quarta-feira, 5 de abril de 2023

Elvis Presley - King Creole - Parte 4

Colocar Elvis para cantar temas de jazz, ao estilo da Louisiana, não foi algo simples na época. Para quem não sabe esse estado americano tem uma das culturas mais singulares dos Estados Unidos. Nada se compara com a riqueza cultural (logo, musical também) dessa região. Muitos tinham receios de que Elvis iria ser massacrado pela onda de críticas que viria quando o disco chegasse nas lojas. Afinal aquela sonoridade não tinha nada a ver com os discos anteriores que Elvis havia gravado. Era algo novo, pantanoso para ele naquele momento da carreira. Elvis poderia passear facilmente pelo country, pelo gospel, pelo blues e pelo rock. Afinal nesses ritmos ele estaria em casa. Mas uma trilha sonora com elementos de jazz? Era outra história.

Felizmente os compositores, arranjadores e produtores desse álbum tiveram o bom senso de mesclar o estilo de Elvis com o estilo da Louisiana. E não é que deu certo mesmo! Basta ouvir a canção "New Orleans" para entender bem isso. Os arranjos de metais estão todos lá, mas também há o estilo único de Elvis cantar, os Jordanaires e parte de sua banda original. É uma mistura que parecia ser impossível, mas que no final deu certo. Mesmo que os jovens fãs de Elvis viessem a estranhar certos aspectos dessa trilha sonora, eles não iriam detestar o que iriam ouvir. Conseguiram chegar em um bom equilíbrio, algo que muitos achavam que não iria dar certo.

E para suavizar ainda mais tudo, havia o lote de músicas românticas cantadas por Elvis, faixas como "Don't Ask Me Why". Imagine para uma fã adolescente de Elvis nos anos 1950, apaixonada platonicamente por seu ídolo, ouvindo versos como "Eu vou continuar lhe amando / Não me pergunte o porquê / você é tudo o que estou desejando / Não diga adeus / Eu preciso de você mais e mais...". Claro, as jovens iam nas nuvens, sonhando com o "namorado perfeito" que era o próprio Elvis. Isso iria superar qualquer estranhamento que elas viessem a ter com os arranjos fora do padrão desse álbum "King Creole". 

Também me chama a atenção que uma parte das canções dessa trilha sonora eram bem mais convencionais do que as chamadas típicas de New Orleans. Essas poderiam estar em qualquer outro disco ou álbum normal de Elvis, sem problemas. Algumas vezes havia um mix, como em "Young Dreams". Aqui havia uma letra bem mais mediana, com pequenos, leves toques e nuances, para lembrar só um pouquinho do jazz do sul. Essa faixa aqui sempre me lembrou muito de "Young and Beautiful" pois as duas falam de romances juvenis, de amores de adolescentes. A juventude é louvada, aclamada, colocada em um pedestal. Elvis canta que tem jovens lábios para beijar, jovens braços para abraçar sua amada. E convida sua namorada para viverem juntos jovens sonhos de amor ao seu lado. Nada como um amor adolescente, na flor da idade, meus caros. As fãs de Elvis da época, nem preciso dizer, suspiravam ao ouvirem esses versos...

Pablo Aluísio. 

The Beatles - Introducing... The Beatles

Quando os Beatles ainda era um grupo desconhecido nos EUA a pequenina gravadora Vee-Jay comprou todos os direitos de comercialização de suas músicas para o mercado americano. A negociação foi feita com Dick James, o dono da Northern Songs, a editora das canções escritas pela dupla Lennon e McCartney. O interessante é que a Vee-Jay comprou o passe dos Beatles para os Estados Unidos sem ter nem ao menos idéia do que eles iriam se transformar nos anos seguintes. Afinal aqueles garotos de Liverpool eram notórios desconhecidos dos americanos quando essa transação comercial foi realizada. 

