Esse filme está bem cotado ao Oscar nesse ano, concorrendo em diversas categorias. A história é baseada em fatos reais acontecidos no final da década de 1960. Naquela época o grupo Panteras Negras começava a chamar a atenção do FBI porque alguns de seus líderes começaram a pregar ideais revolucionários, inclusive com sugestão de luta armada. Dentro do discurso também havia claros elementos socialistas, o que naquele período histórico conturbado era visto com extrema cautela pelo governo americano, afinal não podemos esquecer que aqueles eram tempos de guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética.
E entre os líderes dos Panteras Negras começou a se destacar um jovem chamado Fred Hampton (Daniel Kaluuya). Com apenas vinte e poucos anos ele inflamava as multidões que chegavam para ouvir seus discursos. Com receios que ele se tornasse um novo Malcolm X, o FBI resolveu infiltrar um informante dentro dos Panteras Negras, um sujeito chamado Bill O'Neal (LaKeith Stanfield). Ele tinha histórico de roubo de carros, com passagem pela polícia. O mais curioso é que ele também fingia ser um agente do FBI, o que era claramente uma mentira e um crime. O agente Roy Mitchell (Jesse Plemons) passaria então a coordenar esse esquema de infiltração dentro do grupo. E assim o roteiro se desenvolve, sempre com O'Neal passando diversas informações dos Panteras Negras para o FBI, agindo como se diz na gíria policial americana, como um "rato".
"Judas e o Messias Negro" é um ótimo filme. Ele me lembrou em diversas ocasiões desse outro clássico moderno desse estilo, o hoje ainda cultuado "Mississípi em Chamas". É curioso perceber nesses filmes como o FBI poderia ficar de um lado ou de outro no que diz respeito às lutas pelos direitos civis pela população negra. Ora os agentes estavam garantindo os direitos constitucionais dessa parcela da população americana, ora estava combatendo certos grupos mais radicais envolvidos nessa questão. Agora, o que realmente deixa perplexo um observador mais atento é perceber que após mais de 5 décadas a questão racial nos Estados Unidos ainda segue sem resolução. O clima de racismo e segregação ainda persiste e piorou muito nos últimos anos. Terá algum dia uma solução?
Judas e o Messias Negro (Judas and the Black Messiah, Estados Unidos, 2021) Direção: Shaka King / Roteiro: Will Berson, Shaka King / Elenco: Daniel Kaluuya, LaKeith Stanfield, Jesse Plemons, Dominique Fishback, Algee Smith / Sinopse: Agente do FBI coordena um esquema de infiltração de um informante da agência dentro do grupo negro radical Panteras Negras, durante a década de 1960. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Daniel Kaluuya), melhor ator coadjuvante (LaKeith Stanfield), melhor música original ( "Fight for You" de H.E.R, D'Mile e Tiara Thomas), melhor roteiro original e melhor direção de fotografia (Sean Bobbitt). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Daniel Kaluuya).
Pablo Aluísio.
sábado, 20 de março de 2021
Judas e o Messias Negro
Cherry
Título no Brasil: Cherry - Inocência Perdida
Título Original: Cherry
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: The Hideaway Entertainment
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro: Angela Russo-Otstot, Jessica Goldberg
Elenco: Tom Holland, Ciara Bravo, Michael Rispoli, Jeff Wahlberg, Forrest Goodluck, Michael Gandolfini
Sinopse:
Cherry (Tom Holland), um jovem americano comum, decide entrar nas forças armadas por estar sem rumo na vida. No Exército ele é enviado para o Iraque, onde presencia atrocidades na guerra. Com problemas psicológicos retorna aos Estados Unidos e desenvolve uma séria dependência química.
Comentários:
Gostei bastante desse filme, a ponto inclusive de achar que ele foi um dos esquecidos do Oscar nesse ano. Basicamente é uma crônica, narrada em primeira pessoa, mostrando a vida do protagonista, um jovem que entra para o exército, sofre todos os problemas da vida militar e ao voltar acaba se viciando em heroína. Ao lado da mulher eles formam um casal Junkie como há tempos não se via na tela. E para sustentar o vício e não ser morto por traficantes ele entra para o mundo do crime, assaltando bancos. Algo fora de um planejamento maior, crimes praticados no calor do desespero de arranjar dinheiro de todas as formas, o mais rapidamente possível. A droga escraviza e como destrói a vida pessoal do viciado, ele precisa arranjar dinheiro a todo custo, mesmo sem ter emprego ou sem ter onde morar. É um ciclo vicioso que muitas famílias já sentiram na pele com parentes e conhecidos. Tom Holland está ótimo no papel de Cherry, um sujeito que não tem má índole, mas que apenas foi tragado pelas circunstâncias da vida. Acontece muito, ainda mais nos tempos de crise em que vivemos no mundo atual.
