terça-feira, 25 de outubro de 2022

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 9

"Na Pista do Traidor" (Riders of Destiny, EUA, 1933) foi anunciado pelo estúdio como "um dos grandes filmes de western do ano". Não era para menos. Embora atuasse em outros gêneros cinematográficos o fato é que os filmes de faroeste estrelados por John Wayne já tinham se tornado um chamariz de bilheteria por todos os cinemas americanos. Ele podia até mesmo se considerar um astro tal como Tom Mix, seu grande espelho e fonte de inspiração nessa fase inicial de sua filmografia. Esse western de matinê foi dirigido por Robert N. Bradbury, diretor com quem Wayne sempre se deu bem. A carismática atriz Cecilia Parker foi escalada para ser sua parceria no filme. Revistas de fofocas populares da época diziam que o grandalhão Wayne estava tendo um caso amoroso com sua estrelinha loira, mas isso nunca foi confirmado pelo ator.

Seu filme seguinte, "Justiça Selvagem" (Sagebrush Trail, EUA, 1933) apelava mais para as cenas de ação. John Wayne interpretava um personagem chamado John Brant, um fugitivo da lei, acusado sem provas, que fugia para o velho oeste em busca da liberdade. Adotando o nome de "Smith" ele procurava se esconder do longo braço da lei que estava sempre em seu encalço. Essa produção da Paul Malvern Productions (uma empresa cinematográfica que iria à falência em poucos anos) contava com excelentes cenas de perseguição, usando inclusive um velho trem de carga. "Armando o Laço" (West of the Divide, EUA, 1934) foi o primeiro filme do ator a ser lançado no ano de 34. Novamente Wayne voltava a trabalhar com o cineasta Robert N. Bradbury. Se no filme anterior ele era um fugitivo perseguido, agora ele seria o perseguidor, nesse faroeste muito movimentado onde interpretava um homem em busca de vingança. Após o assassinato de seu pai ele passava a perseguir os criminosos, usando uma nova identidade, se infiltrando na quadrilha de bandoleiros. O elenco ainda contava com Virginia Brown Faire e George 'Gabby' Hayes. Lançado nas férias escolares foi outro grande sucesso de bilheteria de sua carreira.

Todos os elementos que fizeram o sucesso e a fama de John Wayne já podiam ser encontrados no filme "A Lei do Gatilho" (Blue Steel, Estados Unidos, 1934). Embora o ator ainda adotasse influências do astro Tom Mix, inclusive usando de parte de seu figurino, com aquele grande chapéu branco, já se podia notar que ele havia encontrado seu próprio caminho, seu próprio estilo. Nesse faroeste John Wayne interpreta um agente federal chamado John Carruthers. Ele acaba presenciando um roubo, um assalto, mas sem armas nada pode fazer. O pior é que o xerife da cidade onde ocorreu o crime passa a suspeitar dele como um cúmplice da quadrilha de criminosos. Dirigido pelo cineasta Robert N. Bradbury, que já havia trabalhado muitas vezes antes com Wayne, ainda trazia no elenco o ator característico George 'Gabby' Hayes, aquele velhinho de fala engraçada e boca sem dentes que Wayne iria fazer questão de levar para trabalhar ao seu lado nos filmes de John Ford. Muitas vezes usado como alívio cômico, ele costumava roubar as cenas em que aparecia por causa do humor. Era aquele tipo de ator naturalmente engraçado e divertido que não precisava fazer força para tirar risadas do público.

O próximo filme de John Wayne foi mais um western. Intitulado "O Torneio da Morte" (The Man from Utah, Estados Unidos, 1934) era mais um trabalho em parceria com o diretor Robert N. Bradbury. Anos depois ele lembraria que os estúdios economizavam o máximo possível de custos, por isso era comum a produção de três a quatro filmes em série, um atrás do outro, geralmente com a mesma equipe técnica, figurinos, cavalos, cenários, etc. Lucrar com economia era a ordem do dia para muitos produtores da época. Nesse filme havia como ponto central um importante rodeio. John Wayne interpretava um dos competidores. Ele era muito bom e tinha o melhor cavalo da competição, o que fazia com que os vilões elaborassem um plano para prejudicá-lo, inclusive tentando envenenar seu animal. O faroeste vencia pela simpatia do protagonista e pelas ótimas cenas de ação e rodeio. E quando chegou nos cinemas se tornou rapidamente mais um sucesso com o nome de John Wayne nas marquises.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 28

