The Beatles - Let It Be (1970) - Fruto do projeto fracassado chamado Get Back o disco Let It Be foi o último disco oficial a ser lançado pelos Beatles (embora não fosse o último a ser gravado como muita gente pensa) e foi produzido por Phil Spector. A ideia inicial de Paul McCartney era filmar um grande documentário mostrando os Beatles dentro dos estúdios, criando e gravando a trilha sonora do filme para depois todos saírem em uma grande turnê em vários países. Deu com os burros n´água. Antes de mais nada as gravações dentro dos estúdios se tornaram um verdadeiro inferno, com os integrantes se ofendendo entre si a todo o tempo. Além do constante confronto entre Paul, George e John este ainda inventou de trazer a japonesa Yoko Ono para dentro de Abbey Road, causando mais aborrecimentos ainda ao resto do grupo e aos produtores do filme.
Para completar de afundar os planos de Get Back a ideia de sair novamente em turnê foi logo descartada pelos demais membros do grupo que não tinham mais a menor intenção de ter de arcar com toda a histeria da estrada, como nos tempos da Beatlemania. George Harrison odiou a ideia assim como John Lennon que não tinha mais nenhum interesse no grupo. Assim Get Back acabou afundando e sendo arquivado. Tudo o que restou foi um vasto material de cenas dos Beatles dentro do estúdio, ensaiando em uma Jam Session sem fim (e sem direção). Quando o grupo finalmente rachou em 1969 a Apple resolveu ressuscitar o projeto. Trocaram o nome de tudo para Let It Be, contrataram uma boa equipe de cineastas para salvar o documentário e Lennon jogou nas mãos de Phil Spector os pedaços da sessões para que ele desse um jeito naquela bagunça sem fim. Spector então arregaçou as mangas para encontrar em metros e metros de gravações, material suficiente para compor um disco que fosse comercialmente viável.
O resultado é irregular. Embora haja clássicos absolutos como Get Back, Let It Be, Across The Universe (pessimamente gravada na opinião de Lennon) e Long and Winding Road, a opção de Spector em dar um clima de descontração ao conjunto do disco - com bobagens ditas pelo próprio grupo entre as faixas, pedaços dispersos de músicas e piadinhas - não trouxe um produto à altura de um álbum dos Beatles. Do jeito que ficou mais parece um bootleg do que um disco oficial da gravadora do grupo. Certamente todo fã do conjunto britânico deve ter o álbum em sua discoteca mesmo que passe o resto da vida se lamentando que músicas tão belas não tenham sido lançadas em um disco ideal. Enfim é a vida...
1. Two of Us (Lennon / McCartney) - "Two of Us" é uma balada dos Beatles que sempre considerei subestimada. Nunca vi por aí muitos elogios sendo feitos a essa faixa. É uma criação de Paul McCartney, com pequenas contribuições de John Lennon. Gosto de seu lado acústico, fazendo inclusive com que a gravação tenha um aspecto de singeleza que deixa até uma impressão de que estamos ouvindo uma jam session e não uma gravação oficial dos Beatles. No disco original de 1970 o produtor Phil Spector conseguiu estragar a introdução da canção, colocando Lennon falando algumas bobagens antes da música começar. Nada a ver. Ficou fora de contexto, fora de nexo. Qual teria sido o motivo? Só o maluco do Spector poderia explicar. Penso que essa decisão de trazer uma espécie de som mais cru do disco não foi a melhor opção. Paul que sempre havia primado por belas produções nos discos dos Beatles ficou duplamente irritado quando ouviu o disco. Afinal nada havia sido passado por seu crivo pessoal. Uma bobagem atrás da outra.
2. Dig a Pony (Lennon / McCartney) - Canção composta por Lennon para Yoko Ono. Uma boa faixa, valorizada por bons arranjos criados por John e Paul. Apesar de ser uma canção bem gravada e tudo mais, acabou ganhando o desprezo de Lennon após o fim dos Beatles. Durante uma entrevista ele qualificou sua própria canção como "um lixo"! Não se deve dar ouvidos a John. Ele, depois do fim do grupo, começou a falar mal de muitas músicas e discos da banda, numa reação pouco racional, mais movida pela emoção e pelos problemas (inclusive legais) que ele enfrentou após o fim dos Beatles. Parecia que John queria destruir tudo o que era relativo aos Beatles, provavelmente tentando prejudicar os que ainda tinham direitos sobre as músicas e a marca comercial de seu antigo conjunto. A canção que foi originalmente chamada por John de "All I Want Is You" e acabou depois ganhando esse título mais original e mais criativo " Dig a Pony". Apesar do péssimo humor por parte de John em relação à música pode ouvir sem receios. É uma boa canção do álbum.
3. Across the Universe (Lennon / McCartney) - Outro grande momento de John Lennon em "Let It Be" é a canção "Across the Universe". Certamente é uma obra prima de Lennon. Uma música de melodia lindíssima, com letra igualmente inspiradora. John a compôs na Índia quando os Beatles foram se encontrar com o falso guru Maharishi Mahesh Yogi. De uma forma ou outra o clima espiritualista tocou profundamente a alma do Beatle, resultando em versos como esses: "Palavras flutuam como uma chuva sem fim em um copo de papel / Elas se mexem selvagemente enquanto deslizam pelo universo / Um monte de mágoas, um punhado de alegrias / Estão passando por minha mente / Me possuindo e acariciando / Glória ao maestro do universo / Nada vai mudar meu mundo". E a poesia de Lennon continuava: "Imagens de luzes quebradas / Que dançam na minha frente como milhões de olhos / Eles me chamam para ir pelo universo / Pensamentos se movem como um vento incansável / Dentro de uma caixa de correio / Elas tropeçam cegamente enquanto fazem seu caminho / Através do universo". John acabou não gostando da versão que foi gravada para o álbum "Let It Be". Ele acusou Paul diretamente de ter sabotado sua música. John afirmou anos depois em uma entrevista que os Beatles ficavam semanas trabalhando nos arranjos das músicas de McCartney e quando chegava na hora de gravar as suas músicas pintava um clima de preguiça e má vontade entre os demais Beatles. Verdade ou paranoia de John Lennon? Na minha opinião a gravação de "Across The Universe" que ouvimos aqui nesse disco é muito boa, com belos arranjos. Nem Phil Spector com toda a sua loucura conseguiu estragar a música. Tanto isso é verdade que até hoje é uma das músicas mais celebradas da discografia dos Beatles. Não penso que as acusações de John tinham algum fundo de verdade. Ele estava apenas magoado com Paul e resolveu soltar farpas contra ele pela imprensa. Algo até bem injusto. O fato inegável é que "Across The Universe" é uma obra prima irretocável dos Beatles. Uma música eterna.
4. I Me Mine (Harrison) - George Harrison já vinha numa relação conturbada com John quando finalmente entrou no estúdio para gravar essa bela balada chamada "I Me Mine". O fato é que após uma briga entre eles, John simplesmente boicotou a faixa do colega de banda, não aparecendo nas sessões de gravação dessa canção. Apenas Paul e Ringo participaram. A ausência de John Lennon obviamente é sentida, porém os três Beatles restantes acabaram fazendo uma bela gravação. O refrão era um exemplo de auto afirmação de Harrison em relação ao seu talento. Depois de ficar anos e anos na sombra de John e Paul ele cantava no refrão versos como: "Por todo o dia eu sou mais eu, sou mais eu, sou mais eu / Por toda a noite, eu sou mais eu, sou mais eu, sou mais eu / Agora estão com medo de largar / Todos estão tramando / Tornando-se mais forte o tempo todo / Por todo o dia eu sou mais eu / Eu, depois eu, depois eu / Eu, depois eu, depois eu / Tudo o que eu escuto sou mais eu, sou mais eu, sou mais eu / Até aquelas lágrimas, sou mais eu, sou mais eu, sou mais eu". A letra, como visto, podia ser encarada até mesmo como uma grande indireta contra a dupla Lennon e McCartney. Uma mensagem do tipo "Vocês são bons, mas eu sou mais eu!". Provavelmente Lennon tenha entendido isso e caído fora de sua gravação justamente por essa razão.
