sábado, 4 de setembro de 2021

Embalos a Dois

Título no Brasil: Embalos a Dois
Título Original: Two of a Kind
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Herzfeld
Roteiro: John Herzfeld
Elenco: John Travolta, Olivia Newton-John, Charles Durning, Oliver Reed, Beatrice Straight, Scatman Crothers

Sinopse:
Deus decide que é hora de eliminar mais uma vez a humanidade para recomeçar do zero. Seus anjos mais próximos porém não concordam muito com isso e o convencem a esperar um pouco. Deus então concorda em esperar, mas impõe uma condição: achar dois seres humanos ainda decentes no mundo para mudar sua decisão.

Comentários:
Filme que reuniu novamente a dupla que tanto sucesso fez em Grease, John Travolta e Olivia Newton-John. Só que ao contrário do filme anterior, musical passado nos anos 50 com muitos topetes e brilhantina, esse aqui procurava trazer o casal para um roteiro mais moderno e atual. Eu pessoalmente sempre achei a Olivia Newton-John uma graça. Simpática, bonita e boa cantora (sim, gravou vários discos, inclusive de country and western), gosto realmente de seu estilo e a acho muito carismática. Já o John Travolta é aquela coisa, um canastrão boa pinta que se deu bem no mundo do cinema. O sucesso de Travolta sempre me pareceu uma sucessão de escolhas certas, pois bem no começo da carreira ele teve uma sorte incrível, estrelando os filmes certos nos momentos certos. Por essa época o ator já não fazia tanto sucesso e colecionava fracassos comerciais, por isso a tentativa de se unir com Olivia novamente para ver se algo dava certo. Não deu. O filme é fraco e hoje em dia está bem esquecido. Vale por alguns poucos bons momentos e por uma trilha sonora datada, mas saborosamente nostálgica (e cheia de sintetizadores). O roteiro não tem o menor sentido, mas fazer o quê? Só recomendo aos que viveram aquela época e desejam recordar. Aos demais não vejo muito interesse.

Pablo Aluísio.

Maria Cheia de Graça

Um filme com temática muito forte. O que mais impressiona é que se trata de uma história que não apenas aconteceu, mas que acontece ainda, todos os dias. De um lado uma latina, a protagonista, que está grávida, sem dinheiro, desesperada para arranjar alguma coisa para sua família. Do outro lado um grupo de narcotraficantes que a recruta como "mula", como são chamadas as pessoas que são contratadas para levar pequenas quantidades de drogas escondidas para outros países. E o tráfico internacional de drogas não pode parar, mesmo que haja "efeitos colaterais" com a destruição da vida dessas pessoas que aceitam seguir por esse mundo da criminalidade.

O filme causou polêmica quando foi lançado justamente por causa de seu título "Maria Cheia de Graça", uma óbvia referência à Virgem Maria. O diretor e roteirista respondeu dizendo que essas pessoas, como a Maria do filme, eram também pessoas martirizadas, que não tinham outro caminho a tentar. Além disso a própria Maria, mãe de Jesus, também havia sido imigrante em sua vida. Basta lembrar da ida da sua família para o Egito, fugindo as perseguições do reinado do insano Herodes.  Assim o roteiro também busca, mesmo de forma subliminar, essa identifcação. Um bom filme, gostei especialmente de sua mensagem social.

Maria Cheia de Graça (Maria Full of Grace, Colômbia,  Estados Unidos, 2004) Direção: Joshua Marston / Roteiro:  Joshua Marston / Elenco: Catalina Sandino Moreno, Guilied Lopez, Orlando Tobón / Sinopse: Uma colombiana grávida aceita trabalhar como "mula" levando drogas para os Estados Unidos. Filme com enredo baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

A Marca da Pantera

Nos primórdios da humanidade, seres humanos em rituais pagãos acabaram sacrificando mulheres a deuses leopardos e panteras. Desse encontro surgiu uma nova espécie sobre a face da Terra, que ao longo dos séculos conseguiu viver nas sombras. Séculos depois surge em Nova Iorque a bela e sensual Irena Gallier (Nastassja Kinski) que tem um grande segredo a guardar sobre seus ancestrais. Essa é a premisa desse filme que mistura fantasia, ficção e até mesmo pitadas de suspense e terror. "A Marca da Pantera" marcou época, principalmente por causa de seu roteiro fora dos padrões e também pela sensualidade latente em cada aparição da atriz Nastassja Kinski.