Recentemente a atriz Jennifer Lawrence reclamou publicamente da diferença salarial entre as atrizes e atores em Hollywood. Alguém deveria informar a ela que essa é uma luta muito antiga na indústria cinematográfica americana. Desde a velha Hollywood essa é uma realidade injusta que se recusa a mudar, mesmo com o passar dos anos. Uma das primeiras atrizes a levantar essa bandeira da igualdade salarial foi Bette Davis, ainda na década de 1930. Naqueles tempos distantes ela se indignou ao descobrir que a maioria dos atores masculinos que trabalhavam em seus filmes ganhavam muito mais do que ela, que em última análise estrelava seus dramas no cinema. Ao perguntar a um produtor da Warner Bros porque seu ator coadjuvante ganhava mais do que ela, acabou ouvindo uma resposta que a deixou chocada. O produtor lhe disse: "Ele ganha mais do que você porque você é uma mulher!!!".

Bette Davis então começou uma ampla campanha em prol da igualdade salarial, mas as demais atrizes da época, receosas em abraçar sua causa, a deixaram praticamente sozinha nessa luta. Muitas apenas queriam ter uma chance e não seria bom comprar uma briga com os estúdios em pleno auge do Star System, onde os estúdios fabricavam astros e estrelas em ritmo de produção industrial. Caso alguma delas lhe trouxessem problemas eram simplesmente substituídas por outras, geralmente mais jovens e mais belas. Mesmo sabendo disso Bette, no alto de uma grande coragem pessoal, resolveu comprar a briga. Claro que em pouco tempo ela começou a sofrer represálias, filmes estrelados por ela foram cancelados e os grandes estúdios de Hollywood não queriam nem ouvir falar de seu nome. Tudo chegou a um ponto tão crítico que Bette aceitou papéis secundários e chegou inclusive ao cúmulo de colocar um anúncio no setor de empregos nos classificados de Hollywood em busca de emprego.

Depois de Bette Davis a luta por melhores salários em Hollywood esfriou. A atriz Vivien Leigh foi uma das que se sentiu injustiçada. Seu trabalho no clássico "E O Vento Levou" é até hoje elogiado, uma atuação magistral. Ela também foi o grande destaque do filme, uma opinião que parece unânime entre público e crítica. Mesmo assim ela ganhou quase quatro vezes menos do que seu partner, o astro Clark Gable. Tão desiludida ficou que em pouco tempo deixou o cinema americano, voltando para a Inglaterra para atuar em filmes menores e mais artísticos. Mesmo com toda a situação realmente ultrajante que sofreu ela preferiu a discrição, não indo para a briga com a MGM que produziu a superprodução. Provavelmente Vivien teve receio de sofrer um boicote como havia acontecido com Bette Davis.

Esses salários ruins pagos pelas grandes empresas de cinema de Hollywood causavam situações constrangedoras, complicadas de explicar. Marilyn Monroe já era uma estrela da Fox, seus filmes rendiam milhões de dólares, mas ela continuava a levar uma vida de dura na Sunset Boulevard, morando em um pequeno apartamento praticamente sem móveis. Marilyn chegou ao ponto de ser processada várias vezes por aluguéis atrasados e contas de telefone que ela não pagava. De fato, a atriz vivia de malas prontas, sempre pronta a ser despejada dos pequenos apartamentos em que havia morado praticamente a vida inteira. A situação ficou tão ruim que Marilyn precisou fundar sua própria produtora para negociar com a Fox como pessoa jurídica. A solução, sugerida por seu advogado, acabou aumentando os rendimentos de Marilyn que depois de muitos anos de cachês baixos finalmente conseguiu comprar uma casa própria em Los Angeles.

Essa situação só viria mesmo a mudar quando Elizabeth Taylor resolveu colocar a própria Fox contra a parede. O estúdio queria muito que ela estrelasse o épico Cleópatra. Liz não tinha muito interesse e por isso chocou a imprensa quando pediu um milhão de dólares de cachê. Jamais uma atriz havia ganhado uma quantia dessas em Hollywood desde a sua fundação. Após muitas negociações e brigas a Fox finalmente se curvou ao seu pedido e assim Elizabeth Taylor se tornou a primeira mulher da história do cinema mundial a receber um salário milionário por seu trabalho. Um feito quase único e inédito, que só seria repetido anos depois com Audrey Hepburn que em 1964 pediu (e levou) seu milhão de dólares por sua atuação em "My Fair Lady".