5. Dig It (Lennon / McCartney / Harrison / Starkey) - Não espere muito de "Dig It". Essa música é um besteirol Lenniano, como gostava de dizer Paul. Na verdade a gravação original é longa (e chata). Phil Spector resolveu cortar quase tudo, deixando no disco oficial apenas uma amostra de pouco mais de 50 segundos! Soa quase como uma introdução de "Let it Be". Não ficou bom. Melhor teria sido deixado essa jam session besteirol de fora do disco. Não acrescenta nada e nem está completa. Então porque lançar no álbum? Provavelmente Phil Spector a adicionou por gratidão (ou medo) de John Lennon. Afinal foi John quem o contratou para produzir o material que havia sido gravado.
6. Let It Be (Lennon / McCartney) - Paul McCartney compôs a música "Let It Be" em homenagem à memória de sua mãe, falecida muitos anos antes, quando ele era ainda um adolescente. Assim como John Lennon havia feito em "Julia" do Álbum Branco, Paul pensou que havia chegado sua hora de lembrar de sua mãe Mary. A música abria com o seguinte estrofe: "When I find myself in times of trouble / Mother Mary comes to me / Speaking words of wisdom, let it be". Esses versos chamaram a atenção dos fãs dos Beatles. Houve uma certa especulação quando a música chegou no mercado de que Paul estava fazendo uma referência a Mary (Maria), mãe de Jesus. Seria uma canção religiosa? Anos depois, já com o fim dos Beatles, Paul finalmente explicou a letra dizendo: "Não é uma música sobre Maria, Nossa Senhora, mas sim sobre Mary, minha mãe. Ela era enfermeira em Liverpool, morreu muito jovem e minhas lembranças foram se apagando com o passar dos anos. Eu fiz a música pensando exclusivamente sobre ela. Quando ela voltava do hospital tarde da noite ou pela manhã, sempre me trazia algum presentinho, um carrinho de plástico ou qualquer outra coisa. Ela também sempre tinha palavras que me acalmava. Por isso a letra traz memórias que ainda tenho de sua presença calma e tranquilizadora".
7. Maggie Mae (Harrison) - O disco "Let It Be" chegou ao mercado montado pelo produtor Phil Spector. Ele resolveu aproveitar pequenos trechos de ensaios, em que os Beatles apenas brincavam no estúdio, em estilo jam session, sem qualquer compromisso, para encaixar entre as faixas principais do disco. Uma dessas canções em pedaços foi "Maggie Mae", uma musiquinha bem básica, com acordes engraçadinhos, que John e Paul tocaram nos estúdios, sem jamais pensar que ela iria parar em um disco oficial dos Beatles. A letra relembrava uma prostituta de Liverpool, dos tempos de adolescência de John e Paul. Inicialmente Paul McCartney ficou bem aborrecido em saber que a música iria fazer parte do repertório de "Let It Be", mas como as cópias já estavam sendo prensadas, não havia mais o que fazer. Para falar a verdade Paul nunca gostou de Phil Spector que só foi contratado por decisão de John Lennon, sem consultar os demais membros da banda.
8. I've Got a Feeling (Lennon / McCartney) - Por falar em criações da dupla Lennon e McCartney, o blues "I've Got a Feeling" foi uma das últimas parcerias deles. Uma canção feita face a face, com ambos trabalhando e dando sugestões dentro do estúdio. Paul trouxe o esboço inicial e John começou a acrescentar notas, versos, instrumentos e arranjos. Acabou sendo uma das melhores faixas do disco. O curioso é que John e Paul quiseram imprimir na canção um certo tom de relaxamento, quase como se fosse uma jam session dentro dos estúdios. Só que tudo isso era obviamente bem trabalhado pela dupla. John Lennon resolveu inserir uma indireta para sua primeira esposa, Cynthia, nos versos da canção, quando canta "Oh, por favor acredite em mim, eu odiaria perder o trem / E se você me deixar por causa disso, eu não me atrasarei". Acontece que ela havia perdido o trem quando os Beatles foram para a Índia. Isso irritou profundamente John. Assim o Beatle passou meses longe dela, o que segundo ele próprio serviu para criar um fosso emocional entre o casal. Depois disso Yoko entrou na vida de John e o casamento deles acabou de vez. Já Paul resolveu escrever algumas linhas mais românticas para a música. É dele a seguinte estrofe: "Todos esses anos eu tenho andado por aí / Intrigado como é que ninguém veio me dizer / Que toda a minha procura se resumia a alguém / Que se parecesse contigo". Palavras escritas para Linda, o novo amor na vida de Paul. Afinal Jane Asher naquele momento já era passado.
9. One After 909 (Lennon / McCartney) - Uma das curiosidades mais interessantes do disco "Let It Be" foi a inclusão de uma nova versão para a música "One After 909". Na época os fãs dos Beatles não sabiam e nem foram informados sobre isso, mas essa canção que parecia ser uma doce novidade, uma criação inédita, era na verdade uma das mais antigas composições da dupla Lennon e McCartney. Na realidade esse excelente rock foi composto por John e Paul quando eles eram apenas adolescentes em Liverpool. Foi uma das primeiras experiências deles em criar seu próprio material. Uma música que foi escrita ainda nos anos 50. Pois bem, os Beatles já tinham gravado uma versão do rock na primeira metade dos anos 60. A versão ficou muito boa, realmente excelente. Quem tiver dúvidas ouça as versões gravadas em Abbey Road que foram lançadas no Anthology. Apesar dos bons resultados o que aconteceu a seguir segue sendo uma incógnita. A EMI Odeon simplesmente arquivou a gravação e ela ficou fechada nos porões da gravadora por longos anos! Inexplicavelmente aliás porque era uma versão tecnicamente muito boa. Durante as sessões do "Let It Be" John então resolveu trazer ela de novo, meio que na base da Jam Session, mas que acabou pegando. A versão dos Beatles nesse álbum também é muito boa. Esse é de fato um rock à prova de falhas, com guitarras fortes e aquele sentimento rockabilly que Lennon tanto adorava.
10. Long and Winding Road (Lennon / McCartney) - Uma das coisas que mais irritaram Paul McCartney quando finalmente ouviu o disco oficial "Let It Be" foi a forma como o produtor Phil Spector tratou sua criação "The Long and Winding Road". Para Paul os arranjos ficaram ruins, exagerados, bem de acordo com a "parede de som" que era característica de Spector. Definitivamente McCartney não queria aquele tipo de sonoridade para sua música, porém quando Paul finalmente a ouviu já era tarde demais. Os discos estavam prensados e nas lojas. Não tinha mais volta, era segurar a raiva e seguir em frente. Ele ainda iria reclamar disso em inúmeras entrevistas ao longo dos anos, mas definitivamente já era tarde demais."The Long and Winding Road" foi composta por Paul após o fim de seu longo relacionamento com a atriz Jane Asher. Ela foi a namorada de Paul durante praticamente toda a sua carreira ao lado dos Beatles. Todas as grandes composições dele nessa época foram criadas em cima de seu romance com Jane. Quando o namoro acabou Paul ficou bem arrasado e criou essa bela balada romântica, um adeus final aos anos que passou ao lado de Jane. Curiosamente Jane também foi responsável por ter jogado fora muitas músicas compostas por Paul e John durante a fase dos Beatles. Durante uma faxina ela resolveu jogar no lixo um monte de papéis. Eram letras de música de John e Paul - imaginem o tamanho do prejuízo histórico que isso causou! Mesmo assim, Paul realmente a amava e achava que um dia iria se casar com ela. Aliás todos os demais Beatles pensavam que eles iriam se casar algum dia. Infelizmente isso nunca aconteceu.