Para quem não viveu os anos 80 é bom lembrar que essa atriz foi uma das maiores sex symbols daquela década. Dona de uma beleza estonteante, com impressionantes lábios carnudos, a Nastassja atuou aqui em um dos seus filmes mais conhecidos. Foi justamente com esse "Cat People" que Nastassja Kinski atingiu o auge de sua popularidade no cinema. Como não poderia deixar de ser, o filme usava e abusava de seus generosos dotes estéticos. Obviamente muita gente virou fã da produção justamente pelas generosas cenas de nudez da Kinski, mas mesmo olhando sob um ponto de vista puramente cinematográfico, é de se reconhecer que se trata de uma produção muito charmosa, cheia de clima, com seu roteiro diferente, bastante exótico. E para melhorar ainda mais todo o conjunto, temos ainda a presença do sempre marcante Malcolm McDowell, um dos melhores atores de Hollywood.

A Marca da Pantera (Cat People, Estados Unidos, 1982) Estúdio: RKO Pictures, Universal Pictures / Direção: Paul Schrader / Roteiro: DeWitt Bodeen, Alan Ormsby / Elenco: Nastassja Kinski, Malcolm McDowell, John Heard /  Sinopse: Jovem e bela mulher esconde um grande segredo em sua vida, algo que remonta há séculos em sua linhagem familiar. Remake de um antigo clássico do cinema.

Pablo Aluísio.

Mundo Maravilhoso

Para Ben Singer (Matthew Broderick) o mundo é tudo, menos maravilhoso. Ele tinha um sonho de fazer sucesso como cantor e compositor, mas com o fim das gravadoras seu sonho foi por água abaixo. Acaba trabalhando como revisor de roteiros de comédias para a TV, algo nada empolgante. Vive em um quartinho com um imigrante do Senegal, com quem divide as despesas. A sua filha, fruto de um casamento que já afundou, não gosta dele, acha um cara esquisito, que só fala coisas negativas. E como se tudo isso não fosse ruim o bastante ele acaba sendo demitido e pior... seu colega de quarto entra em coma diabético, ou seja, só desgraça acontece em sua vida, pelo visto.

O auge da carreira do ator Matthew Broderick foi nos anos 80. Ele era um jovem ator de sorte, acabou estrelando sucessos no cinema como "Curtindo a vida adoidado" e "O Feitiço de Áquila". Depois com o tempo sua carreira foi entrando pelo cano. Tentou teatro e até teve uma fase bem promissora nos palcos. Penso que houve uma certa identificação com o personagem desse filme. O roteiro até que é muito bom, mas desliza um pouco quando tenta promover uma espécie de redenção na vida do protagonista, o colocando como par romântico da irmã senegalesa de seu colega de quarto. Achei um romance sem química, forçado, que leva o roteiro por caminhos manjados. É um clichê que não precisava acontecer em um filme que ia até bem, trilhando um caminho mais realista.