Infelizmente apesar de tantas lutas e conquistas a média salarial das mulheres em Hollywood jamais se igualou ao dos homens, em época nenhuma. A desigualdade continuou e foi piorando ao longo dos anos, principalmente depois do auge dos filmes de ação. Bette Davis costumava dizer que além de não pagar o mesmo cachê que os homens a velha Hollywood também não abria espaço para mulheres mais velhas e que não se enquadrassem nos padrões de beleza da indústria. Bom, por tudo o que ela disse podemos dizer que as coisas realmente não mudaram muito na cidade dos sonhos desde aqueles distantes anos.

Pablo Aluísio.

Marlon Brando - Hollywood Boulevard - Parte 27

No auge da Beatlemania, com os Beatles fazendo todo o sucesso do mundo em sua primeira turnê nos Estados Unidos, o ator Marlon Brando que havia de certo modo começado toda aquela revolução jovem com o filme "O Selvagem", passava por inúmeros problemas em sua carreira. Seus filmes já não faziam mais sucesso no cinema e ele começava a ser visto com mais e mais desconfiança pelos produtores de Hollywood. Além de não representar maiores bilheterias, Brando era considerado um sujeito difícil de se lidar nas filmagens. Tudo isso estava nublando sua perspectiva de um dia voltar a se tornar um dos grandes nomes de Hollywood. De qualquer forma um dos mais poderosos produtores da indústria resolveu dar mais uma chance a Brando.

Logo no começo de 1964 Marlon Brando voltou a Hollywood para fazer mais um filme para a Twentieth Century Fox. O produtor seria o poderoso Darryl Zanuck, um sujeito que Brando particularmente detestava, mas que havia lhe oferecido um bom cachê para estrelar o filme "Morituri". Marlon então engoliu seu orgulho e resolveu trabalhar na película.

O fato é que ele estava desesperadamente precisando de dinheiro. Brando havia comprado uma ilha isolada no Pacífico Sul e tinha planos de construir um grande hotel no local. O filme também contaria no elenco com a presença de seu grande amigo pessoal, Wally Cox, que interpretaria um médico viciado em morfina. Anos depois, relembrando a época em que fez "Morituri", Brando afirmou: “Fiz esse filme por causa do dinheiro. Também aceitei trabalhar por causa de Wally Cox, o melhor amigo que tive em minha vida”. Talvez por ter entrado no projeto pelas razões erradas, talvez por não gostar muito do material, a questão é que assim que pisou no set de filmagens Brando começou a criar problemas com o diretor e o resto da equipe do filme.

O roteiro foi escrito pelo talentoso Daniel Taradash, o mesmo roteirista do aclamado “A Um Passo da Eternidade”. A história era bem interessante. Robert Gray (Marlon Brando) era um agente duplo do serviço de inteligência britânico. Durante a II Guerra Mundial ele se fazia passar por oficial nazista em um cargueiro em alto-mar que transportava uma preciosa carga para o esforço de guerra alemão. Seu objetivo era facilitar a captura do cargueiro pela marinha inglesa antes que ele chegasse em seu porto de descarga. Era em suma um agente de espionagem, um sabotador.

O roteiro original estava muito bem escrito, mas Brando detestou o que leu. Passou por cima do texto original e disse que iria fazer modificações. Ignorando completamente o livro que deu origem ao roteiro, Brando saiu cortando trechos inteiros da estória ao seu bel prazer. Na verdade, o ator destruiu o roteiro original e passou a reescrever tudo no meio das filmagens, um ato temerário uma vez que ele nunca fora roteirista na vida. Sua intromissão foi tão grande que em pouco tempo ele estava cortando personagens inteiros da trama. Mesmo agindo assim, de forma completamente arbitrária, não foi impedido pois afinal de contas ainda era considerado um grande astro do cinema americano.

O resultado final se mostrou desastroso. O roteiro ficou completamente truncado, mal desenvolvido e com uma trama até mesmo confusa. O filme acabou indo muito mal nas bilheterias, se tornando mais um grande fracasso comercial do ator nessa fase em baixa de sua carreira, piorando ainda mais seu prestígio dentro dos estúdios de cinema. Brando, porém, não pareceu se importar muito com isso, pois assim que as filmagens acabaram foi embora para sua ilha tropical nos mares do sul.

Depois confidenciou a pessoas próximas que até tinha gostado do fato do filme não ter tido sucesso, pois o prejuízo cairia no colo de Zanuck. Brando esqueceu, porém, que um filme malsucedido não atingia apenas os produtores, mas os atores também. Ele seria o maior prejudicado no final das contas. Por essa época ele começou a ser descartado das escolhas de elenco por ser um ator muito complicado de se lidar no set. Também deixou de ser visto como um astro campeão de bilheteria. Era o começo da pior fase de sua carreira.