11. For You Blue (Harrison) - "For You Blue" foi composta por George Harrison. Em um álbum que trazia também "I Me Mine", considerada por muitos uma das melhores composições de Harrison, ela acabou ficando um pouco ofuscada. Mesmo assim gosto bastante da faixa. Algumas pessoas implicam com o uso da chamada sleep guitar, mas eu pessoalmente gosto desse tipo de sonoridade. Harrison acabou levando esse estilo para muitos de seus discos na carreira solo. Inclusive quando os três Beatles remanescentes resolveram gravar duas faixas no projeto "Anthology", Paul implicou com seu uso em "Free as a Bird" justamente por ter se tornado marca registrada de George. Se a faixa é bem arranjada e produzida, já não digo o mesmo de sua letra que em minha opinião é básica. Confira: "Porque você é bonita e adorável, garota, eu te amo / Porque você é bonita e adorável, garota, é verdade / Eu te amo mais do que amei a qualquer outra garota / Eu te quero de manhã, eu te amo / Eu te quero no momento em que me sinto triste / Eu vivo cada momento para você garota". Como se pode perceber os versos são bem simples. Amor colegial.
12. Get Back (Lennon / McCartney) - O curioso é que o álbum nem iria se chamar "Let It Be" mas sim "Get Back", que era um rock forte, com muita pegada, uma música também composta por Paul. Só nos últimos momentos, bem antes do lançamento do filme e do disco, é que Paul mudou de ideia, fazendo com que a balada sentimental e nostálgica "Let It Be" finalmente viesse a dar o título do disco como também do filme que estava sendo lançado. John Lennon cismou com a letra de "Get Back". Havia uma parte em que Paul cantava, olhando para Yoko Ono, em que ele dizia para ela voltar para o lugar de onde veio. John encarou isso como uma provocação direta de Paul e resolveu tomar satisfações. O clima que já não era bom dentro dos Beatles piorou, mas Paul não comprou briga, afirmando diplomaticamente para John que tudo não passava de paranoia de sua cabeça, uma vez que a canção não era sobre Yoko.
The Beatles - Let It Be (1970): John Lennon (Guitarra, violão, piano e vocal) / Paul McCartney (Baixo, violão, guitarra, piano e vocal) / George Harrison (Guitarra, violão e vocal) / Ringo Starr (Bateria) / Billy Preston (teclados) / Produção: Phil Spector / Selo: Apple - Emi Odeon / Data de gravação: 2 a 31 de Janeiro de 1969 (Apple Studios, Savile Row) e Janeiro de 1970 e Março de 1970 (Abbey Road Studios, Londres) / Data de Lançamento: 8 de maio de 1970 / Melhor Posição alcançada nas paradas: 1 (Inglaterra) e 1 (Estados Unidos).
Pablo Aluísio.
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
Maria Antonieta
Título no Brasil: Maria Antonieta
Título Original: Marie-Antoinette
Ano de Produção: 2006
País: Canadá, França
Estúdio: GMT Productions, Télé-Québec
Direção: Francis Leclerc, Yves Simoneau
Roteiro: Jean-Claude Carrière
Elenco: Karine Vanasse, Olivier Aubin, Marie-Eve Beaulieu, Danny Gilmore, Hélène Florent
Sinopse:
Marie-Antoinette (Karine Vanasse) é uma jovem duquesa austríaca, filha da imperatriz Maria Teresa, que é dada em casamento ao futuro Rei da França, Louis XVI (Olivier Aubin). Ela chega a Paris com apenas 14 anos de idade. Após a morte do Rei Luís XV ela se torna Rainha da França, em um dos períodos mais turbulentos da história, com a eclosão da Revolução Francesa. Filme premiado pela Visual Effects Society Awards.
Comentários:
Produção franco canadense, muito bem realizada, que se propõe a contar a história da Rainha Marie-Antoinette (1755 - 1793). A estrutura do filme é bem interessante, quase adotando uma postura de semi documentário. Há uma narração que vai da primeira a última cena, tal como se houvesse alguém narrando um livro de história (ou um conto de fadas, dependendo do ponto de vista). A história de Maria Antonieta já é por si só por demais interessante, pois ela foi o símbolo do Antigo Regime, absolutista, com todos os exageros de luxo e poder, enquanto o povo francês padecia de uma grave crise, com fome e miséria por todo o reino. A rainha e o marido subiram ao poder ainda muito jovens, viviam alienados entre os muros do fabuloso palácio de Versalhes. O resultado de uma situação como essa não poderia ser diferente, pois logo explodiu um movimento revolucionário de consequências trágicas para toda a família real. Obviamente houve erros por parte de Luís XVI e Maria Antonieta, mas o filme também procura mostrar que eles também foram vítimas de injustiças, principalmente em seus julgamentos, verdadeiras farsas que visavam apenas punir e matar os membros da monarquia. Um dos pontos altos desse filme é a atuação da bela atriz canadense Karine Vanasse. Além de ser parecida com a rainha, ela ainda demonstra um grande carisma em cena. Outro ponto digno de nota é que o roteiro procurou colocar nos diálogos trechos de cartas que foram escritas pela própria Maria Antonieta, fazendo com que tudo seja historicamente ainda mais preciso. Um filme muito interessante para quem deseja conhecer melhor a vida da última rainha francesa.
Pablo Aluísio.
Título Original: Marie-Antoinette
Ano de Produção: 2006
País: Canadá, França
Estúdio: GMT Productions, Télé-Québec
Direção: Francis Leclerc, Yves Simoneau
Roteiro: Jean-Claude Carrière
Elenco: Karine Vanasse, Olivier Aubin, Marie-Eve Beaulieu, Danny Gilmore, Hélène Florent
Sinopse:
Marie-Antoinette (Karine Vanasse) é uma jovem duquesa austríaca, filha da imperatriz Maria Teresa, que é dada em casamento ao futuro Rei da França, Louis XVI (Olivier Aubin). Ela chega a Paris com apenas 14 anos de idade. Após a morte do Rei Luís XV ela se torna Rainha da França, em um dos períodos mais turbulentos da história, com a eclosão da Revolução Francesa. Filme premiado pela Visual Effects Society Awards.
Comentários:
Produção franco canadense, muito bem realizada, que se propõe a contar a história da Rainha Marie-Antoinette (1755 - 1793). A estrutura do filme é bem interessante, quase adotando uma postura de semi documentário. Há uma narração que vai da primeira a última cena, tal como se houvesse alguém narrando um livro de história (ou um conto de fadas, dependendo do ponto de vista). A história de Maria Antonieta já é por si só por demais interessante, pois ela foi o símbolo do Antigo Regime, absolutista, com todos os exageros de luxo e poder, enquanto o povo francês padecia de uma grave crise, com fome e miséria por todo o reino. A rainha e o marido subiram ao poder ainda muito jovens, viviam alienados entre os muros do fabuloso palácio de Versalhes. O resultado de uma situação como essa não poderia ser diferente, pois logo explodiu um movimento revolucionário de consequências trágicas para toda a família real. Obviamente houve erros por parte de Luís XVI e Maria Antonieta, mas o filme também procura mostrar que eles também foram vítimas de injustiças, principalmente em seus julgamentos, verdadeiras farsas que visavam apenas punir e matar os membros da monarquia. Um dos pontos altos desse filme é a atuação da bela atriz canadense Karine Vanasse. Além de ser parecida com a rainha, ela ainda demonstra um grande carisma em cena. Outro ponto digno de nota é que o roteiro procurou colocar nos diálogos trechos de cartas que foram escritas pela própria Maria Antonieta, fazendo com que tudo seja historicamente ainda mais preciso. Um filme muito interessante para quem deseja conhecer melhor a vida da última rainha francesa.
