde ela trabalhava. Ela passa a ser analisada por um jovem médico que deseja descobrir os segredos de sua mente.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 25 de maio de 2023
Tina Turner
Ontem tivemos a triste notícia da morte da cantora Tina Turner. Realmente esse tem sido um mês terrível para o mundo da música. Primeiro perdemos Rita Lee, agora Tina Turner. Duas cantoras que deixam um legado enorme para a música. Em termos de Tina Turner eu me lembro essencialmente de sua fase nos anos 80. Isso é fácil de explicar. Eu vivi essa época, vi o seu sucesso. Era um hit atrás do outro tocando nas rádios. Sem dúvida foi o período de auge em sua carreira, vendendo milhões de cópias de seus álbuns, fazendo grandes shows ao redor do mundo com destaque para sua apresentação no Rio de Janeiro, onde se apresentou para mais de 180 mil pessoas em pleno Maracanã lotado.
O interessante sobre tudo isso é que foi na década de 80 em que ela superou uma fase muito ruim de sua vida pessoal e profissional. Era o momento de superação. Ela deixava para trás um passado de muitos abusos físicos e psicológicos de seu marido, um sujeito completamente crápula e asqueroso que a explorava de todas as formas. Ike Turner foi o símbolo pereito do machismo tóxico e violento. Deixou marcas psicológicas profundas na artista.
E foi justamente nos anos 80 que ela procurava deixar tudo isso para trás. Foi seu momento de se reinventar como cantora, como pessoa e como artista. Se tornou um grande símbolo do poder de superação pessoal. E foi justamente nesse tempo de renascimento que eu a descobri como grande intérprete de verdadeiros hinos das paradas de sucesso. De fato, se você foi jovem naquela década era simplesmente impossível não conhecer algum de seus grandes sucessos. Sua musicalidade estava no ar, o tempo todo.
Infelizmente a vida humana tem seu ciclo final. Ela morreu na Suíça aos 83 anos de idade. Já estava aposentada e vinha sofrendo com perdas em sua vida pessoal. Dois de seus filhos tinham falecido, um bem recentemente. Isso obviamente arrasa com qualquer mãe. Enfim, Tina Turner, grande cantora que foi, também nos deixou uma bela lição de superação. Sempre buscar pelo momento atual, procurando se superar sempre, deixando no passado as coisas ruins que nos fizeram sofrer.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 24 de maio de 2023
Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 2
"Poor Boy" fez parte da trilha sonora do filme "Love Me Tender" (Ama-me com Ternura, no Brasil). Oficialmente a música teria sido escrita por Vera Matson e Elvis Presley, porém na verdade nem ele e nem ela criaram a canção e sim Ken Darby, o diretor musical dos estúdios Fox, marido de Vera. O Coronel Parker exigiu que Elvis figurasse como um dos autores por causa do valor dos direitos autorais. Depois que o próprio Elvis confessou que não fazia músicas, o velho empresário deixou isso de lado. Financeiramente era bom para ele e Elvis, mas do ponto de vista da verdade dos fatos não se sustentava. Elvis realmente não escrevia músicas, no máximo dava alguma ideia, mas sem escrever versos ou harmonias. Deixando isso de lado sempre gostei dessa música. É simples, com letra até juvenil, mas seu ritmo country mais leve e divertido a salva do lugar comum. A cena no filme também ficou muito boa, embora em minha opinião tenha tido uma edição ruim, que não valorizou a performance que Elvis tentava mostrar na tela.
"I Was The One" foi escrita pelo time de compositores formado por Aaron Schroeder, Claude Demetrius, Hal Blair e Bill Peppers. Por que ela foi tão trabalhada? Acontece que essa balada romântica fez parte das primeiras sessões de Elvis na RCA Victor. Era janeiro de 1956 e o estúdio estava nervoso, tentando recuperar rapidamente o dinheiro investido em sua contratação. As músicas que Elvis gravou nesse período foram bem estudadas, escritas pelos produtores, em especial Steve Sholes, que estava bem preocupado com seu emprego. Caso Elvis não se tornasse um sucesso de vendas ele certamente seria demitido.
Assim a música, que seria lançada como lado B do single "Heartbreak Hotel" foi lapidada mesmo, com todo mundo dando sugestão. O resultado ao meu ver ficou excelente. Como foi lançada em compacto, não fez parte da seleção musical do primeiro álbum de Elvis na RCA, o que sempre achei um grande erro de mercado. Aliás nem mesmo "Heartbreak Hotel", o grande clássico, entrou no disco original. Enfim, essas eram regras não escritas dentro da indústria musical da época. Os Beatles, alguns anos depois, iriam seguir por esse mesmo caminho. Só depois é que todos iriam perceber que era um erro.
"My Baby Left Me" foi escrita pelo compositor negro Arthur "Big Boy" Crudup. Ele foi muito importante dentro da carreira de Elvis porque sua primeira gravação profissional na Sun Records foi justamente feita em cima de uma de suas criações. Infelizmente Grudup morreu pobre e esquecido, destino de muitos artistas negros que viviam no sul dos Estados Unidos. No final da vida uma de suas únicas fontes de renda vinha justamente dos direitos autorais provenientes das gravações de Elvis. O próprio cantor lhe fez uma pequena homenagem lhe mandando uma placa em bronze com palavras de agradecimento. A versão que ouvimos aqui nesse disco foi gravada no dia 30 de janeiro de 1956, nos estúdios da RCA Victor.