Pablo Aluísio.
Título Original: Cherry
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: The Hideaway Entertainment
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro: Angela Russo-Otstot, Jessica Goldberg
Elenco: Tom Holland, Ciara Bravo, Michael Rispoli, Jeff Wahlberg, Forrest Goodluck, Michael Gandolfini
Sinopse:
Cherry (Tom Holland), um jovem americano comum, decide entrar nas forças armadas por estar sem rumo na vida. No Exército ele é enviado para o Iraque, onde presencia atrocidades na guerra. Com problemas psicológicos retorna aos Estados Unidos e desenvolve uma séria dependência química.
Comentários:
Gostei bastante desse filme, a ponto inclusive de achar que ele foi um dos esquecidos do Oscar nesse ano. Basicamente é uma crônica, narrada em primeira pessoa, mostrando a vida do protagonista, um jovem que entra para o exército, sofre todos os problemas da vida militar e ao voltar acaba se viciando em heroína. Ao lado da mulher eles formam um casal Junkie como há tempos não se via na tela. E para sustentar o vício e não ser morto por traficantes ele entra para o mundo do crime, assaltando bancos. Algo fora de um planejamento maior, crimes praticados no calor do desespero de arranjar dinheiro de todas as formas, o mais rapidamente possível. A droga escraviza e como destrói a vida pessoal do viciado, ele precisa arranjar dinheiro a todo custo, mesmo sem ter emprego ou sem ter onde morar. É um ciclo vicioso que muitas famílias já sentiram na pele com parentes e conhecidos. Tom Holland está ótimo no papel de Cherry, um sujeito que não tem má índole, mas que apenas foi tragado pelas circunstâncias da vida. Acontece muito, ainda mais nos tempos de crise em que vivemos no mundo atual.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de março de 2021
Os 7 de Chicago
Título no Brasil: Os 7 de Chicago
Título Original: The Trial of the Chicago 7
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Dreamworks Pictures, Amblin Partners
Direção: Aaron Sorkin
Roteiro: Aaron Sorkin
Elenco: Frank Langella, Michael Keaton, Eddie Redmayne, Joseph Gordon-Levitt, Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong
Sinopse:
No final da década de 1960, um grupo de manifestantes contra a guerra do Vietnã entrou em violento confronto contra policiais nas ruas de Chicago. Embora fosse um movimento difuso, sem liderança central, vários supostos líderes foram presos. O filme mostra o julgamento dessas pessoas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Sacha Baron Cohen), melhor roteiro original, melhor edição, melhor direção de fotografia (Phedon Papamichael) e melhor música original ("Hear My Voice").
Comentários:
Outro filme que está concorrendo ao Oscar de melhor filme do ano. Tem certas semelhanças com "Judas e o Messias Negro", principalmente em relação ao tema e ao contexto histórico em que se passa sua história. O que os diferencia porém é que esse é um filme de tribunal, onde praticamente noventa por cento da história se passa em um longo e cansativo julgamento pelo qual passou os acusados. O grupo dos réus era formado por pessoas bem diferentes, desde um homem mais velho, já passado dos 50 anos de idade, até jovens hippies ao estilo "Maluco beleza" e um idealista universitário mais intelectualizado. O que os unia em comum era o fato de todos eles participarem de manifestações contra a guerra do Vietnã durante os anos 60. O roteiro denuncia o julgamento viciado ao qual foram submetidos. O juiz do caso (em mais uma excelente interpretação de Frank Langella) estava ali para condenar um a um deles, sem imparcialidade nenhuma. O ator Michael Keaton interpreta um ex-procurador geral da República que tenta ajudá-los, por saber que se tratava de uma cilada, um jogo sujo. Filme muito bom, com tema importante.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Trial of the Chicago 7
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Dreamworks Pictures, Amblin Partners
Direção: Aaron Sorkin
Roteiro: Aaron Sorkin
Elenco: Frank Langella, Michael Keaton, Eddie Redmayne, Joseph Gordon-Levitt, Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong
Sinopse:
No final da década de 1960, um grupo de manifestantes contra a guerra do Vietnã entrou em violento confronto contra policiais nas ruas de Chicago. Embora fosse um movimento difuso, sem liderança central, vários supostos líderes foram presos. O filme mostra o julgamento dessas pessoas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Sacha Baron Cohen), melhor roteiro original, melhor edição, melhor direção de fotografia (Phedon Papamichael) e melhor música original ("Hear My Voice").