Pablo Aluísio.
domingo, 25 de fevereiro de 2018
Angústia
Título no Brasil: Angústia
Título Original: The Locket
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: John Brahm
Roteiro: Sheridan Gibney
Elenco: Laraine Day, Robert Mitchum, Brian Aherne
Sinopse:
A jovem e adorável Nancy (Laraine Day) parece ser a mulher ideal para se casar com o respeitável John Willis (Gene Raymond). O casamento é marcado, mas poucos momentos antes da cerimônia Wills é abordado por Harry Blair (Brian Aherne) que tenta convencer John a desistir do casamento o mais rapidamente possível! O motivo? Nancy seria sua esposa, uma mulher que tem muitos segredos em seu passado, uma mentirosa compulsiva, cleptomaníaca, que inventou toda uma farsa sobre sua vida para enganar seu futuro marido, o promissor John Willis. Afinal quem estaria realmente contando a verdade?
Comentários:
Em filmes do estilo noir é de se esperar que nada seja o que aparenta ser. Um exemplo perfeito encontramos aqui nesse roteiro. A personagem Nancy (interpretado pela linda atriz Laraine Day, parece realmente ser uma dama da sociedade, a mulher perfeita para se casar e constituir uma família. Pelo menos assim pensa seu noivo. Imagine tudo ruir com o surgimento de um perfeito estranho afirmando que sabe todos os podres de seu passado e como se isso não fosse ruim o suficiente ainda revela ser ele o verdadeiro marido dela! O enredo se passa todo na alta sociedade de New Orleans, então a direção de arte é realmente um destaque, com figurinos bonitos e estilosos. A cena em que Laraine Day vestida de noiva não aguenta a pressão psicológica pela qual está passando é realmente um primor de interpretação por parte da atriz (que injustamente não foi indicada ao Oscar, embora todos estivessem esperando pelo grande prêmio da Academia por sua inspirada atuação). "The Locket" ainda traz uma trama inteligente e intrigante, que leva o espectador e ter dúvidas até praticamente seu final. Se você é cinéfilo e gosta de filmes noir não deixe de conferir esse pequeno clássico dramático do pós-guerra.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Locket
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: John Brahm
Roteiro: Sheridan Gibney
Elenco: Laraine Day, Robert Mitchum, Brian Aherne
Sinopse:
A jovem e adorável Nancy (Laraine Day) parece ser a mulher ideal para se casar com o respeitável John Willis (Gene Raymond). O casamento é marcado, mas poucos momentos antes da cerimônia Wills é abordado por Harry Blair (Brian Aherne) que tenta convencer John a desistir do casamento o mais rapidamente possível! O motivo? Nancy seria sua esposa, uma mulher que tem muitos segredos em seu passado, uma mentirosa compulsiva, cleptomaníaca, que inventou toda uma farsa sobre sua vida para enganar seu futuro marido, o promissor John Willis. Afinal quem estaria realmente contando a verdade?
Comentários:
Em filmes do estilo noir é de se esperar que nada seja o que aparenta ser. Um exemplo perfeito encontramos aqui nesse roteiro. A personagem Nancy (interpretado pela linda atriz Laraine Day, parece realmente ser uma dama da sociedade, a mulher perfeita para se casar e constituir uma família. Pelo menos assim pensa seu noivo. Imagine tudo ruir com o surgimento de um perfeito estranho afirmando que sabe todos os podres de seu passado e como se isso não fosse ruim o suficiente ainda revela ser ele o verdadeiro marido dela! O enredo se passa todo na alta sociedade de New Orleans, então a direção de arte é realmente um destaque, com figurinos bonitos e estilosos. A cena em que Laraine Day vestida de noiva não aguenta a pressão psicológica pela qual está passando é realmente um primor de interpretação por parte da atriz (que injustamente não foi indicada ao Oscar, embora todos estivessem esperando pelo grande prêmio da Academia por sua inspirada atuação). "The Locket" ainda traz uma trama inteligente e intrigante, que leva o espectador e ter dúvidas até praticamente seu final. Se você é cinéfilo e gosta de filmes noir não deixe de conferir esse pequeno clássico dramático do pós-guerra.
Pablo Aluísio.
sábado, 24 de fevereiro de 2018
Tensão em Shangai
Título no Brasil: Tensão em Shangai
Título Original: The Shanghai Gesture
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Josef von Sternberg
Roteiro: Josef von Sternberg, Geza Herczeg
Elenco: Gene Tierney, Walter Huston, Victor Mature
Sinopse:
Poppy (Gene Tierney) é uma jovem garota que decide tentar a sorte na distante e exótica Xangai, onde acaba conhecendo Madame Gin Sling (Ona Munson), uma mulher muito determinada que conseguiu sair da pobreza absoluta para o sucesso empresarial ao inaugurar um cassino na cidade. Sir Guy Charteris (Walter Huston) é um empresário estrangeiro que vai a Xangai em busca de novos investimentos. Lá começa a adquirir grandes áreas para seus empreendimentos comerciais. Logo percebe que a casa comandada por Gin Sling tem grande valor empresarial, mas a velha senhora se recusa a vender o seu cassino. O que ele nem desconfia é que tem um passado em comum com a jovem Poppy, que agora trabalha sob as ordens de Madame Sling.
Comentários:
O oriente sempre exerceu um grande poder de atração sobre os americanos em geral. Sabendo disso Hollywood começou a explorar dramas e aventuras passadas em terras distantes como a China ou a Indochina (atual Vietnã). Essa produção da United Artists vai por esse caminho. O filme foi todo rodado em Chinatown, bairro de imigrantes orientais em Los Angeles. A arquitetura e os costumes do local serviram para recriar a Xangai do roteiro. No elenco o forte ator Victor Mature (que iria virar um ídolo nos anos seguintes) fez um dos seus primeiros trabalhos no cinema. O curioso aqui é que o diretor austríaco Josef von Sternberg decidiu deixar os ares de aventura exótica de lado, como queriam os produtores, para investir mais no lado dramático dos personagens principais. Assim o enredo se revela quase como uma novela, onde traições e reviravoltas na trama (incluindo aí a revelação de uma filha desconhecida) dão as cartas na estória. Não é um aspecto muito surpreendente pois a peça que deu origem ao filme chamada "Mother Goddam" era realmente um drama pesado, com muitas lágrimas e momentos de tensão e tristeza. Sternberg sabia muito bem disso e não quis ser desrespeitoso com o autor Geza Herczeg (que gentilmente colaborou no roteiro). A obra original que estreou na Broadway com grande sucesso na década de 1920 inclusive inspirou o lendário Cecil B. DeMille a também realizar sua própria versão do texto em 1929. Em conclusão temos aqui um filme muito honesto em suas pretensões cinematográficas.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Shanghai Gesture
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Josef von Sternberg
Roteiro: Josef von Sternberg, Geza Herczeg
Elenco: Gene Tierney, Walter Huston, Victor Mature
Sinopse:
Poppy (Gene Tierney) é uma jovem garota que decide tentar a sorte na distante e exótica Xangai, onde acaba conhecendo Madame Gin Sling (Ona Munson), uma mulher muito determinada que conseguiu sair da pobreza absoluta para o sucesso empresarial ao inaugurar um cassino na cidade. Sir Guy Charteris (Walter Huston) é um empresário estrangeiro que vai a Xangai em busca de novos investimentos. Lá começa a adquirir grandes áreas para seus empreendimentos comerciais. Logo percebe que a casa comandada por Gin Sling tem grande valor empresarial, mas a velha senhora se recusa a vender o seu cassino. O que ele nem desconfia é que tem um passado em comum com a jovem Poppy, que agora trabalha sob as ordens de Madame Sling.