Pablo Aluísio.  

domingo, 23 de outubro de 2022

Westworld - Quarta Temporada

Westworld - Quarta Temporada
Essa temporada foi exibida originalmente nos Estados Unidos entre os meses de junho a agosto de 2022. Uma temporada que conta com o total de 8 episódios. A produção continua sendo realizada pela HBO. Segue basicamente a mesma linha narrativa da temporada anterior, com poucas mudanças. Conforme for assistindo aos episódios irei comentar abaixo. Segue os reviews de cada episódio em detalhes.

Westworld 4.01 - The Auguries
Aqui vai uma pequena dose de sinceridade. Eu quase não retornei para ver essa nova temporada de tão fraca que achei a anterior. A série começou muito bem. As duas temporadas iniciais são praticamente perfeitas, primorosas. Infelizmente, os roteiristas foram perdendo a mão. Os roteiros se perderam na criação de um universo muito amplo e com essa ampliação, tudo ficou fora de foco e sem maior direção. Esse primeiro episódio se passa 7 anos depois do último episódio da temporada anterior. Velhos aliados e velhos inimigos voltam a se encontrar em eventos que parecem ser aleatórios. Eu só espero que a série consiga retomar o nível de qualidade das primeiras temporadas. Não é impossível, mas confesso que pode ser improvável. Vamos esperar pelo melhor. / Westworld 4.01 - The Auguries (Estados Unidos, 2022) Direção: Richard J. Lewis / Elenco: Evan Rachel Wood, Ed Harris, Aaron Paul, Rodrigo Santoro, Thandiwe Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 4.02 - Well Enough Alone
Os anfitriões estão espalhados por toda a sociedade humana. Inclusive o personagem interpretado pelo ator Ed Harris, não passa de uma anfitrião. O verdadeiro empresário está preso em uma instalação de alta segurança, sendo submetido a torturas diárias. Um aspecto interessante do roteiro desse episódio vem no final, quando eles são transportados para um novo parque de diversões. Ao invés do velho Oeste, esse aqui recria o mundo dos gangsters na década de 1920. Pelo visto, os próximos episódios vão explorar justamente esses tempos de Al Capone para manter o interesse do espectador na série que vem caindo de audiência a cada episódio exibido. Definitivamente não é fácil manter uma série como Westworld nas primeiras posições entre os programas mais vistos. Pelos últimos números tímidos de audiência, provavelmente essa seja a última temporada. Vamos ver no que tudo isso vai resultar. / Westworld 4.02 - Well Enough Alone (Estados Unidos, 2022) Direção: Craig William Macneill / Elenco: Evan Rachel Wood, Thandiwe Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 4.03 - Années Folles
Westworld 4.04 - Generation Loss
Em minha opinião, as coisas não andam muito bem nesta quarta temporada. Os roteiristas andam batendo cabeça em busca de um fio narrativo para seguir. Histórias vão acontecendo de forma aleatória, sem muito foco. Mas ainda se salvam algumas poucas coisas realmente boas, como o pistoleiro, interpretado pelo ator Ed Harris. Ele está de volta e como sempre, pronto para uma boa briga. Já o personagem Caleb Nichols do ator Aaron Paul descobre que entrou em um hiato temporal. No quinto episódio, ele descobre que já se passaram décadas desde que ele tinha consciência do que realmente estava acontecendo. Sua amada família, inclusive, já está toda morta. É um choque para ele, que tenta se reencontrar no meio de tanta confusão. O espectador, não se enganem sobre isso, também anda meio perdido nessa série que parece que perdeu o rumo dos bons roteiros. / Westworld 4.03 - Années Folles / Westworld 4.04 - Generation Loss (Estados Unidos, 2022) Direção: Paul Cameron. 

