quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
Mogli: Entre Dois Mundos
Isso fica claro em vários momentos. Há mais violência, mais crueza e em certos aspectos mais realismo. Sim, Mogli consegue falar com os animais, mas não há espaço para músicas e nem sequências musicais. Os animais também surgem menos caricatos, menos na base infantojuvenil. São bestas com marcas da luta pela sobrevivência na selva. Algumas pessoas reclamaram afirmando que esses animais ficaram com expressões estranhas, uma vez que a equipe de computação gráfica tentou mesclar a imagem das feras com os rostos dos dubladores, suas expressões faciais. Em certas partes isso se torna mais claro, porém não chega a comprometer em nada o resultado final.
Isso se deveu, penso, ao fato de que essa nova versão foi dirigida pelo ator Andy Serkis. Ele é um especialista em captura de imagens, atuando com um aparato tecnológico em cima de seu rosto e corpo, para que informações precisas sejam enviadas para o computador. No final de tudo a impressão fica mesmo um pouco fora da realidade, algumas vezes sem vida no olhar dos personagens... um preço a se pagar por uma tecnologia que ainda não chegou ao auge de seu potencial. Mesmo assim, vale a sessão. É uma tentativa de se chegar ao mais próximo possível do universo criado pelo autor... se bem que o livro e suas páginas de papel ainda são o melhor caminho para se encontrar mesmo, de fato, com a ideia do escritor que deu origem a esse menino das selvas.
Mogli: Entre Dois Mundos (Mowgli, Estados Unidos, Inglaterra, 2018) Direção: Andy Serkis / Roteiro: Callie Kloves, baseado na obra escrita por Rudyard Kipling / Elenco: Christian Bale, Cate Blanchett, Naomie Harris, Andy Serkis, Benedict Cumberbatch / Sinopse: Após a morte de seus pais o menino Mogli é adotado por lobos selvagens. Ele precisa sobreviver, além dos perigos naturais da selva, à perseguição do tigre assassino Shere Khan. Filme indicado ao London Critics Circle Film Awards na categoria de Melhor Ator (Christian Bale).
Pablo Aluísio.
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
Django Livre
É curioso porque assim que o projeto foi anunciado esperei por um verdadeiro delírio por parte do diretor pois se o Spaguetti era uma paródia do western americano, o que esperar de uma paródia da paródia? Obviamente um exagero completo, um delírio absoluto! Mas não é isso o que acontece. “Django Livre” pode até mesmo ser considerado conservador em certos aspectos. Não há dúvidas que existem produções Spaguetti que são bem mais violentas ou ousadas que “Django Livre”. Nesse ponto Tarantino foi passado para trás. Assim sobra pouca coisa para se surpreender. Quem é fã do gênero, que acompanha filmes de faroeste com freqüência, simplesmente não vai se impressionar com nada no filme de Tarantino. Nem é ousado e nem surpreendente. Mesmo assim não é um produto ruim, longe disso, só é menos revolucionário do que se esperava (ou melhor dizendo, não é revolucionário em nada).
Um bom western? Sim, não há como negar. O melhor vem dos talentosos atores em cena. O elenco está muito bem, em especial Christopher Waltz e Leonardo DiCaprio. Jamie Foxx como Django não chega a empolgar e nem está tão intenso quanto era de se esperar. Spike Lee reclamou do retrato que foi feito da escravidão negra nos EUA mas sua posição é obviamente um exagero. Os negros aliás estão no centro da trama e o próprio Django é um bom protagonista para o público afrodescendente se identificar. Recentemente “Django Livre” venceu o Globo de Ouro de Melhor Roteiro mas depois de assistir ao filme achei o prêmio um pouco desmerecido. A trama é até banal, sem surpresas, e o filme tem inclusive um problema no último ato que se tornar desnecessário e constrangedor, para não dizer bobo! Os diálogos, que sempre foram a marca registrada do diretor, aqui estão bem escritos mas muito abaixo das outras obras da filmografia de Tarantino. São um pouco acima da média mas nada excepcionais. Além disso o desenrolar da estória é comum, ordinário. Tarantino parece que tremeu nas bases ao se envolver com a mitologia do western.