Mundo Maravilhoso (Wonderful World, Estados Unidos, 2009) Direção: Joshua Goldin / Roteiro: Joshua Goldin / Elenco: Matthew Broderick, Sanaa Lathan, Michael Kenneth Williams, Philip Baker Hall / Sinopse:  Ben Singer (Matthew Broderick) é um artista frustrado e fracassado que tenta um novo caminho na vida. Só que isso não é fácil diante das derrotas que vai colecionando em seu dia a dia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Creepshow 2

O primeiro "Creepshow" fez sucesso então era natural o lançamento desse segundo volume. No Brasil não chegou aos cinemas, sendo lançado diretamente no mercado de fitas VHS. E foi assim que assisti a esse número 2. Aqui tínhamos 3 histórias (ao contrário do primeiro que tinha 5, o que sempre me fez confundir ambos os filmes). Essa é uma fórmula muito antiga, ainda dos tempos de Vincent Price e Peter Cushing. Certa vez o próprio Cushing explicou isso em uma entrevista. Os produtores da época acreditavam que o espectador, na pior das hipóteses, iria curtir pelo menos uma das histórias. E na melhor iria gostar de todas, dando aquela sensação de satisfação. Pagou um ingresso e viu 3 histórias diferentes. Coisas da estética do cinema B.

Entre os episódios, vamos chamar assim, o melhor é da estátua de madeira do velho índio que acaba ganhando vida, para horror de todos. Outra mostra um casal de jovens sendo atacados em uma pequena lagoa. O tal monstro (obviamente inspirado na bolha dos filmes antigos) parece ter vindo do espaço. Por fim um casal de idosos cai nas garras de um grupo de criminosos insanos. As histórias foram criadas por Stephen King (dispensa maiores apresentações) e George A. Romero (o Rei dos Zumbis). A produção foi da New World Pictures, companhia especializada em filmes de terror nos anos 80.

Creepshow 2: Show de Horrores (Creepshow 2, Estados Unidos, 1987) Direção: Michael Gornick / Roteiro: Stephen King, George A. Romero / Elenco: George Kennedy, Lois Chiles, Domenick John / Sinopse: Mais uma coletânea de filmes de terror inspirados em histórias em quadrinhos do gênero lançadas na década de 1950.

Pablo Aluísio.

Na Companhia do Medo

Eu gosto de definir esse tipo de filme como um "Suspense Psicológico". Isso é fácil de explicar. Geralmente a trama do filme se torna um desafio ao próprio espectador. A protagonista aqui é uma psiquiatra que certo dia acorda no papel de paciente. Ela não se lembra de nada do que aconteceu, a não ser que encontrou uma mulher andando a esmo no meio de uma estrada, no meio da noite, em meio a uma chuva torrencial. Porém o pior ainda está por vir, pois ela é a principal suspeita de ter matado o próprio marido. Mas afinal o que liga todos esses acontecimentos? Caberá ao roteiro e ao espectador ir juntando as peças para finalmente compreender melhor como se arma esse grande quebra-cabeças cinematográfico.

O ator Robert Downey Jr interpreta o psiquiatra que vai cuidar de sua colega de profissão, agora internada em uma instituição para doentes mentais. Pois é, a mente pode pregar peças ilusórias, distorcendo a realidade das coisas, fazendo crer que algo que nunca aconteceu de fato ocorreu no passado. Esse é um bom filme da carreira da atriz Halle Berry. Ela vinha numa escalada de sucesso, surgindo em uma sucessão de bons filmes, mas o seguinte iria jogar ela no maior erro de sua vida profissional, isso mesmo, ela aceitou fazer "Mulher-Gato" logo após esse bom suspense. Acabou afundando por causa do enorme fracasso de público e crítica.

Na Companhia do Medo (Gothika, Estados Unidos, 2003) Direção: Mathieu Kassovitz / Roteiro: Sebastian Gutierrez / Elenco: Halle Berry, Penélope Cruz, Robert Downey Jr, Charles S. Dutton / Sinopse: Uma psiquiatra procura entender o que estaria acontecendo com sua vida após encontrar uma mulher perdida no meio da estrada, numa noite chuvosa. Depois disso sua vida entraria em um turbilhão de crises sem fim.

Pablo Aluísio.