Comentários:
O oriente sempre exerceu um grande poder de atração sobre os americanos em geral. Sabendo disso Hollywood começou a explorar dramas e aventuras passadas em terras distantes como a China ou a Indochina (atual Vietnã). Essa produção da United Artists vai por esse caminho. O filme foi todo rodado em Chinatown, bairro de imigrantes orientais em Los Angeles. A arquitetura e os costumes do local serviram para recriar a Xangai do roteiro. No elenco o forte ator Victor Mature (que iria virar um ídolo nos anos seguintes) fez um dos seus primeiros trabalhos no cinema. O curioso aqui é que o diretor austríaco Josef von Sternberg decidiu deixar os ares de aventura exótica de lado, como queriam os produtores, para investir mais no lado dramático dos personagens principais. Assim o enredo se revela quase como uma novela, onde traições e reviravoltas na trama (incluindo aí a revelação de uma filha desconhecida) dão as cartas na estória. Não é um aspecto muito surpreendente pois a peça que deu origem ao filme chamada "Mother Goddam" era realmente um drama pesado, com muitas lágrimas e momentos de tensão e tristeza. Sternberg sabia muito bem disso e não quis ser desrespeitoso com o autor Geza Herczeg (que gentilmente colaborou no roteiro). A obra original que estreou na Broadway com grande sucesso na década de 1920 inclusive inspirou o lendário Cecil B. DeMille a também realizar sua própria versão do texto em 1929. Em conclusão temos aqui um filme muito honesto em suas pretensões cinematográficas.
Pablo Aluísio.
Diário de um Pároco de Aldeia
Título no Brasil: Diário de um Pároco de Aldeia
Título Original: Journal d'un Curé de Campagne
Ano de Produção: 1951
País: França
Estúdio: Union Générale Cinématographique (UGC)
Direção: Robert Bresson
Roteiro: Georges Bernanos, Robert Bresson
Elenco: Claude Laydu, Nicole Ladmiral, Jean Riveyre
Sinopse:
Após se formar no seminário um jovem padre é enviado pela Igreja Católica para assumir a pequena e distante paróquia de Ambricourt, no interior rural da França. Lá acaba encontrando um rebanho disperso, desinteressado e pouco religioso. Sua situação é agravada por uma crise existencial que coloca em dúvida até mesmo sua vocação para o sacerdócio. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Estrangeiro (Claude Laydu). Filme vencedor do Festival de Veneza nas categorias de Melhor Direção (Robert Bresson) e Melhor Roteiro Adaptado.
Comentários:
Um drama delicado e muito bem escrito baseado na prestigiada novela escrita por Georges Bernanos. O local é uma região pobre e distante na França rural do começo do século XX. É justamente para lá que é enviado um padre recém formado no seminário. Assim que chega ele logo percebe que as coisas não serão simples ou fáceis. O povo local anda apático, sem esperanças. A igreja vive vazia e nem mesmo as crianças parecem interessadas em fazer o catecismo. Some-se a isso a precariedade da paróquia que sequer tem energia elétrica. Sem dinheiro ou meios adequados, o jovem sacerdote precisa se deslocar numa velha bicicleta em vielas cheias de lama e buracos. Um dos momentos mais interessantes acontece quando o padre encontra seu superior, um homem já muito vivido pelo tempo que lhe dá uma grande lição de vida ao lhe explicar que bons padres nem sempre são amados por seus fiéis, mas sim respeitados. No fundo, na essência desse enredo, o mais relevante é presenciar o cotidiano de um padre francês que luta contra todas as adversidades possíveis e imagináveis para reafirmar sua fé católica em um mundo melhor. Através de uma narração em off, onde ele escreve suas memórias em um diário o espectador vai conhecendo seus pensamentos e sua visão de mundo. O ator Claude Laydu enriquece o filme ao disponibilizar uma atuação de introspecção, onde ele tenta passar ao espectador todo o conflito interno pelo qual passa em sua mente. Enfim, temos aqui um belo drama com todos os ingredientes que já conhecemos tão bem do prestigiado e intelectualizado cinema franco.
Pablo Aluísio.
Título Original: Journal d'un Curé de Campagne
Ano de Produção: 1951
País: França
Estúdio: Union Générale Cinématographique (UGC)
Direção: Robert Bresson
Roteiro: Georges Bernanos, Robert Bresson
Elenco: Claude Laydu, Nicole Ladmiral, Jean Riveyre
Sinopse:
Após se formar no seminário um jovem padre é enviado pela Igreja Católica para assumir a pequena e distante paróquia de Ambricourt, no interior rural da França. Lá acaba encontrando um rebanho disperso, desinteressado e pouco religioso. Sua situação é agravada por uma crise existencial que coloca em dúvida até mesmo sua vocação para o sacerdócio. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Estrangeiro (Claude Laydu). Filme vencedor do Festival de Veneza nas categorias de Melhor Direção (Robert Bresson) e Melhor Roteiro Adaptado.
Comentários:
Um drama delicado e muito bem escrito baseado na prestigiada novela escrita por Georges Bernanos. O local é uma região pobre e distante na França rural do começo do século XX. É justamente para lá que é enviado um padre recém formado no seminário. Assim que chega ele logo percebe que as coisas não serão simples ou fáceis. O povo local anda apático, sem esperanças. A igreja vive vazia e nem mesmo as crianças parecem interessadas em fazer o catecismo. Some-se a isso a precariedade da paróquia que sequer tem energia elétrica. Sem dinheiro ou meios adequados, o jovem sacerdote precisa se deslocar numa velha bicicleta em vielas cheias de lama e buracos. Um dos momentos mais interessantes acontece quando o padre encontra seu superior, um homem já muito vivido pelo tempo que lhe dá uma grande lição de vida ao lhe explicar que bons padres nem sempre são amados por seus fiéis, mas sim respeitados. No fundo, na essência desse enredo, o mais relevante é presenciar o cotidiano de um padre francês que luta contra todas as adversidades possíveis e imagináveis para reafirmar sua fé católica em um mundo melhor. Através de uma narração em off, onde ele escreve suas memórias em um diário o espectador vai conhecendo seus pensamentos e sua visão de mundo. O ator Claude Laydu enriquece o filme ao disponibilizar uma atuação de introspecção, onde ele tenta passar ao espectador todo o conflito interno pelo qual passa em sua mente. Enfim, temos aqui um belo drama com todos os ingredientes que já conhecemos tão bem do prestigiado e intelectualizado cinema franco.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
Os Irmãos Karamazov
Título no Brasil: Os Irmãos Karamazov
Título Original: The Brothers Karamazov
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Julius J. Epstein
Elenco: Yul Brynner, Maria Schell, Claire Bloom, Lee J. Cobb, William Shatner, Richard Basehart
Sinopse:
O filme conta a história de três irmãos que vivem na Rússia czarista na década de 1870. O mais velho deles é o tenente Dmitri Karamazov (Yul Brynner), homem honesto, mas problemático, sempre envolvido com dívidas de jogo e mulheres sem reputação. O irmão do meio é o escritor e jornalista Ivan Karamazov (Richard Basehart). Por fim há o caçula Alexi Karamazov (William Shatner) que resolve dedicar sua vida à santidade, se tornando monge da Igreja. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Lee J. Cobb). Também indicado à Palma de Ouro do Cannes Film Festival.
Comentários:
"Os Irmãos Karamazov" de Fyodor Dostoevsky é uma das obras mais importantes da literatura russa. Adaptar um romace como esse, com centenas de páginas, para um filme de pouco mais de duas horas de duração nunca foi uma tarefa fácil. Mesmo assim o diretor Richard Brooks conseguiu realizar um bom filme. Nessa trama envolvendo a família Karamazov há praticamente de tudo: assassinatos, traições, duelos, etc. Até mesmo há uma mulher chamada Grushenka (Maria Schell) que é disputada entre pai e filho. Ao assistir a esse filme o espectador vai perceber que em determinados momentos o enredo pode parecer truncado, com situações forçadas que acontecem rápido demais. Isso se deve mesmo ao fato de se adaptar um livro longo para um filme de limitada duração. Assim quando o tenente Dmitri Karamazov (Yul Brynner) cai de amores por Grushenka, praticamente da noite para o dia, ficamos com aquela sensação de que aquilo aconteceu de forma rápida demais. O que no livro levam páginas e mais páginas, capítulos e mais capítulos, acaba ocorrendo no filme entre uma cena e outra. Por isso é necessário ter uma certa consciência disso para que o filme realmente funcione bem. Outro aspecto que temos que levar em conta é que na Rússia do século XIX havia um outro código de honra, outros valores que atualmente não fazem muito sentido. Assim quando o garotinho filho do velho capitão Snegiryov cai doente, com vergonha das atitudes de seu pai, há uma certa sensação de que nada daquilo faz muito sentido. Sem colocar o contexto histórico na equação, de fato essa parte da dramaturgia não funciona. A despeito dessas observações ainda considero uma bela obra cinematográfica, valorizada por uma boa produção, elenco afinado (até o "capitão Kirk" William Shatner funciona como um monge!) e roteiro coeso, que no final fez o que era possível para trazer a monumental obra escrita por Dostoevsky para as telas de cinema.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Brothers Karamazov
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Julius J. Epstein
Elenco: Yul Brynner, Maria Schell, Claire Bloom, Lee J. Cobb, William Shatner, Richard Basehart
Sinopse:
O filme conta a história de três irmãos que vivem na Rússia czarista na década de 1870. O mais velho deles é o tenente Dmitri Karamazov (Yul Brynner), homem honesto, mas problemático, sempre envolvido com dívidas de jogo e mulheres sem reputação. O irmão do meio é o escritor e jornalista Ivan Karamazov (Richard Basehart). Por fim há o caçula Alexi Karamazov (William Shatner) que resolve dedicar sua vida à santidade, se tornando monge da Igreja. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Lee J. Cobb). Também indicado à Palma de Ouro do Cannes Film Festival.