Comentários:
Outro filme que está concorrendo ao Oscar de melhor filme do ano. Tem certas semelhanças com "Judas e o Messias Negro", principalmente em relação ao tema e ao contexto histórico em que se passa sua história. O que os diferencia porém é que esse é um filme de tribunal, onde praticamente noventa por cento da história se passa em um longo e cansativo julgamento pelo qual passou os acusados. O grupo dos réus era formado por pessoas bem diferentes, desde um homem mais velho, já passado dos 50 anos de idade, até jovens hippies ao estilo "Maluco beleza" e um idealista universitário mais intelectualizado. O que os unia em comum era o fato de todos eles participarem de manifestações contra a guerra do Vietnã durante os anos 60. O roteiro denuncia o julgamento viciado ao qual foram submetidos. O juiz do caso (em mais uma excelente interpretação de Frank Langella) estava ali para condenar um a um deles, sem imparcialidade nenhuma. O ator Michael Keaton interpreta um ex-procurador geral da República que tenta ajudá-los, por saber que se tratava de uma cilada, um jogo sujo. Filme muito bom, com tema importante.
Pablo Aluísio.
Vox Lux
Título no Brasil: Vox Lux - O Preço da Fama
Título Original: Vox Lux
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Bold Films, Killer Films
Direção: Brady Corbet
Roteiro: Brady Corbet, Mona Fastvold
Elenco: Natalie Portman, Jude Law, Raffey Cassidy, Stacy Martin, Jennifer Ehle, Christopher Abbott
Sinopse:
Nesse filme a atriz Natalie Portman interpreta Celeste, uma popstar de sucesso mundial. Quando era apenas uma adolescente ela escapou de um massacre na escola onde estudava. No dia da homenagem às vítimas ela cantou pela primeira vez, ganhando a simpatia de toda uma nação. E a partir daí sua vida nunca mais parou. A música lhe trouxe fama e sucesso, mas também muitos problemas pessoais.
Comentários:
Eu poderia definir esse filme como um "Cisne Negro" popstar. Claro que o primeiro filme citado é uma obra-prima. Esse aqui é no máximo apenas interessante. O filme se divide nitidamente em duas partes distintas. Primeiro se mostra a juventude da protagonista, o drama que ela viveu, os primeiros anos da tentativa de se construir uma carreira, etc. Depois na segunda parte o roteiro dá um grande pulo no tempo e já encontramos a cantora Celeste com trinta e tantos anos, tentando manter a sanidade e o sucesso. Ela se envolveu em inúmeros problemas, inclusive envolvendo bebidas e drogas prescritas, e precisa administrar seu grande sucesso. Vale também um aviso em relação ao desenvolvimento desse filme. Se você for assistir apenas pelo trabalho da atriz Natalie Portman, bom, tenha paciência. Ela só aparece depois de 50 minutos de filme, já na segunda parte, quando ela interpreta a personagem principal afundando em problemas pessoais. E é justamente nessa segunda parte que o filme finalmente cresce. Só achei fraco o final. Deu uma sensação de que Natalie Portman fez esse filme apenas para ter um gostinho de como seria ser uma popstar. Sinceramente falando, esse não é lá um bom motivo para se estar em filme.
Pablo Aluísio.
Título Original: Vox Lux
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Bold Films, Killer Films
Direção: Brady Corbet
Roteiro: Brady Corbet, Mona Fastvold
Elenco: Natalie Portman, Jude Law, Raffey Cassidy, Stacy Martin, Jennifer Ehle, Christopher Abbott
Sinopse:
Nesse filme a atriz Natalie Portman interpreta Celeste, uma popstar de sucesso mundial. Quando era apenas uma adolescente ela escapou de um massacre na escola onde estudava. No dia da homenagem às vítimas ela cantou pela primeira vez, ganhando a simpatia de toda uma nação. E a partir daí sua vida nunca mais parou. A música lhe trouxe fama e sucesso, mas também muitos problemas pessoais.