Um Caminho para Dois

Tecnicamente falando é uma comédia romântica, mas não se engane. O roteiro é muito bem escrito. Para começar não segue uma linha convencional no aspecto narrativo. O passado e o presente se intercalam sem cerimônia. O fim condutor é o de um casal passando férias no Sul da França. A maioria das cenas envolve viagens de carro e o que aconteceu com eles em diversos momentos de sua vida. No presente eles comemoram dez anos de casados. No passado surgem como namorados empolgados, cheios de paixão. No presente a coisa já é mais complicada. O casal já tem uma filha, já existe um certo cansaço com a rotina chata. Nem mesmo uma viagem de férias melhora a situação. A infidelidade também surge no horizonte dos dois.

O que mantém o interesse é a qualidade dos diálogos, muito bem afiados (e muitas vezes ácidos e sarcásticos) e o carisma à toda prova da atriz Audrey Hepburn. Quando ela fez o filme já não era mais a jovial atriz de seus primeiros filmes. Aqui ela já estava em uma idade mais madura, o que no final das contas combinou muito bem com o roteiro. Sua atuação casou muito bem com o estilo de Albert Finney. Ela, mais fina e delicada, sempre charmosa. Ele, mais durão, do tipo inteligente, mas que também sabe ser mais bronco. No final o casal passa mesmo muita veracidade. Eles estão excelentes em seus respectivos personagens. Então é isso. Esse é um daqueles filmes que provam que comédias românticas podem ser muito bem desenvolvidas, com inteligência, humor e romantismo, nas doses certas.

Um Caminho para Dois (Two for the Road, Estados Unidos, 1967) Direção: Stanley Donen / Roteiro: Frederic Raphael / Elenco: Audrey Hepburn, Albert Finney, Eleanor Bron / Sinopse: A vida de um casal completando dez anos de casamento, em diversos momentos de suas vidas, a maioria deles passada em viagem de férias no sul da França.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Sunshine - Alerta Solar

Título no Brasil: Sunshine - Alerta Solar
Título Original: Sunshine
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Cillian Murphy, Rose Byrne, Chris Evans, Michelle Yeoh, Mark Strong, Troy Garity

Sinopse:
O Sol, como estrela, está chegando ao fim de sua existência cósmica. Isso cria uma situação de completo desespero na Terra pois sem a presença do astro a vida em nosso pequeno planeta se torna simplesmente impossível. Após o envio de uma expedição rumo ao Sol e seu misterioso desaparecimento uma nova equipe é enviada para entender o que de fato aconteceu. A missão porém terá consequências trágicas.

Comentários:
Apesar de ter sofrido inúmeras críticas em seu lançamento gosto bastante dessa boa ficção, "Sunshine - Alerta Solar". Há um clima de desesperança e agonia no ar com a proximidade do fim que me fisgou completamente. O mais interessante é que o roteiro, muito bem escrito, analisa uma situação que acontecerá de fato com o Sol daqui alguns milhões de anos. Como toda estrela do universo um dia ele entrará em um estado chamado Nova, em um processo da natureza onde destruirá tudo por perto - inclusive o nosso frágil planeta Terra. Esse é um fato já amplamente previsto por cientistas de todas as áreas, então o filme mostra realmente de fato o futuro sinistro de toda a humanidade. Além disso é um filme bem diferenciado da carreira do cineasta Danny Boyle, a única ficção científica que dirigiu no cinema até hoje. O resultado se mostra tão bom que ele deveria enveredar mais nesse estilo de filme. Por fim vale também ressaltar a presença de um elenco muito bom, com vários atores que são importantes dentro do universo Sci-fi como Cillian Murphy (o Scarecrow de "Batman - O Cavaleiro das Trevas") e  Chris Evans (que interpreta atualmente o Capitão América na franquia de grande sucesso comercial). Um filme que enfim merece ser redescoberto.

Pablo Aluísio.

