terça-feira, 15 de maio de 2018
Drácula (1979) - Curiosidades
1. Frank Langella decidiu que não iria usar presas para o personagem. Dessa forma seguiu a tradição de Bela Lugosi que também nunca chegou a usar esse tipo de artifício para interpretar o papel. Para Frank Langella essa decisão foi uma espécie de homenagem para o legado de Lugosi.
2. O personagem do Professor Abraham Van Helsing foi oferecido primeiramente a Donald Pleasence. mas depois a escolha do elenco foi mudada pelo estúdio, com o caçador de vampiros sendo oferecido a Laurence Olivier. Donald acabou interpretando o Dr. Jack Seward.
3. Frank Langella exigiu duas condições em seu contrato para interpretar Drácula. A primeira é que ele não daria entrevistas e nem faria aparições públicas para promover o filme, pois sempre odiara a parte publicitária do lançamento de filmes em Hollywood. A segunda é que Drácula jamais apareceria com sangue escorrendo ou pingando de sua boca. Esse tipo de cena foi considerada apelativa demais pelo ator e deveria ser retirada do roteiro. O estúdio acabou aceitando suas condições.
4. O diretor John Badham queria rodar o filme em preto e branco, mas sua proposta foi rejeitada pelo estúdio por ser pouco comercial. Ele então decidiu que o filme teria uma paleta de cores básica, com tons escuros em cinza e preto. Também procurou estudar antigas fotografias de encenações de Drácula em teatros de Londres. Ele quis recriar aquela cenografia e presença de palco dos atores no filme.
5. Frank Langella voltaria a interpretar Drácula, mas não no cinema e sim no teatro. A peça na Broadway foi um grande sucesso de público e crítica. Sobre o personagem o ator explicou: "Eu sempre o interpretei não como um monstro sedento de sangue, mas como um nobre, um homem elegante com um problema pessoal muito único e distinto. Ele é um imortal, mas precisa pagar um enorme preço por isso, com sangue das pessoas inocentes. Ele precisa do sangue humano para viver. Fora isso é uma criatura muito fina e sofisticada".
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 14 de maio de 2018
O Alienista
Achei apenas interessante. Obviamente não há como julgar apenas por um episódio, até porque é apenas o primeiro episódio, porém minha impressão inicial foi justamente essa. O cenário é uma Nova Iorque que parece a Londres dos tempos de Jack, o Estripador, com suas ruas cheias de miséria, muito nevoeiro e corpos esquartejados! Pois é, apesar de Jack ter sido um assassino inglês, aqui os roteiristas deram um jeito de transferir esse mundo de crimes horrendos para Nova Iorque. O protagonista é um especialista em mentes doentias, que naquela época se denominava alienista. Não havia ainda um ciência da criminologia e nem da medicina forense para estudar a mente dos assassinos em série. Era tudo muito novo e inexplorado. Os policiais simplesmente iam até o lugar do crime e procuravam por pistas deixadas no lugar da morte. Só isso. Não estavam ainda preparados para entrarem nas mentes dos criminosos.
No caso desse primeiro episódio temos a morte de um garoto, um menino que era explorado por gigolôs para ser abusado sexualmente por pedófilos ricos. Barra pesada. Pois bem, o corpo do menino está esquartejado, no alto de uma construção, com órgãos dilacerados e outros faltando, pois foram retirados de seu corpo. ADakota Fanning tem também uma personagem bem central, a primeira mulher a trabalhar no departamento de polícia da cidade. No começo ela não vai muito com a cara do alienista, mas depois topa ajudá-lo nas investigações, nem que seja para aprender mais essa nova arte de investigação que nascia justamente naquela época. No quadro geral ainda é cedo para dizer se a série é realmente boa, afinal só vi o primeiro episódio. Porém uma coisa posso garantir: tem uma excelente produção, com roteiro bem escrito e reconstituição histórica de primeira. Já é um bom começo. Vou assistir mais alguns episódios para ver se tomo gosto pela série.