Comentários:
"Os Irmãos Karamazov" de Fyodor Dostoevsky é uma das obras mais importantes da literatura russa. Adaptar um romace como esse, com centenas de páginas, para um filme de pouco mais de duas horas de duração nunca foi uma tarefa fácil. Mesmo assim o diretor Richard Brooks conseguiu realizar um bom filme. Nessa trama envolvendo a família Karamazov há praticamente de tudo: assassinatos, traições, duelos, etc. Até mesmo há uma mulher chamada Grushenka (Maria Schell) que é disputada entre pai e filho. Ao assistir a esse filme o espectador vai perceber que em determinados momentos o enredo pode parecer truncado, com situações forçadas que acontecem rápido demais. Isso se deve mesmo ao fato de se adaptar um livro longo para um filme de limitada duração. Assim quando o tenente Dmitri Karamazov (Yul Brynner) cai de amores por Grushenka, praticamente da noite para o dia, ficamos com aquela sensação de que aquilo aconteceu de forma rápida demais. O que no livro levam páginas e mais páginas, capítulos e mais capítulos, acaba ocorrendo no filme entre uma cena e outra. Por isso é necessário ter uma certa consciência disso para que o filme realmente funcione bem. Outro aspecto que temos que levar em conta é que na Rússia do século XIX havia um outro código de honra, outros valores que atualmente não fazem muito sentido. Assim quando o garotinho filho do velho capitão Snegiryov cai doente, com vergonha das atitudes de seu pai, há uma certa sensação de que nada daquilo faz muito sentido. Sem colocar o contexto histórico na equação, de fato essa parte da dramaturgia não funciona. A despeito dessas observações ainda considero uma bela obra cinematográfica, valorizada por uma boa produção, elenco afinado (até o "capitão Kirk" William Shatner funciona como um monge!) e roteiro coeso, que no final fez o que era possível para trazer a monumental obra escrita por Dostoevsky para as telas de cinema.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
Com a Maldade na Alma
Filme realmente muito bom, mas pouco lembrado nos dias de hoje. A história começa em 1927, numa daquelas belas mansões sulistas, com suas colinas romanas brancas e todo o luxo e charme das antigas fazendas de algodão da região. É lá que vive Charlotte Hollis e seu pai, um milionário da Louisiana. É uma noite de baile, com Charlotte radiante pois está ao lado de seu amado noivo. O problema é que seu pai descobriu que o sujeito não passa de um vigarista. Além de estar obviamente de olho em sua fortuna, o playboy esconde ainda algo pior do que se imaginava: ele já é um homem casado! Claro que a revelação feita a Charlotte a deixa enlouquecida! Mais grave do que isso, seu noivo é morto brutalmente naquela mesma noite. O que era classe e sofisticação vira barbárie e crime.
Assim o filme avança no tempo. Quando o espectador percebe a história vai para 1964. O tempo passou. A doce e debutante Charlotte Hollis envelheceu sozinha, sem ter se casado e com a infâmia de ter sido acusada de ser a assassina de seu noivo. Agora o interessante: o roteiro que escondeu o tempo todo o rosto de Charlotte mostra sua face pela primeira vez. Nessa fase de velhice ela assume as feições da maravilhosa atriz Bette Davis. Aliás um papel ideal para a grande dama da atuação. A personagem de Charlotte na velhice é um prêmio para ela! Escondida da sociedade na velha mansão, com fama de ser a louca da região, ela passa os seus dias sendo atormentada pelos fantasmas do passado. A antiga casa da fazenda foi desapropriada pelas autoridades para a construção de uma rodovia, mas ela se recusa a sair de lá. Criando um impasse chega sua prima distante, Miriam (na interpretação de outro mito do cinema, Olivia de Havilland), para tentar convencê-la a ir embora. É um filme de muitas nuance psicológicas. Os principais personagens não parecem ser o que são na verdade, por isso fique atento. Os que são pura bondade e graça na verdade escondem intenções de pura ganância.
Esse clássico do cinema assim fecha seu ciclo trafegando em vários gêneros. Há o suspense e até mesmo o horror proveniente das supostas aparições dos fantasmas do passado, o drama representado pela triste situação de Charlotte que vê sua vida cair em desgraça e até mesmo um aspecto de filme noir nas intenções não confessadas de se colocar as mãos em sua fortuna. Tudo muito bem mesclado em um roteiro realmente excepcional, valorizado bastante pelas grandes atrizes em cena. Confesso que me surpreendi, sendo desde já um dos melhores filmes da carreira de Bette Davis, uma atriz cuja filmografia foi realmente inigualável.
Com a Maldade na Alma (Hush...Hush, Sweet Charlotte, Estados Unidos, 1964) Direção: Robert Aldrich / Roteiro: Henry Farrell, Lukas Heller / Elenco: Bette Davis, Olivia de Havilland, Joseph Cotten, Agnes Moorehead / Sinopse: Charlotte Hollis (Davis) é uma velha senhora, com fama de louca e assassina, que mora em um velho casarão do começo do século XX. Quando sua propriedade é desapropriada pelas autoridades ela precisa sair do lugar. Sua prima Miriam (Havilland) chega então para tentar convencê-la a ir embora, mas não sem antes que todos os fantasmas do passado voltem para atormentar ainda mais Charlotte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Agnes Moorehead), Melhor Fotografia (Joseph F. Biroc), Melhor Direção de Arte (William Glasgow e Raphael Bretton), Melhor Figurino (Norma Koch), Melhor Edição (Michael Luciano) e Melhor Música Original ("Hush...Hush, Sweet Charlotte"). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Agnes Moorehead).
Pablo Aluísio.
Assim o filme avança no tempo. Quando o espectador percebe a história vai para 1964. O tempo passou. A doce e debutante Charlotte Hollis envelheceu sozinha, sem ter se casado e com a infâmia de ter sido acusada de ser a assassina de seu noivo. Agora o interessante: o roteiro que escondeu o tempo todo o rosto de Charlotte mostra sua face pela primeira vez. Nessa fase de velhice ela assume as feições da maravilhosa atriz Bette Davis. Aliás um papel ideal para a grande dama da atuação. A personagem de Charlotte na velhice é um prêmio para ela! Escondida da sociedade na velha mansão, com fama de ser a louca da região, ela passa os seus dias sendo atormentada pelos fantasmas do passado. A antiga casa da fazenda foi desapropriada pelas autoridades para a construção de uma rodovia, mas ela se recusa a sair de lá. Criando um impasse chega sua prima distante, Miriam (na interpretação de outro mito do cinema, Olivia de Havilland), para tentar convencê-la a ir embora. É um filme de muitas nuance psicológicas. Os principais personagens não parecem ser o que são na verdade, por isso fique atento. Os que são pura bondade e graça na verdade escondem intenções de pura ganância.