Westworld 4.06 - Fidelity
Roteiro ainda confuso, mas tentando se encontrar, pena que está nos últimos episódios. Aqui o personagem do Aaron Paul descobre, entre outras coisas, que ele é apenas um das dezenas de cópias que foram feitas dele mesmo. Ele tenta pular de uma altura grande e desccobre que tem duas outras cópias dele lá no chão. Tentaram a mesma saída! Tenso! No final todas as suas cópias são devidamente incineradas, o que nos leva a crer que esse é ponto final de seu personagem na série, afinal só restariam dois episódios para o fim definitivo da história. O resto do episódio achei fraco, sem foco e disperso. Bem cansativo aliás. /  Westworld 4.06 - Fidelity (Estados Unidos, 2022) Direção: Andrew Seklir / Elenco: Aaron Paul, Jeffrey Wright

Westworld - Quarta Temporada - Conclusão Final
Eu fiquei impressionado como essa série terminou mal! Um daqueles casos bem típicos onde a história já tinha terminado lá atrás, mas que os produtores resolveram seguir em frente de todo jeito, visando obter única e exclusivamente o lucro fácil. Vamos colocar as cartas na mesa. Westworld acabou na segunda temporada. A terceira já havia sido bem ruim, então nessa quarta temporada simplesmente não há mais o que salvar. Não tem mais história para contar, essa é a verdade, como eu já escrevi. Uma enrolação absolutamente irritante!

Os anfitriões agora dominam a humanidade e aos poucos vão eliminando as pessoas, trocando por robôs com inteligência artificial. Lendo assim parece algo mais do que interessante, mas tire o cavalinho da chuva. Tudo é tão mal escrito, com personagens dispersos que perdem a importância que o espectador logo perde completamente o interesse pelos acontecimentos. E a série perdeu aspectos que faziam as primeiras temporadas serem ótimas, como o uso elegante de efeitos digitais e o mistério por trás de todos os acontecimentos. Só sobrou mesmo nessa temporada 4 a decepção completa de quem havia curtido as temporadas anteriores. Enfim essa quarta e última temporada de Westworld é ruim de doer! 

Pablo Aluísio. 

Homeland - Sexta Temporada

Homeland - Sexta Temporada
Essa temporada de Homeland foi exibida originalmente nos Estados Unidos entre os meses de janeiro a abril de 2017. Contou com 12 episódios no total. O elenco principal foi mantido, mas houve mudanças na direção dos episódios. No geral, essa série teve, ao todo, 8 temporadas. Então vamos lá, vou comentar cada um dos episódios dessa temporada, conforme for assistindo aos mesmos. Segue abaixo os comentários.

Homeland 6.01 - Fair Game
A principal mudança vem na nova postura da protagonista. Carrie Mathison, nas primeiras temporadas era uma agente da CIA combatendo o terrorismo no Oriente Médio. Na temporada anterior, ela se tornou empregada de um milionário cujo objetivo era angariar fundos para refugiados. Agora ela está na linha de frente na proteção de pessoas acusadas injustamente de atos de terrorismo. Entre seus principais clientes, como não poderia deixar de ser, estão muçulmanos que são acusados de envolvimento com terrorismo Internacional na Europa e nos Estados Unidos. Pessoas, muitas vezes pobres e sem recursos, para se defenderem adequadamente na justiça. Outro destaque vem da situação do agente Peter Quinn. Ele conseguiu sobreviver, mas está com sequelas graves. Mal consegue andar e tem problemas de cognição. Mesmo assim, muito doente, ainda se envolve em conspirações. Que mais cedo ou mais tarde, vai colocá-lo em confronto com Carrie Mathison. Vamos ver no que tudo isso vai dar. / Homeland 6.01 - Fair Game (Estados Unidos, 2017) Direção: Keith Gordon / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Elizabeth Marvel.

Homeland 6.02 - The Man in the Basement
Carrie leva o ex-agente para morar em sua casa. Ele está muito debilitado desde que foi envenenado com aquele gás tóxico na temporada anterior. Precisa tomar muitos remédios, caso contrário tem muitas convulsões perigosas e violentas. Ele se recusa a tomar os remédios que precisa e acaba tendo um ataque em um mercadinho do bairro. Carrie também precisa defender um jovem que está sendo acusado de terrorismo. Ele recebeu dinheiro de uma organização apontada como incentivadora de atos terroristas contra o ocidente. Se fizer acordo, ele vai pegar uma pena de 7 anos de prisão. Se não fizer um acordo, vai acabar correndo o risco de ser preso para o resto de sua vida. E Carrie finalmente é surpreendida quando descobre que a recém eleita presidente dos Estados Unidos quer contar com ela para organizar o serviço de inteligência do governo para o exterior. Carrie indica Saul para resolver certos problemas e fica lisonjeada pelas intenções da presidente eleita. / Homeland 6.02 - The Man in the Basement (Estados Unidos, 2017) Direção: Keith Gordon / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Elizabeth Marvel.