Depois que os Beatles viraram um fenômeno de vendas a gigante Capitol quis de todas as formas comprar os direitos do quarteto para comercialização de seus álbuns na América mas a Vee-Jay se recusou a vender. Para finalmente ter o acesso à discografia dos Beatles a Capitol então teve que comprar a própria Vee-Jay, fechar a gravadora, para só assim lançar os discos do conjunto! Uma decisão radical, mas necessária. Antes porém que a Vee-Jay fosse engolida pela poderosa Capitol ela lançou esse primeiro disco dos Beatles nos Estados Unidos.

Chamado simplesmente de “Introducing... The Beatles” (Apresentando... os Beatles) o disco chegou nas lojas americanas pela primeira vez em setembro de 1962. Os Beatles eram devidamente apresentados como “O grupo vocal número 1 da Inglaterra”! Como a Vee-Jay era um selo muito modesto e sem maiores recursos a primeira prensagem do vinil só conseguiu chegar inicialmente nos grandes centros do país como Nova Iorque, Los Angeles e Chicago. Nos primeiros meses poucas foram as cópias vendidas, sendo que apenas após o estouro da Beatlemania é que o disco realmente despontou nas paradas (gerando mais duas reedições, uma em 1963 e outra em 1964). 

A seleção musical é praticamente idêntica ao do álbum inglês “Please, Please Me” mas com pequenas mudanças nas próprias canções (a introdução de "I Saw Her Standing There" é diferente, por exemplo). Nas reedições do disco a Vee-Jay fez alterações na ordem e na seleção das canções ("Ask Me Why" e "Please Please Me" só foram adicionadas na seleção musical na segunda prensagem do disco, mostrando bem a bagunça do selo). Mesmo assim, de uma forma ou outra, foi com esse vinil, modesto, simples, mal distribuído, que os americanos começaram a ouvir os Beatles, dando origem a uma invasão britânica nas paradas que duraria até o final do quarteto em 1970.

Introducing... The Beatles (1962)
I Saw Her Standing There
Misery
Anna (Go to Him)
Chains
Boys
Love Me Do
P.S. I Love You
Baby It's You
Do You Want to Know a Secret
A Taste of Honey
There's a Place
Twist and Shout

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de abril de 2023

O Morro dos Maus Espíritos

Título no Brasil: O Morro dos Maus Espíritos
Título Original: The Shepherd of the Hills
Ano de Lançamento: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Harold Bell Wright, Grover Jones
Elenco: John Wayne, Betty Field, Harry Carey, Beulah Bondi, James Barton, Samuel S. Hinds

Sinopse:
Western dramático mostrando os dramas e lutas de uma família de pioneiros que vivem nas colinas do Missouri durante a colonização do velho oeste dos Estados Unidos. Um estranho misterioso, mas agradável, chega nessa região e faz amizade com uma jovem do interior, que não se sente bem com seu noivo que jurou encontrar e matar seu próprio pai.

Comentários:
John Wayne começou a fazer sua carreira estrelando filmes menores de faroeste para as matinês. Eram filmes bem simples, com produções modestas. Esse aqui é um faroeste muito mais ambicioso, elegante e melodramático. Uma maneira de fazer grande cinema, como se dizia na época. Mostra a vida de pioneiros vivendo nas colinas, criando ovelhas e pequenos rebanhos e seus dramas da vida social. John Wayne é o jovem impetuoso e cabeça quente. Um homem que deseja se casar e começar seu próprio rancho, ter sua vida, só que ele precisa antes superar muitos problemas do passado, inclusive traumas familiares. Como se pode perceber, é um personagem com complexidade psicológica, nada a ver com os pistoleiros e cowboys superficiais de seus primeiros filmes. Enfim, eis aqui um dos primeiros grandes filmes da carreira de John Wayne. Com preciosa direção do cineasta Henry Hathaway, esse é sem sombra de dúvidas um clássico do western norte-americano. 

Pablo Aluísio.


Sherlock Holmes

Título no Brasil: Sherlock Holmes
Título Original: The Adventures of Sherlock Holmes
Ano de Lançamento: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Alfred L. Werker
Roteiro: Edwin Blum, William Absalom Drake
Elenco: Basil Rathbone, Nigel Bruce, George Zucco, Ida Lupino, Henry Stephenson, Alan Marshal

Sinopse:
O detetive Sherlock Holmes (Basil Rathbone) e seu companheiro de aventuras, o Dr. Watson (Nigel Bruce), enfrentam o terrível e temido Professor Moriarty (George Zucco). O vilão planeja o crime do século. Filme baseado na obra escrita pelo autor Sir Arthur Conan Doyle.