The Alienist (Estados Unidos, 2018) Direção: Jakob Verbruggen /
Roteiro: Hossein Amini, baseado no livro escrito por Caleb Carr /
Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty /
Sinopse: Primeiro episódio da nova série "The Alienist", intitulado de
"The Boy on the Bridge". No enredo um garoto é encontrado morto no alto
de uma construção em Nova Iorque. Ele foi assassinado com requintes de
crueldade. Para descobrir a identidade do assassino entra em cena o
psiquiatra Laszlo Kreizler (Daniel Brühl) que vai procurar entender a
mente do psicopata que cometeu o crime.
Episódios Comentados:
The Alienist 1.03 - Silver Smile
Na época em que essa série se passa havia um termo chamado "Alienista" para designar os médicos que cuidavam dos doentes mentais. Esses eram conhecidos como alienados, da expressão "alienados de si mesmos". Pois bem, essa série segue em frente. Depois de uma longa pausa recomecei a assistir. O mote principal segue sendo a morte de vários jovens, adolescentes, garotos de programas que se vestem de mulheres para atender clientes ricos e influentes dentro da sociedade de Nova Iorque (obviamente todos homossexuais e pedófilos). É a velha hipocrisia, gente da alta classe que desce até a sarjeta para satisfazer seus desejos mais impublicáveis. Essa série tem uma direção de arte muito boa, valorizada pelos figurinos de época e o clima meio sufocante da virada do fim do século XIX para o nascimento do século XX. Entre o elenco eu destaco a presença de Dakota Fanning. Não tão bonita como sua irmã mais jovem, a Elle, ela mantém o interesse, até porque sua personagem é uma mulher daquele tempo que tenta ter uma profissão (um escândalo) e mais escandaloso do que isso na polícia, no setor de investigação de homicídios. Por fim no roteiro desse episódio temos a exposição de como homens ricos e poderosos na sociedade manipulavam até mesmo a polícia para manter tudo devidamente debaixo dos panos. É a velha hipocrisia reinando, ontem, hoje e pelo visto, sempre. / The Alienist 1.03 - Silver Smile (Estados Unidos, 2018) Direção: Jakob Verbruggen / Roteiro: by), Gina Gionfriddo, baseada no livro escrito por Caleb Carr / Elenco: Dakota Fanning, Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.
The Alienist 1.04 - These Bloody Thoughts
Aos poucos os investigadores vão chegando perto do assassino pedófilo que está agindo na cidade. Algumas características dele já ficam claras. Ele tem dentes prateados. É conhecido entre os menores que contrata para fazer sexo como "O Santo". É um sujeito de classe, se veste bem e é considerado um cliente simpático. Só que por parte de tudo isso se esconde um serial killer perigoso que mata jovens. Ele então decide desafiar os policiais e manda uma carta para o departamento de investigação. Suprema ousadia. Nela ele desafia os investigadores e revelam mais alguns detalhes escabrosos, entre eles o de que ele gosta de canibalismo humano! Com isso o seu lado psicopata fica mais do que bem evidenciado. / The Alienist 1.04 - These Bloody Thoughts (Estados Unidos, 2018) Direção: James Hawes / Roteiro: Caleb Carr, Gina Gionfriddo / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.
The Alienist 1.05 - Hildebrandt's Starling
Conforme as investigações avançam os policiais finalmente chegam em um suspeito. Ele tem várias características que tinham sido descritas por testemunhas. Uma delas seus dentes, azuis! O problema é que o suspeito é filho de uma rica e tradicional família da cidade. Algo que deixa o comissário de polícia preocupado. Pior do que isso, ele sofre todos os tipos de pressões para abafar o caso. Até o prefeito parece estar envolvido nesse jogo de esconder tudo da opinião pública. Só há um problema. O alienista acredita que o suspeito não é o verdadeiro assassino. Que esse teria sido um garoto pobre que foi abusado sexualmente na infância e que por isso, agora, já adulto, procurava por uma espécie de vingança tardia pelos crimes que havia sofrido. Uma tese no mínimo interessante. / The Alienist 1.05 - Hildebrandt's Starling (Estados Unidos, 2018) Direção: James Hawes / Roteiro: Caleb Carr, Gina Gionfriddo / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.