Comentários:
Eu poderia definir esse filme como um "Cisne Negro" popstar. Claro que o primeiro filme citado é uma obra-prima. Esse aqui é no máximo apenas interessante. O filme se divide nitidamente em duas partes distintas. Primeiro se mostra a juventude da protagonista, o drama que ela viveu, os primeiros anos da tentativa de se construir uma carreira, etc. Depois na segunda parte o roteiro dá um grande pulo no tempo e já encontramos a cantora Celeste com trinta e tantos anos, tentando manter a sanidade e o sucesso. Ela se envolveu em inúmeros problemas, inclusive envolvendo bebidas e drogas prescritas, e precisa administrar seu grande sucesso. Vale também um aviso em relação ao desenvolvimento desse filme. Se você for assistir apenas pelo trabalho da atriz Natalie Portman, bom, tenha paciência. Ela só aparece depois de 50 minutos de filme, já na segunda parte, quando ela interpreta a personagem principal afundando em problemas pessoais. E é justamente nessa segunda parte que o filme finalmente cresce. Só achei fraco o final. Deu uma sensação de que Natalie Portman fez esse filme apenas para ter um gostinho de como seria ser uma popstar. Sinceramente falando, esse não é lá um bom motivo para se estar em filme.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de março de 2021
Mank
Esse é um filme especialmente indicado para quem gosta de cinema, ou melhor dizendo, para quem gosta da história do cinema. Para esses o filme "Cidadão Kane" é um símbolo, uma espécie de obra de arte que ultrapassou o teste do tempo, sendo considerado por muitos, até hoje, como o melhor filme já realizado. Pois esse "Mank" veio para contar a história da criação de seu roteiro. O protagonista do filme é o próprio roteirista de "Cidadão Kane", o indomável escritor Herman J. Mankiewicz, aqui interpretado por um inspirado Gary Oldman.
Após sofrer um acidente de carro, Mankiewicz ou Mank, para os mais próximos, se refugia em uma casa de fazenda, bem no meio do deserto. Ele precisa cumprir um contrato que assinou antes do acidente, escrevendo um roteiro para o próximo filme do genial Orson Welles. Assim ele procura inspiração em pessoas que conheceu na sua vida pessoal, virando seu alvo principal o magnata da comunicação William Randolph Hearst. Esse milionário, dono de inúmeros jornais, era casado com uma atriz sem muito talento, mas que ele fazia todo o esforço para transformar em uma grande estrela de cinema. Mank viu ali farto material para seu roteiro. Ele iria de certa forma destruir a imagem de Hearst.
Claro que mexer com gente rica e poderosa iria lhe trazer muitos problemas, mas Mank resolveu pagar para ver. O filme então mostra vários flashbacks mostrando a gênesis de seu ressentimento contra o ricaço, ao mesmo tempo que desfilam pela tela nomes importantes da história de Hollywood, como Louis B. Mayer (dono da MGM), Irving Thalberg (lendário produtor de Hollywood) e até David O. Selznick (fundador de estúdios famosos na capital do cinema). É no meio de tudo ainda sobra espaço para explorar a acirrada campanha para governador da Califórnia em 1938, que colocaria Mank contra todos esses figurões da indústria do cinema. Enfim, excelente filme e desde já um dos favoritos ao Oscar desse ano.
Mank (Mank, Estados Unidos, 2020) Direção: David Fincher / Roteiro: David Fincher / Elenco: Gary Oldman, Amanda Seyfried, Lily Collins, Tom Pelphrey, Arliss Howard, Charles Dance, Tom Burke / Sinopse: O filme conta a história do roteirista Herman Mankiewicz (Oldman) que escreveu o roteiro do clássico do cinema "Cidadão Kane". Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção (David Fincher), melhor ator (Gary Oldman), melhor atriz coadjuvante (Amanda Seyfried), melhor direção de fotografia (Erik Messerschmidt), melhor som, melhor design de produção, melhor maquiagem e melhor trilha sonora incidental. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - Drama.
Pablo Aluísio.
Após sofrer um acidente de carro, Mankiewicz ou Mank, para os mais próximos, se refugia em uma casa de fazenda, bem no meio do deserto. Ele precisa cumprir um contrato que assinou antes do acidente, escrevendo um roteiro para o próximo filme do genial Orson Welles. Assim ele procura inspiração em pessoas que conheceu na sua vida pessoal, virando seu alvo principal o magnata da comunicação William Randolph Hearst. Esse milionário, dono de inúmeros jornais, era casado com uma atriz sem muito talento, mas que ele fazia todo o esforço para transformar em uma grande estrela de cinema. Mank viu ali farto material para seu roteiro. Ele iria de certa forma destruir a imagem de Hearst.