Esse clássico do cinema assim fecha seu ciclo trafegando em vários gêneros. Há o suspense e até mesmo o horror proveniente das supostas aparições dos fantasmas do passado, o drama representado pela triste situação de Charlotte que vê sua vida cair em desgraça e até mesmo um aspecto de filme noir nas intenções não confessadas de se colocar as mãos em sua fortuna. Tudo muito bem mesclado em um roteiro realmente excepcional, valorizado bastante pelas grandes atrizes em cena. Confesso que me surpreendi, sendo desde já um dos melhores filmes da carreira de Bette Davis, uma atriz cuja filmografia foi realmente inigualável.
Com a Maldade na Alma (Hush...Hush, Sweet Charlotte, Estados Unidos, 1964) Direção: Robert Aldrich / Roteiro: Henry Farrell, Lukas Heller / Elenco: Bette Davis, Olivia de Havilland, Joseph Cotten, Agnes Moorehead / Sinopse: Charlotte Hollis (Davis) é uma velha senhora, com fama de louca e assassina, que mora em um velho casarão do começo do século XX. Quando sua propriedade é desapropriada pelas autoridades ela precisa sair do lugar. Sua prima Miriam (Havilland) chega então para tentar convencê-la a ir embora, mas não sem antes que todos os fantasmas do passado voltem para atormentar ainda mais Charlotte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Agnes Moorehead), Melhor Fotografia (Joseph F. Biroc), Melhor Direção de Arte (William Glasgow e Raphael Bretton), Melhor Figurino (Norma Koch), Melhor Edição (Michael Luciano) e Melhor Música Original ("Hush...Hush, Sweet Charlotte"). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Agnes Moorehead).
Pablo Aluísio.
O Inferno Nº 17
Título no Brasil: O Inferno Nº 17
Título Original: Stalag 17
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, Edwin Blum
Elenco: William Holden, Don Taylor, Otto Preminger, Robert Strauss, Harvey Lembeck, Richard Erdman
Sinopse:
Um grupo de militares americanos são feitos prisioneiros em um campo de concentração nazista durante a II Guerra Mundial. Eles fazem vários planos de fuga, mas todos eles são descobertos pelos alemães. Quem seria o traidor que estaria entregando seus próprios companheiros da farda para o inimigo? Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Robert Strauss) e Melhor Direção (Billy Wilder). Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (William Holden).
Comentários:
Billy Wilder foi um dos grandes diretores da história de Hollywood. Disso poucos duvidam. Só que aqui nessa produção ele errou a mão. No enredo temos um grupo de americanos que caíram nas mãos dos alemães durante a guerra. Eles estão alojados no pavimento 17 desse campo. Assim o roteiro vai desenvolvendo as características de cada personagem com muito humor. O humor aliás é o grande problema desse filme. Se Wilder, com essa mesma história, tivesse feito um drama de guerra teríamos em mãos um clássico, sem dúvida. Porém com esse humor rasteiro, muitas vezes pastelão, a coisa toda ficou terrivelmente datada. Some-se a isso o problema básico de inserir cenas cômicas nesse tipo de cenário. Numa das cenas um grupo de prisioneiras russas são levadas para banho e higienização. Ora, a cena lembra demais as fileiras de pessoas que eram conduzidas para a câmera de gás. Seria necessário mesmo tentar arrancar algo engraçado de uma situação dessas, ainda mais poucos anos depois que o mundo descobriu o holocausto? Certamente foi uma bola fora de Wilder, que inclusive tinha origens judaicas! Em termos de elenco temos um grupo de atores bem homogêneo, separados entre os humoristas e os que tentam trazer alguma carga dramática ao filme. Entre eles quem se destaca é o astro William Holden. Ele interpreta esse sargento que tenta com esperteza sobreviver no campo, inclusive fazendo amizade com os guardas nazistas! Por isso todos começam a pensar que ele seria o traidor dos demais americanos. Mas será que ele seria mesmo o culpado? O trabalho de Holden lhe valeu o Oscar de melhor ator daquele ano. Um exagero! Não há nada demais em sua atuação. Aliás o ator fez dezenas de outros trabalhos mais consistentes e interessantes e nunca foi premiado por esses outros filmes! Coisas absurdas que aconteceram na história da Academia. Então é isso. Um filme apenas mediano que curiosamente foi estragado em parte justamente pelo humor fora de hora e inconveniente de Billy Wilder.
Pablo Aluísio.
Título Original: Stalag 17
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, Edwin Blum
Elenco: William Holden, Don Taylor, Otto Preminger, Robert Strauss, Harvey Lembeck, Richard Erdman
Sinopse:
Um grupo de militares americanos são feitos prisioneiros em um campo de concentração nazista durante a II Guerra Mundial. Eles fazem vários planos de fuga, mas todos eles são descobertos pelos alemães. Quem seria o traidor que estaria entregando seus próprios companheiros da farda para o inimigo? Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Robert Strauss) e Melhor Direção (Billy Wilder). Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (William Holden).
Comentários:
Billy Wilder foi um dos grandes diretores da história de Hollywood. Disso poucos duvidam. Só que aqui nessa produção ele errou a mão. No enredo temos um grupo de americanos que caíram nas mãos dos alemães durante a guerra. Eles estão alojados no pavimento 17 desse campo. Assim o roteiro vai desenvolvendo as características de cada personagem com muito humor. O humor aliás é o grande problema desse filme. Se Wilder, com essa mesma história, tivesse feito um drama de guerra teríamos em mãos um clássico, sem dúvida. Porém com esse humor rasteiro, muitas vezes pastelão, a coisa toda ficou terrivelmente datada. Some-se a isso o problema básico de inserir cenas cômicas nesse tipo de cenário. Numa das cenas um grupo de prisioneiras russas são levadas para banho e higienização. Ora, a cena lembra demais as fileiras de pessoas que eram conduzidas para a câmera de gás. Seria necessário mesmo tentar arrancar algo engraçado de uma situação dessas, ainda mais poucos anos depois que o mundo descobriu o holocausto? Certamente foi uma bola fora de Wilder, que inclusive tinha origens judaicas! Em termos de elenco temos um grupo de atores bem homogêneo, separados entre os humoristas e os que tentam trazer alguma carga dramática ao filme. Entre eles quem se destaca é o astro William Holden. Ele interpreta esse sargento que tenta com esperteza sobreviver no campo, inclusive fazendo amizade com os guardas nazistas! Por isso todos começam a pensar que ele seria o traidor dos demais americanos. Mas será que ele seria mesmo o culpado? O trabalho de Holden lhe valeu o Oscar de melhor ator daquele ano. Um exagero! Não há nada demais em sua atuação. Aliás o ator fez dezenas de outros trabalhos mais consistentes e interessantes e nunca foi premiado por esses outros filmes! Coisas absurdas que aconteceram na história da Academia. Então é isso. Um filme apenas mediano que curiosamente foi estragado em parte justamente pelo humor fora de hora e inconveniente de Billy Wilder.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Garotas e Mais Garotas
Título no Brasil: Garotas e Mais Garotas
Título Original: Girls! Girls! Girls!
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Norman Taurog
Roteiro: Allan Weiss, Edward Anhalt
Elenco: Elvis Presley, Stella Stevens, Jeremy Slate, Laurel Goodwin, Benson Fong, Robert Strauss
Sinopse:
O sonho de Ross Carpenter (Elvis Presley) é ter seu próprio barco de pesca, onde ele poderá finalmente ter uma renda fixa e segura. A oportunidade surge quando seu ex-patrão resolve colocar algumas embarcações à venda. Ross porém não tem ainda o dinheiro suficiente, que ele espera levantar cantando nos bares e nightclubs locais.
