domingo, 12 de setembro de 2021
O Lagosta
Não adianta procurar por muito sentido. Não há mesmo. O que pude deduzir de todas as situações bizarras é que se trata de uma crítica contra a sociedade que de certa maneira estigmatiza pessoas solteiras, solitárias ou divorciadas. Pode ser uma interpretação válida. Afinal toda obra de arte, seja ela qual for, tem que ter pelo menos um mínimo sentido, mesmo que seja soterrado embaixo de toneladas e toneladas de bizarrice. E isso vai até o final do filme que tem uma cena completamente nonsense, onde o personagem de Farrell resolve arrancar seus próprios olhos para ficar igual à sua amada, que é cega! Pois é, meus caros, esse filme é para poucos. Chegar ao seu final é um grande exercício de paciência e paixão pelo cinema. A maioria, creio eu, vai largar o filme lá pela metade.
O Lagosta (The Lobster, Estados Unidos, 2015) Direção: Yorgos Lanthimos / Roteiro: Yorgos Lanthimos, Efthymis Filippou / Elenco: Colin Farrell, Rachel Weisz, John C. Reilly, Jessica Barden / Sinopse: Após o divórcio, homem solitário se hospeda em um hotel para fazer parte de um estranho programa para pessoas solitárias. Ele tem um prazo para achar uma nova companheira, caso contrário as coisas vão ficar realmente ruins para ele.
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de setembro de 2021
End of the Century
Fiquei surpreso em descobrir que um dos membros dos Ramones era um conservador republicano, até bem reacionário. Como um punk poderia pensar politicamente dessa forma? Fiquei até mesmo comovido com a trajetória do baterista dos Ramones, o Dee Dee, um sujeito meio marginal que afundou pesamente nas drogas. No fundo eles foram um espelho desse movimento onde a maioria das músicas tinham 3 notas. Onde o barulho e a postura rebelde e revoltada valia muito mais do que tocar bem. Os Ramones, pensando bem, devem ter sido ótimos para seus fãs na época. Agora, para quem é mais adulto e gosta de boa música realmente o apelo deles não vai muito longe.
End of the Century (Estados Unidos, 2003) Direção: Jim Fields, Michael Gramaglia / Roteiro: Jim Fields, Michael Gramaglia / Elenco: Johnny Ramone, Joey Ramone, Dee Dee Ramone, Tommy Ramone, Rick Rubin / Sinopse: Documentário musical contando a história do grupo punk Ramones. Imagens raras e entrevistas completam o painel da trajetória do grupo.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 10 de setembro de 2021
Mulheres Perfeitas
O filme foi estrelado pela atriz Nicole Kidman que está mais bonita do que nunca. Usando uma maquiagem e um figurino que imita o estilo das pin-ups americanas dos anos 50 ela se destaca por sua beleza impressionante (ela fica muito bem nesse estilo retrô). "The Stepford Wives" foi dirigido por Frank Oz. Muitos certamente não se lembrarão assim de nome, mas os fãs de "Star Wars" não esquecem o fato dele ter sido a voz do mestre Jedi Yoda em cinco dos seis filmes da franquia. O que poucos sabem é que ele, além de ser um ator e animador bem produtivo (mais de 100 filmes no currículo), também sempre se revelou um diretor talentoso, bastando lembrar de "A Pequena Loja dos Horrores" (remake em tom de musical com a famosa planta carnívora) e "A Cartada Final" (o último filme da carreira de Marlon Brando). Infelizmente "Mulheres Perfeitas" não fez sucesso. O público americano não gostou da proposta do filme, isso porém não o impede de ser revisto com outros olhos hoje em dia. É uma produção curiosa, diria até ousada, que vale a pena ser redescoberta.
Mulheres Perfeitas (The Stepford Wives, Estados Unidos, 2004) Estúdio: Paramount Pictures, DreamWorks SKG / Direção: Frank Oz / Roteiro: Ira Levin, Paul Rudnick / Elenco: Nicole Kidman, Bette Midler, Matthew Broderick / As mulheres de uma cidade no interior dos Estados Unidos parecem perfeitas! São lindas, companheiras, fazem todo o serviço de dona de casa sem reclamar, dão apoio aos maridos. Certamente algo não parece muito certo ou normal!
Pablo Aluísio.
O Último Jantar
Filme interessante, de um certo humor negro. que já nos anos 90 explorava esse tema da polarização que hoje em dia domina completamente o meio político, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. O roteiro explora algumas questões importantes. Será que é válido tentar conversar com um radical de extrema direita, com um neonazista? Afinal essas pessoas não são dadas ao debate intelectual porque o que elas desejam mesmo é a eliminação física de seus oponentes. E o que dizer de um debate democrático com uma pessoa que defende o fim da democracia? São questões bem relevantes que esse filme tenta responder, mesmo que seu enredo, em certos momentos, possa parecer mais bobo do que realmente é.