The Alienist 1.07 - Many Sainted Men
O serial killer, o assassino, não era quem todos estavam pensando. Na realidade uma pequena pista muda o rumo das investigações. Depois de sete jovens mortos se descobre que a última vítima teve o escalpo arrancado pelo criminoso. Ora, arrancar escalpos era algo comum no velho oeste, na guerra contra os nativos. Conforme as investigações avançam eles descobrem o nome de um homem que foi soldado, do exército, e lutou nas batalhas do oeste selvagem. E ele ficou insano depois que retornou. O perfil ideal de um assassino em série. Agora resta achar esse homem de todas as formas. / The Alienist 1.07 - Many Sainted Men (Estados Unidos, 2018) Direção: Paco Cabezas / Roteiro: John Sayles / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty.
The Alienist 1.08 - Psychopathia Sexualis
A pista que surgiu foi importante. O serial killer tirava o escalpo de suas vítimas. Isso levou a investigação para outro rumo. O alienista parte então para uma pequena cidade do interior do oeste, onde seu suspeito poderia estar morando. Ele foi veterano do exército, participou das guerras contra os nativos. Provavelmente exposto a cenas horríveis de morte e tortura, acabou enlouquecendo. Nesse episódio os dois investigadores vão parar numa velha fazenda. Lá encontram um parente do suspeito, seu filho. Ele já estaria morto, após um crime envolvendo uma criança. Pelo visto o tal sujeito era também um pedófilo perigoso. Na parte final do episodio a carruagem dos dois é atacada a tiros. Os cavalos se assustam e eles caem ponte abaixo. Pelo visto há mais alguém que tenta encobrir os crimes que aconteceram. / The Alienist 1.08 - Psychopathia Sexualis (Estados Unidos, 2018) Direção: David Petrarca / Roteiro: Caleb Carr, John Sayles / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.
The Alienist 1.09 - Requiem
A série vai ficando mais interessante em seus episódios finais. Aqui finalmente chegamos muito próximo do serial killer verdadeiro. Grande parte dos suspeitos dessa primeira temporada não se revelaram críveis. Quem acabou despertando a maior suspeita dos investigadores foi um chamado John Beecham, um sujeito esquisito, com deformação facial que chegou a trabalhar no censo de Nova Iorque, mas depois que foi demitido sumiu nas vielas e ruelas da cidade em seus bairros mais miseráveis. No final desse episódio ele ataca um jovem na piscina pública. Estripa o rapaz, enquanto outro corre com pavor para um dos armários onde se esconde. É véspera de feriado, dia de santo católico, onde ele geralmente faz suas vítimas. O episódio foi tão bom que me animou agora a ver o último episódio com maior interesse. / The Alienist 1.09 - Requiem (Estados Unidos, 2018) Direção: Jamie Payne / Roteiro: Caleb Carr / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty.
The Alienist 1.10 - Castle in the Sky
Episódio final dessa temporada. Aqui o assassino é localizado na rede de esgotos subterrânea da cidade de Nova Iorque. Ele levou um garoto até lá, o mesmo que encontrou escondido dentro do armário na piscina pública. Acaba sendo descoberto e baleado em suas costas nuas. Um final justo para um serial killer como ele. E assim se encerra a temporada, com o alienista Laszlo Kreizler dissecando o cérebro do assassino para ver se havia algo de diferente em sua anatomia. Não havia. Era um cérebro perfeitamente normal e sadio. Então como justificar as mortes dos jovens garotos? Não há respostas definitivas. Essa série, agora concluindo minha análise, tem ótima produção, reconstituição perfeita de época e um elenco muito bom. Porém ao mesmo tempo alguns episódios soaram bem arrastados, com excesso de personagens secundários que no final da trama não fizeram diferença nenhuma. Eu não desgostei da série, mas ao mesmo tempo ela não me animou, não me empolgou. Alguns episódios foram bem cansativos. Terminada a primeira temporada sinceramente não me animo muito para ver a segunda. Provavelmente irei parar por aqui mesmo. Está de bom tamanho. / The Alienist 1.10 - Castle in the Sky (Estados Unidos, 2018) Direção: Jamie Payne / Roteiro: Caleb Carr, Cary Joji Fukunaga / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty, Dakota Fanning.