Claro que mexer com gente rica e poderosa iria lhe trazer muitos problemas, mas Mank resolveu pagar para ver. O filme então mostra vários flashbacks mostrando a gênesis de seu ressentimento contra o ricaço, ao mesmo tempo que desfilam pela tela nomes importantes da história de Hollywood, como Louis B. Mayer (dono da MGM), Irving Thalberg (lendário produtor de Hollywood) e até David O. Selznick (fundador de estúdios famosos na capital do cinema). É no meio de tudo ainda sobra espaço para explorar a acirrada campanha para governador da Califórnia em 1938, que colocaria Mank contra todos esses figurões da indústria do cinema. Enfim, excelente filme e desde já um dos favoritos ao Oscar desse ano.
Mank (Mank, Estados Unidos, 2020) Direção: David Fincher / Roteiro: David Fincher / Elenco: Gary Oldman, Amanda Seyfried, Lily Collins, Tom Pelphrey, Arliss Howard, Charles Dance, Tom Burke / Sinopse: O filme conta a história do roteirista Herman Mankiewicz (Oldman) que escreveu o roteiro do clássico do cinema "Cidadão Kane". Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção (David Fincher), melhor ator (Gary Oldman), melhor atriz coadjuvante (Amanda Seyfried), melhor direção de fotografia (Erik Messerschmidt), melhor som, melhor design de produção, melhor maquiagem e melhor trilha sonora incidental. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - Drama.
Pablo Aluísio.
Mulheres de Preto
Título no Brasil: Mulheres de Preto
Título Original: Ladies in Black
Ano de Produção: 2018
País: Austrália
Estúdio: Lumila Films
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: Sue Milliken
Elenco: Angourie Rice, Julia Ormond, Rachael Taylor, Ryan Corr, Alison McGirr, Noni Hazlehurst
Sinopse:
Aos 16 anos a jovem Lisa (Angourie Rice) arranja o primeiro emprego em uma grande loja de magazine em Sydney, na Austrália. Lá ela começa a aprender os segredos da venda de roupas femininas com as chamadas mulheres de preto, as funcionárias e atendentes da loja. E também começa a descobrir os segredos da vida adulta.
Comentários:
Filme muito agradável de assistir, com um bom elenco feminino de talentosas atrizes australianas. A história se passa na década de 1950, em um mundo que simplesmente não existe mais, com seus valores mais conservadores e tradicionalistas. A protagonista é uma adolescente que passa a trabalhar em uma grande loja de departamento, no setor de roupas femininas. As outras funcionárias são todas mulheres bem mais velhas, com seus próprios problemas pessoais e o roteiro explora cada personagem de forma muito satisfatória. É um filme, como se pode bem perceber, especialmente indicado para elas, para o público feminino, que esteja atrás de um bom filme sobre pessoas comuns da classe trabalhadora. Eu particularmente gostei muito do clima do filme, leve e como não poderia deixar de ser, com uma ótima trilha sonora cheia de sucessos dos anos 50. Tempo bom, de belas músicas e melodias. E como as mulheres daquela época eram bonitas, elegantes e refinadas. Um outro tempo, realmente.
Pablo Aluísio.
Título Original: Ladies in Black
Ano de Produção: 2018
País: Austrália
Estúdio: Lumila Films
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: Sue Milliken
Elenco: Angourie Rice, Julia Ormond, Rachael Taylor, Ryan Corr, Alison McGirr, Noni Hazlehurst
Sinopse:
Aos 16 anos a jovem Lisa (Angourie Rice) arranja o primeiro emprego em uma grande loja de magazine em Sydney, na Austrália. Lá ela começa a aprender os segredos da venda de roupas femininas com as chamadas mulheres de preto, as funcionárias e atendentes da loja. E também começa a descobrir os segredos da vida adulta.