Homeland 6.03 - The Covenant
Do ponto de vista internacional existe situação mais perigosa do que iranianos comprando material nuclear de coreanos do norte? Vemos isso aqui nesse episódio quando Saul encurrala um agente Iraniano. Ele buscou apoio material e logístico para a construção da bomba atômica do Irã, algo que os americanos vêm tentando impedir há muitas décadas. E o tal sujeito também parece ter ligações com a ditadura comunista da Coreia do Norte. Ele é emboscado enquanto saía com uma garota de programa do ocidente. Depois é colocado contra a parede para contar tudo o que sabe. E diz que, na realidade, está apenas negociando armas de alta precisão e longo alcance com os russos. O ódio contra os Americanos sempre uniu russos e iranianos. São aliados internacionais. Em relação a Carrie, ela tem uma má notícia para dar a aquele rapaz que foi preso por terrorismo. Por uma falha dela, ele vai passar provavelmente muitos anos dentro de uma cela de prisão. / Homeland 6.03 - The Covenant (Estados Unidos, 2017) Direção: Lesli Linka Glatter  / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Elizabeth Marvel.

Homeland 6.05 
Um atentado terrorista acontece em Nova Iorque. Muitos problemas para Carrie pois o sujeito que estava no carro que explodiu era um de seus clientes. A imprensa vai na casa dele e o ex-agente que está lá com sua filha reage. Tiros são trocados e o apartamento de Carrie é invadida pela polícia. Confusão completa. Felizmente para todos não há baixas e nem mortos, mas o ex-agente da CIA com graves problemas mentais vai para a prisão.

Homeland 6.11 
A recém eleita presidente dos Estados Unidos vira alvo de uma campanha de fake news e desinformação, inclusive a morte de seu filho no campo de batalha é usada como uma arma para destruir sua reputação. O rapaz é acusado de ter sido um covarde, o que deixa a presidente furiosa com o desrespeito contra sua memória. Na outra linha narrativa Carrie e o ex-agente Quinn investem contra um homem que poderia ter começado tudo, todos os atos terroristas. Carrie invade a casa desse suspeito, mas as coisas fogem do controle e ele é morto por Quinn. Isso poderá trazer graves desdobramentos legais para eles. 

Homeland 6.12 
Esse é o último episódio da sexta temporada. E como termina a série Homeland? Pois bem, aqui temos um grande atentado contra a vida da nova presidente dos Estados Unidos. Ela é alvo de uma rede de fake news nas redes sociais que desperta um grande movimento popular pedindo sua cabeça. Uma manipulação como a que esses populistas de extrema-direita promovem nos Estados Unidos e Brasil. De qualquer forma outro evento marcante desse episódio é a morte do agente Quinn. Ele morre dirigindo um carro onde está a presidente. Ao ser fuzilado não lhe resta mais nenhuma esperança. Ele morre ao volante, baleado e sangrando. Um triste fim para um dos personagens mais relevantes e importantes da série. 

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de outubro de 2022

Stardust

Esse filme conta a história da primeira turnê do inglês David Bowie nos Estados Unidos. Bom, primeira turnê é até uma expressão generosa para o que realmente aconteceu. Na verdade, ele mal era conhecido na Inglaterra, então imagine que os americanos não tinham a menor ideia de quem ele era. Era apenas um artista inglês desconhecido que tentava um lugar ao sol. E ele foi muito mal-recebido na América naquela época. Estamos falando de 1971. Quando se pensa em artistas ingleses, chegando nos Estados Unidos para uma turnê, a primeira coisa que vem na mente é a chegada dos Beatles. E a tal invasão britânica. Esqueça tudo isso. A primeira turnê do Bowie nos Estados Unidos foi um fracasso completo. As coisas começaram a dar errado muito cedo. Logo quando chegou no aeroporto, ele descobriu que não tinha passaporte para trabalhar nos Estados Unidos. Seu visto era de turista. Então essa turnê se resumiu a fazer algumas apresentações de festinhas sem importância ou então dar entrevistas em rádios fuleiras do interior da América. Foi uma coisa decepcionante. 

Esse filme me foi interessante, principalmente pela questão informativa. Eu não tinha a menor ideia de que a primeira ida do Bowie aos Estados Unidos havia sido esse fiasco todo. Além disso, o roteiro traz informações preciosas sobre a própria família do artista. O irmão mais velho do cantor tinha problemas de saúde mental. Naquele momento da vida, estava sendo internado em uma instituição psiquiátrica. Bowie também tinha várias tias com problemas de histórico de doença mental, esquizofrenia. Foi uma barra incrível na vida dele, naquele tempo. Ele acabou dando a volta por cima ou criar um alter ego espacial, o tal de Ziggy Stardust. A ideia era bem original e por isso, deu certo. Foi o que salvou sua vida e a carreira desse artista que marcou época na história do rock.