Ao invés de jogar as bases do gênero para o alto, como fez em “Bastardos Inglórios”, ele aqui não consegue em momento algum se desvincular das regras dos faroestes mais tradicionais. Até a divisão em três atos está de acordo com os dogmas do estilo. Tarantino não alça vôo em momento algum, prefere ficar no chão, ao lado das regras mais caras ao velho e bom western. Não se aproxima de sua tão falada desmistificação, pelo contrário, louva ao seu modo todos os fundamentos desse tipo de filme e se rende à tradição. Assim não vejo motivo algum para toda a badalação que está sendo feita em torno de “Django Livre” pois em essência ele se apresenta como um western dos mais tradicionais, sem qualquer marca mais relevante que o torne uma obra prima ou algo do gênero. Definitivamente não foi dessa vez que o cineasta maravilhou ou deixou surpreendidos os fãs de faroestes. Em conclusão temos aqui um bom western que sobressai pelo elenco inspirado. A trama é sem surpresas e o roteiro bem abaixo do esperado. Não é um filme ofensivo contra os negros, longe disso, e pode ser visto como bom passatempo, muito embora um corte mais bem cuidadoso em sua duração cairia bem. Deve ser conferido mas sem esperar nada grandioso.
Django Livre (Django Unchained, EUA, 2012) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: Jamie Foxx, Christopher Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Kurt Russell, Kerry Washington, Walton Goggins, James Remar, Don Johnson, Anthony LaPaglia, Tom Savini, James Russo. / Sinopse: King Schultz (Christoph Waltz) é um caçador de recompensas que se une a um escravo chamado Django (Jamie Foxx) para sair na caça de três irmãos que estão com a cabeça a prêmio. Depois do serviço concluído eles resolvem ir atrás da esposa de Django que agora se tornou propriedade de um cruel fazendeiro do sul chamado Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Se fazendo passar por traficantes de escravos eles tentarão resgatar a amada de Django.
Pablo Aluísio.
Thor Ragnarok
Assim se você curtiu as HQs, provavelmente vai gostar do que verá na tela. Todos os efeitos especiais são muito bons, o que era mesmo de se esperar de uma produção conjunta entre a Marvel e a Disney. Fora isso temos coadjuvantes impagáveis, como o mestre Anthony Hopkins se divertindo bastante com seu Loki travestido de Odin e Jeff Goldblum, como um mestre de cerimônias transgênero, afetado e engraçado. A crítica gostou do filme por ser despretensioso, com um roteiro que flui muito bem. Nada de exageros e excessos de personagens secundários sem importância, o que acaba deixando qualquer filme pesado e enfadonho. No geral é a mais pura diversão, como deve ser sempre que se adapta esses personagens para o cinema. Do contrário tudo fica muito chato e pretensioso. Stan Lee (que também está no filme, em participação especial, uma das últimas antes de falecer) certamente assinaria embaixo desse roteiro.
Thor Ragnarok (Estados Unidos, 2017) Direção: Taika Waititi / Roteiro: Eric Pearson, Craig Kyle / Elenco: Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Cate Blanchett, Mark Ruffalo, Anthony Hopkins, Jeff Goldblum / Sinopse: Enquanto seu mundo está sob forte ataque de forças poderosas, Thor acaba indo parar em um estranho planeta, onde domina a violência, os jogos e a corrupção.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2019
A Hora do Espanto
Esse filme segue sendo um dos melhores feitos na década de 80. Quem foi jovem na época lembra do grande sucesso que fez, a tal ponto que deu origem a uma série de filmes genéricos, que inclusive imitavam seu título original. A premissa também tinha tudo a ver com os anos 80. Naquela época havia uma série de programas na TV, ou melhor dizendo, sessões de filmes, geralmente sendo exibidos nas madrugadas, que eram apresentados por atores veteranos do terror. Quem aqui no Brasil não se lembra do Cine Trash? Era bem nessa linha. Por isso o roteiro brincava bastante com essa situação, a de um jovem comum, que curtia esses filmes de horror e que de repente descobria que havia um vampiro de verdade se mudando para a casa ao lado!