Pablo Aluísio.
Maria Antonieta
Eles eram apenas adolescentes quando isso aconteceu (Maria Antonieta tinha apenas 14 anos de idade) e por essa razão o casamento arranjado, pelo menos em seus primeiros anos, foi um desastre completo. Depois houve o problema de Estado (sim, de Estado!) quando o rei não conseguiu consumar seu casamento. Ele não conseguia ter relações sexuais com ela. Ter um filho era imperativo para continuar a monarquia. Só depois de sete anos de tentativas frustradas é que finalmente nasceu um herdeiro para o trono. A vida de Maria Antonieta foi trágica porque ela, como todos sabemos, foi guilhotinada pelos radicais da Revolução Francesa. Sua vida glamorosa e cheia de excessos (ela foi considerada a primeira "fashionista" da história) causou uma revolta entre o povo francês, que na época, estava passando fome, em completa miséria. A rainha também tinha cabecinha de vento, não se importava com os assuntos do reino, procurando apenas se inteirar da última moda, para a criação de vestidos e roupas cada vez mais extravagantes. Daqui alguns dias pretendo rever a mais recente versão sobre a história de Maria Antonieta, um filme que já assisti, mas que agora pretendo rever com olhos mais críticos e atentos.
Maria Antonieta (Marie Antoinette, Estados Unidos, 2006) Direção: Sofia Coppola / Roteiro: Sofia Coppola / Elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Rip Torn / Sinopse: Em uma visão moderna o filme conta a história da rainha da França Maria Antonieta, a diva da moda de sua época, executada pela Revolução Francesa. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor figurino.
Pablo Aluísio.
domingo, 13 de maio de 2018
Pantera Negra
Deixando de lado o aspecto puramente comercial do filme, temos aqui mais um bom filme com o selo Marvel de qualidade. É curioso que um personagem que sempre foi relegado nos quadrinhos tenha um universo tão amplo e desenvolvido a ponto de ter material para os roteiristas trabalharem bem, não apenas na realização de um primeiro filme, mas de todo uma nova franquia cinematográfica que irá surgir nos próximos anos. Esse aspecto deu origem a um bom roteiro, que abre e fecha muito bem o enredo, mesclando passado e presente com criatividade e inteligência. Além do mais o estúdio teve a oportunidade de desenvolver uma direção de arte baseada na cultura africana, com todas as suas cores fortes e artesanato nativo, trazendo um visual todo próprio ao filme. Em suma, é um dos melhores trabalhos da Marvel no cinema. Só espero que o estúdio mantenha o mesmo nível daqui em diante. Nada de saturar ou banalizar essa nova franquia que nasce. Assim torcemos pelo melhor nos próximos filmes.
Pantera Negra (Black Panther, Estados Unidos, 2018) Direção: Ryan Coogler / Roteiro: Ryan Coogler, Joe Robert Cole / Elenco: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong'o / Sinopse: Após a morte de seu velho pai, T'Challa (Chadwick Boseman) se torna o herdeiro do manto do Pantera Negra. Também se torna o sucessor do trono, se tornando rei de Wakanda. Antes disso porém precisa provar seu valor como homem e como guerreiro, enfrentando um novo desafio, seu próprio primo que, abandonado nos Estados Unidos muitos anos atrás, retorna para reclamar seu direito ao trono de sua nação.
Pablo Aluísio.
Pantera Negra - Curiosidades
1. O personagem do Pantera Negra foi criado pela dupla Stan Lee e Jack Kirby em 1966. Lee criou o conceito e os roteiros das primeiras estórias. Kirby desenhou o personagem, usando sua própria criatividade. A primeira vez que o Pantera Negra foi publicado foi numa revista do Quarteto Fantástico intitulada "The Fantastic Four #52" em julho de 1966.