Pablo Aluísio.
"I Was The One" foi escrita pelo time de compositores formado por Aaron Schroeder, Claude Demetrius, Hal Blair e Bill Peppers. Por que ela foi tão trabalhada? Acontece que essa balada romântica fez parte das primeiras sessões de Elvis na RCA Victor. Era janeiro de 1956 e o estúdio estava nervoso, tentando recuperar rapidamente o dinheiro investido em sua contratação. As músicas que Elvis gravou nesse período foram bem estudadas, escritas pelos produtores, em especial Steve Sholes, que estava bem preocupado com seu emprego. Caso Elvis não se tornasse um sucesso de vendas ele certamente seria demitido.
Assim a música, que seria lançada como lado B do single "Heartbreak Hotel" foi lapidada mesmo, com todo mundo dando sugestão. O resultado ao meu ver ficou excelente. Como foi lançada em compacto, não fez parte da seleção musical do primeiro álbum de Elvis na RCA, o que sempre achei um grande erro de mercado. Aliás nem mesmo "Heartbreak Hotel", o grande clássico, entrou no disco original. Enfim, essas eram regras não escritas dentro da indústria musical da época. Os Beatles, alguns anos depois, iriam seguir por esse mesmo caminho. Só depois é que todos iriam perceber que era um erro.
"My Baby Left Me" foi escrita pelo compositor negro Arthur "Big Boy" Crudup. Ele foi muito importante dentro da carreira de Elvis porque sua primeira gravação profissional na Sun Records foi justamente feita em cima de uma de suas criações. Infelizmente Grudup morreu pobre e esquecido, destino de muitos artistas negros que viviam no sul dos Estados Unidos. No final da vida uma de suas únicas fontes de renda vinha justamente dos direitos autorais provenientes das gravações de Elvis. O próprio cantor lhe fez uma pequena homenagem lhe mandando uma placa em bronze com palavras de agradecimento. A versão que ouvimos aqui nesse disco foi gravada no dia 30 de janeiro de 1956, nos estúdios da RCA Victor.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 23 de maio de 2023
Daniel Boone - A Conquista do Kentucky
Título Original: Daniel Boone: Frontier Trail Rider
Ano de Lançamento: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: George Sherman
Roteiro: D.D. Beauchamp, Jack Guss
Elenco: Fess Parker, Ed Ames, Patricia Blair, Armando Silvestre, Dal McKennon, Jacqueline Evans
Sinopse:
O colonizador e pioneiro Daniel Boone (Fess Parker) lidera um grupo de colonos em direção ao território selvagem do Kentucky para fundar a cidade de Boonesborough. Ao longo do caminho, ele conhece e se apaixona por uma adorável mulher chamada Rebecca. Só que a chegada naquelas terras não vai ser apenas romântica. Muitos desafios terão que ser superados.
Comentários:
Daniel Boone foi um nome um nome importante da história da conquista do oeste nos Estados Unidos. Nos anos 60 foi produzida uma série de TV que se tornou um grande sucesso de audiência, inclusive conquistando muitos fãs até mesmo no Brasil. Então os produtores decidiram que um longa-metragem a ser lançado nos cinemas poderia ser uma boa ideia. Para isso contrataram o especialista em filmes de faroeste George Sherman. E ele definitivamente fez um bom trabalho. Montou uma equipe de roteiristas e se lançou no projeto de fazer o filme sobre esse personagem para ser lançado nos cinemas. O resultado ficou muito bom. Inova em certos aspectos, tem melhor produção, mas ao mesmo tempo mantém as características e o estilo que fizeram da série de TV todo aquele sucesso. Um filme que realmente fez a alegria dos fãs do faroeste e em especial dos que curtiam as aventuras de Daniel Boone nos anos da colonização.
Pablo Aluísio.
Cavaleiro da Fronteira
Título Original: Riders of the Deadline
Ano de Lançamento: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Bennett Cohen, Clarence E. Mulford
Elenco: William Boyd, Robert Mitchum, Andy Clyde, Jimmy Rogers, Frances Woodward, Richard Crane
Sinopse:
O Ranger Hopalong Cassidy decide abandonar suas funções de homem da lei após a morte de seu parceiro. De volta à vida civil ele se une a dois ex-rangers para descobrir as circunstâncias da morte daquele jovem que foi assassinado de maneira covarde, na pura traição, o que o leva a enfrentar uma perigosa quadrilha de bandoleiros.
Comentários:
Hopalong Cassidy foi outro personagem do velho oeste americano que foi bem popular em sua época. Até mesmo no Brasil onde seus filmes foram lançados e fizeram sucesso nos cinemas. Um aspecto curioso sobre esse filme é que ele contava com um jovem Robert Mitchum, ainda em um papel secundário. A ironia do destino é que ele iria se tornar um astro em Hollywood com o passar dos anos, enquanto o nome principal do elenco desse filme, o ator William Boyd, iria enfrentar uma clara decadência em sua carreira e nunca chegaria no primeiro time do cinema americano. Em suma, um faroeste com o sabor das antigas matinês de cinema, das tardes de sábado e domingo. Hoje em dia, como era de esperar, o filme se mostra datado. Ignore isso e procure apreciar a história do cinema pelo que tem de melhor.
Pablo Aluísio.
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