Muito divertida essa ideia. Depois ele ia descobrindo mais e mais coisas e acabava pedindo ajuda a um apresentador de programas como as que eu falei, sessões de filmes porcarias, exibidos madrugadas adentro. Só que obviamente o sujeito era apenas um ator e não um caçador de vampiros! O mais legal desse ícone do terror 80´s é que todo o elenco está afinadíssimo em cena. A começar por Chris Sarandon como o vampiro, retomando todo aquele charme antigo dos monstros da Hammer. Charmoso e perigoso, ele se leva à sério em um filme que tinha duplo objetivo: fazer rir e dar sustos! Assim "A Hora do Espanto", o original e não suas refilmagens sem graça, ainda continua à prova do tempo, mesmo que seus efeitos especiais tenham envelhecido, nada consegue estragar essa produção verdadeiramente atemporal. Tudo envolvido agora com um delicioso saber de nostalgia.
A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse, Roddy McDowall, Stephen Geoffreys, Jonathan Stark / Sinopse: Para seu espanto, jovem fã de filmes de horror de baixo orçamento descobre que seu novo vizinho é na verdade um vampiro! Filme premiado no Avoriaz Fantastic Film Festival na categoria de Melhor Direção (Tom Holland).
Pablo Aluísio.
Amor à Segunda Vista
E que grande enredo vos espera? Bom, não espere por muita coisa. Lucy Kelson (Sandra Bullock) é advogada do bilionário George Wade (Hugh Grant). A cada dia que passa George fica mais dependente dela, para tomar qualquer decisão. Até que Lucy decide dar um tempo, chamando uma substituta. Claro que ambos vão se descobrir apaixonados, pois é praxe nesse tipo de comédia romântica. O Grant continuava o mesmo, interpretando basicamente ele mesmo nas telas. A Sandra Bullock que chegou a ser eleita uma das mulheres mais sensuais do mundo (exagero), sempre teve bom feeling para esse tipo de filme. Então é isso, um filme que muita gente já esqueceu. Também pudera, nunca foi mesmo memorável.
Amor à Segunda Vista (Two Weeks Notice, Estados Unidos, 2002) Direção: Marc Lawrence / Roteiro: Marc Lawrence / Elenco: Sandra Bullock, Hugh Grant, Alicia Witt / Sinopse: Bilionário (Hugh Grant) descobre, após anos, que sua advogada é na verdade o grande amor de sua vida. Quando ela decide dar um tempo como sua advogada pessoal ele descobre que tem esse nobre sentimento por ela.
Pablo Aluísio.
domingo, 6 de janeiro de 2019
A Noiva
Depois dessa introdução no passado o filme vai para os dias atuais. Encontramos uma jovenzinha feliz por estar se casando com o homem que ama. Ele a leva para a casa de sua família, uma velha casa no interior. O que a garota não sabe é que seu noivo é descendente do fotógrafo que trouxe a sua noiva da morte décadas antes. É a mesma família, que está amaldiçoada. Tecnicamente falando o filme é bem realizado, com bom jogo de luz, sombras e sustos. Os russos aprenderam direitinho com os americanos como se fazer um filme moderno de terror. O que atrapalha, como já escrevi, é o roteiro, que nem sempre dá as respostas necessárias ao espectador. Assim sobra de bom os sustos e a criatura (a tal noiva), muito bem feita tecnicamente falando. A maquiagem também é de primeira. Fora isso, claro, está a curiosidade de conferir um terrorzão feito na gelada Rússia. Espero que eles sigam em frente na produção desse tipo de filme.
A Noiva (Nevesta, Rússia, 2017) Direção: Svyatoslav Podgaevskiy / Roteiro: Svyatoslav Podgaevskiy / Elenco: Viktoriya Agalakova, Vyacheslav Chepurchenko, Aleksandra Rebenok / Sinopse: No século XIX um fotógrafo decide trazer sua noiva falecida de volta à vida, usando para isso seu equipamento de trabalho. Ele acredita que o negativo de suas fotografias captura a alma das pessoas. No final seu ato de desespero acaba amaldiçoando sua família para todo o sempre.
Pablo Aluísio.