Comentários:
Filme muito agradável de assistir, com um bom elenco feminino de talentosas atrizes australianas. A história se passa na década de 1950, em um mundo que simplesmente não existe mais, com seus valores mais conservadores e tradicionalistas. A protagonista é uma adolescente que passa a trabalhar em uma grande loja de departamento, no setor de roupas femininas. As outras funcionárias são todas mulheres bem mais velhas, com seus próprios problemas pessoais e o roteiro explora cada personagem de forma muito satisfatória. É um filme, como se pode bem perceber, especialmente indicado para elas, para o público feminino, que esteja atrás de um bom filme sobre pessoas comuns da classe trabalhadora. Eu particularmente gostei muito do clima do filme, leve e como não poderia deixar de ser, com uma ótima trilha sonora cheia de sucessos dos anos 50. Tempo bom, de belas músicas e melodias. E como as mulheres daquela época eram bonitas, elegantes e refinadas. Um outro tempo, realmente.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de março de 2021
A Invasão dos Francos
Título no Brasil: A Invasão dos Francos
Título Original: Redbad
Ano de Produção: 2018
País: Holanda
Estúdio: Farmhouse Films
Direção: Roel Reiné
Roteiro: Alex van Galen
Elenco: Gijs Naber, Lisa Smit, Huub Stapel, Derek de Lint, Jack Wouterse, Tibo Vandenborre
Sinopse:
Com a queda do Império Romano do Ocidente, os povos bárbaros começaram a formar grandes reinos. Um dos mais prósperos e ricos foi o Reino dos Francos. Nesse filme acompanhamos a luta de um grupo de clãs do norte da Europa que luta pela sua liberdade após a invasão dos Francos em seus terras.
Comentários:
Filme produzido na Holanda que surpreende pela boa produção. O protagonista é um personagem histórico real, um bárbaro chamado Redbad que lutou contra os Francos quando esses invadiram o norte da Europa. Na região onde hoje se situa a Holanda houve uma grande guerra pelo controle daquelas terras. O roteiro do filme porém não se contenta em apenas contar parte da história da Holanda, mas também incluir muitas cenas de aventuras, batalhas épicas e um bom background contando a história do filho do rei que rejeitado por seu povo retornou anos depois para defender o reino de seu pai, agora morto. O filme é longo, com quase 3 horas de duração, mas não é cansativo. A edição é ágil e como eu afirmei antes a produção é muito boa, bem acima da média do que se encontra no cinema europeu. A questão religiosa também é bem retratada no filme. Os Francos já estavam cristianizados e impunham sua religião aos povos conquistados. Esses seguiam antigas tradições pagãs, então era também uma guerra de conquista religiosa e cultural. A espada estava sempre acompanhada da cruz. Um filme muito bom, ideal para quem aprecia filmes medievais, passados em uma época de guerras, conquistas e violência.
Pablo Aluísio.
Título Original: Redbad
Ano de Produção: 2018
País: Holanda
Estúdio: Farmhouse Films
Direção: Roel Reiné
Roteiro: Alex van Galen
Elenco: Gijs Naber, Lisa Smit, Huub Stapel, Derek de Lint, Jack Wouterse, Tibo Vandenborre
Sinopse:
Com a queda do Império Romano do Ocidente, os povos bárbaros começaram a formar grandes reinos. Um dos mais prósperos e ricos foi o Reino dos Francos. Nesse filme acompanhamos a luta de um grupo de clãs do norte da Europa que luta pela sua liberdade após a invasão dos Francos em seus terras.
Comentários:
Filme produzido na Holanda que surpreende pela boa produção. O protagonista é um personagem histórico real, um bárbaro chamado Redbad que lutou contra os Francos quando esses invadiram o norte da Europa. Na região onde hoje se situa a Holanda houve uma grande guerra pelo controle daquelas terras. O roteiro do filme porém não se contenta em apenas contar parte da história da Holanda, mas também incluir muitas cenas de aventuras, batalhas épicas e um bom background contando a história do filho do rei que rejeitado por seu povo retornou anos depois para defender o reino de seu pai, agora morto. O filme é longo, com quase 3 horas de duração, mas não é cansativo. A edição é ágil e como eu afirmei antes a produção é muito boa, bem acima da média do que se encontra no cinema europeu. A questão religiosa também é bem retratada no filme. Os Francos já estavam cristianizados e impunham sua religião aos povos conquistados. Esses seguiam antigas tradições pagãs, então era também uma guerra de conquista religiosa e cultural. A espada estava sempre acompanhada da cruz. Um filme muito bom, ideal para quem aprecia filmes medievais, passados em uma época de guerras, conquistas e violência.
Pablo Aluísio.
Migração Alada
Título no Brasil: Migração Alada
Título Original: Le Peuple Migrateur
Ano de Produção: 2001
País: França, Alemanha
Estúdio: Galatée Films, France 2 Cinéma
Direção: Jacques Perrin, Jacques Cluzaud
Roteiro: Jean Dorst, Stéphane Durand
Elenco: Jacques Perrin, Philippe Labro, Jacques Cluzaud, Christophe Barratier, Reinhard Brundig, Jean de Trégomain
Sinopse:
Documentário sobre os padrões migratórios das aves, filmado ao longo de três anos nos sete continentes, ao redor de todo o Planeta Terra. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor documentário (Jacques Perrin).