2. O filme custou 200 milhões de dólares - uma produção cara. A Marvel estava porém jogando com expectativas de lucro mais baixas. Para o estúdio o filme seria um grande sucesso se recuperasse duas vezes seu orçamento nas bilheterias. Todos foram surpreendidos quando "Pantera Negra" rompeu a barreira do 1 bilhão de dólares em caixa. Um resultado comercial espetacular.
3. O filme conta com um elenco secundário (coadjuvante) todo contratado entre as grandes escolas de atuação dos Estados Unidos, em especial da universidade de Yale. Os produtores fizeram testes por quase todo o país, focando obviamente em profissionais negros para atuarem nos demais personagens do filme.A iniciativa foi aplaudida pela imprensa dos Estados Unidos.
4. O Pantera Negra surgiu quando Stan Lee tomou conhecimento dos movimentos sociais em prol da luta dos negros americanos por seus direitos civis, durante a década de 1960. Um dos grupos mais famosos era chamado justamente de Panteras Negras. Um dos símbolos desse grupo era o punho cerrado levantado. Gesto que foi repetido por atletas negros americanos em pódios nas Olimpíadas.
5. Para um filme com grande orçamento, "Pantera Negra" surpreendeu por contar com apenas dois roteiristas, Joe Robert Cole e o próprio diretor Ryan Coogler. O normal é filmes com esse tipo de produção contar com equipes de roteiristas, em números que variam de oito até doze profissionais. O diretor decidiu que isso não aconteceria em seu filme, para que o roteiro se mostrasse mais coeso, sem problemas de narração e desenvolvimento do enredo.
Pablo Aluísio.
sábado, 12 de maio de 2018
Todo o Dinheiro do Mundo
No geral é um filme frio. O único sinal de maior emoção vem da atriz Michelle Williams que interpreta a sofrida mãe do garoto sequestrado. Mais um papel de coitadinha em lágrima de Michelle! Desde que o marido dela, o ator Heath Ledger, morreu de uma overdose de drogas em 2008, os estúdios não sabem oferecer outro tipo de papel para a loira. Uma pena porque é boa atriz. Já em termos de atuação acontece o esperado. O filme é completamente roubado nesse quesito pelo veterano Christopher Plummer. Seu bilionário é um sujeito mais do que frio, é gélido, embora tente passar uma imagem simpática. O típico ricaço materialista que não está se importando em conservar muitos valores humanos. Enquanto o neto está sendo torturado em um cativeiro pelos sequestradores, que inclusive arrancam uma de suas orelhas para enviar pelo correio, o velho bilionário está se deliciando em comprar mais uma obra de arte da renascença! Essa inspirada interpretação valeu a Christopher Plummer mais uma indicação ao Oscar. Com 88 anos de idade ele acabou entrando para o Guiness Book como o ator mais velho a concorrer ao maior prêmio do cinema! Um reconhecimento merecido por seu trabalho de atuação nessa película.
Todo o Dinheiro do Mundo (All the Money in the World, Estados Unidos, Itália, 2017) Direção: Ridley Scott / Roteiro: David Scarpa, baseado no livro escrito por John Pearson / Elenco: Christopher Plummer, Michelle Williams, Mark Wahlberg, Romain Duris, Timothy Hutton, Charlie Plummer / Sinopse: John Paul Getty III (Charlie Plummer), o neto de um magnata do petróleo americano, é sequestrado em Roma. Os criminosos passam a exigir 17 milhões de dólares por sua vida, mas o velho bilionário não parece muito empenhado em pagar o resgate. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Christopher Plummer). Igualmente indicado na mesma categoria no Globo de Ouro, além de ser indicado também nas categorias de Melhor Atriz (Michelle Williams) e Melhor Direção (Ridley Scott).
Pablo Aluísio.
Terminal
Título Original: Terminal
Ano de Produção: 2018
País: Inglaterra, Irlanda
Estúdio: Highland Film Group (HFG)
Direção: Vaughn Stein
Roteiro: Vaughn Stein
Elenco: Margot Robbie, Mike Myers, Simon Pegg, Dexter Fletcher, Katarina Cas, Max Irons
Sinopse:
Em uma estação de trem, completamente vazia na madrugada, uma série de personagens desfilam pela tela, entre elas a garçonete Annie (Margot Robbie), o zelador do período noturno Clinton (Mike Myers) e dois assassinos profissionais, um contratado para eliminar o outro, embora eles sigam mantendo as aparências, como se fossem uma dupla de amigos.