Ninfomaníaca: Volume 2

Lars von Trier concluiu a história de sua personagem ninfomaníaca Joe (Charlotte Gainsbourg) nesse segundo filme. O diálogo entre ela e o senhor Seligman (Stellan Skarsgård) continua. Ela vai contando eventos lamentáveis de sua vida, todos ocasionados por seu vício em sexo. Em determinado momento ela até conseguiu ter um relacionamento um pouco estável com Jerôme (Shia LaBeouf), inclusive com a chegada de um filho. Porém não demorou muito e ela fez tudo para destruir essa família. Continuou a sair com outros homens, a participar de situações extremas. Convidou imigrantes ilegais desconhecidos na rua para frequentar seu quarto. Desenvolveu um interesse por masoquismo, misturando sexo e violência. Ficou obcecada por seu "mestre" nesse tipo de fetiche e negligenciou o companheiro e o seu próprio filho. O fim foi inevitável.

Do vício em sexo para o mundo do crime também foi um pulo. Ela entrou para uma quadrilha que cobrava dívidas, usando de todos os meios possíveis. Surgiu uma garota de 15 anos em sua vida e a coisa toda só desandou. Foi ficando pior e pior. O final de tudo é bem surpreendente. Lars decidiu que os momentos decisivos fossem apenas ouvidos e não vistos. Tela escura. Assim você vai um ouvir um tiro e um corpo caindo no chão, mas de quem? Quem matou quem? Eu tenho minha opinião, mas não vou revelar. Lars preferiu deixar tudo em aberto, apenas na mente do espectador. Tire suas próprias conclusões.

Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac: Vol. II, Estados Unidos, 2013) Direção: Lars von Trier / Roteiro: Lars von Trier / Elenco: Charlotte Gainsbourg, Stellan Skarsgård, Stacy Martin, Willem Dafoe, Shia LaBeouf, Jamie Bell / Sinopse: O filme traz a segunda parte da história da ninfomaníaca Joe. Ela vê sua vida pessoal ser destruída por ser viciada em sexo sem limites.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Mindhunter - Segunda Temporada

Assisti a primeira temporada e gostei bastante. Agora começo a ver essa segunda temporada que chegou aos fãs da série em agosto de 2019. São nove episódios no total. A série mostra a história real da criação da unidade de ciência comportamental do FBI. A intenção era entrevistar psicopatas e criminosos violentos em prisões dos Estados Unidos para a elaboração de um perfil psicológico que seria usado a partir daí para capturar novos assassinos em série. Os episódios se passam na década de 1970, quando essa unidade ainda estava sendo formada, ganhando consistência. Inicialmente com apenas quatro pessoas. Segue abaixo meus comentários sobre cada episódio assistido.

Mindhunter 2.01
O agente Holden Ford está se recuperando de um grande stress que sofreu nos primeiros meses de funcionamento de sua unidade. Ele teve ataques de pânico depois que rompeu com sua namorado e quase foi atacado por um serial killer em um hospital. Agora de volta à ativa ele descobre que há um novo superior no FBI que vai coordenar os trabalhos da unidade de ciência comportamental. A boa notícia é que o novo diretor está empolgado com o grupo, acreditando muito no trabalho dos agentes. Ele inclusive tira todos do chamado "porão" onde eles estavam trabalhando para novos escritórios, bem mais amplos e com mais comodidade. O que Ford não esperava era levar uma dura do ex-diretor que o culpa por ter sido aposentado antes da hora por causa dos supostos excessos da unidade cometidos no passado. Um jogo de corporativismo e cartas marcadas. / Mindhunter - Episode #2.1 (Estados Unidos, 2019) Direção: David Fincher / Roteiro: Doug Jung / Elenco: Jonathan Groff, Holt McCallany, Anna Torv.

