sábado, 24 de fevereiro de 2018

Diário de um Pároco de Aldeia

Título no Brasil: Diário de um Pároco de Aldeia
Título Original: Journal d'un Curé de Campagne
Ano de Produção: 1951
País: França
Estúdio: Union Générale Cinématographique (UGC)
Direção: Robert Bresson
Roteiro: Georges Bernanos, Robert Bresson
Elenco: Claude Laydu, Nicole Ladmiral, Jean Riveyre

Sinopse:
Após se formar no seminário um jovem padre é enviado pela Igreja Católica para assumir a pequena e distante paróquia de Ambricourt, no interior rural da França. Lá acaba encontrando um rebanho disperso, desinteressado e pouco religioso. Sua situação é agravada por uma crise existencial que coloca em dúvida até mesmo sua vocação para o sacerdócio. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Estrangeiro (Claude Laydu). Filme vencedor do Festival de Veneza nas categorias de Melhor Direção (Robert Bresson) e Melhor Roteiro Adaptado.

Comentários:
Um drama delicado e muito bem escrito baseado na prestigiada novela escrita por Georges Bernanos. O local é uma região pobre e distante na França rural do começo do século XX. É justamente para lá que é enviado um padre recém formado no seminário. Assim que chega ele logo percebe que as coisas não serão simples ou fáceis. O povo local anda apático, sem esperanças. A igreja vive vazia e nem mesmo as crianças parecem interessadas em fazer o catecismo. Some-se a isso a precariedade da paróquia que sequer tem energia elétrica. Sem dinheiro ou meios adequados, o jovem sacerdote precisa se deslocar numa velha bicicleta em vielas cheias de lama e buracos. Um dos momentos mais interessantes acontece quando o padre encontra seu superior, um homem já muito vivido pelo tempo que lhe dá uma grande lição de vida ao lhe explicar que bons padres nem sempre são amados por seus fiéis, mas sim respeitados. No fundo, na essência desse enredo, o mais relevante é presenciar o cotidiano de um padre francês que luta contra todas as adversidades possíveis e imagináveis para reafirmar sua fé católica em um mundo melhor. Através de uma narração em off, onde ele escreve suas memórias em um diário o espectador vai conhecendo seus pensamentos e sua visão de mundo. O ator Claude Laydu enriquece o filme ao disponibilizar uma atuação de introspecção, onde ele tenta passar ao espectador todo o conflito interno pelo qual passa em sua mente. Enfim, temos aqui um belo drama com todos os ingredientes que já conhecemos tão bem do prestigiado e intelectualizado cinema franco.

Pablo Aluísio.

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