O Último Jantar (The Last Supper, Estados Unidos, 1995) Direção: Stacy Title / Roteiro: Dan Rosen / Elenco: Cameron Diaz, Annabeth Gish, Bill Paxton, Ron Perlman, Charles Durning, Mark Harmon, Ron Eldard / Sinopse: Grupo de jovens progressistas convida pessoas de direita para debater suas ideias com eles. Até que as coisas começam a fugir do controle.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 9 de setembro de 2021
O Pai da Noiva 2
O primeiro filme com Steve Martin, "O Pai da Noiva", nada mais era do que um simpático remake de um filme clássico estrelado por Spencer Tracy. Mostrava as confusões e sentimentos conflitantes que se abatia sobre um pai nas vésperas de casamento de sua única filha. Além dos enormes gastos havia ainda a triste constatação por parte do pai de que sua amada garotinha havia crescido, se casaria com um homem e sairia de casa para sempre. O filme original sempre foi considerado uma das mais cativantes produções da era de ouro de Hollywood. Embora inferior o remake com Steve Martin também era muito bom, acima da média. Tinha uma mistura de ternura e comédia que funcionava muito bem. Como fez grande sucesso o estúdio, obviamente visando lucro fácil, resolveu investir em uma sequência. Péssima decisão...
Esse "O Pai da Noiva 2" é um prato requentado que tenta contar a mesma estória duas vezes. O pior é que não contente em ser oportunista ainda exagera no tom, quebrando uma das coisas que era um dos maiores méritos do filme anterior, a sutileza e a fina elegância. Nessa continuação tudo parece bem fora do convencional, os roteiristas sem rumo a tomar resolveram até mesmo criar uma absurda história em que o sr. George Banks (Martin) se descobriria pai naquela altura de sua vida! Que grande bobagem! Até o personagem Franck Eggelhoffer (Martin Short) que tanto sucesso fez no filme anterior retorna, de forma bem gratuita aliás. O equívoco é tão claro que até mesmo a fina e elegante Diane Keaton se perde no meio de muitas caras e bocas. Em suma, não adiante perder tempo com essa continuação. Se o enredo lhe atrair de alguma forma prefira ver o clássico original com Spencer Tracy ou então o próprio filme com Steve Martin, que ainda pode ser considerado bom, acima de tudo. Esse aqui é obviamente desnecessário e equivocado.
O Pai da Noiva 2 (Father of the Bride Part II, Estados Unidos, 1995) Estúdio: Sony Pictures / Direção: Charles Shyer / Roteiro: Albert Hackett, Frances Goodrich / Elenco: Steve Martin, Diane Keaton, Martin Short / Sinopse: O Pai da noiva do primeiro filme, o Sr. Banks (Martin), descobre para sua grande surpresa que será pai novamente pois sua esposa está grávida! A paternidade tardia certamente virará sua vida de cabeça para baixo!
Pablo Aluísio.
Crimes de Paixão
O filme pode, de forma bem sarcástica, ser definido na seguinte frase: " A linda Kathleen Turner encontra Norman Bates" ou quase isso, uma vez que o roteiro do filme realmente explora esse tipo que ficou bem estigmatizado do ator Anthony Perkins. Para quem não lembra ele foi o dono do pequeno e sinistro Bates Motel em "Psicose" de Alfred Hitchcock. Claro que esse "Crimes de Paixão" não pode ser comparado com aquele clássico do cinema de suspense. Porém também não se pode negar suas qualidades cinematográficas. É sem dúvida um dos bons filmes desse nicho que foram produzidos nos anos 80. O resto é bobagem.
Crimes de Paixão (Crimes of Passion, Estados Unidos, 1984) Direção: Ken Russell / Roteiro: Barry Sandler / Elenco: Kathleen Turner, Anthony Perkins, Bruce Davison, John Laughlin / Sinopse: Bela e sofisticada mulher que tem uma vida dupla precisa lidar com dois homens bem problemáticos que surgem em sua vida. E ela corre risco de vida com eles.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 8 de setembro de 2021
88 minutos
Título Original: 88 Minutes
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Millennium Films, Randall Emmett
Direção: Jon Avnet
Roteiro: Gary Scott Thompson
Elenco: Al Pacino, Alicia Witt, Ben McKenzie
Sinopse:
Jack Gramm (Al Pacino) é um renomado psicanalista de casos forenses envolvendo criminosos infames e serial killers. Trabalhando como consultor do FBI ele consegue desvendar inúmeros casos misteriosos. Sua vida porém começa a correr risco quando ele próprio se torna alvo de ameaças de morte. Esse certamente será o caso da vida de Gramm pois ele terá que descobrir quem seria o autor das ameaças para salvar a sua própria vida.