Stardust (Reino Unido, 2020) Direção: Gabriel Range / Roteiro: Christopher Bell, Gabriel Range / Elenco: Johnny Flynn, Marc Maron, Jena Malone / Sinopse: O filme narra a história da primeira turnê americana do cantor inglês David Bowie em 1971. Foi um fiasco, um fracasso completo. Mas que ele depois iria superar em sua carreira. 

Pablo Aluísio.

Case Comigo

Basicamente, o que temos aqui é uma comédia musical romântica, onde a atriz Jennifer Lopez interpreta... Jennifer Lopez! O roteiro, como era de se prever, é bem bobinho. Ela é a cantora pop latina de grande sucesso, que está prestes a se casar com outro cantor famoso. Inicialmente, a mídia fica em frenesi com esse matrimônio entre astros. Só que pouco tempo antes do casamento, ela descobre que o sujeito é infiel. Pior do que isso, sua infidelidade vaza pela internet naqueles vídeos íntimos que as pessoas conhecem bem. Com o escândalo ela fica completamente fora de si. Em um ato impensado, ela escolhe um sujeito qualquer da plateia de um dos seus shows, que está com um cartaz escrito "case comigo". Escolhe ele aleatoriamente e se casam em pleno palco. E, a partir daí, surge o problema, o que ela fará? A imprensa, obviamente, cai de pau em cima dela. A crítica a chama de frívola, artificial... Tentando provar que ela não é esse tipo de mulher, ela resolve encarar o casamento e levá-lo adiante. 

O filme, como se pode ver, é bem bobinho. Agora, seu maior erro, em minha opinião, vem da trilha sonora. Era de se esperar uma trilha que fosse ao menos boa, realmente interessante. Afinal, não se trata de uma comédia musical romântica? Lopez não é uma cantora pop de sucesso na vida real? Então, por que escolheram essas canções tão ruins? Nenhuma das músicas apresentadas são boas, em minha opinião. Tudo pop da pior espécie!  Então o que sobrou? O resultado de tudo isso é que o navio afunda rapidamente. Se não tem nem música boa para ouvir, o que mais se fará? Melhor ignorar.

Case Comigo (Marry Me, Estados Unidos, 2021) Direção: Kat Coiro / Roteiro: John Rogers, Tami Sagher / Elenco: Jennifer Lopez, Owen Wilson, Maluma / Sinopse: Cantora pop de sucesso se casa com um homem comum que ele encontrou na plateia de um de seus shows. Depois do ato impensado, ela precisa encontrar uma saída para tudo o que aconteceu. Ou então se apaixonar verdadeiramente pelo tal professor de matemática.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Lobisomem na Noite

Esse é o especial de terror da Marvel para o Halloween deste ano. Quem acha que a Marvel não tem nada a ver com o gênero do terror desconhece sua história. Durante muitos anos, a editora manteve uma linha dedicada apenas para gibis de terror. Além do mais, terror é cultura pop e cultura pop é Marvel. Não tem como fugir desse ciclo. Curiosamente, nesse filme referencial, se priorizou uma homenagem aos antigos filmes de terror da Universal. Estou me referindo àqueles filmes de monstros da década de 1930. A Universal se notabilizou por ter feito os melhores filmes de terror daquela época, apenas com monstros clássicos. Por isso esse filme é todo em preto e branco, justamente para homenagear aqueles tempos pioneiros. Outro fato curioso é que se trata, na realidade, de uma média metragem com pouco mais de 50 minutos de duração. A intenção era justamente homenagear os antigos filmes de matinês que passavam nos cinemas americanos no século passado. 

A mistura de todas essas referências pop resultou num filme muito bom. É rápido e vai direto ao ponto, ou melhor dizendo, vai direto na jugular. No enredo nostálgico, um grupo de caçadores de monstros se reúnem numa velha mansão. Todos eles estão ali para saber quem vai herdar um artefato especial cujo dono faleceu. Quem tiver em mãos esse artefato, vai conseguir destruir qualquer monstro. E entre esses presentes há um sujeito que não é um verdadeiro caçador de monstros, mas sim um monstro disfarçado. Um lobisomem! O resto é uma divertida bobagem que vai agradar muito para quem gosta de filmes de terror de um passado hoje muito distante. Rápido e eficaz, esse filme não deixa nada a desejar em termos de diversão e referências nostálgicas da história do cinema.