Bel Ami - O Sedutor
Nada se salva em seu trabalho o que é uma grande pena já que o elenco feminino de apoio é dos melhores. Elas (entenda-se Uma Thurman, Kristin Scott Thomas e Christina Ricci) realmente salvam o filme de afundar feito o Titanic. Thurman nunca foi particularmente bonita, porém conseguiu uma boa atuação com sua personagem Madeleine Forestier. Kristin Scott Thomas como Virginie Rousset é outro ponto positivo em termos de elenco. Delas eu destacaria mesmo como acima da média Christina Ricci interpretando o papel de Clotilde de Marelle! Muitos a consideram apenas uma atriz esquisita especializada em personagens bizarros, mas penso diferente. Permitam-me discordar. Sua beleza (sim, a considero bonita) provém de um tipo de estética diferente, mas não esquisita. Nesse filme então ela está ótima nesse aspecto. Por elas não jogaria o filme no lixo, essa é a conclusão final a que chego.
Bel Ami - O Sedutor (Bel Ami, Estados Unidos, 2012) Direção: Declan Donnellan, Nick Ormerod
/ Roteiro: Rachel Bennette ; Elenco: Robert Pattinson, Uma Thurman, Kristin Scott Thomas, Christina Ricci / Um perigoso jogo de amor, sedução e ambição se forma em Paris, onde o charme e a beleza são usadas para fins nada louváveis. Filme romântico de época, estrelado pelo astro teen Robert Pattinson.
Pablo Aluísio.
sábado, 5 de janeiro de 2019
O Cavaleiro Solitário
Em plena corrida ao ouro na Califórnia do século XIX, um grupo de pacatos e pacíficos mineradores é ameaçada e hostilizada por um rico homem de negócios que deseja as terras onde vivem para que ele próprio extraia o rico minério para si. Após promover uma série de ataques, os mineradores rezam por um milagre, pela chegada de alguma ajuda! Suas preces acabam sendo ouvidas e chega no local um cavaleiro errante misterioso, sem nome, sem destino, sem passado, conhecido apenas como “O Padre” (Clint Eastwood). Rápido no gatilho e implacável contra os facínoras, ele começa a distribuir justiça pela região, sendo considerado um salvador pelos pobres e humilhados moradores das montanhas.
“O Cavaleiro Solitário” é seguramente um dos melhores filmes de western estrelado por Clint Eastwood. Aqui ele retorna às telas com seu personagem preferido, o pistoleiro errante, sem nome, vindo de lugar nenhum, mas impondo a justiça nas comunidades mais oprimidas e humilhadas por onde passava. A caracterização de Clint está perfeita. Homem de poucas palavras e muita presença, ele impõe ordem e justiça com a única linguagem que os bandidos no velho oeste entendiam, a linguagem de um cano fumegante. Esse é seu personagem definitivo dentro do universo dos faroestes que estrelou ao longo da carreira.
Todo western que se preze deve possuir vilões à altura para engrandecer o papel do justiceiro. Aqui temos um antagonista muito interessante, o temido "xerife" Stockburn (John RusselI), na realidade um pistoleiro de aluguel que vai até o local para enfrentar o Padre pois sua presença faz com que os mineradores comecem a ter confiança em si mesmos. A ordem é eliminar o estranho cavaleiro para assim dominar completamente a região que afinal é riquíssima em ouro e outros metais preciosos. O duelo entre Stockburn e o Padre é certamente um dos melhores da mitologia do velho oeste no cinema. Ambos duelam numa cidadela incrustada numa montanha isolada. Stockburn conta ainda com um grupo de assistentes – sujeitos durões, com rostos de poucos amigos, que tencionam eliminar a presença nociva do Padre. Eles só não contavam com o fato do Padre trazer atrás de si o inferno, como bem resume uma jovem filha de uma mineradora oprimida.
Muito ação, muitos desafios e um roteiro primoroso que resgata todos os valores mais preciosos do gênero. De certa forma “O Cavaleiro Solitário” encerra uma fase na carreira de Clint que teve seu início com “O Estranho Sem Nome” na década anterior. É a fase onde realizou alguns de seus melhores sobre o velho oeste americano, todos lançados logo após sua extremamente bem sucedida parceria com o cineasta Sergio Leone na Itália. O mito do cavaleiro sem nome jamais foi tão bem representado como nesses dois filmes que são simplesmente fantásticos. Um clássico moderno com a assinatura do talentoso Clint Eastwood na direção e na produção. Simplesmente imperdível para os amantes do western americano em sua mais bem inspirada fase da década de 80.