Comentários:
O cinema inglês tem tradição em filmes de humor negro. Esse aqui tenta seguir por essa linha, mas com resultados apenas medianos. O tom de surrealismo maluco deixa um certo desconforto. Nos minutos iniciais pode ainda funcionar, mas conforme o filme vai avançando a coisa toda, o estilo do filme, começa a aborrecer. Assisti o filme por causa da presença da atriz Margot Robbie. É curiosa a analogia que você pode fazer entre sua personagem e a Arlequina da DC. Em ambos os casos se trata de uma loira bonita, mas insana, capaz das maiores violências com um sorriso completamente crazy na face. A Robbie aqui interpreta uma garçonete que parece ser uma garota normal, a não ser por sua indisfarçável obsessão pela morte. Quando um cliente terminal com câncer chega em sua lanchonete, tarde da noite, madrugada adentro, sem nenhuma alma viva por perto, ela começa a se deliciar com os detalhes de sua doença e sua situação de suicida em potencial. Ela também surge no meio de dois criminosos, um tentando matar o outro. E no centro de tudo uma estranha figura, Mr. Franklyn, que nunca aparece. Nem se preocupe muito, tudo vai se ligar no final, mostrando que todos os personagens possuem mesmo um passado em comum - embora eles não se lembrem disso em um primeiro momento. O outro nome mais conhecido do elenco é o ator Mike Myers. Ele dá vida a um supervisor noturno da estação de trem. Mancando, puxando uma perna, ele mais parece um pobre coitado, mas não acredite muito nesses artimanhas do roteiro. Enfim, é um filme que não me agradou, mas que provavelmente vai encontrar o seu público, aquelas pessoas que gostem de algo mais diferente, estranho, surreal e... maluco!
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 11 de maio de 2018
O Zoológico de Varsóvia
Os acontecimentos que se vê no filme foram baseados em fatos reais. A conhecida brutalidade dos nazistas se impõe desde os primeiros dias que suas botas atravessam os muros da cidade. Imediatamente eles transformam o Zoo em centro de estacionamento das tropas alemãs. E como de costume logo começam todas as atrocidades, principalmente contra os judeus da região. Bem, se você sabe o mínimo sobre a guerra sabe que Varsóvia ficou particularmente conhecida por causa do gueto que foi criado pelos nazistas, onde eles confinaram todos os judeus da cidade. Em péssimas condições humanitárias as famílias eram presas lá para depois serem enviadas para os campos de concentração. A Polônia em particular ficou muito conhecida por causa de Auschwitz, o maior campo de extermínio dos nazistas. Milhares de poloneses foram mortos entre seus muros. É o que a história iria chamar nos anos que viriam de Holocausto.
Esse é um aspecto amplo da questão. O roteiro desse filme porém procura contar a história particular de Antonina e de como ela conseguiu salvar vidas, usando justamente dos esconderijos de seu Zoológico. Uma jaula de tigres no subsolo ou o reduto onde os ursos viviam, tudo virou refúgio para que crianças, mulheres e homens judeus pudessem escapar da caçada do nazismo. Um filme que me surpreendeu positivamente pois mostra que pessoas comuns também podem fazer grande diferença quando é necessário, principalmente em momentos cruciais da história. No final a mensagem que realmente fica desse filme pode ser resumida naquela singela frase do Talmud que diz: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro!". A mais pura verdade!
O Zoológico de Varsóvia (The Zookeeper's Wife, Inglaterra, Estados Unidos, República Tcheca, 2017) Direção: Niki Caro / Roteiro: Angela Workman, baseada no livro escrito por Diane Ackerman / Elenco: Jessica Chastain, Johan Heldenbergh, Daniel Brühl, Timothy Radford / Sinopse: Antonina Zabinska (Jessica Chastain) vive feliz ao lado do marido, trabalhando e administrando o Zoológico de Varsóvia até que tudo acaba em tragédia quando as tropas nazistas começam a ocupar o país, a Polônia, dando origem ao conflito internacional que ficaria conhecido como Segunda Grande Guerra Mundial.