Mindhunter 2.02
Excelente episódio que traz dos dois serial killers mais infames da história dos Estados Unidos. Estou me referindo ao Filho de Sam e ao BTK. Na época os dois agentes do FBI começaram a investigar os assassinatos cometidos por BTK. A polícia estava sem pistas. Ele era do tipo ousado, que mandava cartas para a imprensa para se gabar de seus crimes violentos. Então o FBI decidiu que era hora de falar pessoalmente com outro assassino serial muito famoso na época, o Filho de Sam, que havia colocado a cidade de Nova Iorque em pânico com seus crimes. Esse sujeito era tão maluco que dizia que um demônio havia possuído o cachorro de seu vizinho e ordenado que ele cometesse todos os seus crimes. Só que, conforme vemos na entrevista, nem ele mesmo acreditava muito nessa história. Pura balela! Um dos melhores episódios da série, não deixe de assistir. / Mindhunter 2.02 (Estados Unidos, 2019) Direção: David Fincher / Roteiro: Joe Penhall / Elenco: Katherine Banks, Sonny Valicenti, Holt McCallany. 

Mindhunter 2.03
Dessa vez o agente Ford viaja sozinho. Ele tem dois assassinos seriais para entrevistar. O primeiro deles é um escroque de primeira linhagem. O cara mente mais do que pode perceber. Uma mentira atrás da outra. Nega todos os crimes, inventa teorias da conspiração, diz que foi armadilha policial contra ele. A única coisa que não resiste são doces. Ofereça alguns doces e o condenado começa a falar, sem parar. O segundo entrevistado é um serial killer negro. Ele matou várias garotas. Esse, coitado, não consegue engatar uma ideia coerente atrás da outra. Fica claro desde o começo que é um doente mental. Provavelmente seja débil mental ou retardado. Ele sequer consegue ter plena consciência dos crimes que cometeu. Em suas palavras tudo acaba soando morbidamente normal! Um assassino insano ou um insano assassino. Faça sua escolha! / Mindhunter 2.03 (Estados Unidos, 2019) Direção:  David Fincher / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco: Patrick Jordan, Sonny Valicenti, Holt McCallany. 

Mindhunter 2.04
Nesse episódio temos uma situação delicada. Pela primeira vez a psicóloga do grupo de pesquisas do FBI comparece para entrevistar um criminoso condenado. E isso é por demais perigoso, afinal muitos desses psicopatas eram violentos justamente com as mulheres, suas vítimas eram mulheres e não raras vezes sua psicopatia nascia de algum trauma psicológico de origem sexual. Mesmo assim, com todos os riscos, ela se sai bem. Aliás se sai bem melhor do que seu colega, que fica praticamente mudo na entrevistas. E onde foram parar os dois agentes principais do programa? Foram para o sul, participar das investigações de um predador sexual que matou diversas crianças em vários estados. / Mindhunter 2.04 (Estados Unidos, 2019) Direção: Andrew Dominik / Roteiro: Joe Penhall / Elenco: Matthew Southers Jr, Rashad Terry Freeman Jr, Carl Hendrick Louis. 

Mindhunter 2.05
Esse é o tão aguardado episódio em que os agentes do FBI vão entrevistar Charles Manson, o lider de um grupo de hippies que cometeram crimes bárbaros nos anos 60, sendo o assassinato da atriz Sharon Tate o mais infame deles. Ela estava grávida e mesmo assim eles a esfaquearam. Manson não participou ativamente dos crimes, mas foi o autor intelectual deles. Na prisão se apresenta aos agentes como uma espécie de "louco genial", com posturas desafiadoras, contando uma outra versão dos fatos. Para ele aqueles assassinos eram filhos rejeitados da classe média americana. E ele apenas abriu as portas da podridão da própria sociedade. E no final ele chega a autografar um livro sobre ele com a seguinte dedicatória: "Enquanto vocês dorme, eu sigo destruindo o mundo". Pois é, além de louco criminoso ele era também um egomaníaco sem limites! Excelente episódio, o melhor até aqui! / Mindhunter 2.05 (Estados Unidos, 2019) Direção: Andrew Dominik / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco: Sonny Valicenti, Holt McCallany, Stacey Roca. 