Comentários:
Documentários sobre a natureza formam a principal atração de muitos canais a cabo, tais como Dicovery, National Geographic, Animal Planet, etc. É um tipo bem popular de programa. No cinema, por outro lado, eles são um pouco mais raros. Aqui temos um longa-metragem feito para exibição em cinemas que concorreu ao Oscar e ganhou fartos elogios da crítica em geral na ocasião de seu lançamento original. Além do cronograma de filmagens ter sido feito todo baseado em estudos da ciência, o filme ainda se destaca por seus próprios méritos cinematográficos, com uso de técnicas inovadoras de filmagens, inclusive captando as aves em pleno voo pelo oceano. Ficou tudo muito bonito e de bom gosto. Um filme indispensável se você aprecia toda a exuberância da vida natural ao redor de nosso planeta azul.
Pablo Aluísio.
Título Original: Le Peuple Migrateur
Ano de Produção: 2001
País: França, Alemanha
Estúdio: Galatée Films, France 2 Cinéma
Direção: Jacques Perrin, Jacques Cluzaud
Roteiro: Jean Dorst, Stéphane Durand
Elenco: Jacques Perrin, Philippe Labro, Jacques Cluzaud, Christophe Barratier, Reinhard Brundig, Jean de Trégomain
Sinopse:
Documentário sobre os padrões migratórios das aves, filmado ao longo de três anos nos sete continentes, ao redor de todo o Planeta Terra. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor documentário (Jacques Perrin).
Comentários:
Documentários sobre a natureza formam a principal atração de muitos canais a cabo, tais como Dicovery, National Geographic, Animal Planet, etc. É um tipo bem popular de programa. No cinema, por outro lado, eles são um pouco mais raros. Aqui temos um longa-metragem feito para exibição em cinemas que concorreu ao Oscar e ganhou fartos elogios da crítica em geral na ocasião de seu lançamento original. Além do cronograma de filmagens ter sido feito todo baseado em estudos da ciência, o filme ainda se destaca por seus próprios méritos cinematográficos, com uso de técnicas inovadoras de filmagens, inclusive captando as aves em pleno voo pelo oceano. Ficou tudo muito bonito e de bom gosto. Um filme indispensável se você aprecia toda a exuberância da vida natural ao redor de nosso planeta azul.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 16 de março de 2021
Ponto Vermelho
Título no Brasil: Ponto Vermelho
Título Original: Red Dot
Ano de Produção: 2021
País: Suécia
Estúdio: SF Studios
Direção: Alain Darborg
Roteiro: Alain Darborg, Per Dickson
Elenco: Nanna Blondell, Johannes Kuhnke, Anastasios Soulis, Anna Azcárate, Thomas Hanzon, Kalled Mustonen
Sinopse:
Um casal, ainda em Lua de Mel, decide acampar no norte da Suécia, em uma região de nevascas, para curtir juntos a Aurora Boreal. Na viagem eles se envolvem em problemas com caçadores locais. Quando chegam no lugar onde pretendem passar a noite, descobrem que estão na mira de um rifle de alta precisão. O jogo vira, agora o importante é sobreviver.
Comentários:
Esse filme se chama "Ponto Vermelho" por causa da mira de um rifle equipado com mira a laser. Quando a mira aponta para você, o que se vê? Um ponto vermelho percorrendo seu corpo. É um filme de caçada humana, vamos colocar nesses termos. Como é uma produção sueca não espere pelos malabarismos dos filmes de ação de Hollywood, porém se equivoca quem pensa que o filme não é bem realizado. Já perto do final o roteiro apresenta uma reviravolta envolvendo um vizinho do casal, um sujeito que parecia amigável e boa gente. Só que não era nada disso. Havia um plano de vingança por trás. E o aspecto do racismo também está presente no roteiro. O casal protagonista é formado por uma mulher negra e um homem branco e eles são alvo também de racismo por parte dos caçadores das montanhas geladas. Enfim, bom filme, gostei. Como última observação é importante destacar que esse filme faz parte do catálogo da Netflix. Então é fácil de assistir. Basta querer.
Pablo Aluísio.