Comentários:
Responda rápido: Qual foi o personagem da literatura que mais ganhou adaptações de seus livros para o cinema? Bom, se você respondeu Sherlock Holmes, acertou! Segundo algumas estimativas foram mais de 250 filmes com o famoso detetive londrino. E o mais curioso de tudo é que ele praticamente nunca saiu de cartaz, seja em filmes ou séries. O ator Basil Rathbone foi um dos mais populares intérpretes do personagem no cinema. Ele atuava interpretando Holmes não apenas no cinema, mas no teatro também. Na Inglaterra era visto como o ator perfeito, ideal para o papel. Esse aqui foi um de seus grandes sucessos na pele do detetive. E temos que admitir que Rathbone era realmente um ótimo ator para interpretar esse ícone cultural. Interessante salientar, por fim, que esse foi o segundo filme de Basil Rathbone como Sherlock Holmes. O primeiro filme "O Cão dos Baskervilles" é até hoje considerado um dos melhores já feitos com o personagem. Clássico absoluto. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Um Preço para Cada Crime

Título no Brasil: Um Preço para Cada Crime
Título Original: The Enforcer
Ano de Lançamento: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros 
Direção: Raoul Walsh
Roteiro: Martin Rackin
Elenco: Humphrey Bogart, Zero Mostel, Ted de Corsia, Everett Sloane, Roy Roberts, Michael Tolan

Sinopse:
Há muitos anos Martin Ferguson (Humphrey Bogart) vem montando um caso para levar aos tribunais os chefões de uma organização criminosa conhecida no submundo do crime como Murder Inc. Sua grande chance surge com o aparecimento de uma importante testemunha. Só que mantê-la viva vai ser algo muito complicado de se fazer. Roteiro baseado na crônica policial da época. 

Comentários:
O ator Humphrey Bogart foi imortalizado na história do cinema com o filme clássico romântico Casablanca. Só que ele nunca abandonou o tipo de cinema que o levou ao estrelato. Estou me referindo aos filmes policiais, onde gângsters e tiras corruptos infestavam os becos mais sombrios das grandes cidades americanas. Embora esse filme aqui seja mais sofisticado do que seus primeiros filmes, não ha como negar que o toque do crime está em cada uma das cenas. Bogart aliás foi o grande responsável por esse projeto sair do papel. A Warner tinha receios por causa do tema explosivo. O roteiro explorava e mostrava a existência de uma perigosa quadrilha de assassinos profissionais, algo que realmente existia na época, na região de San Francisco. Era ousado denunciar aqueles criminosos na época, mas com coragem o filme foi realizado. Foi um dos primeiros a mostrar o submundo do crime organizado com tintas realistas. Para se proteger de alguma tentativa de assassinato, o próprio Bogart passou a andar armado. Isso deve ter feito com que ele se sentisse o próprio gângster de seus primeiros filmes. 

Pablo Aluísio.

Patrulha da Madrugada

Título no Brasil: Patrulha da Madrugada
Título Original: The Dawn Patrol
Ano de Lançamento: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Edmund Goulding
Roteiro: Seton I. Miller, Dan Totheroh
Elenco: Errol Flynn, Basil Rathbone, David Niven, Donald Crisp, Melville Cooper, Barry Fitzgerald

Sinopse:
A história do filme se passa em 1915. Um audacioso piloto da força aérea real da Inglaterra, interpretado pelo astro do cinema Errol Flynn, acaba se destacando na defesa de seu país, em um continente devastado pela Primeira Guerra Mundial. Filme com roteiro inspirado em fatos históricos reais. 