Lobisomem na Noite (Werewolf by Night, Estados Unidos, 2022) Direção: Michael Giacchino / Roteiro: Heather Quinn / Elenco: Gael García Bernal, Laura Donnelly, Harriet Sansom Harris / Sinopse: Um lobisomem enfurecido toca o terror em uma velha mansão onde está sendo realizada uma reunião com grandes caçadores de monstros.

Pablo Aluísio.

A Entidade 2

O primeiro filme nem fez tanto sucesso assim. Só que filmes de terror são altamente lucrativos. Isso Hollywood sabe muito bem. Então, qualquer sucesso mediano já é motivo suficiente para se rodar uma continuação. Esse segundo filme não é tão bom quanto o primeiro, que já não era grande coisa. Apenas esticaram a trama original para caçar níqueis. Neste segundo filme, um ex detetive investiga casos parecidos com o que ocorreu no primeiro. E ele descobre que são vários os casos ocorridos pelo interior dos Estados Unidos. Geralmente em casas afastadas. Ele chega numa velha fazenda que tem uma igreja ao lado. Ali, no passado, houve um massacre envolvendo uma família. E agora a história parece se repetir. Quem vive na velha casa é uma mulher divorciada e seus dois filhos menores. 

Essa entidade sempre ataca as crianças. E elas estão novamente sob controle desse ser espiritual. O detalhe aqui é que é usado uma velha câmera super 8. No porão da fazenda, existe um antigo projetor desses velhos registros. E todos os filmes são violentos, mostrando massacres de pessoas e morte. São registros em filmes do surgimento da tal entidade. Isso até que dá uma linguagem visual bacana a essa produção. O uso dessas velhas câmeras realmente traz um aspecto visceral e cruel ao que se vê na tela. Em termos visuais, é a melhor coisa que podemos encontrar nesta produção. Uma vez que a história é, de certa forma, bem banal e sem maiores novidades.

A Entidade 2 (Sinister 2, Estados Unidos, 2015) Direção: Ciarán Foy / Roteiro: Scott Derrickson, C. Robert Cargill( / Elenco: James Ransone, Shannyn Sossamon, Robert Daniel Sloan / Sinopse: A Entidade do primeiro filme retorna. E está decidida a levar duas crianças e sua mãe para o inferno de uma vez por todas! A família mora uma velha fazenda, que agora vira foco da aparição desse ser.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Cidade Perdida

Fica fácil perceber de que fonte esse roteiro bebe. Basta lembrar de dois filmes bem simbólicos dos anos 80. Estou me referindo a "A Jóia do Nilo" e "Tudo por um Esmeralda". Foram dois sucessos daquela década. Esse filme tenta repetir a mesma fórmula. Mas sem grande êxito. A coisa toda de se misturar ação com boas doses de humor, personagens engraçados e aventura. Tem que ter um certo talento para fazer bem esse tipo de produto. No enredo, uma escritora de romances bregas de aventuras decide lançar um novo livro. Ela está, na verdade, esgotada criativamente. Só que a editora está sempre em busca de novos lançamentos para ganhar dinheiro, Claro. O livro é lançado e ela acaba sendo sequestrada por um personagem caricato. Um vilão interpretado pelo próprio Harry Potter. Quem poderia imaginar? 

Curiosamente, seu parceiro não passa de uma fraude. É um modelo que posa de herói para as capas de seus livrinhos açucarados e piegas. Brad Pitt também está no filme. Na realidade, ele fez uma troca de gentilezas com a Sandra Bullock. Ela participou de uma produção em que ele estava envolvido. E ele fez essa participação especial como retribuição. Seu personagem poderia render muito, mas como logo desaparece, fica uma sensação de desperdício no ar. Poderia ser uma edição bem divertida na história. O filme, então, é isso! Não espere nada de muito relevante. Na verdade, é uma tentativa de retomar um subgênero que andava meio esquecido. Só que para falar a verdade, eu ainda prefiro os filmes originais. Esse aqui não chega nem perto daqueles dos anos 80.

Cidade Perdida (The Lost City, Estados Unidos, 2022) Direção: Aaron Nee, Adam Nee / Roteiro: Oren Uziel, Dana Fox / Elenco: Sandra Bullock, Channing Tatum, Daniel Radcliffe, Brad Pitt / Sinopse: Uma escritora de livros românticos bregas é levada até uma ilha distante para ajudar na busca de um artefato arqueológico que supostamente valeria milhões de dólares.

Pablo Aluísio.