Título Original: Red Dot
Ano de Produção: 2021
País: Suécia
Estúdio: SF Studios
Direção: Alain Darborg
Roteiro: Alain Darborg, Per Dickson
Elenco: Nanna Blondell, Johannes Kuhnke, Anastasios Soulis, Anna Azcárate, Thomas Hanzon, Kalled Mustonen
Sinopse:
Um casal, ainda em Lua de Mel, decide acampar no norte da Suécia, em uma região de nevascas, para curtir juntos a Aurora Boreal. Na viagem eles se envolvem em problemas com caçadores locais. Quando chegam no lugar onde pretendem passar a noite, descobrem que estão na mira de um rifle de alta precisão. O jogo vira, agora o importante é sobreviver.
Comentários:
Esse filme se chama "Ponto Vermelho" por causa da mira de um rifle equipado com mira a laser. Quando a mira aponta para você, o que se vê? Um ponto vermelho percorrendo seu corpo. É um filme de caçada humana, vamos colocar nesses termos. Como é uma produção sueca não espere pelos malabarismos dos filmes de ação de Hollywood, porém se equivoca quem pensa que o filme não é bem realizado. Já perto do final o roteiro apresenta uma reviravolta envolvendo um vizinho do casal, um sujeito que parecia amigável e boa gente. Só que não era nada disso. Havia um plano de vingança por trás. E o aspecto do racismo também está presente no roteiro. O casal protagonista é formado por uma mulher negra e um homem branco e eles são alvo também de racismo por parte dos caçadores das montanhas geladas. Enfim, bom filme, gostei. Como última observação é importante destacar que esse filme faz parte do catálogo da Netflix. Então é fácil de assistir. Basta querer.
Pablo Aluísio.
Pânico Abaixo de Zero
Título no Brasil: Pânico Abaixo de Zero
Título Original: Centigrade
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Manhattan Productions, Phiphen Pictures
Direção: Brendan Walsh
Roteiro: Daley Nixon
Elenco: Vincent Piazza, Genesis Rodriguez
Sinopse:
Um casal de norte-americanos viaja até a Noruega para o lançamento de um livro. Durante a noite eles pegam uma estrada secundário e são surpreendidos por uma forte nevasca. O carro é totalmente encoberto pela neve. O motor não dá partida e as portas congelam. E eles ficam presos, à espera de um socorro que parece nunca chegar.
Comentários:
A história desse filme aconteceu de fato, é baseado em fatos reais. O problema é que fazer todo um filme com apenas dois atores em cena e ainda assim presos dentro de um carro soterrado por uma tempestade de neve pode se tornar um exercício de paciência fora do comum. Confesso que em muitos momentos achei o filme bem chato, caindo na vala comum do puro tédio. Tudo bem que há elementos para se prender a atenção do espectador, como o fato da esposa estar grávida, prestes a ter um filho naquela situação terrível, mas mesmo assim a falta de outros ambientes, pois tudo se passa dentro de um carro, torra a paciência de qualquer espectador. Embora seja um filme curto, penso que a falta de maiores diversidades na narrativa poderia gerar um filme ainda menor, quem sabe um media-metragem. Para um longa-metragem a coisa toda se torna bem cansativa. Esse é o meu veredito final.
Pablo Aluísio.
Título Original: Centigrade
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Manhattan Productions, Phiphen Pictures
Direção: Brendan Walsh
Roteiro: Daley Nixon
Elenco: Vincent Piazza, Genesis Rodriguez
Sinopse:
Um casal de norte-americanos viaja até a Noruega para o lançamento de um livro. Durante a noite eles pegam uma estrada secundário e são surpreendidos por uma forte nevasca. O carro é totalmente encoberto pela neve. O motor não dá partida e as portas congelam. E eles ficam presos, à espera de um socorro que parece nunca chegar.
Comentários:
A história desse filme aconteceu de fato, é baseado em fatos reais. O problema é que fazer todo um filme com apenas dois atores em cena e ainda assim presos dentro de um carro soterrado por uma tempestade de neve pode se tornar um exercício de paciência fora do comum. Confesso que em muitos momentos achei o filme bem chato, caindo na vala comum do puro tédio. Tudo bem que há elementos para se prender a atenção do espectador, como o fato da esposa estar grávida, prestes a ter um filho naquela situação terrível, mas mesmo assim a falta de outros ambientes, pois tudo se passa dentro de um carro, torra a paciência de qualquer espectador. Embora seja um filme curto, penso que a falta de maiores diversidades na narrativa poderia gerar um filme ainda menor, quem sabe um media-metragem. Para um longa-metragem a coisa toda se torna bem cansativa. Esse é o meu veredito final.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)