Comentários:
É a tal coisa, se fosse um filme policial qualquer certamente seria uma boa fita mas pelos nomes envolvidos o gostinho de decepção fica no ar. Até porque não é todo dia que temos produções policiais estreladas pelo grande Al Pacino. Assim logo que um filme como esse é anunciado a tendência natural do cinéfilo é elevar suas expectativas ao máximo. Em pouco tempo vem na mente clássicos como "Serpico" e outros trabalhos geniais do ator. Agora imagine a decepção ao chegar no cinema e conferir um policial apenas ok, com ares de rotina e enredo lá não muito inspirado. Aliás um dos pontos fracos da produção vem justamente da atuação de seu principal astro (Pasmem, senhoras e senhores!). Isso mesmo, Pacino não está bem. Ele soa cansado, desmotivado, passando uma carga de marasmo incrível ao espectador. Nada empolgado, sua atuação é uma das mais fracas da carreira. Como se isso não fosse ruim o bastante o roteiro muitas vezes cai no lugar comum e o clima de tédio invade a tela. Essa coisa de ter 88 minutos para desvendar a identidade do assassino é muito clichê. Eu não sei o que se passa na cabeça de executivos de estúdio que conseguem contratar esse tipo de ator e não conseguem fazer algo nem ao menos acima da média. Sob esse ponto de vista não há para onde correr, "88 Minutos" é de fato uma enorme decepção.
Pablo Aluísio.
Trazido pelo Mar
Eu gosto de filmes assim, como histórias passadas no século XIX, grandes navios de madeira que afundam, amores impossíveis. Esse século em especial, que iria ser conhecido como a era vitoriana, foi muito rico em literatura romântica. E esse filme segue bem por essa caminho. Além da boa produção eu destacaria também um elenco simplesmente excelente. Veja, temos aqui a sempre ótima Rachel Weisz. Hoje posso afirmar, sem medo de errar, que nunca assisti uma interpretação ruim dessa atriz. Ela é excepcional e sabe muito bem escolher os filmes em que vai trabalhar. Outro nome que considero excepcional é o de Ian McKellen. A classe de seu trabalho está acima de críticas. Por fim ainda há a presença de Kathy Bates. Assim, resumindo, temos boa história e bom elenco, além de uma produção muito boa. Precisa de alguma coisa a mais?
Trazido pelo Mar (Swept from the Sea, Inglaterra, Estados Unidos, 1997) Direção: Beeban Kidron / Roteiro: Tim Willocks / Elenco: Rachel Weisz, Vincent Perez, Ian McKellen, Kathy Bates / Sinopse: Baseado no conto " "Amy Foster" de Joseph Conrad conta a história de amor de um marinho russo que sobreviveu ao naufrágio de seu navio e uma jovem inglesa no século XIX.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 7 de setembro de 2021
Sid e Nancy - O Amor Mata
"Sid e Nancy - O Amor Mata" mostra claramente como eram radicais os primeiros punks. Radicais não apenas no aspecto musical mas na vida também. E nisso entrava o vício em drogas pesadas. Os punks como o retratado Sid Vicious simplesmente não tinham limites em seu consumo de drogas. Sid, cujo sobrenome era bem adequado, não passava de um pobre dependente químico mas naqueles loucos anos do surgimento do punk isso era também visto como algo positivo pelos jovens que seguiam o movimento até que ele extrapolou totalmente sua própria civilidade. O destaque desse filme certamente vai para a inspirada atuação de Gary Oldman. Acredito que hoje em dia todos os cinéfilos reconheçam o grande talento de Oldman. Infelizmente ele não tem tido grandes oportunidades como no começo de sua carreira mas mesmo assim se destaca onde atua, até mesmo em personagens coadjuvantes. Assim para quem gosta de seu trabalho o filme fica mais do que recomendado pois ele consegue literalmente sumir na pele de Sid Vicious, o trágico músico que sucumbiu completamente na tragédia das drogas pesadas.
Sid e Nancy - O Amor Mata (Sid and Nancy, Inglaterra, 1986) Direção: Alex Cox / Roteiro: Alex Cox, Abbe Wool / Elenco: Gary Oldman, Chloe Webb, David Hayman, Debbie Bishop / Sinopse: Sid Vicious, baixista da banda punk inglesa "The Sex Pistols" , entra fundo no mundo das drogas pesadas ao mesmo tempo em que leva seu romance com Nancy Spungen ao limite. Sua viagem alucinada trará trágicas consequências para o casal.
Pablo Aluísio.
Dorothy Dandridge
O resultado que temos é inegavelmente um bom filme. A atriz Halle Berry se esforçou bastante, obviamente esperando por uma indicação ao Oscar. Não deu certo por vários motivos, mas o principal foi o fato do estúdio ter mudado os planos no meio das filmagens. Ao invés de ser lançado nos cinemas o filme acabou sendo comprado por uma emissora de TV a cabo. Com isso ela só concorreu mesmo ao Emmy - e venceu na categoria de melhor atriz! Para Berry, mesmo sendo uma vitória, foi também uma decepção, pois ela não chegou ao tão sonhado Oscar.
Dorothy Dandridge - O Brilho de uma Estrela (Introducing Dorothy Dandridge, Estados Unidos, 1999) Direção: Martha Coolidge / Roteiro: Earl Mills / Elenco: Halle Berry, Brent Spiner, Klaus Maria Brandauer / Sinopse: Cinebiografia da cantora e atriz Dorothy Dandridge (1922 - 1965). Vivendo em uma época de preconceito racial, ela conseguiu romper barreiras e limites que eram impostos contra artistas negros nos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.