Comentários:
Depois do grande sucesso do filme em que interpretava Robin Hood, o astro Errol Flynn procurou por uma mudança de ares. Ele já havia sido o aventureiro dos sete mares em vários filmes, por isso recusou o roteiro em que iria interpretar mais um pirata. Acabou achando o que procurava quando esse script chegou até ele. A história do filme se passava durante a I Guerra Mundial e ele iria interpretar um corajoso piloto inglês. Era o ideal, o que ele estava esperando. Para quem gosta de aviões históricos o filme tem um atrativo a mais. Todos os modelos de duas asas que se vê no filme são originais! Os velhos aviões militares ainda estavam operacionais e voaram perfeitamente bem nas cenas, inclusive recriando as manobras do campo de batalha. O próprio Flynn subiu em um dos aviões e pilotou ele mesmo a máquina, apesar dos protestos e da oposição do estúdio que temia por um acidente. Enfim, temos aqui um bom filme de guerra com o sabor de aventura da velha Hollywood que tanto apreciamos. 

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de abril de 2023

Batman Ninja

Título no Brasil: Batman Ninja
Título Original: Batman Ninja
Ano de Lançamento: 2018
País: Estados Unidos, Japão 
Estúdio: Warner Bros
Direção: Junpei Mizusaki
Roteiro: Kazuki Nakashima, Leo Chu
Elenco: Kôichi Yamadera, Wataru Takagi, Ai Kakuma, 
Rie Kugimiya, Atsuko Tanaka, Daisuke Ono

Sinopse:
Durante um conflito contra seus inimigos, o Batman cai em uma armadilha. Ele fica dentro de um poderoso campo magnético de uma máquina do tempo e é enviado para o passado, em tempos medievais, no Japão dos tempos dos samurais. E agora, como ele conseguirá voltar para o presente?

Comentários:
A ideia inicial era muito boa. Colocar o Batman no universo dos animes. Fazer uma animação apenas com profissionais japoneses, tudo feito naquele país. Só que esqueceram de escrever uma boa história para o desenho. Veja bem, em termos técnicos a animação é um primor. Os animadores japoneses estão todos de parabéns. É acima da média do que se assiste por aí em termos de animação ocidental. Obra de arte mesmo! Só que tirando tudo isso a história é fraca de dar pena. Tudo se resume em um grande quebra-pau entre Batman e os vilões. E fica nisso mesmo. Não tem trama de mistério, não tem desenvolvimento ou até mesmo aproveitamento do fato do Batman estar agora nos tempos dos samurais. É só porrada e bomba. E aquele negócio de colocar robôs gigantes ao estilo Transformers não tem nada a ver. Só faltou o Goszilla saindo do mar para completar o pacote trash. Enfim, bela produção com roteiro abaixo do pífio. Uma animação bonita de se ver, nada mais...

Pablo Aluísio.

Constantine: A Casa dos Mistérios

Título no Brasil: Constantine: A Casa dos Mistérios
Título Original: Constantine - The House of Mystery
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros. Animation
Direção: Matt Peters
Roteiro: Ernie Altbacker
Elenco: Matt Ryan, Lou Diamond Phillips, Ray Chase, Robin Atkin Downes, Camilla Luddington, Damian O'Hare

Sinopse:
Constantine finalmente se dá mal. Ao enfrentar um demônio muito poderoso do inferno, ele se vê preso em um loop temporal infinito, revivendo sempre o mesmo dia dentro de uma estranha casa, onde ele sempre é assassinado, dia após dia. A animação ainda traz outros personagens secundários do universo da editora DC Comics. 

Comentários:
Definitivamente não gostei. Na realidade não se trata apenas de uma animação com o Constantine. É uma coletânea com diversos segmentos trazendo de volta uma série de personagens B do universo da DC Comics. Nenhum deles muito interessante. Tem uma das animações que nitidamente tiram onda com o personagem enfocado, o tal de Besouro Azul, que é um daqueles personagens bizarros e muito datados (provavelmente foi criado nos anos 50 e não fez muito sucesso). Nesse segmento os animadores imprimiram um tom de galhofa total. Constrangedor, chato e arrastado, tudo ao mesmo tempo. Os demais personagens são igualmente chatos, o que não me admira seus fracassos. Tem até um grupo de soldados. Essa parte parecia promissora, com um pé mais na realidade, só que a história é tão fraca que você desiste de tudo. Melhor teria sido fazer uma animação apenas com o Constantine. Os demais heróis são totalmente sem graça e dispensáveis. 