Pablo Aluísio.
Presságios de Um Crime
Apesar disso o filme até que não é tão ruim. Ele é bom, na maior parte do tempo. A primeira parte quando os personagens são apresentados a coisa parece que vai dar certo. O mesmo acontece no estudo dos casos e na caçada ao criminoso. O filme só se perde mesmo quando o assassino é finalmente localizado. Na pele do astro beberrão irlandês Colin Farrell, o personagem que deveria ser a grande coisa do filme se perde. Colin simplesmente não convence, não faz o espectador acreditar que é um mestre da manipulação. Eu sempre digo que Colin Farrel só funciona em papéis mais emocionais, quando ele interpreta pessoas no limite, entre a fúria e a tragédia. Como um assassino de alto QI... olha, não deu certo! Penso que esse enredo poderia até render uma boa série, mas claro sem Farrel para atrapalhar. Já Anthony Hopkins é aquela coisa. É um daqueles veteranos que sempre funcionam na tela, não importando o que interpretem. Talento visceral faz toda a diferença do mundo.
Presságios de Um Crime (Solace, Estados Unidos, 2015) Direção: Afonso Poyart / Roteiro: Sean Bailey, Ted Griffin / Elenco: Anthony Hopkins, Colin Farrell, Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish, Matt Gerald, Jose Pablo Cantillo / Sinopse: Após a morte da filha querida, o especialista Dr. John Clancy (Anthony Hopkins) decide se isolar, abandonar seu trabalho, ficando longe de criminosos e assassinos em geral, até que sua aposentadoria é interrompida bruscamente. O FBI pede sua ajuda para prender um novo serial killer que está matando pessoas inocentes.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 10 de maio de 2018
Invocação do Mal
Além disso havia personagens mais do que interessantes, todos baseados em pessoas reais. O casal Ed e Lorraine Warren já era famoso nos Estados Unidos antes do filme ser lançado. Foram anos dedicados aos casos sobrenaturais, contando inclusive com a ajuda e apoio logístico da Igreja Católica. Isso trouxe bastante veracidade aos eventos que são explorados no filme. A história do casal que se muda para um velho casarão aconteceu de fato. Depois de algum tempo eles percebem que o lugar apresentava alguns problemas. O cão havia morrido de forma inexplicável, os filhos conseguia ver vultos nas sombras, sentindo a presença de espíritos. O clima de suspense vai sendo montado aos poucos, sem apelar para efeitos especiais gratuitos e vazios. É como eu afirmei, temos aqui uma volta à estética dos filmes de terror da década de 70. Por essa razão fez tanto sucesso. Além disso Lorraine é interpretada por Vera Farmiga, uma das minhas atrizes preferidas. Quem acompanha seu trabalho em "Bates Motel", por exemplo, vai adorar seu trabalho aqui no filme. Enfim, com todos os elementos colocados no lugar certo, não é de se admirar que essa produção tenha feito tanto sucesso, dando origem a uma nova linha de produções de terror. Aqui qualidade e sucesso comercial realmente andaram de mãos dadas. Se ainda não viu, não deixe de conferir onde tudo começou.
Invocação do Mal (The Conjuring, EUA, 2013) Direção: James Wan / Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ron Livingston / Sinopse: Um jovem casal se muda para um velho casarão. O preço estava ótima e a propriedade, grande e espaçosa, era justamente o que eles procuravam. O problema é que a velha casa parece esconder em seus cantos escuros algum tipo de manifestação sobrenatural. Para entender o que estaria acontecendo entram em cena Ed e Lorraine Warren, especialistas em acontecimentos espirituais. Filme premiado no Fangoria Chainsaw Awards e Empire Awards, UK na categoria de Melhor Filme de Terror.
Pablo Aluísio.