Comentários:
Mais uma comédia romântica musical com Elvis Presley nos anos 60. Esse tipo de filme fazia bastante sucesso e Elvis conseguia não apenas emplacar sucessos de bilhterias como também discos nas paradas musicais, pois nessa época suas trilhas sonoras faziam bastante sucesso. A fórmula era basicamente a mesma: Elvis interpreta um sujeita boa pinta que geralmente era disputado por duas mulheres (uma mais jovem e uma mais velha) enquanto desfilava seus sucessos em cenas de canto e dança. Esse "Girls! Girls! Girls!" foi filmado no mesmo estúdio, com o mesmo diretor e roteirista de "Feitiço Havaiano", o grande sucesso de Elvis nos cinemas. A trilha sonora trazia uma sonoridade mais caribenha, apesar do filme ter sido todo filmado nas ilhas havaianas (em lugares que deram uma bonita fotografia à produção). De quebra ainda trouxe alguns his como "Return to Sender" (que vendeu milhões de cópias de seu single) e o tema principal, um cover do grupo The Drifters. Por fim um detalhe curioso e interessante: esse filme acabou sendo indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Musical do ano. Algo que era até bem raro em termos de filmografia de Elvis Presley.
Pablo Aluísio.
Título Original: Girls! Girls! Girls!
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Norman Taurog
Roteiro: Allan Weiss, Edward Anhalt
Elenco: Elvis Presley, Stella Stevens, Jeremy Slate, Laurel Goodwin, Benson Fong, Robert Strauss
Sinopse:
O sonho de Ross Carpenter (Elvis Presley) é ter seu próprio barco de pesca, onde ele poderá finalmente ter uma renda fixa e segura. A oportunidade surge quando seu ex-patrão resolve colocar algumas embarcações à venda. Ross porém não tem ainda o dinheiro suficiente, que ele espera levantar cantando nos bares e nightclubs locais.
Comentários:
Mais uma comédia romântica musical com Elvis Presley nos anos 60. Esse tipo de filme fazia bastante sucesso e Elvis conseguia não apenas emplacar sucessos de bilhterias como também discos nas paradas musicais, pois nessa época suas trilhas sonoras faziam bastante sucesso. A fórmula era basicamente a mesma: Elvis interpreta um sujeita boa pinta que geralmente era disputado por duas mulheres (uma mais jovem e uma mais velha) enquanto desfilava seus sucessos em cenas de canto e dança. Esse "Girls! Girls! Girls!" foi filmado no mesmo estúdio, com o mesmo diretor e roteirista de "Feitiço Havaiano", o grande sucesso de Elvis nos cinemas. A trilha sonora trazia uma sonoridade mais caribenha, apesar do filme ter sido todo filmado nas ilhas havaianas (em lugares que deram uma bonita fotografia à produção). De quebra ainda trouxe alguns his como "Return to Sender" (que vendeu milhões de cópias de seu single) e o tema principal, um cover do grupo The Drifters. Por fim um detalhe curioso e interessante: esse filme acabou sendo indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Musical do ano. Algo que era até bem raro em termos de filmografia de Elvis Presley.
Pablo Aluísio.
A Dança dos Vampiros
Quando assisti a esse filme pela primeira vez ainda era um garoto, nos anos 80, quando ele era reprisado com até certa frequência no Supercine da Rede Globo. Claro que na época me diverti bastante. O filme era uma sátira bem construída em cima do mito do Conde Drácula. Na época em que foi produzido o diretor Roman Polanski não conseguiu os direitos autorais da famosa criação de Bram Stoker, então ele criou um vampiro genérico, com todas as características do famoso nobre do livro original. Aqui o vampiro se chama Conde von Krolock. Sua existência real é cercada de mitos e lendas. Para o professor Abronsius (Jack MacGowran) e seu assistente Alfred (interpretado pelo próprio Roman Polanski) essa criatura da noite se torna justamente o que eles procuravam há tempos. O atrapalhado professor, uma mistura de Van Helsing com Albert Einstein, foi praticamente expulso do meio acadêmico justamente por afirmar que vampiros eram reais e que existiam. Agora ele tem a grande chance de provar sua teoria.
O roteiro é pura cultura pop. Provavelmente esse seja o filme mais diferenciado da filmografia de Roman Polanski pois ele não quis nada com o cinema mais cult e de arte, optando pela pura diversão pipoca. No geral é um terror em tom de comédia, com excelentes sequências de bom humor. O personagem do professor Abronsius é bem caricato e não ficaria deslocado em um filme de Jerry Lewis, por exemplo. O ator que o interpreta, Jack MacGowran, hoje é pouco lembrado (ele faleceu em 1973), mas tinha grande talento e uma longa carreira quando foi contratado por Polanski para atuar nesse filme. Em termos de atuação ele é o destaque absoluto do filme. Além dele destaco no elenco a presença da atriz Sharon Tate. Uma mulher linda que teve um caso com Polanski e que estava esperando um filho dele quando foi brutalmente assassinada pelo bando de psicopatas drogados comandados por Charles Manson dois anos depois que atuou nesse filme. Uma coisa terrível. Enfim, "A Dança dos Vampiros" ainda mantém seu charme nostálgico original, embora deva reconhecer que nessa segunda revisão já não me diverti tanto como na primeira vez que o vi. Provavelmente isso tenha acontecido porque afinal de contas não tenho mais 14 anos de idade.
A Dança dos Vampiros (Dance of the Vampires, Inglaterra, Estados Unidos, 1967) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Gérard Brach, Roman Polanski / Elenco: Jack MacGowran, Roman Polanski, Sharon Tate, Ferdy Mayne, Alfie Bass, Terry Downes / Sinopse: Em busca de provas que os vampiros são reais e realmente existem, o professor Abronsius (Jack MacGowran) e seu assistente Alfred (Polanski) viajam até o leste europeu. Ao chegaram numa pequena vila descobrem que há um castelo na região, onde habita uma figura sinistra chamada Conde von Krolock (Ferdy Mayne). Segunda lendas ele seria um vampiro que sequestra donzelas das pequeninas vilas vizinhas. O tipo ideal para provar a teoria do velho e atrapalhado professor.
Pablo Aluísio.
O roteiro é pura cultura pop. Provavelmente esse seja o filme mais diferenciado da filmografia de Roman Polanski pois ele não quis nada com o cinema mais cult e de arte, optando pela pura diversão pipoca. No geral é um terror em tom de comédia, com excelentes sequências de bom humor. O personagem do professor Abronsius é bem caricato e não ficaria deslocado em um filme de Jerry Lewis, por exemplo. O ator que o interpreta, Jack MacGowran, hoje é pouco lembrado (ele faleceu em 1973), mas tinha grande talento e uma longa carreira quando foi contratado por Polanski para atuar nesse filme. Em termos de atuação ele é o destaque absoluto do filme. Além dele destaco no elenco a presença da atriz Sharon Tate. Uma mulher linda que teve um caso com Polanski e que estava esperando um filho dele quando foi brutalmente assassinada pelo bando de psicopatas drogados comandados por Charles Manson dois anos depois que atuou nesse filme. Uma coisa terrível. Enfim, "A Dança dos Vampiros" ainda mantém seu charme nostálgico original, embora deva reconhecer que nessa segunda revisão já não me diverti tanto como na primeira vez que o vi. Provavelmente isso tenha acontecido porque afinal de contas não tenho mais 14 anos de idade.
A Dança dos Vampiros (Dance of the Vampires, Inglaterra, Estados Unidos, 1967) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Gérard Brach, Roman Polanski / Elenco: Jack MacGowran, Roman Polanski, Sharon Tate, Ferdy Mayne, Alfie Bass, Terry Downes / Sinopse: Em busca de provas que os vampiros são reais e realmente existem, o professor Abronsius (Jack MacGowran) e seu assistente Alfred (Polanski) viajam até o leste europeu. Ao chegaram numa pequena vila descobrem que há um castelo na região, onde habita uma figura sinistra chamada Conde von Krolock (Ferdy Mayne). Segunda lendas ele seria um vampiro que sequestra donzelas das pequeninas vilas vizinhas. O tipo ideal para provar a teoria do velho e atrapalhado professor.
Pablo Aluísio.
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