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de abril de 2023

Argentina, 1985

Excelente filme argentino que inclusive concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro nessa edição do prêmio de 2023. Mostra a história real de um promotor que trabalhou em um caso histórico na Argentina, quando nove oficiais de alta patente das forças armadas daquele país foram julgados por crimes contra a humanidade promovidos durante a sangrenta e brutal ditadura militar que se instalou naquela nação durante os anos 60 e 70. Inicialmente temeroso por sua própria vida, esse corajoso promotor público reuniu um grupo de jovens para trabalharem ao seu lado. Eles tinham um prazo pequeno para reunir  todas as provas para condenar aqueles acusados. E assim se fez história na Argentina. 

Uma lição de história importante, ainda mais nos dias atuais quando o pensamento e a ideologia fascista parecem ganhar cada vez mais adeptos. Ao longo do julgamento que é mostrado no filme, vamos tomando conhecimento das barbaridades promovidas por militares argentinos durante aquela ditadura, considerada uma das mais brutais da história. Não se poupava ninguém, os militares torturavam mulheres grávidas, idosos e chegaram ao ponto de matar crianças. Um horror sem tamanho. Isso mostra como é perigoso essa forma de pensar que menospreza a democracia e os direitos humanos em prol de ditaduras militares sanguinárias e sádicas, que promovem a barbárie e a selvageria contra a sociedade civil. As lições da história estão aí, espero que tomem consciência do que aconteceu no passado, para que não volte a se repetir em nosso futuro. 

Argentina, 1985 (Argentina, 1985, Argentina, 2022) Direção: Santiago Mitre / Roteiro: Santiago Mitre, Mariano Llinás, Martín Mauregui / Elenco: Ricardo Darín, Gina Mastronicola, Francisco Bertín / Sinopse: O filme mostra o histórico julgamento ocorrido na Argentina durante o ano de 1985 onde vários militares de alta patente foram julgados pelos crimes que cometeram durante a ditadura militar instaurada naquele país durante os anos 60 e 70.

Pablo Aluísio.

A Batalha de Narvik

Na segunda guerra mundial a Noruega conseguiu a duras penas se manter neutra no conflito. Fez tratados com a Inglaterra e a Alemanha. Só que com nazistas não havia possibilidade de acordo, como bem provou a história. Nazistas não tinham honra e eram mentirosos compulsivos. O maior grupo de canalhas oom poderes ilimitados que se viu na história da Europa. Não tardou muito e eles invadiram a costa da Noruega. Estavam de olho nos ricos minerais de ferro da região de Narvik. Com as tropas em seu território, os noruegueses tiveram que se reorganizar para expulsar os invasores. A história desse filme se passa justamente nesse período histórico. 

O roteiro do filme também explora uma questão importante, a dos colaboracionistas noruegueses aos alemães. Uma das protagonistas da história do filme é uma jovem norueguesa que trabalhava em um hotel que passou a servir como QG dos invasores nazistas. Ela logo passou a servir como intérprete e tradutora. Passou a trabalhar com os alemães. Claro que isso era visto pelos moradores da região como pura traição - e de certa maneira era mesmo. Só que o roteiro do filme também se preocupa em mostrar todos os lados, explicando as razões que uma jovem mãe como ela tinha para colaborar com o invasor estrangeiro. Enfim, temos aqui um bom filme de guerra que além de boas cenas de combate, ainda explora bem a questão social e sociológica daquele conflito internacional. 

A Batalha de Narvik (Kampen om Narvik, Noruega, 2022) Direção: Erik Skjoldbjærg / Roteiro: Erik Skjoldbjærg / Elenco: Billy Campbell, Kristine Hartgen, Henrik Mestad / Sinopse: O filme mostra a invasão da Noruega pela Alemanha Nazista durante a segunda guerra mundial e como a chegada do invasor impactou na vida dos moradores da cidade de Narvik, na costa da Noruega. 

Pablo Aluísio.