Mindhunter 2.06
Os crimes em Atlanta continuam. Crianças negras são encontradas mortas em diversas localidades. A forma das execuções sugerem perfeitamente que há um serial killer agindo naquela região. O agente Ford acredita ser o assassino um homem negro pois as crianças parecem ter entrado em seu carro sem resistência, o que leva a crer que elas não teriam medo dele, por causa de uma suposta familiaridade. Os policiais locais porém não acreditam nisso. Alguns suspeitam que grupos racistas estejam envolvidos com os crimes. Qual seria afinal a verdade? E o agente Bill também tem problemas, mas de cunho familiar. O seu filho, um garoto autista, começa a piorar em seu comportamento. Tudo vai ficando mais complicado depois que ele participou da morte de um garoto. Estaria nascendo ali uma personalidade psicopata?  / Mindhunter 2.06 (Estados Unidos, 2019) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco:     Sonny Valicenti, David Docobo, Jonathan Groff. 

Mindhunter 2.07
Seguem as buscas para encontrar o assassino de 19 crianças negras. E a situação só piora. Um homem é levado para interrogatório. É um encanador e é suspeito, só que enquanto está prestando seu depoimento para os policiais um novo crime é cometido. Ele não é o assassino. A população negra da região começa a se revoltar. Muitos acusam os membros da Ku Klux Klan, afirmam que estão envolvidos, mas não há provas sobre isso. A situação vai ficando pior a cada dia, aumentando a pressão sobre o prefeito e os policiais. Para o agente Holden Ford todos estão errados, simplesmente porque não estão seguindo os perfis psicológicos coletados pelo FBI. O problema é que ninguém parece dar ouvidos a ele. / Mindhunter 2.07 (Estados Unidos, 200 ) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco: Holt McCallany, Jonathan Groff, Trey Teufel. 

Mindhunter 2.08
As crianças mortas continuam aparecendo em Atlanta. Todas pobres e negras. A tensão racial na cidade só aumenta, afinal aquele é o sul dos Estados Unidos, bem conhecido por seu racismo. Os policiais começam a ficar meio desesperados. A solução então passa a ser colocar viaturas com policiais em locais estratégicos, perto de rios, pois nesses lugares praticamente todas as crianças foram encontradas. No começo a vigilância não dá em nada, mas praticamente no último dia eles descobrem que alguém jogou um corpo de uma das pontes e encurralam o suspeito. Seria mesmo ele o assassino, o psicopata, o serial killer que tanto procuram há meses? A resposta fica para o próximo episódio como bem sugere a cena final. / Mindhunter 2.08 (Estados Unidos, 2019) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Carl Franklin / Elenco: Holt McCallany,  Megan Brautigam. 

Mindhunter 2.09
Infelizmente a série acabou aqui. Veio a pandemia, a terceira temporada foi suspensa e depois cancelada. Com isso a série, que era tão boa, chegou ao seu final. E como foi seu final? Bom, pegaram um forte suspeito de ter matado as crianças negras, um sujeito que se fazia passar por descobridor de talentos. Assim atraía as crianças. Só que nesse roteiro aconteceu algo curioso. O suspeito era de acordo com o perfil do FBI e tudo mais, entretanto o agente Ford fica com uma pulguinha atrás da orelha, nunca se convencendo totalmente da autoria de todos os crimes. Pior se torna o final para oa gente Billy. Ele chega em casa e a encontra vazia. A esposa, pelo visto, não aguentou a barra de criar um filho adotivo autista e foi embora. Um triste final para ele. / Mindhunter 2.09 (Estados Unidos, 2019) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Joe Penhall / Elenco: Shane McNair, Jonathan Groff, Holt McCallany.

Pablo Aluísio.