O Cavaleiro Solitário (Pale Rider, EUA, 1985) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Michael Butler, Dennis Shryack / Elenco: Clint Eastwood, Michael Moriarty, Carrie Snodgress, Chris Penn, Richard Dysart, John Russell, Richard Kiel / Sinopse: Uma comunidade de moradores no alto da montanha sofre todo tipo de hostilidade por um rico empresário que deseja tomar conta da região para enriquecer com o ouro que brota da terra. Para defender essas pacatas e pacíficas pessoas surge no horizonte a figura de um misterioso cavaleiro errante, sem nome, sem passado e sem destino conhecido simplesmente como “O Padre”. Apesar do nome ele traz o inferno atrás de si e começa a distribuir justiça na região.
Pablo Aluísio.
Capitão América: Guerra Civil
O resultado disso? Um grande luta entre os super-heróis. É a tal coisa, se deu certo nos quadrinhos, porque não trazer para a tela? Ai começa o problema. Nos gibis a saga da Guerra Civil é longa, detalhista e cheia de subtramas. Além disso são centenas e centenas de personagens surgindo em inúmeras edições. Resumir tudo em um filme só é completamente impossível. Para acomodar cortes foram feitos e os roteiristas só deixaram o básico na tela. Com isso surgiram as críticas e protestos dos fãs de quadrinhos. Um exagero. São duas linguagem diferentes e não poderia ser de outra maneira. E muito em decorrência disso temos aqui um roteiro que muitas vezes se torna truncado, mal escrito mesmo. Quem não for leitor de quadrinhos ou que não venha acompanhando os outros filmes da franquia vai demorar um pouquinho para se situar no meio do caos. Mesmo assim está valendo. Como diversão pipoca "Civil War" é bem divertido. Só não adianta se iludir, pensando que é um filme perfeito, sem falhas ou que seja uma obra prima. Isso definitivamente o filme não é.
Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, Estados Unidos, 2016) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson / Sinopse: Os heróis Marvel entram em conflito após divergências sobre os limites que podem surgir em suas ações. Filme indicado ao Empire Awards e ao People's Choice Awards.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
Máquinas Mortais
As referências também são bem óbvias. Nos vinte primeiros minutos lembramos claramente de "Mad Max". Afinal o enredo se passa em um mundo pós-apocalíptico. As grandes cidades já não são mais como eram antes. Ao invés de serem fixas no solo agora são móveis, se transformando em grandes máquinas de combate. Isso mesmo, parece estranho, mas Londres, por exemplo, virou uma esdrúxula maquinaria sobre rodas, destruindo e absorvendo tudo o que encontra pela frente. É obviamente uma visão distópica do mundo, com todos os exageros que você pode prever antes de entrar no cinema.
Em um filme como esse também não poderia faltar toneladas de efeitos digitais. E eles estão em cada ponto das cenas. Praticamente tudo o que você verá foi feito por computação gráfica. As máquinas, os cenários e o próprio mundo ao redor onde o filme se passa. De certo modo me lembrei imediatamente dos antigos filmes de Terry Gilliam. É aquela coisa que de tão rebuscada acaba tendo uma imagem de algo sujo, deteriorado. Acabou combinando bem com a proposta do enredo. Porém nem tudo é sujeira, fedendo a diesel saindo pelos canos envenenados das geringonças mecânicas. Há também espaço para a beleza visual, principalmente das naves que mais parecem asas deltas vindas do mundo de Avatar. No geral gostei do filme. Pode não ser especialmente criativo e nem está longe de fugir de clichês, mas entretém bem ao seu público alvo. Só resta saber se esse universo terá continuidade no cinema. Pelas fracas bilheterias acho que isso não vai acontecer.
Máquinas Mortais (Mortal Engines, Estados Unidos, Nova Zelândia, 2018) Direção: Christian Rivers / Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens, baseados na obra de Philip Reeve / Elenco: Hugo Weaving, Hera Hilmar, Robert Sheehan, Stephen Lang / Sinopse: Após uma grande guerra que matou quase toda a humanidade, os sobreviventes se organizaram em grandes máquinas de guerra. Atravessando o mundo destruído eles procuram por recursos naturais e combustível para seguirem em frente com sua dominação. Enquanto isso uma jovem de passado misterioso tenta vingar a morte de sua mãe que envolveu uma pessoa importante de Londres.
Pablo Aluísio.